Olá Pergaminhos e Nazarins, Mr.Bones trazendo outro capítulo deste arco com Zesshi de minha fanfic Aquele que Voltou.

TW é questionado e Zesshi conhece mais sobre seus anfitriões e sobre si mesma.

Com vocês

Aquele que Voltou

Capítulo 52: Compreensão

Os guardiões se retiravam do salão, alguns não estavam contentes com o desenrolar da reunião, mas apenas Demiurge mantinha um sorriso.

— Olá, senhor TW.

— Olá, Demiurge. Eu vou acompanhar Zesshi até o sexto andar, gostaria de alguma coisa?

— Eu sei o que o senhor fez.

— Não sei do que você está falando - respondeu TW.

— Acho que o senhor sabe.

— Eu acho que não... se você imagina que eu sou como Lord Ainz, você está enganado e meias palavras não fazem sentido para mim.

— Ceeerto, isso é verdade logicamente, você não pode mentir, não é?! - o sorrizo se mantinha.

— Não, não posso, acho que isso meio que já está certo.

— Então você só pode dizer a verdade.

— Isso mesmo?! - disse TW já intrigado.

— Mas pelo que eu vejo existe a verdade e A verdade verdadeira.

— Não sei se entendi.

— Permita-me explicar, sem meias palavras. Quando você disse que odiava a Teocracia e que "a maioria de lá merece morrer pelo que fazem" - Demiurge faz o sinal de aspas com os dedos - isso é verdade, mas acho que você tem outros motivos, como salvar uma minoria, essa é A verdade. Quando você disse que usar o ataque contra Shalltear como motivo para a guerra era um erro e deu uma alternativa, isso era verdade, mesmo Lord Ainz provavelmente já tendo cogitado as outras alternativas, ainda assim você conseguiu o que queria, salvar sua amiga elfa, essa é A verdade.

— Você gostaria de chegar aonde, senhor Demiurge?

— A duas perguntas: você está manipulando a verdade para conseguir o que quer? Você descobriu como mentir dizendo apenas a verdade, não é?

TW encarava Demiruge e parecia remoer algo, até que.

— Veja bem, Demiurge... há uma grande diferença entre eu não poder mentir e ser obrigado a responder todas as perguntas que me são feitas. Então, com licença, passar bem, Mestre Estrategista.

— Passar bem, Senhor da Sorte e Verdade - disse Demiurge sorrindo.

O humano queria muito sair dali. De todos os moradores da grande Tumba, o arquidemônio é o que lhe dava arrepios. Ele nunca faria algo bom se pudesse alcançar o mesmo objetivo com morte e tortura, só faria algo fora desse sentido se fosse ordenado e ainda assim distorceria a seu bel prazer cada palavra.

Saindo do salão vinham Mare, Aura e Zesshi seguindo atrás.

— Senhorita Aura, senhor Mare, gostaria de agradecer por sua generosidade para com Zesshi. Espero que possamos mostrar valor e retribuição pela sua compreensão.

— Você fala enrolado, senhor Wild, principalmente quando quer algo.

— Desculpe, senhor Mare, eu só queria ter uma palavrinha com Zesshi.

— Tudo bem, não demore.

— Obrigado, Lord Mare. Pontas, você tome cuidado. Vou tentar te visitar durante a semana, mas por enquanto terei que me ausentar. Então obedeça, aprenda e, pelo Supremo, se possível, não morra neste meio tempo - os dois sentiam o olhar severo da elfa negra sobre eles.

Zesshi acenou em concordância e seguiu Mare até o teleporte.

— Mare, vá na frente, mostre a sua nova EMPREGADA, onde ela vai morar.

— S-sim, onee-chan.

Assim que desapareceram, TW foi prensado contra a parede pelo punho de Aura.

— O que você está armando, Wild?

— Tenho... uma vaga... ideia do que, se trata... mas poderia... ser, mais específica? - TW se esforçava para falar com o pouco ar que lhe restava.

— Você vem para a nossa casa e de repente começa a mudar as coisas - falou Aura arrastando TW para baixo até a altura de seus olhos.

— Me desculpe, Aura, mas esta também é minha casa. Se não fossem as circunstâncias, talvez eu estivesse junto com Ainz-Sama no final.

— Meu irmão e eu não gostamos de mudanças por aqui. Se você fizer algo que o magoe, eu mesmo dou cabo de você. E se eu não puder te tocar, sua amiguinha é que vai sofrer.

— Tudo que faço é para o bem de Nazarick, eu juro por Santa. Mas mudanças são inevitáveis. Vocês crescerão, seu irmão se tornará independente algum dia. O que você fará quando isso acontecer?

— Isso eu decido quando chegar a hora.

— Talvez já tenha chegado a hora.

— O que você quer dizer?

— Ele não gagueja ao falar comigo.

— O que tem isso?

— Acho que seu irmão já é mais confiante do que parece.

— Bukubukuchagama o fez como armadilha, para menosprezarem ele como inimigo.

— Sim, e parece enganar até os mais próximos.

Aura deu um passo atrás e soltou TW.

— Obrigado. Acho que você mesmo já percebeu isso. Vocês são irmãos afinal. Você tentaria protegê-lo mesmo que isso não tivesse sido criado por Bukubukuchagama, e ele pode fingir aquela timidez, mas sei que já tem mais confiança do que esperamos. Tentar inibi-lo pode quebrar essa autoestima, Aura. Deixe que ele tome suas decisões, aconselhe-o, mas deixe-o errar, deixe-o crescer.

— Eu não pedi seus conselhos, Wild. Não quero saber de você se intrometendo. Vou ficar de olho. Se algo acontecer, somente Ainz-Sama irá me parar.

— Ameaça anotada e colocada no final dessa looooonga lista.

Aura saiu batendo os pés em direção ao teleporte.

— Acho que quebrei umas costelas - gemeu o humano enquanto se arrastava até o bar.

Ao chegar no sexto andar, Mare foi em direção à casa árvore onde morava, Zesshi o seguia bem de perto.

— Me desculpe, lad… Lord Mare, para onde vamos?

— P-para a minha casa.

— O senhor não mora naquele palácio?

— Qual p-palácio?

— Onde estávamos antes, com a sala do trono do Rei Feiticeiro.

— Aquele é ap-penas um dos andares da Grande Tumba de Nazarick, este é o m-meu andar, meu e da minha irmã.

— Andar? Como em um prédio? NÃO ESTAMOS DO LADO DE FORA?! - Gritou Zesshi vendo a imensidão, montanhas ao longe e o que parecia uma floresta sem fim.

— Não, n-não estamos do lado de fora. V-você fala bastante.

— Eu não deveria? Me desculpe.

— N-não, tudo bem, as outras não falam muito.

— Outras?

— Outras elfas, eram escravas, foram trazidas aqui p-por um ladrão, agora elas moram com a gente.

— Lord Mare está formando um harém. - disse Zesshi de forma provocativa.

Mare se virou completamente ruborizado e acenava com as mãos em negativa.

— N-NÃO! Não, não! Sou novo demais, Ainz-Sama diz que a gente precisa fazer amigos, mas elas só respondem e ficam tentando fazer tudo.

— Você parece não gostar.

— Não quero que fiquem tentando me dar banho - Mare falou envergonhado.

A meio elfa sorriu com isso.

— 'COMO ELE É FOFO!!' - gritou internamente. - Se o senhor quiser, posso falar com elas.

— Sim, esse vai ser um dos seus serviços, falar com as outras empregadas - disse Aura vindo por trás.

— Me desculpe, Lady Aura, não tinha visto a senhora chegar.

— Lembre-se disso então, eu posso estar onde você menos espera - frisou com um tom ameaçador o bastante para Zesshi se sentir intimidada.

Zesshi até poucos dias nunca foi intimidada, até mesmo seu pai não lhe parecia um grande adversário, mas depois de conhecer os gêmeos e seu mestre, ela percebeu que não era mais o topo de sua pirâmide pessoal, tão raro que alguém pudesse enfrentá-la, aqui quase tudo podia matá-la.

Ao chegarem na casa árvore, as três elfas saíram para recebê-las, mas quando viram Zesshi, pararam abruptamente e se jogaram de joelhos.

— Achei que elas tinham parado de fazer isso? Ei, vocês! Parem com isso!

As elfas encabuladas e de cabeça baixa se levantaram, uma olhando para a outra até que a mais velha falou.

— Nos desculpe, Lady Aura, não podemos evitar, em nosso povoado fomos ensinadas a fazer assim ao sinal de realeza.

— M-mas já pedimos para não fazer para a gente.

— Mas meu senhor, e quanto a ela?

— O q-que tem ela?

— Ela é filha do Rei Élfico.

— Como vocês sabem?

— Os olhos, ela tem os olhos da realeza - Esta era a primeira vez que as elfas realmente falaram sobre tal coisa.

— Olhos de cor diferente? - questionou Zesshi.

— Sim, alguns dos filhos do Rei Elfo têm olhos diferentes, somente os mais fortes.

— E ele tem muitos filhos? – perguntou ela em uma mistura de um tom zombeteiro e de desagrado.

— Minha Senhora?! Metade da população de Crescent Lake deve ser filho dele, seus irmãos.

Foi como levar um soco no estômago, de repente sua visão parecia afunilar e em seguida as coisas a sua volta começaram a girar, Zesshi caiu de joelhos e vomitou.

Ela desprezava o Rei Élfico, e quem estivesse no caminho, odiava sua herança élfica, fora doutrinada nisso pela Teocracia, mas agora parecia que seu mundo havia caído, neste momento finalmente percebia que esteve lutando contra sua própria família, milhares de irmãos e irmãs cujas mães tiveram o mesmo destino nas mãos daquele depravado. Então ela não aguentou mais e desmaiou.

...

Nota do Autor

Olá, aqui eu quis dar um fundo para Zeshi, sua falta de empatia para aqueles que são seus parentes, doutrinação é uma arma perigosa.