Enquanto isso

James vai novamente ao encontro de Rubeo Hagrid. O homem raramente o contata, mas nestes últimos tempos isso vem acontecendo. James só pode achar que ele descobriu mais alguma coisa que possa ajudar.

Ele encontra o homem bastante alvoroçado, James então tem certeza que algo importante aconteceu, ao menos para os parâmetros do seu amigo.

- Eu vim assim que pude, está tudo bem? – ele indaga, curioso – aconteceu alguma coisa?

- Desculpa te chamar assim – Hagrid fala parecendo sem jeito – eu falei pra mim mesmo que iria esperar, mas eu não consegui tirar isso da cabeça e, bem, eu sabia que eu não conseguiria pensar em mais nada, então eu te chamei.

- Se acalme – James diz, ele já conhece o jeito assoberbado do amigo – o que aconteceu?

- O que você sabe do caso que me levou à prisão? – o homem pergunta sem delongas.

- Bem, eu sei que foi um dos interrogatórios mais parciais que eu já havia visto – James responde sem entender direito.

- Não – Hagrid insiste – do caso em si, o que você sabe?

- Na verdade eu não sei muita coisa – James diz com um suspiro – eu não sou investigador nem nada do tipo, só o que eu vi é que havia todo um conjunto de fatores que poderiam ter levado um inocente à prisão – ele encara o homem – por que você está perguntando isso?

- Essa loucura toda me fez recordar – Hadrid diz com um suspiro – faz alguns dias que eu estou lembrando das nossas últimas conversas. Eu conhecia a garota, mesmo que nós não fôssemos amigos, a gente conversava de vez em quando e eu te digo, ela era bisbilhoteira.

- O que você quer dizer com isso? – James pergunta curioso.

- Eu quero dizer que alguns dias antes de tudo acontecer, ela deixou escapar que viu alguma coisa – Hagrid esclarece – ela não disse o que era, mas insinuou que alguém ficaria encrencado caso ela abrisse a boca – ele passa a mão pelo cabelo e completa meio sem jeito – eu sei que eu deveria ter lembrado disso antes mas...

- Ora Hagrid – James o interrompe antes que o amigo assuma uma culpa que ele não tem – você tinha problemas maiores na época e você era apenas um garoto, mas por que você está trazendo esse assunto justamente agora?

- Acho que é por causa de tudo que aconteceu, aqueles esqueletos todos bem embaixo do meu nariz. Todas aquelas pessoas que perderam a vida – ele encara James com os olhos muito abertos – alguém que está matando impunemente por anos e eu pensei que a menina que me acusaram de ter matado também nunca teve justiça. Eu sei que tem muito tempo, mas será que ainda dá pra fazer alguma coisa?

- Sinceramente eu não sei – James diz – já passou muito tempo então não posso prometer nada – ele encara o amigo e sorri – você é um cara incrível, sabia? Mesmo com tudo que passou, você ainda se preocupa com isso.

É o mínimo que posso fazer – Hagrid diz meio sem jeito – eu tive a sorte de encontrar você e você me ajudou, ela não teve ninguém. Eu sei que já passou muito tempo, mas eu não me sentiria bem em saber que poderia ter feito alguma coisa e não fiz nada. Eu sei que o senhor e muito ocupado, mas se puder me ajudar.

- Eu vou ver o que eu posso fazer – James diz – mas eu não estou prometendo que vou conseguir achar alguma coisa, então não fique com muita esperança, tudo bem?

- Combinado – Hagrid fala – agora vamos tomar um chá, eu fiz uns bolinhos – ele diz alegremente sem notar o suspiro do seu amigo quando ele ouve a palavra bolinhos.

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Na Scotland Yard

Draco pega o telefone, mas antes que ele possa falar alguma coisa, ele nota sons de pessoas conversando, como às vezes acontece quando se esquece de desligar o telefone ou quando ele liga por acidente no bolso ou na bolsa. Isso, no entanto, pode não ser ruim, o loiro faz sinal para que todos se calem enquanto coloca no viva voz.

Sirius olha para Remo, os anos de convivência fazem com que palavras não seja necessárias, o cara da informática sabe muito bem o que fazer, então ele começa a tentar descobrir de onde a chamada está vindo enquanto os demais prestam atenção no que está sendo dito e isso lhe dá a certeza que Luna realmente corre perigo...

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Um pouco antes em local desconhecido

Luna tira a mão do bolso enquanto encara o homem na sua frente. Ela só espera ter conseguido ligar para Draco Malfoy cujo número estava em chamada rápida, foi uma exigência dele quando eles começaram as diligências e agora ela agradece por isso.

Ela olha para o senhor na sua frente, alguém que não parece ser perigoso devido à idade a não ser por um detalhe, o olhar. Um olhar que gela a sua alma, um olhar que provavelmente a sua mãe conheceu. Ela não sabe direito como agir, a única coisa que ela tem é a esperança que Draco Malfoy consiga encontrá-la, então ela diz:

- Faz muito tempo.

Ela vê o homem na sua frente emitir um suspiro antes de dizer – sim, faz tempo. Eu demorei muito tempo antes de te encontrar. Foi muito difícil e mesmo assim você tentou fugir novamente.

- Sim, eu tentei – Luna balbucia sem saber o que mais poderia falar.

- E isso não foi inteligente – o homem diz como se ele fosse um professor falando com um aluno indisciplinado – você deveria saber, você sempre foi minha e eu sempre te encontro.

Luna olha para o homem enquanto a sua mente faz a conexão com as suas últimas palavras. Eu sempre te encontro. A única coisa que ela pode pensar é que de alguma forma ele não está apenas ligado à fuga da sua mãe na adolescência, mas também ao seu desaparecimento anos depois.

- Você me encontra sempre – ela diz lutando para não deixar a voz tremer e torcendo para que Draco esteja ouvindo e que ele consiga alguma informação – por quê? – ela indaga tentando olhar o homem nos olhos.

- Ora, minha querida – o homem diz com um sorriso que faz Luna gelar até os ossos – achei que você soubesse, porque você é minha...

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De volta à Scotland Yard.

Draco sente seu estômago revirar, ele olha para os presentes e o semblante dos demais mostra que todos também estão apreensivos. Ele tem medo de falar alguma coisa e ser ouvido do outro lado, o loiro não sabem em que condições se passa esta conversa e só pode agradecer por Luna não ser tão cabeça de vento e ter tido a iniciativa de ligar para o seu número.

Gina também ouve a conversa com atenção, embora a ruiva também esteja apreensiva com tudo que está acontecendo, a sua mente trabalha furiosamente. Ela sabe que a moça não tem muito tempo. Mesmo que nada do que está acontecendo possa ser ligado às mortes até o presente momento, é evidente que a moça corre perigo e que ela está nas mãos de uma espécie de psicopata.

Ela sabe que de alguma forma o homem que está sob custódia tem algo a ver com tudo isso, a sua intuição ligada a sua experiência lhe diz isso. A ruiva só precisa achar algum jeito de conseguir tirar isso dele.

Mas antes que ela possa pensar mais no assunto, Remo diz de forma assoberbada:

- Conseguimos a localização do celular!

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De volta ao local desconhecido

Luna vê o homem se aproximar, seu instinto é se afastar e ela dá um passo para trás enquanto procura com os olhos a saída. Ela vê uma porta não muito distante e começa a calcular quanto tempo iria demorar para chegar até ela.

Como se adivinhasse a sua intenção, o homem se aproxima ainda mais enquanto fala de forma calma, embora seu olhar mostre raiva:

- Você sempre foi minha, Pandora. Você não aceitou isso antes e preferiu ficar com aquelas mulheres perdidas. Você foi uma delas! (ele levanta a voz e Luna sente seu coração falhar uma batida) você preferiu as ruas a mim! Mas eu te encontrei novamente, lembra?

Neste momento as lágrimas se formam nos olhos de Luna e ela luta para não romper em prantos. Ela sabe que esta frente a frente com o responsável pela morte da sua mãe, o homem que tirou Pandora Lovegood dos braços da família, o homem responsável por anos de procura.

- O que você fez? – as palavras saem da sua boca sem que ela tenha controle – o que você fez com a minha mãe?

O homem olha pra ela e pisca, por uma fração de segundo ele parece estar em outro lugar. Então sua feição se endurece e mais uma vez Luna teme por sua vida.

- Eu fiz o que deveria fazer – ele diz – eu a libertei de uma vida suja e isso doeu na minha alma. Eu passei anos tentando encontrar a perfeição novamente, até que te encontrei (ele toca o rosto dela e Luna se encolhe instantaneamente) quando eu te vi eu sabia que tinha uma outra chance e que você seria minha como deveria ser desde o início.

Luna sente os dedos frios sobre a sua face enquanto pensa no que poderia fazer para escapar. Ela já percebeu que o homem altera momentos em que a confunde com a sua mãe e outros que percebe que ela e Pandora são pessoas diferentes. Ela sabe que isso não e nada bom e que algo precisa ser feito, mas antes que ela tenha chance de falar ou fazer alguma coisa, ela sente uma dor aguda no seu braço. Ela só tem tempo de torcer para que Draco esteja tentando encontrá-la antes de mergulhar na escuridão...

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Enquanto isso

Harry dirige de forma concentrada seguindo para o local informado por Lupin. Draco e Sirius estão em outro carro, ele só espera que não seja tarde demais.

Neste momento Gina pega o celular e coloca no viva voz, é Remo com mais informações sobre o endereço indicado.

Ela ouve a voz de Sirius perguntando o que mais Remo tinha, é uma chamada coletiva frequente quando passar a informação para mais de uma pessoa se faz necessário.

- Eu chequei as coordenadas do GPS - Remo diz – é uma casa em um bairro de classe alta e (ele respira fundo enquanto diz) isso pode ser um problema, mas ela está no nome de uma das empresas do senhor Riddle.

Harry está dirigindo então ele não pode olhar para a sua parceira, mas ele já conhece Gina bem o suficiente para saber que ela está frustrada pela forma que todos tratam esse homem que, pelo que ele desconfia, está mais metido nisso do que eles imaginam...

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Ao mesmo tempo

Draco olha para o telefone mais uma vez, já faz algum tempo que ele parou de ouvir a voz da senhorita Lovegood. Ele vê Sirius dirigindo concentradamente quando o telefone toca.

- Coloque no viva voz – Sirius diz – o que você tem, Remo? (o chefe pergunta)

- Mais informações sobre o local – Lupin diz – vocês não vão gostar disso, mas o endereço que eu mandei pra vocês está no nome de uma das empresas do senhor Riddle.

Sirius deixa escapar um palavrão e respira fundo isso – realmente pode ser um problema (ele diz) vocês ouviram? (ele pergunta para Harry e Gina)

- Sim chefe - Gina diz. Ela mesma gostaria de soltar um palavrão também, que a sua mãe não ouça. – não há tempo para um mandado agora (ela pondera) e até a gente conseguir um, vai ser tarde demais.

- Que se dane o senhor Riddle! – Sirius diz enquanto estaciona o carro – nós temos trabalho a fazer!

Alguns segundos depois, outras viaturas chegam, entre elas a de Harry e Gina. Todos olham para o chefe da equipe esperando alguma ordem.

Eles olham ao redor e veem uma vizinhança abastada, não é preciso ser muito inteligente pra saber que este é o tipo do local onde o senhor Riddle teria algum tipo de ligação.

Sirius olha para a equipe enquanto diz – eu vou na frente, não quero ser acusado de invasão antes de tentar os meios legais.

O detetive atravessa os jardins que parecem um pouco abandonados. Ele chega até a porta e toca a campainha uma, duas, três vezes enquanto fala:

- Scotland Yard, abram a porta!

Antes que Sirius possa falar novamente, Draco se adianta e derruba a porta com um chute, o que faz Sirius e Harry se encararem. Normalmente o loiro não costuma ser tão impetuoso. A equipe entra e se separa para investigar os cômodos da casa.

Eles se separam e começam a olhar as dependências da casa, mas não há sinal de que alguém tenha estado lá. Draco parece um leão enjaulado, o que intriga os presentes que estão acostumados com a sua natureza fria e metódica. Então num estalo ele olha para Sirius – ligue para o Lupin, por favor. Eu explico depois, não podemos perder tempo.

Sirius faz o que o seu agente pede sem nem mesmo questionar, ele passa o telefone para Draco.

- Lupin – o loiro começa, ele fala um endereço para o analista – por favor, você pode me passar a localização deste endereço pra mim agora? Tudo bem – ele diz – eu espero, mas, por favor, não demore.

Poucos minutos depois Remo volta à linha – eu sabia! – ele diz enquanto desliga o telefone após murmurar um rápido agradecimento – eu vi que o lugar parecia familiar – ele diz enquanto os presentes o encaram – não percebi antes por motivos óbvios, mas eu achei a região parecida com o local onde eu fui procurar a Luna, o endereço que ela pegou no orfanato.

- Dá pra você concluir isso hoje ainda, Malfoy? – Harry não resiste em provocar, se fosse ao contrário, ele sabe que Draco já teria pulado em sua jugular.

- Estou concluindo, Potter – ele diz lançando a Harry um olhar que o fuzilaria se ele pudesse – como eu falei, eu achei a área parecida e vejam a minha surpresa, o local onde eu fui está ligado a essa casa pelos fundos. Alguém aqui acredita em coincidências?

Não, ninguém ali acredita em coincidências e isso fica mais forte quando alguém diz que achou alguma coisa, o telefone que Luna usou para se comunicar...


NOTA DA AUTORA

Não tenho muito a dizer, mais uma vez desculpem a demora e espero que tenham gostado do capítulo. Se alguém puder deixar uma palavrinha pra eu ver que ainda tem gente por aqui, vai deixar uma autora muito feliz.

Bjos e até o próximo!