Cap. 23 – O começo do treinamento

Morgana estava sentada nas poltronas da sala, observando atentamente cada um dos jovens sonserinos que se reuniram ali para aprender sobre as artes das trevas. Seu olhar perscrutador examinou cada rosto, notando a tensão que pairava no ar. Embora aqueles alunos exibissem uma pose de sonserinos puros-sangue, Morgana podia ver a ansiedade escondida por trás de suas expressões confiantes. A bruxa estava ciente da responsabilidade que recaía sobre seus ombros. Ela se questionava se estava fazendo a coisa certa ao introduzir jovens tão promissores nas artes das trevas. Embora tivesse a aprovação de Dumbledore para essa tarefa, Morgana se perguntava se o diretor estava ciente de que ela ensinaria alunos tão jovens. Mas ela tinha um motivo sólido: preferia que esses jovens estivessem sob sua orientação do que correndo o risco de serem ensinados por um Voldemort sem limites ou respeito pelas artes das trevas.

Os sentimentos dos sonserinos eram complexos. Eles estavam curiosos, ansiosos para aprender algo fora dos currículos tradicionais de Hogwarts, mas também sentiam a pressão de impressionar Morgana. Afinal, ela era uma bruxa excepcionalmente talentosa e reconhecida por suas habilidades nas artes das trevas. A combinação de nervosismo e desejo de provar seu valor era palpável na sala. Com essa mistura de emoções no ar, Morgana respirou fundo e começou a conversa. Ela estava determinada a estabelecer uma conexão com esses jovens e, ao mesmo tempo, alertá-los sobre os perigos que enfrentariam ao seguir esse caminho sombrio. A aula estava prestes a começar, e Morgana tinha a intenção de guiá-los com sabedoria e responsabilidade por esse terreno perigoso das artes das trevas.

Morgana observou os jovens sonserinos mais novos com interesse enquanto fazia sua pergunta sobre magia negra. Era curioso como, apesar de viverem em famílias que se envolviam profundamente nas artes das trevas, eles pareciam saber muito pouco além do básico. Ela imaginou que seus pais nunca haviam discutido detalhadamente o assunto com eles.

- É compreensível - , Morgana começou com uma voz calma e tranquila, - que vocês possam não saber muito sobre a magia negra. Às vezes, as famílias preferem manter certos conhecimentos afastados dos mais jovens, para protegê-los ou por outras razões.

Ela pausou por um momento antes de continuar:

- No entanto, a magia negra é um tópico complexo e perigoso. É importante compreendê-la, não apenas para usá-la, mas também para se proteger contra ela. Hoje, vamos começar explorando alguns conceitos básicos. Alguém pode me dizer o que é a magia negra, de acordo com o que vocês já ouviram ou entenderam até agora?

O jovem Lucius, que estava apenas no terceiro ano, respondeu o que acreditava que era magia negra. Era evidente que ele estava um pouco nervoso, mas Morgana incentivou-o a compartilhar suas ideias.

- Magia negra, pelo que eu ouvi falar, é uma forma de magia que envolve feitiços, rituais e encantamentos voltados para causar dano, destruição ou controlar os outros, muitas vezes às custas da própria pessoa que a pratica. É uma magia poderosa, mas também perigosa, que normalmente é associada a intenções malignas.

Morgana assentiu novamente, demonstrando que estava satisfeita com a resposta.

- Isso é um bom começo, Lucius. É importante reconhecer que a magia negra envolve o uso da magia com intenções prejudiciais e muitas vezes egoístas. No entanto, há mais nuances nisso, e vamos explorar esses aspectos ao longo de nossas sessões.

Morgana começou a explicar os princípios fundamentais da magia negra para os jovens sonserinos reunidos na sala. Ela abordou tópicos como a manipulação das energias sombrias, a utilização de ingredientes obscuros em poções e rituais, a invocação de seres das trevas e a importância do controle emocional ao praticar magia negra. Ela enfatizou que o conhecimento desses princípios era essencial, não apenas para entender a magia negra, mas também para se proteger dela. Morgana alertou que o poder da magia negra podia ser viciante e corrompedor, e era fácil perder-se nesse caminho sem a devida compreensão e controle.

Morgana explicava sobre as artes das trevas com uma mistura de responsabilidade e profundo respeito pela magia negra. Ela transmitia aos jovens sonserinos a importância de compreender a magia negra não apenas como um instrumento de poder, mas também como uma parte complexa e fascinante do mundo mágico. Ao mesmo tempo, Morgana compartilhava sua própria paixão pelas artes das trevas. Ela revelava seu amor pela magia obscura, enfatizando que era uma força que poderia ser usada tanto para o bem quanto para o mal, dependendo do mago ou bruxa que a controlasse. Morgana queria que seus alunos compreendessem que, embora a magia negra fosse frequentemente associada ao mal, seu estudo também poderia ser uma busca pelo conhecimento e pelo domínio das forças mágicas. Ela incentivava os jovens a explorarem essas artes com responsabilidade, lembrando-lhes constantemente que a magia das trevas exigia um controle rigoroso e um profundo entendimento de suas implicações. Morgana desejava criar uma conexão entre seu amor pela magia negra e a busca por um domínio responsável dessa forma de magia.

Após discutir a parte teórica das artes das trevas, Morgana bateu as mãos com empolgação e anunciou que era hora de partir para a prática. Ela guiou seus jovens aprendizes para a outra extremidade da sala, onde havia preparado alvos para demonstrações práticas. A atmosfera estava carregada de excitação e curiosidade, enquanto os sonserinos se reuniam em torno dos alvos, ansiosos para ver as habilidades de Morgana em ação. Morgana, com sua destreza e conhecimento das artes das trevas, começou a realizar feitiços e encantamentos impressionantes, demonstrando a manipulação de energia negra e os efeitos que poderiam ser alcançados. Ela explicava cada passo, enfatizando a importância de concentração, intenção e controle ao realizar magia negra.

Morgana, demonstrando seu controle sobre as artes das trevas, deixou sua aura escura circular pela sala. A energia negra envolveu a todos os presentes, criando uma atmosfera única de mistério e poder. Os jovens sonserinos olharam maravilhados enquanto essa aura escura fluía ao redor deles, deixando-os cientes da profundidade e complexidade da magia negra.

Morgana, com sua destreza e conhecimento das artes das trevas, começou a realizar feitiços e encantamentos impressionantes, demonstrando a manipulação de energia negra e os efeitos que poderiam ser alcançados. Ela explicava cada passo, enfatizando a importância de concentração, intenção e controle ao realizar magia negra.

Morgana começou a ensinar os jovens sonserinos um feitiço básico de magia negra, escolhendo algo que não fosse muito difícil e complexo para começar. Ela entendia a importância de não mergulhar muito fundo rápido demais, pois sabia que era perigoso se perder nas profundezas das artes das trevas sem um entendimento paciência, ela explicou cada passo do feitiço, enfatizando os gestos e as palavras corretas. Morgana incentivava seus alunos a praticarem com cuidado e responsabilidade, garantindo que compreendessem a seriedade da magia negra e os riscos envolvidos.

O momento em que Bellatrix fez a pergunta sobre as Maldições Imperdoáveis trouxe uma tensão palpável à sala. O olhar de todos os presentes se fixou em Morgana, aguardando sua resposta. Morgana compreendeu a seriedade da pergunta, pois as Maldições Imperdoáveis eram um tabu no mundo mágico, e qualquer envolvimento com elas era extremamente perigoso. Morgana respirou profundamente antes de responder, sentindo a responsabilidade sobre seus ombros. Ela olhou nos olhos de Bellatrix e dos outros sonserinos, mantendo sua expressão séria e determinada. Seu silêncio momentâneo aumentou a expectativa no ambiente antes de ela finalmente falar.

Morgana respondeu afirmativamente, admitindo que conhecia as Maldições Imperdoáveis. Ela explicou que em Durmstrang essas maldições eram apenas mencionadas e não ensinadas oficialmente. Morgana enfatizou a complexidade dessas magias negras, observando que lançá-las exigia mais do que simples palavras e gestos. Era necessário ter uma profunda intenção por trás delas, um desejo intenso de causar dor, dominar ou até mesmo matar.

Bellatrix, com um olhar decidido e curioso, queimava de expectativa, olhou fixamente para Morgana e lançou a pergunta que estava na mente de todos.

- Você sabe lançar as Maldições Imperdoáveis?, ela indagou, sua voz ecoando pela sala silenciosa.

Rodolfo Lestrange, ao lado de Bellatrix, complementou com uma voz igualmente firme.

- Ou talvez já tenha visto alguém usá-las antes?

A tensão na sala era palpável, e todos os olhos estavam voltados para Morgana, esperando ansiosamente por sua resposta.

Quando Bellatrix e Rodolfo fizeram a pergunta sobre as Maldições Imperdoáveis, Morgana sentiu uma mistura avassaladora de sentimentos. Uma parte dela desejava esconder o conhecimento que tinha, ocultar as memórias sombrias que estavam ligadas a essas maldições. Afinal, aquelas eram lembranças dolorosas de seu próprio passado, e ela não queria compartilhá-las com ninguém. No entanto, outra parte dela sabia que a honestidade era crucial naquele momento, especialmente quando lidava com pessoas tão perigosas quanto os Lestrange e Bellatrix. O suspiro que escapou de seus lábios refletia a tensão interna que sentia. Ela não queria revelar aquelas memórias sombrias, mas também não podia mentir.

No momento em que sua voz quebrou o silêncio, todos ouviram claramente sua resposta. Morgana, com uma expressão serena e voz firme, confirmou que sabia lançar as Maldições Imperdoáveis e que tinha testemunhado seu pai lançá-las. Ela não escondeu a sombria satisfação que viu no rosto de seu pai enquanto ele praticava esses feitiços proibidos, nem o motivo por trás de seus atos. Era evidente que, em algum canto de sua mente, Morgana também desejava experimentar essa sensação de poder e controle. No entanto, ela justificou sua escolha como uma medida de precaução, algo que ela sentia que precisava aprender, caso a necessidade surgisse.

Antes que alguém tivesse a chance de pedir a Morgana para ensiná-los a lançar as Maldições Imperdoáveis, ela os surpreendeu ao anunciar abruptamente o término da aula. Seu tom de voz indicava que a discussão havia atingido um ponto sensível e que ela não estava disposta a explorar esse lado mais sombrio da magia naquele momento. Com um gesto de despedida, ela os dispensou, deixando os jovens sonserinos com uma sensação de incerteza sobre o que estava por vir e o que significava o conhecimento que Morgana possuía. Ficou claro que aquela conversa havia atingido um limite e que, por enquanto, a aula de Artes das Trevas havia chegado ao fim.