A incerteza é algo que me corrói, mas a confirmação também seria algo com que não sei lidar. Só de pensar já fico em pânico. Claro, tive contato com alguns filhos do coven, treinando-os ao longo dos séculos. Mas quando penso que posso estar grávida, só consigo pensar na minha irmã grávida e no nascimento dos gêmeos, quando estava chovendo e eles vieram para a minha cama.
Michael disse que fazer um ultrassom seria a melhor maneira, mas provavelmente não mostraria nada, já que o feto devia ser pequeno demais para eles verem.
Claro, insisti, explicando-lhe que as gestações imortais são geralmente mais curtas que as dos humanos, e como estas instalações têm sempre uma máquina de ultra-som que ele pode usar apenas para confirmar.
Porém, uma parte de mim teme que, se o ultrassom der resultado positivo, eu não esteja pronto para lidar com a situação. A maternidade era um sonho distante há muitos séculos, um sonho humano que foi esquecido no momento em que perdi tudo e ganhei a imortalidade.
Além disso, não tenho certeza se estou pronto para assumir a responsabilidade de cuidar de uma criança no meio de uma guerra sem fim à vista e se algum dia ela terá uma. Por outro lado, a possibilidade de ter um pedaço meu e de Michael crescendo dentro de mim é ao mesmo tempo aterrorizante e maravilhosa. Sinto que teremos que tomar uma decisão em breve.
