– Eles chegaram,estão todos lá embaixo no saguão, como pediu,Oujou-Sama.
Informou Shoko para a moça que analisava os inúmeros papéis.
– Bom,Obrigada Shoko-san, Vou até eles agora mesmo.
Respondeu Saori, enquanto soltava seus longos cabelos, que estavam presos em um coque,segurado por uma pena.
Tatsumi,inicialmente,realmente não gostou dessa ideia,uma vez que considerava aqueles garotos como problemas.
Dessa forma, depois do incidente com Seiya, foi decidido que apenas Shoko a acompanharia.
Saori levantou-se,acompanhada do farfalhar de suas roupas e silenciosamente passou pela rosada,que manteve a porta do escritório para ela.
Ambas caminharam em silêncio pelos longos corredores da mansão,parando no topo da grande escadaria,onde tinha perfeita vista para o saguão.
Os inúmeros murmúrios que vinha do andar de baixo de repente cessou quando todos olharam para ela.
Lá estavam Seiya, ao lado de um jovem de longos cabelos negros, Shiryu e outro de cabelos loiros e traços estrangeiros Hyoga.
Havia também Geki,Ichi, Ban,Nachi,Liang Lee, Jabu e Erhais, que estava agarrada a cintura do maior.
Nenhuma das outras garotas retornaram de seus treinamentos além de Liang,assim como Ikki.
– Bem-vindos de volta,já se passaram anos, todos mudaram.
Disse ela,lentamente e cuidadosamente descendo as escadas olhando nos olhos de cada um deles.
Shoko a acompanhou um pouco mais atrás.
– Obrigada por aceitar meu pedido para se reunirem aqui,sei que cada um tem seus próprios motivos para estarem aqui,mas para mim, é suficiente.
Agradeceu suave, recebendo muitos olhares de desconfiança e desgosto dos demais.
Hyoga,em específico,olhou para ela por um com olhos cuidadosos e gelados.
Antes de finalmente abrir os lábios, arriscando uma pergunta que corróia sua mente desde que encontrou Shiryu mais cedo.
– Shun,Você sabe onde ele está?
Perguntou cauteloso, ao que Saori piscou confusa.
Apesar que o entendia,afinal, seis anos era muito tempo, e o fato de nunca terem mantido contato, tornava a localização do menor ainda mais obscura.
– Verdade, eu não o vi no orfanato.
Lembrou Seiya.
Internamente ele se chutou por não ter perguntado pelo mais velho,sua cabeça estava uma bagunça antes de encontrar Miho.
– Fizemos uma prome…
Começou Shiryu, apenas para ser cortado inesperadamente.
– Todos vocês continuam iguais
…………………………….
Sicília, Itália
– Então Shun voltou pro Japão?
Perguntou curioso, uma leve decepção, misturada com preocupação nublou seus olhos cor de âmbar.
– Exatamente, por isso eu vim pra cá.
Respondeu o outro, deitado de forma relaxada, com os braços cruzados atrás da cabeça.
O mais velho era um homem de estatura alta, de pele bronzeada e cabelos curtos de tonalidade azul escuro, assim como seus olhos que estavam sob as pálpebras fechadas.
O mais novo,por sua vez,era um rapaz bonito, alto,de pele clara, olhos cor de mel e longos cabelos cinzentos penteados para trás,com uma tatuagem no braço direito.
– O senhor sabe, é só uma questão de tempo até que o senhor Afrodite venha atrás de ti,depois disso, será sua cabeça na casa de Câncer.
Gracejou o adolescente,balançando os pés como uma crianças, recebendo um bufo do mais velho.
Ambos se encontravam sobre um penhasco alto, longe de olhares curiosos,e abaixo deles,a uma altura considerável,estavam inúmeras pessoas que treinavam golpes e outras atividades.
O sol alto estava escaldante, mas isso não importava muito para os habitantes, já muito acostumados ao clima do mediterrâneo.
– Sim,eu sei,é um motivo a mais para eu aproveitar e torturar o único aprendiz que me suporta.
Sorriu chistoso, enquanto o grisalho se arrepiava.
Apesar de o garoto ter sido banido para a Sicília a pouco mais de um ano, a relação entre ambos ainda era próxima o suficiente para que pudessem brincar assim um com o outro.
Mei só podia imaginar o trabalho que o Santuário teve para segurar o azulado, impedindo-o de ir arrancar o outro olho de um certo grego.
Ele estava bastante satisfeito por,pelo menos, ter conseguido ver Shun em sua armadura.
– Mudando de assunto,como vão as coisas?
Para qualquer um que ouvisse,pareceria uma simples pergunta casual,mas a expressão séria do mais novo contradizia essa impressão.
Era a mesma postura de um soldado relatando ao seu superior.
– Venha ver por si mesmo.
Respondeu o japonês, saltando de seu lugar,sendo seguido pelo azulado.
Ambos silenciosamente seguiram por uma trilha, que os levou diante de uma densa floresta,cujas árvores tinham copas tão frondosas que bloqueavam a luz do sol.
Um vento fresco soprava ocasionalmente, levando as madeixas cinzentas do asiático, a floresta em si,era um lugar calmo e silencioso,exceto pelo barulho de animais rastejando aqui e ali.
Não demorou muito para que chegassem aos pés da encosta do vulcão, muito distante de onde se encontravam anteriormente.
E lá, escondido das vistas alheias,via-se a entrada de uma caverna,tão profunda, que era impossível ver o fim do lado de fora.
– Aqui,não queremos sair voando daqui.
Disse Mei, tirando um medalhão do bolso e entregando para o mais velho, o seu próprio estava escondido sob a camisa.
– Parece que faz muito tempo desde que estive aqui.
Comentou Máscara,pegando o medalhão que o mais novo ofereceu.
Rapidqmente ambos adentraram na gruta,e não demorou muito para que a escuridão os envolvesse,ao ponto em que, enxergar não fosse mais possível.
No entanto, isso não era um problema para os cancerianos, que faziam da escuridão seu manto, e para eles, usar o cosmo seria impensável, ou isso chamaria a atenção dos outros habitantes do campo de treinamento para este lugar.
Não se sabe quanto tempo eles caminharam,mas,bem ao fundo daquela gruta,uma luz finalmente pode ser vista.
Logo, um amplo salão,lembrando vagamente uma igreja cristã, esculpido na caverna se revelou.
No frio chao de pedra,um longo tapete vinho levava ao altar,enfeitado por cortinas vermelhas de alta qualidade. Um púlpito de mármore se encontrava sobre o mesmo, e atrás deste, imensas portas duplas de mármore negro se erguiam.
As paredes eram enfeitadas por quadros e estátuas de figuras mitológicas,e todo o lugar era iluminado por inumeras hackmanitas vermelhas.
– esse lugar não mudou nada.
Comentou o italiano, seguindo para o altar.
– exeto pelos corpos que tive que selar.
Resmungou o mais novo, passando pelo púlpito.
– pelo menos você não teve que limpar manchas de sangue.
Gracejou o italiano,atrás de si,no entanto, logo a seriedade assumiu sua face.
Ambos pararam diante das gigantescas portas,e respirando fundo, cada um empurrou.
Foi em um instante,uma poderosa ventania, comparada ao Agnes,soprou e rugiu por todo o salão, antes de fazer o caminho contrário,sugando ambos os cavaleiros,fechando as portas logo em seguida, deixando uma sala quieta e vazia para trás, como se nada tivesse acontecido.
Notas Finais
Se vocês verem o gaiden de Máscara da Morte no YouTube, vão perceber que esse capítulo foi inspirado.
