Bella Cullen PDV

Meus olhos tremeram um pouco antes de se abrirem e encarei um teto branco.

A luz deixou minha vista um pouco embaçada e pisquei várias vezes para melhorar.

Demorei um momento para perceber que estava no hospital, me mexi querendo puxar o tubo que estava no meu nariz e todo meu corpo doeu.

— Não, amor — uma mão me impediu e fiquei aliviada ao ver Edward.

Então me lembrei de tudo que aconteceu.

Eu e Tanya estávamos indo almoçar quando um carro me acertou.

Minha filha.

— Nossa bebê, me diga que nossa filha está bem — implorei e levei minha mão à minha barriga.

Senti um alívio ao tocá-la e perceber que tinha um volume ali.

— O médico disse que é um milagre, ele disse que é um milagre vocês duas estarem vivas e bem — sua voz demonstrava toda emoção e alívio que sentia.

— Ah meu Deus, obrigada, obrigada — chorei aliviada.

Ele colocou a mão por cima da minha e então sentimos um chute.

Arfamos juntos, Edward encostou a testa na minha.

— Eu fiquei tão assustado, pensei que perderia vocês duas Bella, não sei se suportaria isso.

— Isso nunca vai acontecer, estamos aqui, vou me recuperar e nossa bebê vai nascer cheia de saúde.

Choramos juntos e nos abraçamos.

Tudo em mim doía, mas meu coração estava calmo. Minha filha estava viva e só isso importava.

— Eu tenho que chamar o médico para avaliar você.

— Não fica aqui, só mais um pouco.

Ele me apertou mais e senti nossa filha se mexer também.

Mais lágrimas deslizaram pelo meu rosto.

Milagre. Um milagre em nossa vida. Eu sabia que mesmo sendo tão pecadora e errada, Deus tinha ouvido meu pedido. Ele tinha nos salvado.

Ficamos assim por longos minutos até Edward apertar o botão para chamar a enfermeira. Ela veio e me avaliou rapidamente.

Eu estava muito dolorida e percebi que meu pé estava imobilizado.

Eu tive uma fratura no tornozelo e tiveram que colocar pinos para consertar. Eles consideraram a cirurgia arriscada por eu estar grávida, mas tiveram que fazer logo.

No princípio os médicos desconfiaram que eu tive um descolamento de placenta, mas avaliarem e viram que tudo estava bem com nossa bebê.

Chorei quando escutei o coraçãozinho dela batendo, me provando que estava tudo certo. Edward controlava sua emoção ao nosso lado quando víamos pelo pequeno monitor nossa pequena se mexendo.

Recebi a visita de Tanya e os pais de Edward. Minha amiga estava tão abalada, mas eu sabia que não era culpa dela.

Não era culpa de ninguém.

Tentei acalmá-la quanto a isso.

— Você deveria ir para casa — sussurrei para Edward, eu podia perceber como ele estava cansado.

— Até parece que vou para casa sem você.

Eu sorri e ele pegou em minha mão.

Seu celular tocou. Ele pegou e o atendeu, fazendo menção de se levantar, mas o segurei pela mão.

— Quero escutar — pedi.

— Bella…

— Vai logo.

Ele suspirou e colocou no viva voz.

— Fale, Emmett.

— Senhor, Isaac encontrou um vídeo do acidente.

— Conseguem identificar o motorista?

— Não, senhor. Estamos procurando em outras câmeras e tentando refazer o caminho que ele percorreu antes e depois da batida.

— Então vocês não tem porra nenhuma Emmett — falou com raiva e apertei sua mão.

— Não senhor, mas…

— Mas? — falei agoniada.

Ele pigarrou.

— Suspeitamos que isso foi algo premeditado, pela fuga do motorista sem prestar socorro e o carro estar sem placas. Achamos que é um caso de tentativa de assassinato, não só um acidente.

Senti meu coração bater mais forte no peito.

Alguém tinha tentado me matar.

— Que porra é essa? Descubra isso agora e me ligue — Edward rosnou e desligou a chamada.

Ele me encarou, seus olhos verdes preocupados e assustados.

— Você está bem? — eu respirei fundo.

— Te... tentaram me matar? Qu…quem faria isso? — conseguir falar nervosa.

— Não sei, mas vamos descobrir. Vocês vão ficar bem — prometeu me abraçando. — Não fique preocupada com isso, sua pressão não pode subir.

Eu fechei os olhos querendo sentir só seu toque. Senti um beijo em minha cabeça e sua mão foi para minha barriga.

Nossa bebê se mexeu e coloquei minha mão por cima da dele.

— Nós temos que protegê-la, Edward — pedi com a voz embargada. Eu não podia deixar nada acontecer com minha filha.

Ele segurou em meu rosto e nos encaramos.

— Eu vou proteger vocês, bruxinha. Vocês vão ficar bem, confia em mim.

— É claro que sim.

Não tinha ninguém no mundo que eu confiava mais que ele.

Seus lábios me beijaram delicadamente, eu sabia que custe o que custar ele nos protegeria e tudo ficaria bem.

James Soppy PDV

— Oi família, desculpa o atraso — falei chegando na sala de jantar.

Desde que meu pai tinha partido, todos os dias praticamente ia para a casa de minha mãe fazer as refeições juntos.

Com meu pai sem estar ali, tudo parecia diferente e mais silencioso. Minha mãe estava ainda bem abatida.

— Sente, querido — Victória falou e forcei um sorriso para ela.

— Nossa, Tanya que cara é essa! — comentei encarando minha irmã.

— Você não está sabendo? — Victória que falou.

— Do que? — franzi meu cenho confuso.

— Bella foi atropelada hoje.

— Ah meu Deus! — fiz minha melhor cara de chocado — Não me diga, ela.. ela morreu?

— Não, graças a Deus. Já basta de morte por aqui — mamãe fungou.

— O bebê então morreu né, com acidente assim…

— Assim como? Você nem viu — Tanya me encarou.

Merda.

— Deve ter sido feio, olha seu estado, minha irmã — falei com pesar.

— Não, ela não perdeu o bebê. Só teve uma fratura no tornozelo e um sagramento, mas consideraram que foi mais de susto — fungou.

— Sério? — fiquei realmente surpreso.

— Sim, elas vão ficar bem. Eu só estou muito assustada, ainda foi tudo na minha frente.

— Não fique irmãzinha, o pior já passou — tentei confortá-la.

Por dentro fervi de raiva. Que porra!

Sabia que deveria ter dado a ré e passado por cima dela de novo, mas achei arriscado demais.

Puta que pariu!

Será que nunca essa mulher ia morrer? Nem para ter perdido essa porra de bebê também.

Argh! Estava puto de raiva.

Apertei meu maxilar com força e fechei a mão.

Percebi que Tanya me observava e soltei um suspiro falso de tristeza.

— Pegaram quem fez isso? — perguntou.

— Não, mas vão pegar e eu mesmo quero matar o filho da puta — Tanya esbravejou.

— Com certeza te ajudo nisso. Mexeu com alguém da Grand C, mexeu com todos nós — falei demonstrando a raiva que sentia, mas era totalmente diferente da dela.

Nunca que alguém iria me pegar. Nunca.

Na próxima Bella Cullen morreria, custe o que custar.

Edward Cullen PDV

As semanas que se passaram foram difíceis.

Bella estando grávida e com o pé imobilizado, não ficava sozinha nenhum minuto sequer.

Eu, mamãe, Rose, Alice e Tanya nos reservamos cuidando dela.

Felizmente tudo pareceu dar certo.

Nossa bebê estava crescendo forte e saudável cada vez mais.

Ela estava com 28 semanas de gestação, eu amava ficar falando com nossa princesinha em sua barriga que parecia ter duplicado de tamanho.

Bella sentia muita dor nas costas, mas tinha começado a fazer hidroginástica em casa mesmo e fisioterapia para seu pé.

Tudo estava indo muito bem.

Apesar de várias coisas estarem me incomodando, eu estava focado em pegar quem fez isso com ela.

E não estava gostando de já ter passado mais de um mês sem resultado.

Não tínhamos conseguido nenhuma pista de quem estava dirigindo aquele carro.

Tudo que conseguiram foram algumas imagens de câmeras de segurança, mas nada de onde ele tinha ido parar ou de onde tinha surgido.

Era como se alguém conhecesse nossos pontos cegos e isso só tinha acontecido com Anthony.

Cada vez mais minhas suspeitas ficavam mais fortes e eu rezava todo dia para que não fosse isso.

Estava protelando aquele assunto, deixando para ver o que aconteceria. Não queria mostrar o que tinha descoberto. Sentia que não podia confiar em ninguém e não queria preocupar Bella com aquele assunto.

— Vocês tem certeza que conseguem fazer isso? — minha esposa perguntou da porta vendo eu e meu pai no chão lutando com os vários parafusos e madeira que tinham ali.

— Qual é Bella, isso é fichinha — falei tentando achar no manual o que deveria fazer.

Porra. Por que aquilo estava em coreano?

— Acho que tá do lado errado, filho — meu pai disse e percebi que estava certo.

Bella riu da porta, com a mão em sua barriga.

Seu sorriso me roubou a atenção, ela estava tão linda, com o rosto mais redondo e carregando nossa filha. Nunca cansava de admirar sua beleza.

— Podemos chamar um técnico e…

— Bella, filha, nós já aniquilamos gangues altamente perigosas. Montar um berço vai ser fichinha. Isso se minha coluna deixar — se esticou.

— Tá velho mesmo — zoei, finalmente achando por onde deveríamos começar.

— Para com isso e vamos logo moleque.

Eu ri e comecei a fazer o que as imagens do manual mostravam.

Demorou um pouco, mas conseguimos montar o berço branco no quarto, que estava começando a parecer um quarto de bebê.

Ele estava todo decorado nas cores branca e lilás, com um papel de parede de flores bem delicado. Eu não via logo a hora de tudo estar preparado para a chegada da nossa princesa.

— Minhas costas estão doendo, acho que to ficando velho também — reclamei me jogando na cama de barriga para baixo,

Era tarde da noite, já tínhamos jantado e nos recolhemos no quarto.

Bella riu.

— Tadinho do meu velhinho — beijou minha bochecha. — imagine quando essa menininha quiser brincar de cavalinho com o papai.

— Se a mãe dela fazer massagem depois…

Gemi quando ela massageou meus ombros.

— Hum… se eu falar onde mais tá doendo ganho mais massagem assim?

Ela riu, descendo sua mão e apertando minha bunda.

— Se você tiver sorte.

— Eu vou tomar um banho antes — pulei da cama.

— Não demore, que estamos te esperando. Essa massagem não foi de graça — pegou e balançou o pote de creme que eu usava para fazer massagem em seus pés.

Eu ri, caminhando para o banheiro.

Comecei a tirar minha roupa, mas percebi que meu celular tava no bolso.

Assim que peguei ele, começou a vibrar em minhas mãos.

Franzi meu cenho, olhando quem ligava e por um momento achei melhor ignorar, mas alguma coisa me levou a deslizar o dedo pela tela e aceitar a chamada.

— Oi, Edward.

— Tanya? Por que está me ligando? — encarei meu reflexo no espelho.

— Precisamos conversar, tenho algo que preciso te dizer.

— Tanya, não sei o que temos para falar.

— Por favor, Edward. Venha me ver, por favor... é sobre o acidente — sua voz parecia desesperada. — Eu acho que sei quem fez isso.

Fiquei alerta.

— Onde você está?

— Em um apartamento, por favor, Edward. Não fale para ninguém. Vou te mandar o endereço e venha sozinho. Não quero deixar a Bella nervosa.

— Tudo bem, estarei indo — desliguei o celular e voltei a abotoar minha blusa.

Abri a porta do banheiro.

— Ué, não tomou banho?

— Eu preciso ir.

— Para onde, o que aconteceu?

— Nada demais, só um imprevisto em uma entrega preciso conferir pessoalmente, mais tarde eu volto, pode ser que eu demore é do outro lado da cidade.

— Por favor, não demora muito.

— Eu não vou — prometi — Mas não precisa me esperar acordada.

— Tá bom.

Eu me inclinei e beijei sua barriga.

— Oi princesa, se comporta e toma conta da mamãe, papai já volta ok? — beijei sua barriga.

— Amo você, bruxinha — beijei seus lábios.

— Também te amo, Ed — deu um pequeno sorriso.

Eu olhei para ela uma última vez antes de sair do quarto.

Ignorando a estranha sensação que senti.

Bella Cullen PDV

Eu acordei assustada na cama. O quarto estava escuro.

— Edward? — estiquei minha mão, mas seu lado da cama estava vazio e frio.

Lembrei que ele tinha saído e pelo jeito não voltou.

Passei a mão no rosto e peguei meu celular.

Eram mais de cinco da manhã.

Onde ele estava? Nunca tinha chegado tão tarde assim.

Não havia nenhuma mensagem ou ligação dele.

Um alerta de e-mail chamou minha atenção.

A verdade sobre seu marido, era o que dizia no assunto.

Meu coração bateu mais forte.

Eu o abri, sem conseguir acreditar em tudo que estava ali.

Várias e várias fotos de Edward e Tanya, eles abraçados e sorrindo, em outras se beijavam.

Meu estômago embrulhou e quis vomitar.

Meus olhos se enchendo de lágrimas.

Não. Não.

Tem certeza onde seu marido está? Ou está preparada para saber toda a verdade de como ele e Tanya estavam traindo você e rindo por suas costas? Se não acredita em mim, eles passaram a noite juntos nesse endereço.

Levantei da cama em um pulo e corri para o closet.

Vesti a primeira roupa confortável que encontrei que cabia em mim. Antes de sair do quarto abri o cofre das armas, pegando meu revólver. Conferi a munição e coloquei atrás de mim.

Não deixaria isso barato.

— Senhora, está tudo bem? — sra. Cope perguntou quando esbarrou comigo descendo as escadas.

— Sim, mande alguém me arrumar um carro imediatamente.

Pareceu levar uma eternidade até um dos soldados parar o carro em frente a um prédio.

Eu abri a porta.

Estava cedo e não tinha quase movimento na rua.

— Onde está indo? — perguntei para o soldado que me seguiu.

— Tenho que ficar protegendo a senhora.

Eu revirei os olhos, mas assenti.

No momento que chegamos na porta, ela se abriu com um casal que ia saindo parecendo ir para academia.

Aproveitamos e entramos.

Comecei a me sentir muito nervosa de repente.

Podia sentir no meu âmago que alguma coisa ruim tinha acontecido.

Lembrei das várias fotos que vi de Edward e Tanya abraçados e um aperto no meu peito.

Minha filha me chutou com força como se quisesse fazer eu parar de pensar nisso.

Ele não faria isso com a gente. Ele não faria isso conosco.

Eu tinha certeza disso.

O elevador parou e saímos de dentro.

Parei em frente a porta e respirei fundo. Toquei a campainha, ninguém apareceu.

Segurei a maçaneta e a girei. Ela se abriu.

A porta rangeu um pouco ao se abrir.

O apartamento estava silencioso e tudo que eu podia escutar era meu coração batendo acelerado e os passos atrás de mim.

Escutei um barulho de uma voz e tive certeza que era Edward. Fui apressada em direção a ele.

O quarto estava claro e eu nunca esqueceria a imagem que vi ali.

Meu marido nu, na cama segurando uma faca ao lado do corpo nu e sem vida da minha melhor amiga.

Meus olhos encheram de lágrimas.

Ela estava toda suja de sangue, assim como a faca que ele segurava.

Aquilo era muito pior do que eu podia imaginar.

— O que você fez? — foi a única coisa que consegui falar.


Nota da autora:

Pelo jeito todo capitulo vou postar e sair correndo hahaha

E Edward pego no flagra!

E agora, o que aconteceu?

Querendo ver as teorias de vocês então comentem muuuito.