Como prometido, mais um cap fresquinho...

Aproveitem!


EDWARD POV

Estacionei meu carro na mesma vaga de sempre, observando o carro ao lado do meu, dando graças aos Céus por minha secretária já ter chegado.

Ela pode não ser a mais esperta de todas que trabalharam comigo nesses últimos três anos, mas definitivamente sua melhor qualidade era ser sempre tão pontual.

Procurei pela caminhonete vermelha de Bella e não a encontrei na vaga reservada para ela. Ok, isso era bom, quanto mais tarde nos vermos, mais tempo terei para me preparar.

Apertei o botão do último andar do elevador e esperei pacientemente enquanto o mesmo subia por todos os andares até finalmente chegar no meu.

Olhei pelo espelho ridiculamente limpo e tentei mais uma vez domar meu cabelo, o que novamente não funcionou. Desisti de tentar consertar o inevitável e sai do elevador assim que as portas se abriram.

Enquanto caminhava em direção a minha sala, avistei uma mulher em um vestido cinza e com salto de cor semelhante, seu cabelo preso estava em um rabo de cavalo milimetricamente arrumado conversando de forma animada com minha secretária em sua mesa.

Agora eu podia perceber que aquela mulher era Bella, senão por suas características físicas, por sua risada que eu julguei ter esquecido, salvo nosso inesperado encontro no bar.

Mia foi a primeira a notar minha presença e se antes sua risada era estrondosa, agora era apenas um riso contido por minha presença.

Porra, eu odiava esse estereótipo de chefe que vinha junto de ser o dono de uma empresa, eu simplesmente detestava ser o cara que causava receio nas pessoas.

— Bom dia, Mia. – Cumprimentei minha secretária que me ofereceu um sorriso e prontamente me respondeu.

— Bom dia, Senhor Cullen. – Foi sua resposta.

— Bom dia, Senhorita Swan. – Tentei ser o mais impessoal possível, não sabia se chamá-la por seu habitual apelido era o adequado no momento. — Eu não vi sua caminhonete na garagem. – Comentei.

Bella fez uma careta ao meu cumprimento, o que estranhei.

— Eu odeio essa formalidade e você sabe disso desde sempre. Isabella ou Bella é o normal para mim, Senhor Cullen. – Ela frisou a forma como Mia me chamou, provavelmente ela estranhou porque não era assim que eu preferia ser tratado por meus funcionários. — E minha caminhonete ficou com Charlie, amo minha filha, mas ela não iria aguentar viver em um lugar tão agitado como Seattle. – Completou.

— Não é culpa minha se ela simplesmente não aceita me chamar por Edward. – Respondi ao questionamento que Bella provavelmente tinha em sua mente.

— É falta de costume, Senh... Edward. – Mia respondeu agora envergonhada.

— Não tem problema. Você já enviou minha agenda para o meu email? – Perguntei e ela prontamente assentiu. — Bella, já informaram qual a sua sala? – Questionei.

— Sim, é bem ali, olha. – Ela apontou para a sala vazia, próxima a minha. — Você ainda vai ter que aguentar minha presença, como nos velhos tempos. – Ela sorriu, o que a todo custo eu tentei retribuir.

Céus, tão perto de mim. Isso era uma benção ou um azar para minha integridade mental? Eu não saberia dizer.

— Hmm, ok. Você já organizou suas coisas? Caso tenha alguma preferência ou qualquer dúvida, Mia pode ajudá-la nisso. Quando você terminar de se organizar venha até minha sala, por favor. Iremos discutir sobre seu cargo, as responsabilidades do mesmo e claro, seu salário. – Expliquei.

Ela revirou os olhos o que fez com que eu e Mia sorríssemos.

— Estou tão animada. – Respondeu irônica.

— Fico feliz em saber disso, é bom tê-la de volta. – Respondi sincero, o que de alguma forma fez com que Bella ficasse levemente desconfortável.

— Eu não tive escolha, você sabe. – Respondeu enquanto eu agora me dirigia até a minha sala.

— Mesmo assim. – Retruquei fechando a porta.

Bom, começamos o dia sem gaguejar em uma frase. Eu não sei para vocês, mas para mim isso é um avanço significativo.

Durante o resto da minha manhã, gastei toda a minha energia analisando contratos, olhando os lucros da empresa e fazendo algumas anotações do que eu achava que precisava melhorar.

Geralmente, se fosse outra pessoa em meu lugar, provavelmente seria contratado alguém para esse serviço, mas era algo que eu fazia questão de tomar a frente. Posso parecer arrogante ou até mesmo presunçoso, porém, eu não conseguia pensar em uma pessoa melhor para analisar aquilo que eu mesmo criei.

Quero dizer, o meu suor e o suor do meu melhor amigo estava ali, demos duro para criar tudo o que temos hoje. Eu via mais do que como uma obrigação manter tudo da melhor forma, senão por mim, por sua memória.

Enquanto lia pela terceira vez mais um dos inúmeros contratos, percebi o movimente na entrada da porta do meu escritório, levantei meus olhos, os óculos escorregando brevemente em meu nariz, quando percebi que era Bella.

— Já foi almoçar? – Ela perguntou e eu olhei rapidamente o relógio em meu pulso, faltavam alguns minutos até que eu precisasse descer para encontrar Rose no restaurante que combinamos.

— Ainda não, estou lendo alguns contratos, fazendo alguns relatórios. E você? – Perguntei.

Ela estava com uma bolsa em sua mão, e uma garrafa de suco verde. Meu Deus, minha alimentação era podre se comparada a dela.

— Ia perguntar se você queria almoçar comigo. Não tenho muitos amigos aqui. – Ela respondeu, mordendo levemente seus lábios, sua conhecida característica de quando estava nervosa.

— Por qual motivo? Não estão te tratando bem? – Questionei preocupado.

— Não! Todos estão me tratando bem. – Ela se apoiou em um dos seus pés. — É só eu sendo tão paranoica, entende? Eu aceito e entendo as condolências de todos e sei que são apenas palavras de conforto, mas estou tão casada de ser "a viúva". Só queria ser a Isabella, é pedir muito? – Desabafou.

Eu assenti, de certa forma eu compreendia o que Bella queria dizer. Já era doloroso demais para ela estar de volta, creio eu que toda vez que alguém lhe oferecia uma palavra de conforto, sua mente revivia os momentos que ela mesma fazia questão de guardar em um espaço desconhecido em sua mente.

— Eu estou sendo ridícula e ingrata, certo? Eu vou te deixar trabalhar, nos vemos outra hora. – Ela falou culpada, provavelmente entendendo meu silêncio de forma negativa.

— Isabella, espera. – Pedi. — Eu tenho um almoço marcado com Rose para mais tarde. Se você quiser, fique aqui e almoce, podemos conversar enquanto eu analiso esses papéis, se você não se importar, claro. – Ofereci, sendo agraciado com seu lindo sorriso.

— Certeza de que não vou te atrapalhar? – Ela questionou e apenas neguei com a cabeça.

Esperei que ela se sentasse no enorme sofá que havia na sala, ou até mesmo nas cadeiras disponíveis na pequena copa em meu escritório, mas Bella apenas pegou uma das cadeiras onde alguns executivos se sentavam para reuniões comigo e colocou em meu lado.

Quando olhei para ela, Bella ainda estava sorrindo para mim, o que me deixou de certa forma desconcertado. Por Deus, eu voltei a agir como um adolescente.

— Óculos? – Questionou.

— Sim, eu sou um grande amante de lentes, mas por conta do exagero ao usá-las, fui orientado a dar uma chance para o Edward quatro olhos. – Zombei de mim mesmo, o que fez Bella sorrir, fazendo com que eu risse também.

— Eu gosto dos óculos, me lembrou de quando eu comecei a trabalhar aqui. Você usava aqueles óculos remendado com fita e sabe-se Deus com mais o que.

— Era apenas fita e por favor, vamos fingir que isso nunca existiu, pelo bem da nossa amizade. – Pedi, sentindo meu rosto esquentar significativamente com as recentes lembranças.

— Ok, nada dessas lembranças, então. – Respondeu. — E como que foi esses anos sem mim? Aceita? – Perguntou, oferecendo suas cenouras.

Agradeci e peguei uma, apenas por educação e para tentar explicar como foram os últimos anos sem Bella. Com a comida na boca eu teria mais tempo para pensar.

— Foi normal...

— Normal? – Ela fingiu estar desapontada.

— Sim, você sabe, alguns choraram, outros entraram em uma enorme depressão e teve até alguns que comemoraram quando você não voltou. – Brinquei.

— Essa com certeza foi Rosalie. – Ela entrou na brincadeira e eu sorri.

— Ela não é tão ruim assim. Rose é muito intensa e protetora, mesmo que ninguém tenha pedido sua proteção. – Expliquei e Bella acenou.

— Eu apenas queria entender por que ela começou a me odiar do nada. Não éramos melhores amigas nem nada, mas eu fui sua madrinha de casamento e Alice e eu até planejamos dias de compras. Essas coisas unem mulheres, certo? – Perguntou.

Como explicar a Bella que minha irmã apenas a odiava por minha culpa? Pelo amor platônico que eu nutria, guardando a sete chaves meus sentimentos, deixando meus desejos de lado apenas para não machucar quem eu amava.

— Rose é de fases. Em breve ela vai perceber que está agindo de forma infantil e voltará tudo ao normal. – Assegurei, sem muita certeza.

— Eu realmente não me importo que ela não fale comigo. Só é um saco eu não poder visitar meu irmão. – Reclamou, comendo agora outros dos legumes em sua pequena vasilha.

— Ela não te deixa ir à casa dela? – Perguntei.

— Ela nunca falou com todas as palavras, mas eu tenho um senso, sabe? Não quero ter uma relação ruim com minha cunhada, isso é uma merda para Emmett, ter que ficar pisando em ovos nesse assunto, é uma grande merda. – Falou exasperada. — Enfim, chega de falar sobre sua irmã.

— Por que não falamos de como foi para você estar fora? – Perguntei esperando que ela ficasse receosa, o que não aconteceu.

— Foi bom, eu fiz alguns cursos na Suécia, na Suíça, visitei alguns parentes no México. Basicamente fiquei soterrada em estudos, tequila e novamente estudos. – Sorriu.

— México? Reneé não quis ir com você? – Perguntei.

— Ela até quis, mas desistiu da ideia quando Charlie decidiu ficar. Eu senti como se estivesse em uma viagem no tempo, um djavu. – Explicou.

— Até hoje você não explicou como foi essa história do México. – Lembrei.

— Você ainda tem quanto tempo? – Perguntou.

— Aproximadamente meia hora. – Constatei olhando no ponteiro pendurado em cima da porta.

— Ok, é um bom tempo. Desde o começo? – Questionou.

— Claro.

— Tudo bem. Bom, você sabe que Emmett é meu meio irmão, certo? – Assenti. — Pois bem, quando Reneé conheceu Charlie, ele já tinha Emm de outro casamento, mas meu irmão tem Reneé como sua mãe. Pouco tempo depois que meus pais se casaram, eu cheguei, tudo era bem feliz até os meus 5, 6 anos, que foi quando Reneé decidiu que sentia saudade do México e ela tinha conseguido uma boa oportunidade lá, vendendo suas pinturas e tudo mais. Charlie simplesmente não quis largar o emprego dele para se aventurar no mundo e eu não queria deixar minha mãe sozinha. Foi quando eles decidiram dar um tempo na relação, se é que podemos falar que eles ficaram verdadeiramente separados – Riu. — Enfim, eu fiquei em média dois anos no México, eu estudava em escola integral e quando minha mãe não podia ficar comigo, eu ficava com Madalena, que é minha tia avó. No nosso último ano no México, minha mãe descobriu que estava grávida, não existia dúvidas que Alice também era filha Charlie, já que meus pais tinham recorrentes recaída de ex, sabe? Então minha mãe terminou o curso e voltamos para Seattle assim que Alice nasceu, toda a família estava reunida naquele momento. Um mês depois Reneé e Charlie compraram uma casa em Forks, para fugir da cidade grande e assim vivemos nossas vidas. Emmett conseguiu um bom emprego aqui, eu fiquei sabendo da oportunidade, mas não queria conseguir uma boa vaga apenas por influência do meu irmão. Assim que terminei minha faculdade, tentei a vaga sem falar nada com ninguém e consegui como sua assistente. O resto você já sabe como andou, porém, agora eu tenho uma especialização, um mestrado e estou caminhando para terminar meu doutorado antes do 29. Ficou impactado? – Perguntou irônica.

— Eu estou. Nunca pensei que tinha tanta história assim envolvendo seus pais. – Respondi verdadeiramente surpreso.

— Pois é, eles tiveram uma linda história de amor. – Bella concordou, agora parecendo triste.

— Já terminou? – Perguntei pelo seu almoço, no intuito de mudar de assunto.

— Sim, apenas alguns legumes para manter uma boa alimentação, Alice está enchendo minha paciência com isso. – Reclamou.

— Nem me fale, eu conheço irmãs irritantes como a palma da minha mão.

— Eu não duvido disso. Bom, vou deixar você se arrumar para encontrar sua irmã irritante. – Ela respondeu se levantando, guardando o que ela usou para se alimentar.

— Eu queria poder ficar mais, mas ela provavelmente já está me esperando. – Me levantei também.

— Quase me esqueci. – Ela parou em frente a porta, virando-se para mim. — Eu estou desarrumando algumas coisas dele que estavam no apartamento porque vou me mudar para um menor, tem algumas coisas da faculdade lá, se você quiser buscar no fim de semana. Decidi tirar tudo da caixa e dar o que tem de bom para doação. Se não quiser perder alguma coisa, me avise que vou guardar. – Falou.

— Eu vou te avisar até sexta com certeza, mas se quiser, posso ir no sábado, te ajudar a empacotar todas as caixas. – Ofereci.

— Tudo bem, provavelmente Alice e Jasper vão também, sinta-se à vontade para convidar sua irmã, Emm ainda não garantiu se vai. – Respondeu.

— Vou conversar com Rose. – Assegurei.

— Ok, agora vou trabalhar, bom almoço, Edward. – Ela se despediu e eu apenas agradeci.

Depois de tanto tempo eu fiquei no mesmo ambiente que Bella e tudo parecia como antes, como se ela nunca tivesse ido embora.

Vesti novamente meu terno, pegando meu celular e minha carteira, preocupado em não chegar atrasado afinal eu precisava manter Rosalie de bom humor se quisesse convencê-la a ir até o antigo apartamento de Bella conosco.


E essa foi a att de hoje, me contem o que estão achando!