EDWARD POV

Quando entrei em minha sala naquela manhã, Bella me esperava sentada em minha cadeira.

Ao me ver passando pela porta, ela abriu um largo sorriso e enquanto ela se afastava da mesa, ainda sentada, eu pude visualizar parte de suas pernas desnudas por conta da saia moderadamente apertada.

Pare de agir como um pervertido, me repreendi.

— Está atrasado. – Ela comentou com um ar de superioridade, o que me fez rir.

Coloquei minhas coisas em cima da minha mesa, e mesmo que agora eu estivesse do seu lado, Bella não fez menção de levantar-se da cadeira em nenhum momento.

— Confortável? – Questionei, agora me apoiando na mesa, meu corpo de frente para o seu.

— Muito, obrigada. Quer que eu saia? – Ela perguntou e eu deduzi que fosse por educação, já que ela nem mesmo se moveu.

— Não, pode ficar à vontade. – Ofereci e ela apenas assentiu em silêncio.

Bom, já tinha um tempo que eu não via Bella. Eu não sabia o que falar, mas ela não pareceu se importar, já que me olhava atentamente, apreciando o silêncio que estava me causando um certo desconforto.

— Você está bem? – Ela perguntou, colocando sua mão na minha coxa esquerda em seguida.

Olhei sua mão ali e tratei de dissipar qualquer pensamento inoportuno. Optei por apenas assentir, receoso de que minha voz pudesse me entregar.

— Mesmo? – Ela insistiu e apertou a mão que estava em minha coxa, como um tipo de incentivo para que eu conversasse com ela.

— Sim. – Eu consegui responder baixo, mas ao menos sem gaguejar.

— Eu te deixo nervoso, Sr. Cullen? – Ela questionou quando eu respondi e eu pude sentir faíscas emanando na sua pequena mão em minha perna.

Com 30 anos nas costas e agindo como um maldito adolescente Edward, mais uma vez me repreendi em meus pensamentos.

— Você prefere que eu te chame assim? – Ela perguntou e então se levantou, ficando no espaço entre minhas pernas, seu corpo tão próximo, mas ao mesmo tempo tão distante do meu.

— Você pode me chamar de Edward, como sempre. – Balbuciei.

— Eu posso te chamar do que você preferir, Edward. – Ela sussurrou em meu ouvido, enquanto sua mão vagava até minha gravata, afrouxando-a.

— Bella... – Sussurrei, ainda sem crer no que estava acontecendo.

— Sim, Edward? – Ela questionou.

— Não podemos fazer isso. – Tentei ser racional, mas eu rezava que ela pegasse a razão naquele momento e jogasse na lata de lixo a alguns centímetros de distância.

— Fazer o que? – Ela fingiu inocência e eu a olhei confuso. O que diabos aconteceu com essa mulher?

Isso? – Ela perguntou, colocando sua mão por cima da minha calça, estrategicamente em cima do meu membro, que agora me entregava completamente.

— Sim...

— Você não quer? – Perguntou parecendo decepcionada.

— O que? Não, não é isso. Eu quero sim. – Tentei me explicar e ela me interrompeu.

— Então esquece o resto. Me faça sua, Edward. – Sua voz agora estava mais rouca, denunciando que ela também estava sentindo a mesma tensão que eu.

Segurei firmemente em sua cintura, sentindo finalmente sua pele quente e macia em meus braços, quando enfim alcancei seus lábios nos meus, a voz de Rose ecoou no ambiente.

Droga, a porra da caixa postal novamente. Ed, você vai almoçar comigo hoje, espero que não tenha esquecido. Quero conversar com você sobre a volta da megera, assim que ouvir essa mensagem retorne minha ligação. – A voz da minha irmã de repente sumiu e então abri meus olhos, apenas para constatar que tudo não passou de um maldito sonho.

Maldita hora quando decidi deixar uma secretária eletrônica em meu quarto.

Peguei meu celular e retornei para Rosalie, que não demorou nem dois segundos para atender.

— Bom dia raio de Sol! – Sua animação no momento me enojava.

— Bom dia raio de chuva. – Respondi e me sentei em minha cama, frustrado.

— Dormiu em uma cama de canivete, porra? Que mau humor é esse em conversar com sua irmã favorita? – Ela questionou.

— Você é minha única irmã, Rose. – Rebati.

— E justamente por isso que devo ser sua favorita. – Ela retrucou.

— Qual é o motivo da ligação? – Questionei me levantando e indo até o banheiro para fazer minha higiene pessoal.

— Você está mijando? Que nojo, cara. – Reclamou.

— Prossiga, Rose. Você ligou para...

— Enfim, eu te liguei para lembrar do nosso almoço mais tarde. – Respondeu como se fosse óbvio.

— Minha memória não é tão ruim assim e Mia já anotou na minha agenda. Fale o real motivo para o que você ligou, Rosalie. – Falei já me sentindo irritado.

— Ok, eu queria ver como você estava. Emm contou sobre o encontro com a megera. – Ela falou.

— Seu marido é um grande fofoqueiro. – Reclamei. — E Bella não é nenhuma megera, Emm sabe que você chama a irmã dele assim? – Questionei sabendo bem da resposta.

— Pelo bem do meu casamento, não. Só se eu quiser mais uma briga daquelas. Enfim, eu quero saber como você está, já faz tanto tempo...

— Eu estou bem, Rose, não se preocupe comigo. – Tentei acalmá-la.

— Como se isso fosse possível. Você vira outra pessoa quando ela está por perto. Parece um abestalhado, um cachorrinho pronto para fazer o que Isabella quer. – Ela retrucou.

— Eu prometi ao meu melhor amigo que iria cuidar dela, eu apenas estou cumprindo a minha promessa.

— Seu amigo tinha alguma noção que seu cuidado incluía ficar apaixonado pela esposa dele? Eu acho que não. – Retrucou, visivelmente irritada.

Quando permaneci em silêncio depois de suas palavras, Rose suspirou, exausta.

— Me desculpe, ok? Eu apenas te amo muito para deixar que você fique quebrado novamente. Demorou tanto para você superar isso, eu só não quero que tudo se repita. – Ela falou depois de um tempo.

— Não há nada a ser superado, Rose. Te vejo na hora do almoço, amo você. – Antes que minha irmã mais velha pudesse responder, desliguei a ligação.

Quem eu queria enganar? Eu acabei de ter um sonho com a mulher que eu jurava ter superado e agora me sentia culpado por toda a merda de situação que me encontrava.

Abri o box e permiti que a água quente trouxesse algum resquício de sanidade para minha mente.

Assim como todo o meu final de semana tentando criar frases que fizessem sentido quando eu fosse conversar com Bella, no chuveiro essa saga ainda continuava. Nada funcionou, e eu parecia ridículo agora ensaiando no espelho enquanto escovava os dentes.

Por ter passado a madrugada de domingo em claro, quando o despertador apitou às 5:45 da manhã, eu já estava acordado, porém cai no erro de cochilar e levantar às 6:10 após o sonho interrompido.

Nessa manhã me dei ao luxo de demorar mais do que o necessário no banho enquanto ensaiava possíveis falas e tentei, falhando miseravelmente, pentear meu cabelo para que não parecesse que eu tinha levado um choque ou algo assim.

Talvez eu tenha exagerado um pouco no perfume, porém, não é necessariamente minha culpa. A ansiedade de ver a mulher que tirava toda a minha sanidade era inevitável e extremamente irritante para um homem adulto como eu.

Agora com meu quarto arrumado, assim como eu, que estava devidamente vestido, peguei minha maleta e as chaves do carro. Por já ter feito minha higiene bucal, optei por apenas esperar que Mia trouxesse meu café no escritório.

Minha cabeça estava tão a mil, com tantas linhas de raciocínio que eu nem mesmo estava com fome. Incrivelmente, todas as linhas de pensamento me levavam a uma específica situação.

Meu reencontro com ela.

O reencontro oficial, o exato momento em que eu iria conhecer novamente Isabella. Não apenas a Bella viúva do meu melhor amigo de infância e sim, Isabella Swan, a minha nova diretora de Finanças.


Sou só eu e o Edward ou tem mais alguém mordendo os dedinhos esperando o reencontro com a viúva?

Como hoje a autora está inspirada... vem aí o próximo cap hoje mesmo!