E veio ai mais um capítulooo, acreditem ou não mas esse é o começo do fim da nossa história da viúva...
Vamos lá ver o que vai acontecer hoje!
EDWARD POV
Era mais uma sexta-feira e eu estava exausto de tantos compromissos. Quando criei a empresa, tinha plena consciência de que seria um desafio mas sinceramente? Caius era o cara das reuniões, congressos e compromissos fora do país.
Essa é a parte negativa dos negócios, eu gostava da parte de viajar em si mas era sempre tão solitário que havia apenas trabalho e zero diversão.
Passei todo o começo da semana em um evento na Alemanha e isso só reforçou o quanto odeio essas viagens. Durante todo esse tempo, eu e Bella nos comunicávamos por vídeo chamada ou por mensagens do dia. Mas desde que eu não podia tocá-la pessoalmente, apenas observar enquanto ela se vestia por um mero celular, era o suficiente para que eu adiantasse todos os compromissos para enfim voltar para Seattle.
Não tivemos um tempo a sós, apenas nos cumprimentamos no elevador da empresa, porém, como o mesmo estava cheio, nem tive chance de ao menos roubar um beijo seu.
Como se fosse atraída pelos meus pensamentos, pude ver de minha sala, que atualmente estava com a porta aberta, Isabella saindo do elevador, cumprimentando rapidamente Mia e vindo em minha direção.
Ela estava perfeita naquele vestido vermelho, justo nos locais ideais e com o busto marcado como um sutiã meia taça, seu cabelo estava preso apenas nas laterais, dando a ela uma aparência mais leve, diferente da Bella que voltou para Seattle com roupas escuras e aparência mais abatida.
Assim que percebeu que eu a estava analisando, Isabella sorriu, sorriso esse que devolvi assim que ela encostou a porta, nos deixando a sós.
— Como foi a Alemanha? – Questionou se ajeitando em meu colo, enquanto eu me recostava na cadeira.
— Entediante, frio e sem diversão. – Fui sincero.
— Eu gostei de visitar a Alemanha, foi... inspirador? Não sei bem se posso usar essa palavra. – Ela riu e seu olhar se perdeu por um momento.
Coloquei a mão em seu queixo, fazendo com que ela olhasse para mim. Seus olhos tentavam me dizer algo que ela não queria que eu soubesse.
— O que houve? – Questionei.
— Por que acha que aconteceu alguma coisa? – Ela sorriu novamente e era nítido que era um sorriso forçado.
— Fala, Bella. – Insisti.
— Não é nada, eu meio que briguei com Alice mais cedo. Não é nada demais, sério, não se preocupa com isso. – Ela respondeu e soube que não havia momento para discussão, mas eu descobriria o que de fato aconteceu.
— Tudo bem. Eu pensei que poderíamos jantar hoje, o que você acha? – Indaguei.
— Eu acho uma boa ideia, sinceramente estou com zero paciência para cozinhar alguma coisa. – Respondeu.
— Te espero na garagem às 19:00, tudo bem? – Beijei sua mão que acariciava meu cabelo.
— Sim, às 19:00 te encontrarei, Sr. Cullen. – Ela respondeu e beijou levemente os meus lábios.
Antes que eu pudesse ter a chance de intensificar os beijos, Isabella se levantou do meu colo, ajeitando seu vestido que subiu levemente e se despediu, afirmando que estava atrasada para uma reunião.
Durante todo o resto do dia, fiquei preso em uma pilha de papéis dos quais eu devia analisar e assinar caso concordasse com os termos, a missão foi menos entediante com a presença de Mia.
Ela lia os contratos mais longos e fazia um breve resumo das partes mais importantes e assim, caso eu concordasse, assinaria. Caso não, Mia iria entrar em contato com a empresa para renegociar ou para cancelar a parceria.
Quando meu relógio marcou 18:50, Mia já tinha ido embora para casa, e então era apenas eu e os papéis, que felizmente haviam acabado.
Peguei minha maleta, meu celular e a chave do carro, deixando o resto dos contratos na mesa de Mia, para que ela enviasse ao jurídico novamente.
Apertei o botão e esperei ansiosamente pelo elevador, a sala de Isabella estava vazia então provavelmente ela já tinha descido antes mesmo que eu pudesse notar.
Assim que o elevador chegou ao meu andar, cumprimentei o rapaz que também estava descendo, que reconheci ser o estagiário do RH.
Passamos todo o trajeto em silêncio e assim que chegamos, ele se despediu e foi em direção ao seu carro. Como eu já havia deduzido, Bella estava ao lado do seu carro, me esperando.
— Demorei? – Questionei.
— Não o suficiente para que eu ficasse entediada. – Sorriu, desligando o celular e o guardando na bolsa.
— Cada um vai no seu? – Indaguei me referindo aos nossos carros.
— É melhor né? Não quero deixar meu bebê nesse frio. – Ela riu.
Assenti sorrindo também e fui em direção ao meu carro.
— Me segue então. – Pedi e ela concordou, entrando em seu próprio carro.
Dirigi até um restaurante de comida italiana que havia próximo ao prédio da empresa. Estacionei meu carro e esperei que Bella estacionasse o dela.
Assim que ela desceu do carro, me surpreendi quando ela segurou em minha mão quando entramos no local.
Algo comum? Sim, para qualquer outra pessoa, mas apenas o ato dela decidir pegar em minha mão para que caminhássemos juntos, foi o suficiente para fazer com que eu ficasse com um sorriso de orelha a orelha.
Durante todo o jantar permaneci com o sorriso no rosto após esse acontecimento, enquanto Bella comentava tudo que fez durante a semana. Quando enfim terminamos, esperamos para pagar a conta.
— Já está cansada? – Perguntei quando ela se apoiou em meu ombro.
— Não, não quero terminar a noite ainda. – Sorriu agarrando em minha cintura.
Eu entendia aquele sorriso, quase uma semana longe dela, eu não podia julgar Bella por querer tanto aquilo quanto eu.
— Podemos ir para sua casa, se você quiser, é até mais perto. – Ofereci e ela ficou rígida.
— Eu acho melhor não. – Ela falou rapidamente e eu a olhei confuso com sua mudança de humor. — Quer dizer, eu meio que adotei um cachorro, sabe? E ele é bem bravo, estou adestrando ele ainda, é melhor deixar para outro dia. – Ela novamente forçou um sorriso.
— Tudo bem, podemos ficar no meu apartamento mesmo. – Ofereci novamente e ela concordou, parecendo mais relaxada.
Que estranho...
Paguei a conta e voltamos novamente para nossos carros, enquanto fazia meu caminho, olhava atento ao retrovisor para ver se Bella estava me seguindo.
Assim que chegamos em meu prédio, deixei o espaço para que ela usasse minha vaga de visitante e quando ela saiu com sua bolsa do carro, apertei o botão do elevador, para enfim chegarmos até o meu andar.
Já dentro do meu apartamento, tirei o terno ficando apenas com minha camisa, guardando a maleta em cima de uma das prateleiras da sala de estar.
— Aceita uma água, vinho, suco? – Questionei quando a deixei na sala, indo até a cozinha.
— Vinho seria bom. – Ela respondeu e eu peguei a garrafa, em seguida duas taças.
Só de meias, voltei para a sala e me sentei ao lado de Bella, servindo nós dois. Permanecemos em um silêncio agradável apenas degustando o vinho, porém o silêncio foi interrompido pelo barulho da campainha.
— Você está esperando alguém? – Ela questionou.
— Não, não que eu me lembre pelo menos. – Respondi me levantando para abrir a porta.
No momento em que olhei quem estava na porta, soube que vinha bomba.
— Ah, porra, fiquei com medo de não te encontrar em casa. – Rosalie falou da porta.
Minha irmã olhou para dentro do meu apartamento e soube que eu estava acompanhado, antes que eu pudesse falar algo, Bella apareceu em minhas costas.
— Boa noite, Rosalie. – Ela cumprimentou.
— Boa noite, Isabella. – Minha irmã forçou um sorriso.
Merda, isso só pode dar em merda.
— Ao que devo a honra de sua visita? – Questionei minha irmã, fazendo com que ela desviasse o olhar mortal que mantinha como Bella.
— Emm teve uma festa da empresa há duas quadras daqui, pensei em fazer uma visita, toma, eu trouxe pavê. Acho que fiz demais para a quantidade de pessoas. – Ela me entregou a travessa com pavê de chocolate. — Coloca logo na geladeira ou pode estragar.
— Tudo bem, entra Rose, não fica aí no corredor. – Pedi abrindo espaço para minha irmã enquanto ia até a cozinha.
Me arrependi no mesmo instante em deixá-las sozinha no mesmo ambiente mas já era tarde demais, eu só devia logo guardar o pavê e voltar para a sala.
Quando estava na porta da cozinha, voltando para a sala, pude ouvir uma parte da conversa das duas.
— Olha aqui Isabella, em respeito ao meu irmão, eu tolero você mas eu já vou avisando, se você foder com o coração dele mais uma vez, eu não vou hesitar em dar na sua cara. – Minha irmã ameaçou.
— Eu não me importo com sua tolerância, Rosalie. E fique despreocupada, não é com o coração do seu irmão que quero e estou fodendo. – Bella retrucou de forma desafiadora.
Meu Deus, é agora que tudo vai virar o caos. Esse é o momento em que eu devia aparecer? Entrei na sala e pigarreei, interrompendo o momento das duas.
— Muito obrigado pelo pavê, Rose. – Agradeci minha irmã.
— De nada, otário. Bom, vou descer, Emm está me esperando no carro, te vejo depois? – Ela questionou e eu assenti. — Boa noite. – Ela desejou antes que eu pudesse fechar a porta.
Assim que fechei a porta, voltei minha atenção para Bella, que agora parecia séria demais.
— Sua irmã me odeia. – Comentou.
— Ela não te odeia, Bella. – Retruquei e ela arqueou suas sobrancelhas. — Ok, talvez ela possa odiar um pouco, mas não leva para o lado pessoal. – Pedi.
— Eu não espero aprovação da sua irmã, Edward. Somos adultos e eu fui sincera com você desde o primeiro momento. – Ela falou.
— Eu sei, Bella. Apenas esquece isso, ok? Vamos apenas seguir com nossa noite. – Respondi e Bella assentiu voltando a beber seu vinho.
Depois de algumas taças, nossa noite terminou em minha cama, deixando para fora do quarto os problemas, os dois focados em dar prazer um ao outro.
Como todas as noites em que transávamos, Bella vestiu sua roupa novamente e dessa vez se despediu. A acompanhei até a garagem do prédio e observei enquanto seu carro sumia no fim da rua.
Voltei para o meu apartamento e lavei as taças. Tranquei as portas e fui para o quarto, tomando um banho antes de cair destruído em minha cama. Mesmo que ela não estivesse ali mais, eu ainda podia sentir o cheiro do seu perfume e foi assim que consegui dormir, enganando meu subconsciente de que aquele travesseiro que eu abraçava era Bella.
Acordei na manhã seguinte sentindo todo o meu corpo dolorido, talvez eu tenha dormido de mal jeito mas eu sentia como se tivesse levado uma surra durante a noite. Tomei um relaxante muscular e preparei torradas para que pudesse comer com o suco que havia na geladeira.
Quando terminei de me alimentar, fui para o quarto e arrumei minha cama, tomando banho em seguida.
Era sábado de manhã, eu não tinha mais nada para fazer então decidi ficar deitado esperando a hora passar.
Pouco depois do almoço eu já estava entediado demais. Decidi tentar a sorte e mandar mensagem para Bella. Aparentemente ela ainda não tinha lido.
Será que era uma boa ideia aparecer em sua porta com um pedaço do pavê de Rose? Era a sobremesa preferida de Bella e ela nem mesmo teve tempo de comer.
Eu iria tentar a sorte, o máximo que pode acontecer é ela não querer abrir a porta para mim. Ela não faria isso, certo?
Fui o mais rápido possível pegar uma regata e uma bermuda, eu iria só até a casa de Bella mesmo e o tempo estava quente, então preferi ficar confortável, eliminando os sapatos do dia a dia para usar chinelo.
Peguei o pavê, as chaves e o meu celular. Assim que desliguei as luzes e tranquei a porta do apartamento, apertei o botão do elevador. Naquele momento meu lado pessimista quis dar as caras, imaginando diversos cenários negativos sobre a minha ida surpresa até o apartamento de Bella.
Entrei no carro e liguei o som alto o suficiente para abafar meus pensamentos. A casa de Bella não era tão longe da minha, então em poucos minutos eu já estava em frente ao seu prédio. Por já me conhecer do dia da mudança, o porteiro deixou que eu subisse sem interfonar.
Antes ele tivesse interfonado, dessa forma eu não estaria paralisado em frente a porta de Isabella, na dúvida se apertava a campainha ou não.
Quando enfim decidi apertar, pude ouvir sua voz próximo a porta. Minha mão começou a suar de nervoso e fiquei receosa de que a travessa de patê caísse da minha mão.
— Venha Scott, você ainda é um bebê, precisa se exercitar para criar músculos. – Ela falava de forma infantil quando abriu a porta.
Bella parecia uma estátua, provavelmente surpresa demais que eu estivesse em sua porta.
Ao seu lado, o bulldog branco olhava confuso entre sua dona e o desconhecido que estava em sua porta. Era esse o cachorro nervoso? Ele estava calmo demais cheirando e lambendo meus pés.
— Edward? – Ela questionou provavelmente na dúvida se estava delirando ou não.
— Ei, Bella. Desculpa aparecer de surpresa. É só que eu sei que você ama pavê e você nem conseguiu trazer um pedaço, eu até mesmo esqueci de falar algo. Me desculpe por aparecer assim de surpresa, eu devia mesmo ter avisado. – Comecei a divagar, me sentindo um idiota.
— Está tudo bem, Edward. Muito obrigada por ter lembrado de me dar um pedaço, é muita gentileza da sua parte. – Ela agradeceu parecendo sair do transe. Ficamos em um silêncio constrangedor e comecei a ter a dúvida se era nesse momento em que eu me despedia e voltava para casa.
— Edward, esse é o Scott. Scott, esse é o Edward. – Ela me apresentou ao cachorro e eu sorri quando ele mordeu o dedo do meu pé.
Acariciei sua cabeça receoso pois Bella afirmou que ele era bravo, mas até então ele parecia um doce de cachorro.
— Você adestrou ele bem. – Comentei.
— É, ele aprende rápido. – Ela estava corada. — Vamos passear um pouco no parque agora, quer nos acompanhar? – Indagou.
— Ah, não precisa, não quero atrapalhar.
— Não vai! Scott não convive com muita gente, vai ser bom para ele. – Ela afirmou e eu concordei.
Esperei que ela pegasse a guia e as sacolas para recolher caso ele decidisse ter seu momento na natureza.
Descemos e fomos até o parque, que era duas quadras longe do apartamento de Bella.
Passamos algumas horas observando as pessoas no parque enquanto o pequeno cachorrinho se divertia.
Comprei uma bola para ele no meio do caminho e o pequenininho estava se divertindo em pegar a bola e me devolver.
— Bravo, hein? – Impliquei com Bella enquanto Scott lambia adoidado meu rosto.
— Edward... – Ela começou a falar envergonhada.
— Não precisava ter mentido, Bella. Eu entendo que você não está preparada para ter seu espaço invadido dessa forma. – A tranquilizei.
Não precisava ser tão inteligente para perceber que Bella havia mentido mas de certa forma, eu a entendia, Bella era fiel demais a lembrança do seu falecido marido e eu não iria contra isso.
— Mesmo assim, eu falei que sempre seria sincera e não fui, me perdoa. – Ela pediu arrependida.
— Está tudo bem, não se culpe por isso. – Respondi.
Continuamos brincando com Scott até que o tempo começou a escurecer, sinalizando que já era hora de voltar para casa.
Saímos do parque e fizemos novamente o caminho de volta para a casa de Bella.
— Quer subir? – Perguntou quando estávamos em frente ao seu prédio.
— Não, hoje não. Tenho que fazer algumas coisas em casa, fica para a próxima.
— Tudo bem... Até segunda-feira, Edward.
— Até, Bella. – Me despedi dela e entrei em meu carro.
Dirigi de volta para casa com a certeza de que era um mentiroso. Eu não tinha nada para fazer em casa, mas estava chateado demais para ficar com ela hoje então o ideal seria ficar um tempo sozinho.
Passei em uma mercearia e comprei um pote de sorvete de menta. Talvez tudo que eu precise agora seja uma boa e velha maratona de Velozes e Furiosos.
E aí? O que acharam do capítulo? Comentem!
