Compreendendo que deveria dar suporte à sua esposa e acreditar por ela que a visão que ele tinha visto se cumpriria, por mais que a fé de Varang ainda estivesse abalada, Miles tomou a iniciativa para alegrá-la e proporcioná-la momentos felizes.
Após um dia inteiro separados, ele não hesitou em beijá-la primeiro, antes que pudessem dizer alguma palavra. Seus olhares se trocaram, como se estivessem gritando desesperados pela companhia um do outro.
Miles tocou os lábios dela com os dele de forma firme, segurando o rosto dela em uma mão, a outra acabou se deslizando pelas costas dela, se dobrando numa curva que segurou os quadris dela. Sentindo o braço de Miles ali, ela pulou sem aviso prévio ao redor de seu pescoço, esguia como um nantang, o que assustou o marido, o fazendo desfazer o beijo.
-Uau, eu não estava preparado pra isso ... - ele confessou, enquanto olhava para o rosto de Varang a centímetros de distância do rosto dela.
-Nem eu para tamanho afeto sem nem ao menos trocar uma palavra - ela se equilibrou no colo dele, ajustando seu peso em volta de peito largo, agarrada ao seu pescoço - a que devo tudo isso, Miles?
-Senti sua falta - ele disse, parte misterioso, parte sincero - deduzi que queria minha companhia agora.
-Não está errado, eu quero, como eu quero - ela declarou com toda vontade, passando um dedo por sua orelha, o que arrancou dele um rosnado amigável, se isso lá fosse possível.
Miles a segurou em seu colo, sentando no leito dos dois, enquanto Varang se rearranjou no seu colo. Ela se deitou à vontade, com a cabeça em seu peito e as pernas largadas por cima dele. Uma das mãos dela subiu por seu pescoço, mas Miles a agarrou, beijando a palma com referência em seguida.
-Deixe que eu entregue minha companhia a você - ele esclareceu, o que arrancou um sorriso torto dela.
Ela concordou em silêncio com qualquer que fosse o plano dele de lhe demostrar carinho.
A mão grande e forte tocou o pescoço longo, elegante e fino dela, massageando ali, o que Varang agradeceu mentalmente, já que sentia a área dolorida. Ele então passou dois dedos pelo meio do tronco dela, o toque a fazendo estremecer de leve. Ele então apertou suas costelas de leve, o que a fez querer fazer o mesmo por ele, mas deixou que ele prosseguisse. A mão dele parou por cima de seu ventre, de maneira reverente e delicada. Era impossível não se lembrar do filho que tinha acabado de perder, mas ela manteria a esperança. Varang apenas suspirou fundo e continuou se deixando ser acariciada.
Miles então retirou a mão dela, beijou seu ventre com reverência e só então ajeitou as pernas dela em torno de si, de modo que os dois estivessem envoltos em um abraço. Ele a contornou com seus braços, inclinando a cabeça para o ombro dela, enchendo-o de beijos pequenos e delicados.
Varang virou a cabeça de forma que encontrasse os lábios dele. Seu beijo foi longo, grato e delicado.
Se levantou de forma lenta e delicada, ficando atrás dele, desfazendo suas tranças de repente. Miles não se importou e deixou que a esposa refazesse seu cabelo, sentindo os dedos dela pelos fios. Ela alisou o cabelo em suas mãos algumas vezes, até colocar os fios para frente. Segurou os ombros de Miles e olhou de frente.
-Há algo etéreo em você quando o vejo assim - ela declarou, passando a mal pelo cabelo dele mais uma vez - é como se fosse um lembrete de que foi Eywa que me enviou você.
-Era essa minha intenção - ele assentiu solenemente.
Varang então ficou atrás dele outra vez, se ajoelhando. Espalmou suas mãos na base de sua coluna e as subiu levemente até chegar aos ombros grandes e largos dele. Ela voltou ao começo do caminho outra vez, mas dessa vez, traçando uma trilha de beijos delicados por suas costas nuas até seus ombros.
Miles aproveitou a oportunidade para segurar o pulso dela, a puxando para o seu colo outra vez. Varang se deitou na dobra de seu braço. Ela ofereceu seu cordão neural e ele aceitou a conexão neural mais que depressa.
Ele a beijou de volta, firmemente, aproveitando a proximidade dos dois,a mantendo por perto segurando seus quadris, trocando suas emoções e pensamentos.
Agora podiam acreditar que nada separaria os dois, fosse o que acontece.
O coração de Varang se tornou apertado e preocupado quando ela notou os mesmos sintomas de outrora em seu corpo. Miles estava certo, ela tinha engravidado outra vez, no entanto, acender as chamas de esperança outra vez sobre isso era perturbador. Seu coração não conseguia se alegrar ou confiar que tudo daria certo dessa vez, ainda assim, o ímpeto de seu espírito a levou a meditar outra vez, buscando em Eywa algum tipo de paz ou resposta.
Quando Miles retornou da caçada com os guerreiros aquela noite, ela o recebeu com afeto e carícias, o beijando firmemente enquanto o abraçava com todas as suas forças, sentindo as firmes mãos deles em sua cintura.
-Como você está, meu amor? - perguntou ele.
-Estou bem, embora pensativa - ela declarou com sinceridade.
-O que te aflige? - ele se aproximou novamente, tocando o rosto dela com delicadeza.
-Eu acredito que estou grávida novamente, só preciso consultar Eywa para ter certeza - Varang contou seus planos.
-Entendo - Miles a abraçou quietamente, procurando tratar com cautela a alegria crescente dentro de si.
De mãos dadas, eles caminharam até a Árvore das Almas, se ajoelharam. Então, compartilharam da mesma visão. A pequena criança se formando no ventre de sua mãe.
O casal chorou lágrimas de alegrias silenciosas, trocando um abraço de conforto, alívio e esperança. Eywa tinha lhes mostrado que as coisas poderiam ser diferentes agora.
