Cap. 37 – O convidado especial

Após a troca de palavras ambíguas e a concordância sobre a necessidade da violência, Morgana e Cygnus permaneceram na sala, cercados por uma atmosfera carregada. A aura obscura de Morgana pairava ao redor dela, emitindo uma presença intensa e inquietante. Ambos sabiam que estavam em território sombrio, explorando temas profundos e perigosos.

Os olhares se encontraram, e um silêncio tenso permeou o ambiente. Era como se ambos estivessem testando os limites um do outro, buscando entender até onde estavam dispostos a ir em nome de seus objetivos. Morgana manteve seu sorriso sutil, mas havia uma pitada de malícia em seus olhos, indicando que ela estava disposta a enfrentar qualquer desafio que se apresentasse.

Cygnus, por sua vez, permaneceu sereno, mas havia um brilho de admiração e respeito em seu olhar. Ele entendia que Morgana não era uma bruxa comum e que suas habilidades poderiam ser valiosas para a causa que ele defendia. No entanto, também sabia que lidar com alguém tão poderoso e imprevisível poderia ser perigoso.

A conversa havia deixado um ar de tensão no ar, e ambos estavam cientes de que haviam tocado em assuntos delicados. No entanto, por enquanto, eles mantiveram suas cartas próximas ao peito, cada um medindo o outro enquanto a aura obscura de Morgana continuava a pairar, lembrando a todos ali presente da força que ela representava.

De repente Bellatrix entrou na sala com um sorriso imenso e empolgado que iluminou o ambiente sombrio. Seus olhos brilhavam com uma intensidade quase maníaca, e sua expressão exalava excitação. Ela não podia esconder sua ansiedade enquanto proclamava a notícia.

- O convidado especial está prestes a chegar! – exclamou Bellatrix com um entusiasmo palpável. Seu tom de voz era agudo e animado, e sua presença na sala era eletrizante.

O clima tenso que havia se instalado antes da entrada de Bellatrix foi momentaneamente dissipado pela energia exuberante dela.

Morgana e Cygnus deixaram a sala secundária, após o aviso de Bellatrix e se juntaram aos outros na festa. Morgana sentia uma curiosidade inquietante em relação ao convidado especial que Bellatrix mencionara. Embora não soubesse ao certo quem poderia ser, uma parte dela tinha uma intuição sombria de que poderia se tratar de alguém perigoso, possivelmente até Lorde Voldemort.

Enquanto se aproximava de Igor e de seus amigos, Morgana tentava disfarçar sua apreensão, mantendo sua expressão serena. Ela queria aproveitar a festa, mas também estava alerta para qualquer desenvolvimento que pudesse surgir. A atmosfera na festa era peculiar, carregada de expectativas e mistério devido à iminente chegada desse convidado especial. Morgana trocou algumas palavras com seus amigos, tentando dissipar a tensão que sentia no ar enquanto aguardavam o desenrolar dos eventos.

A atmosfera na festa ficou tensa e solene quando o convidado especial chegou. O silêncio caiu sobre os presentes, e uma reverência respeitosa tomou conta da sala. Alguns dos presentes se curvaram profundamente, demonstrando sua deferência, enquanto os mais jovens inclinaram a cabeça em sinal de respeito quando o convidado passou por eles.

A chegada desse convidado especial trouxe consigo uma aura de autoridade e poder, e estava claro que ele era uma figura de grande importância para os presentes. Morgana observou atentamente, ansiosa para identificar quem era essa misteriosa figura que gerava tanto respeito e reverência entre os presentes. A curiosidade e a tensão na sala eram palpáveis enquanto todos aguardavam o desenrolar dos eventos.

Morgana sentiu um arrepio percorrer sua espinha quando os olhos do convidado especial se encontraram com os seus. Seu coração disparou, e uma onda de choque percorreu seu corpo. Não havia dúvida, ela reconheceria aqueles olhos vermelhos cruéis em qualquer lugar. O sangue em suas veias gelou quando ela percebeu quem estava diante dela. Era Voldemort, o Lorde das Trevas.

No entanto, a imagem que ela tinha dele de sua vida como Hermione não coincidia com o homem diante dela. Ele não possuía a fisionomia de cobra que ela lembrava, mas sua presença era igualmente ameaçadora. Morgana se viu paralisada por um momento, enquanto Voldemort permanecia ali, emanando uma aura de poder e crueldade. A tensão na sala aumentou ainda mais, e todos os presentes observavam atentamente, cientes da presença do Lorde das Trevas.

À medida que Voldemort se aproximava de Morgana e de seus amigos mais jovens, a atmosfera ficava carregada de tensão. Seus seguidores, Comensais da Morte de alto escalão, o acompanhavam, incluindo Cygnus Black e Randolph Lestrange. O ambiente ao redor parecia congelar, e todos se conscientizaram da presença ameaçadora do Lorde das Trevas. Voldemort dirigiu seu olhar penetrante para Morgana, um olhar que parecia ler sua alma. Sua mera presença era opressora, e todos sabiam que estavam diante de um dos bruxos mais poderosos e perigosos do mundo mágico.

A aura de Voldemort era verdadeiramente avassaladora, uma presença que parecia se estender como uma sombra negra sobre todos ao seu redor. Era uma força opressora, irresistível e instigante, que ameaçava envolver todos com sua escuridão. A mera proximidade dele fazia com que Morgana sentisse a tentação de liberar sua própria aura obscura, como se suas energias escuras estivessem chamando uma à outra. Morgana lutava para manter sua aura sob controle, sabendo que se cedesse à tentação, poderia atrair uma atenção indesejada e consequências terríveis.

Voldemort, com seus olhos vermelhos brilhando intensamente, percebeu claramente a intenção de Morgana de segurar firmemente sua aura obscura. Ele captou o conflito dentro dela, a luta entre sua determinação e o chamado das trevas. Um sorriso sutil de satisfação se desenhou em seus lábios pálidos, mostrando que ele havia percebido a batalha interna de Morgana e a tentação que ela estava enfrentando.

A presença de Voldemort era avassaladora, e ele sabia como exercer controle e influência sobre aqueles que o cercavam. Morgana sentiu a aura dele tentando envolvê-la, como se estivesse testando sua resistência. Era um momento tenso, uma dança perigosa entre a escuridão e a vontade de Morgana.

Cygnus Black e Randolph Lestrange, notando a atenção de Voldemort a Morgana, apressaram-se em apresentá-la ao Lorde das Trevas. Com gestos respeitosos, eles se aproximaram de Voldemort, trazendo Morgana com eles. Cygnus Black falou com reverência:

- Meu Senhor, permita-me apresentar-lhe Morgana Rostoff, uma bruxa de grande talento e poder.

Randolph Lestrange acrescentou:

- Ela é uma adição promissora ao nosso círculo, meu Lorde.

Morgana permaneceu em silêncio, curvando-se ligeiramente em respeito, mas mantendo seu foco e sua aura sob controle, apesar da presença avassaladora de Voldemort. Era um momento crucial, e ela estava ciente da importância de causar uma boa impressão.

A risada de Voldemort ecoou pela sala, uma mistura de diversão e apreciação ao perceber que Morgana estava segurando ainda mais firmemente sua aura sob seu controle. Seu olhar vermelho penetrante fixou-se nela, como se ele estivesse testando a força de sua determinação.

Morgana manteve sua postura com firmeza, sem recuar diante do olhar intenso de Voldemort. Ela estava disposta a mostrar que não era facilmente dominada, mesmo na presença do Lorde das Trevas.

A pressão da aura de Voldemort intensificou-se, como uma tempestade negra se aproximando. Ele estava claramente entrando no jogo, testando os limites de Morgana. Sua presença era avassaladora, e Morgana sentia o peso dessa escuridão iminente.

Quando Morgana finalmente permitiu que sua aura escura se manifestasse completamente, o impacto foi avassalador. Sua aura era uma tempestade de escuridão, como se o próprio abismo tivesse se aberto dentro dela. O poder emanava dela como uma energia palpável, carregada de intenção sombria. As velas tremularam e as sombras dançaram nas paredes, enquanto a aura de Morgana dominava o espaço. Era uma presença opressora, carregada de mistério e perigo.

Cada pessoa na sala sentiu uma mudança no ar, como se estivessem testemunhando algo proibido e temível. Os olhos de Morgana, antes serenos, agora brilhavam com uma intensidade gélida, refletindo a escuridão de sua aura. Era como se a própria escuridão estivesse se materializando ao seu redor. Os seguidores de Voldemort, mesmo acostumados com magia negra, não podiam deixar de se sentir impressionados e, ao mesmo tempo, inquietos com a presença dela.

A cena era marcada por uma tensão palpável enquanto a aura de Morgana se entrelaçava com a aura de Voldemort. Era como se a escuridão que emanava de ambos estivesse dançando, uma dança sinistra e hipnotizante de poder mágico. Era como se as trevas estivessem se comunicando, uma reconhecendo a presença poderosa da outra.

Os amigos de Morgana, Igor e os outros jovens, observavam com uma mistura de admiração e preocupação. Eles conheciam a força de Morgana, mas também sabiam que se envolver com Voldemort e os Comensais da Morte era perigoso. Sentiam-se orgulhosos de sua amiga, mas também apreensivos quanto ao que o futuro reservava. Os outros Comensais da Morte, por sua vez, mostravam uma variedade de reações. Alguns exibiam expressões de respeito e aprovação, como se reconhecessem a força de Morgana como uma aliada valiosa. Outros pareciam inquietos, como se estivessem desconfortáveis com a presença dela. A aura de Morgana desafiava a deles, e isso criava uma tensão no grupo. Voldemort, no entanto, observava com uma expressão intrigada. Seus olhos vermelhos brilhavam com uma luz intensa, e havia um indício de satisfação em seu rosto. Ele parecia intrigado pela aura de Morgana, como se visse nela um potencial significativo. Era como se ele estivesse testando-a, avaliando seu poder.

Para Morgana, a liberação de sua aura obscura representou um ato de libertação e empoderamento. Ela havia lutado internamente para controlar essa parte de si mesma. Ao liberar sua escuridão, sentiu uma sensação de alívio e autoafirmação. Era como se estivesse abraçando plenamente sua natureza e suas habilidades, e isso a fazia se sentir mais forte e confiante.

Por outro lado, Voldemort, ao testemunhar a liberação da aura escura de Morgana, sentiu uma diversão sutil. Ele era conhecido por sua apreciação pelo poder e pela escuridão, e ver Morgana abraçar seu próprio potencial obscuro o intrigou. Era como se ele estivesse testemunhando o surgimento de mais uma alma disposta a se entregar à escuridão em busca de poder. Voldemort sentiu que poderia moldar essa jovem bruxa de acordo com seus próprios interesses, e isso o deixava satisfeito. Seus olhos vermelhos brilharam com uma mistura de curiosidade e satisfação. Havia uma sensação de aprovação em seu olhar, como se ele visse potencial nela. Além disso, Voldemort também estava ciente do poder e controle que Morgana exibia sobre sua aura. Ele era um mestre das artes das trevas e reconhecia o talento quando o via. A sensação de liberdade e empoderamento que Morgana sentia ao deixar sua aura fluir não passou despercebida por Voldemort, que via nela um grande potencial.

Seu rosto, normalmente imperturbável, mostrava uma sutil expressão de satisfação. Voldemort estava decidido a recrutar Morgana para seus seguidores, reconhecendo nela uma bruxa excepcionalmente talentosa e influente. Ele via a oportunidade de aumentar ainda mais seu poder e, ao mesmo tempo, reconhecia que Morgana era uma aliada valiosa.

- Então você é a bruxa que a Bellatrix não parava de falar. Agora eu vejo.

Voldemort comentou com um sorriso sutil nos lábios, reconhecendo o impacto que Morgana estava causando e a importância que Bellatrix havia dado a ela.

Ela respondeu com uma voz firme, mostrando respeito pelo poder que ele representava:

- Sim, meu Lorde, sou Morgana Rostoff. É uma honra estar diante de você.

- Rostoff você diz, alguma ligação com Vladimir Rostoff, um dos mais importantes comandantes de Grindelwald?

Morgana, de pé diante do Lorde das Trevas, manteve sua postura firme e seu olhar determinado. Ela confirmou sua ligação com Vladimir Rostoff, reconhecendo orgulhosamente a história de sua família, mesmo que ela tivesse escolhido um caminho diferente.

Voldemort arqueou uma sobrancelha, intrigado com a resposta de Morgana. Ele perguntou se tinha sido seu avô, Vladimir Rostoff, quem a ensinara a controlar a magia negra. Morgana, mantendo sua postura determinada, respondeu com firmeza.

- Não, não foi meu avô – ela começou. – Meu avô estava preso antes mesmo do meu nascimento. Quem me ensinou a controlar a magia negra foi meu pai, que também está preso no momento.

Voldemort reconheceu a habilidade de Morgana com uma inclinação de cabeça e um leve sorriso satisfeito.

- Pois seu pai então a ensinou muito bem.

Ele respondeu, admirando as habilidades que Morgana havia demonstrado até aquele momento. Em seguida, ele fez uma sugestão intrigante.

- Mas você deveria deixar sua aura se soltar de vez em quando. Circular mais livremente. Às vezes, a liberdade pode trazer poderes ainda maiores. – Ele sugeriu, como se estivesse interessado em ver até onde Morgana poderia chegar.

- O poder e o conhecimento são como fontes inesgotáveis de prazer para mim. Vou liberar minha aura e buscar essa sensação de liberdade mais vezes.

Ao ouvir a resposta de Morgana, Voldemort soltou uma risada sombria, preenchendo o espaço com uma aura intimidante.

- Você me lembra muito de mim quando jovem, com sua sede de conhecimento e poder.

Comentou ele, como se visse um reflexo de seu próprio passado na jovem bruxa.

O elogio, se é que podia ser chamado assim, a pegou de surpresa. Morgana estava em um território sombrio e desconhecido, em uma conversa com o Lorde das Trevas em pessoa. Ela não sabia ao certo como reagir a essa estranha ligação que estava se formando. O poder e a ambição eram forças poderosas que os uniam de alguma forma.

- Com toda certeza, nós nos veremos de novo, senhorita Rostoff.

Acrescentou Voldemort, deixando no ar a promessa de futuros encontros.

Após suas palavras intrigantes, Voldemort se afastou da festa, deixando todos surpresos com a atenção especial que havia dado a Morgana. Ela estava mais espantada do que qualquer outro presente. Sua aura ainda circulava, e a experiência toda havia deixado Morgana exausta. Ela sentiu o peso do que acabara de acontecer e sabia que demoraria alguns dias para que sua aura retornasse completamente sob controle. Morgana estava cansada, tanto fisicamente quanto emocionalmente, após toda a liberação da sua aura e a situação única em que se encontrou naquela noite.

Ela olhou ao redor da festa, vendo os rostos ainda perplexos dos outros convidados e os murmúrios sussurrados que ecoavam pela sala. Morgana sabia que aquele encontro havia mudado algo, embora não pudesse precisar exatamente o quê. Ela se sentia como se tivesse entrado em uma teia de intrigas e perigos, e agora estava no centro dela.

Morgana decidiu se afastar da multidão e aparatou com Igor até sua nova casa em Londres. Ele demonstrou grande preocupação com seu bem-estar, verificando se ela estava realmente bem.

Ao chegarem à porta da casa de Morgana, Igor a acompanhou até lá e, com um carinhoso abraço de despedida, desejou que ela descansasse e se recuperasse daquela noite agitada. Morgana agradeceu sinceramente a ele por sua companhia e apoio. Após fechar a porta atrás de Igor, Morgana estava exausta. Ela se deixou cair sobre a cama, ainda vestida com a mesma roupa da festa. Seu corpo estava tenso e sua mente cheia de pensamentos sobre os eventos recentes. Ela fechou os olhos e, aos poucos, o cansaço a envolveu, levando-a a um sono profundo e repleto de sonhos turbulentos. Enquanto dormia, Morgana continuava a processar as complexas situações em que havia se envolvido.