Cap. 10

21 de maio de 2011

Eles estavam abraçados na cama depois do sexo, aquele era um mês especial, eles completavam um ano de relacionamento e Cuddy aproveitou a ocasião para fazer um churrasco em sua casa e convidar os familiares. House não entendeu por qual razão ela quis isso, mas ela disse que queria celebrar com os amigos e família. Ele contestou, mas ela estava inflexível.

"Nunca recebemos ninguém". Ela argumentou.

"Está bem por mim! Podemos continuar exatamente assim". Ele tentava dizer de volta.

Não adiantou.

Mas naquele sábado cedo eles estavam abraçados e preguiçosos na cama após fazerem amor. E House estava feliz, imensamente feliz.

Cuddy sabia que após o sexo ele sempre ficava mais meloso e apegado, ela não se importava, ela gostava disso e tirava vantagem sempre que possível, tanto para informá-lo sobre coisas não tão agradáveis, quanto para tentar obter informações que em outros momentos seria mais difícil. Foi em uma ocasião assim que ela o informou sobre seus planos para aquele final de semana. Mas hoje... Hoje ela só queria ficar ali com ele, até que olhou o relógio.

"Tenho que ir!".

"Não...".

"9:30, Rachel vai acordar!".

"Ela não está na casa de Julia?".

"É verdade!". Cuddy estava tão acostumada com sua rotina que as vezes se esquecia.

"Relaxa então, é sábado!".

"Eu preciso tomar meu remédio".

"Remédio?".

"O anticoncepcional. Eu sei que você sabe que tomo todos os dias durante meu café da manhã". Ela dizia enquanto se desvencilhava dele para ir pegar o medicamento em sua bolsa.

"Tudo bem, tome o anticoncepcional e venha logo com sua bunda linda de volta pra cama".

Ela sorriu e foi pegar um copo de água.

Quando voltou ela se aninhou novamente nele.

"Agora estamos prontos para mais sexo quente sem risco de gerar um bebê no processo". Ele disse já se animando.

Cuddy ficou séria.

"O que foi?".

"Eu gostaria!".

"De sexo quente?".

"Não... de fazer um bebê com você".

"Cuddy...".

"É verdade... Eu gostaria muito disso".

Ele ficou mudo sem saber o que dizer. Ele sabia que Cuddy sempre sonhou em ser mãe, mas House tinha certeza de que Rachel tinha suprido esse desejo. Talvez ele estivesse errado, não que a menina não fosse amada e tivesse realizado o sonho de Cuddy, mas talvez parcialmente, talvez, só talvez, ela quisesse realmente engravidar.

"Cuddy... Eu sou velho".

"Quem tem óvulos velhos sou eu, você não tem esse problema".

"Eu abusei de Vicodin por anos".

"Seus espermatozoides viciados já estão longe do seu testículo há muito tempo".

"Por que dessa vez não estou excitado ao ouvir você se referir ao meu testículo?".

Ela se virou para encará-lo. "Eu nunca disse isso pra nenhum homem, você é o único! Sinta-se lisonjeado".

"Você nunca disse testículo?".

Ela bufou. "Nunca disse que eu queria ter um filho com nenhum deles".

"Eu estou lisonjeado...".

"Estamos juntos há um ano e eu não tenho planos de largar você. Estamos estáveis".

"Você sabe...".

"Eu te amo!".

Ele estava atordoado ainda com o rumo que aquilo tomou. "Eu te amo também, mas é diferente... Temos Rachel!".

"Seria lindo um bebê nosso!".

"Eu tenho certeza de que seria uma evolução da raça humana".

Ela sorriu. "Faça um bebê comigo?".

"Que tal brincar de fazer bebês?".

"Estou falando sério! Pense sobre isso!". E logo ela começou a beijá-lo no pescoço e ele se esqueceu de todo o resto.

...

Mais tarde naquele dia a correria para os preparativos do churrasco absorveram Cuddy. Ela havia convidado muita gente: família, amigos, alguns funcionários do hospital. House não entendia a razão. Primeiro essa festa estúpida, depois o assunto da manhã sobre bebês. Ele estava atordoado ainda, sem saber o que pensar e como resolver aquilo.

Cuddy contratou uma equipe de garçons e churrasqueiros, fez questão de um cardápio que incluísse opções vegetarianas e veganas, além do tradicional. Ela alugou um espaço para o evento, uma pequena área verde com árvores, mesas campais, playground para crianças e um espaço com sofás, televisão, etc. Ela convidou sua família mais próxima, alguns amigos e alguns poucos funcionários do hospital, somente os mais próximos. Mas havia um convidado que House desconhecia e ela não tinha tido coragem para dizer ainda.

Cuddy estava desde cedo no local verificando todos os detalhes. House apareceu por lá depois do almoço. Ele ficou impressionado com tudo.

"Quanto dinheiro você gastou nisso, mulher?".

"Nada que não valha a pena". Ela respondeu empolgada dando-lhe um beijo casto.

"Eu sei que já perguntei milhões de vezes, mas... novamente... qual a intenção disso tudo?".

"Celebrar a vida!".

House franziu a testa. Cuddy não era depressiva, ela tinha certa alegria de viver. Mas isso? Isso extrapolava os limites. "Eu devo ter medo de você tornar-se um ser tão sociável a ponto de querer realizar eventos como esse rotineiramente?".

Ela riu. "Ei... Isso não deve ficar na passagem!". Cuddy alertou um dos responsáveis pela decoração. Era um totem enorme com a foto deles dois.

"Ok, isso só pode ser piada!".

"Eu quero celebrar nosso ano juntos".

"Isso é um tanto brega e cafona". Ele olhava o totem horrorizado. Era uma foto dos dois abraçados e sorridentes, uma das únicas assim que Wilson tirou em um evento do hospital. Cuddy amou aquela foto, tanto que colocou em sua mesa em um porta-retratos, House contestou, mas não se importou tanto, afinal, era ele ali marcando o seu território.

Ela ficou séria de repente.

"Desculpe Cuddy, você sabe que eu não gosto...".

"Mas é linda essa foto".

"Isso é terrível! Eu jamais poderei lidar com isso ou viver depois de que alguém veja essa coisa...".

Cuddy permaneceu séria.

"Estou seriamente cogitando me mudar para uma ilha deserta".

Ela riu alto.

"O quê?". Ele perguntou confuso.

"Eu sei... Por isso fiz isso!".

Ele continuou olhando confuso para ela.

"Sei que nunca teríamos um casamento então isso é o mais perto que chegarei".

"O quê?". Ele estava mesmo em algum tipo de inferno astral, primeiro ela fala de um bebê, depois de casamento?

"Você não vai se casar comigo a força, não se trata disso. É só uma celebração pelo simples fato de estarmos juntos".

"Ainda não faz sentido...".

Ela se aproximou e o abraçou. "Nem tudo tem que fazer sentido o tempo todo".

"Oh, acredite em mim, isso é mais uma conversa que eu ouviria em Mayfield".

"Você está me chamando de louca, doutor House?". Ela perguntou divertida. House estava estranhando aquele comportamento.

"Não exatamente...".

"O totem é lindo, não é?".

"É cafona! Você não vai deixar isso aí, certo?".

"É romântico. Eu amo essa foto!".

"Pra deixar em um porta-retratos... Mas não impresso em tamanho natural. Quer dizer... eu ainda sou mais alto do que meu eu de papel".

Ela sorriu. "Ok, eu estava brincando com você".

"Você fez um totem apenas pra fazer uma piada?".

"Aham, gostou?".

"Me surpreendeu!".

"Eu posso surpreender ainda mais!". Ela disse maliciosa.

"Cuddy...".

"Relaxa House, aproveite a festa!".

"Cuddy... Você não fará nada que possa comprometer minha saúde mental, certo?".

"Não! Será só um churrasco, música e diversão".

"Wow! Mal posso esperar!".

"Você já almoçou, mal-humorado?".

"Sim, e você?".

"Não, mas eu vou já pra casa".

"Quer uma carona?".

"Estou com o meu carro".

"É verdade... Ok, te encontro em casa".

Eles nunca falaram sobre House se mudando pra lá, mas ele passava sete dias da semana na casa dela e foi levando as coisas gradualmente, ela queria falar pra ele levar o piano, mas não sobraria espaço... Cada dia que passava Cuddy estava mais incomodada com isso.

...

As horas passaram voando e, quando menos esperavam já era três da tarde. O evento começaria as quatro horas e se estenderia por toda a tarde e noite. House perguntou porque ela não fez durante o almoço, mas ela disse que as únicas celebrações que participava era de crianças, e que todas eram cedo, essa ela queria que fosse diferente.

Eles foram juntos para o local, chegaram meia hora antes e Cuddy conferiu os últimos detalhes. Cuddy vestia uma calça preta linda e que favorecia seu corpo e uma blusa azul, House vestia jeans e uma camisa social azul nova que ganhou de Cuddy. Maio estava com uma temperatura agradável e sol, aquele dia estava ensolarado, propicio para um evento ao ar livre.

Julia traria Rachel. House começou a comer logo que chegou.

"House...".

"Eu só peguei um pouco...".

"Não é isso. Tem algo que preciso te dizer". Ela começou e ele ficou branco.

"Então... Eu não te disse porque não sabia como você reagiria. Pensando agora, acho que devia ter te informado antes...".

"Fala logo, mulher!". O pânico dele era que aquela festa seria um casamento surpresa que ela aprontou.

Ela respirou fundo. "Não é nada demais, eu que a convidei...".

"Quem você convidou?".

"Sua mãe".

Os olhos dele se arregalaram. "Minha mãe?".

"Ela me ligou e disse que queria vê-lo e me conhecer...".

"Cuddy!".

"Ela é sua mãe!".

"Por isso mesmo. Minha mãe, isso significa que eu decido".

"Não vai ser nada demais...".

Ele ficou calado olhando para as árvores no horizonte, até a comida perdeu a graça.

"Ela virá sozinha, só para te ver e... nos dar um abraço. Conhecer Rachel".

"Você demorou meses pra me apresentar para a sua mãe, eu respeitei".

"Você demorou um ano!".

"E qual o problema? Não é como se ela fizesse parte da minha vida".

"Ela só virá e depois irá embora".

Ele não disse mais nada porque algumas pessoas começaram a chegar, mas pensou que estar em um relacionamento era uma merda.

Cuddy recebeu todos com muita simpatia. Ela estava feliz, mas preocupada com House. Ela não devia ter convidado Blythe, ele tinha razão, ela foi intrometida e ainda por cima só o avisou poucos minutos antes. O que ela estava pensando?

Novamente a atitude controladora tomou conta dela. Isso porque ela estava trabalhando essa característica insistentemente na terapia, mas vira e mexe ela tomava uma rasteira.

Rachel chegou feliz com os primos, mal cumprimentou a mãe e foi brincar.

"Que festa linda! É seu casamento e você fará uma surpresa?".

"Por que todos estranham? É só uma celebração". Cuddy respondeu para a irmã.

"Mamãe apostou que você anunciaria a gravidez".

Cuddy balançou a cabeça. "Mamãe é louca!".

"Mas então é realmente uma festa pela festa?".

"Eu queria celebrar o fato de estarmos juntos há um ano, eu nunca estive tão feliz antes".

Julia se emocionou e abraçou a irmã. "Você merece toda a felicidade do mundo!".

"Obrigada!". Cuddy estava emocionada também, mas não só pelo tempo com ele, ela estava apavorada com o que fizera em relação a mãe de House. Ela não queria pressioná-lo, e acabou fazendo isso novamente.

Do outro lado do jardim, House estava conversando com Wilson. Ele já recebera o cumprimento de Julia, Chase e Taub, Foreman não foi alegando que já tinha um compromisso. Rachel correu pra ele quando o viu para se exibir da tatuagem no braço.

"O que é isso?".

"Tatuagem".

"Sua mãe vai te matar!".

"É tatuagem de mentirinha!". A menina correu feliz para o playground.

"Sua mãe? Sério que Blythe virá". Wilson perguntou surpreso.

"Minha mãe virá". House respondeu com enorme desanimo.

"Mas Cuddy não te disse nada?".

Ele acenou com a cabeça.

"Mas Blythe não é ruim... Ela é educada e jamais faria alguma cena ou qualquer coisa".

"Mas eu não a convidei! É estranho ela participar disso. Sabe? Ela não faz parte da minha vida mais".

"Ela é sua mãe!".

"Exatamente! Minha mãe, minha decisão!".

"Eu posso entretê-la, se quiser...".

"Você vai dar em cima da minha mãe? Wilson, é baixo até pra você".

"Não, idiota! Vou conversar com ela e distraí-la".

"Uh, não é uma má ideia".

"Olha quem está aqui!". Uma voz de dragão fez-se ouvir.

"Arlene!".

"Meu genro, ou sei lá o que você é já que não se casa com minha filha".

"Sempre tão sutil". House respondeu. "Onde está o filho de Deus?".

"Sempre engraçado!".

"Onde ele está?". House insistiu.

"Nós... terminamos!".

"Wow! Sinto muito por isso! Quer dizer que você voltou a ser uma não cristã que não tem mais um relacionamento com Jesus?".

"Não sei como minha filha o suporta". Ela respondeu tentando parecer mais irritada do que de fato estava.

"Sinta-se a vontade sogra! Tem um monte de comida por aí".

"Espero que alguma coisa seja melhor do que aquela porcaria vegetariana". A mulher esbravejou e se foi.

"Ela é...".

"Um dragão raivoso!". House complementou o comentário do amigo.

"Eu não ia dizer isso, mas... serve".

...

"Oh que calor infernal para um evento ao ar livre".

"Boa tarde pra você também, mãe".

"Lisa, qual o propósito disso?".

"Reunir os amigos e familiares não serve?".

"Você gastou tanto dinheiro pra encontrar família e amigos? Oh, não... não compro isso".

"Oi mãe". Julia também cumprimentou a senhora.

"Onde está John?".

"Ele não pode vir".

"Oh ele nunca pode".

Julia respirou fundo engolindo aquela provocação.

"E Jesus?". Cuddy perguntou.

"Nós terminamos".

"Wow, sinto muito!".

"Para de mentira! Eu sei que vocês não entendiam o nosso relacionamento".

Julia e Cuddy nada responderam.

"Quem sabe eu arranjo alguém novo aqui...".

"Mãe!". Julia contestou.

"O que foi? Eu não sou de ferro e estou com falta de ...".

"Mãe!". As duas agora.

"Oh, deixem disso! Como fui criar duas filhas tão puritanas?".

"Não se trata disso...". Julia tentava argumentar.

"Ok, e como está Greg?". A senhora perguntou para a filha.

"Bem... você não o viu?".

"Digo, como ele está na cama?".

"Mãe!". Julia contestou divertida.

"Acredito que para estarem juntos há um ano não deve ser mal assim... afinal, sua irmã não tem cara de ser tão santa na cama".

"Mãe!". Agora foi a vez de Cuddy.

"Eu sei que ele tem um enorme dote". Julia disse lembrando-se da noite de Halloween.

"Conte-me detalhes". Arlene pediu curiosa.

Cuddy corou. "Vocês duas... minha vida sexual não interessa...".

"Ah, interessa sim!". Arlene respondeu rindo.

O fato é que toda vez que House caminhava pelo gramado mancando as duas mulheres riam e Cuddy corava. Até que em um momento House se incomodou.

"Sim porque é super engraçado me ver andar com a bengala".

"Não essa...". Arlene falou rindo e House se ligou de que havia algo malicioso acontecendo.

"Ok, expliquem-se!".

"Greg, Lisa estava apenas nos dizendo sobre medidas e dotes". Arlene respondeu muito animada. "Entendi agora a razão pela qual você manca".

Ele olhou para a namorada que estava vermelho púrpura de tanta vergonha.

"Uh, talvez eu também possa compartilhar algo".

"Por favor, House. Não!".

"Talvez...".

"Eu já estou quase cavando um buraco pra me esconder. E eu não disse nada... Foi Julia".

Ele olhou desconfiado.

"Baseado na fantasia de Hallowen". Julia explicou rindo.

"Oh... aquilo? Então vocês não fazem ideia...".

"Wow, Lisa!". As duas disseram ao mesmo tempo.

"Ok, vamos!". Ela o puxou dali e deixou as mulheres rindo.

"Sério mesmo que você estava falando do meu pau com sua mãe e irmã?".

"Eu não! Elas começaram e tiraram todas as conclusões".

"Ainda bem que conclusões favoráveis".

"Vocês homens são todos animais mesmo". Ela disse divertida mas tensa ao mesmo tempo.

"O que foi?".

"Estou preocupada".

"Com o quê?".

"Você".

"Por quê?".

"Eu fiz besteira me intrometendo na sua vida com sua mãe".

"Oh, isso".

"O que achou que seria?".

"Não sei... Isso está resolvido. Wilson vai ficar com minha mãe".

"Ficar com sua mãe? O que você quer dizer?".

"Ficar não no sentido literal, seria nojento".

Cuddy sorriu percebendo que ele estava lidando com aquilo de forma leve e divertida.

"Greg?".

Ele, que estava de costas, respirou fundo e se virou. "Mãe!".

"Oh querido!". Ela o abraçou e House ficou sem jeito.

"É ótimo te ver, querido".

"Bom te ver também, mãe".

"Oh, não minta pra mim Greg, eu sei que estou aqui pela gentileza dessa linda jovem. Fico tão feliz em lhe ver, Lisa". E ela a abraçou também.

"Muito bom que esteja aqui!". Cuddy disse sincera.

"Eu fiquei muito feliz em saber que meu filho estava com você, sempre a admirei".

House revirou os olhos.

"Estamos muito bem". Cuddy disse e House sentiu um misto de embrulho no estomago e vontade de fugir dali.

"Eu mal posso esperar para conhecer Rachel".

"Oh, ela está logo ali". Cuddy falou simpática. "Rachel, filha!". Ela a chamou e a menina veio correndo.

"Oh que graça!". Blythe disse.

"Essa é a mãe de House, filha".

"Sério?".

House achou graça da espontaneidade da menina.

"Sério mesmo". Blythe respondeu. "E eu te trouxe um presente".

"Oba!".

"Blythe não precisava". Cuddy falou.

"Eu faço questão".

A senhora deu uma boneca de pano muito tradicional. "Espero não ser fora de moda".

"Oh não, claro que não! É linda!". Cuddy disse. "Não é filha?".

"Sim!".

"Como se diz?".

"Obrigada senhora".

"Senhora Blythe". Cuddy a lembrou.

"Senhora Blythe!". Rachel repetiu com um pouco de dificuldade na pronúncia.

"Oh, que gracinha!". A senhora exclamou.

Wilson se aproximou. "Olá senhora House".

"Oh James, me chame de Blythe". Ela o cumprimentou. "É bom vê-lo!".

"Mãe, você ficará pela cidade?". House perguntou preocupado.

"Eu estou em Nova Iorque, só vim vê-los e volto ainda hoje".

"Se você quiser ficar...". Cuddy começou a dizer até que sentiu um beliscão na bunda. Ela disfarçou, pois sabia que era House contestando.

"Oh querida, fique tranquila. Eu voltarei em breve". A senhora respondeu sempre educada.

Logo Arlene apareceu, ela desconfiou daquela movimentação.

"Você é?".

"Mãe, essa é Blythe, mãe de House".

"Oh, você é a responsável por isso?". Arlene perguntou divertida e House fingiu rir alto.

"Olá, eu sou Blythe, muito prazer!".

"Arlene Cuddy".

"Eu estou muito feliz por conhecer todos".

"É porque você não é tão presente assim na vida de seu filho". Arlene a cutucou.

"Mãe!". Cuddy chamou a atenção dela extremamente sem graça.

"É verdade, eu e Greg precisamos estreitar mais os laços. Ele foi sempre tão independente...".

"Oh, e Lisa então?".

"Ok, acho que chegamos ao fundo do poço". House comentou.

Wilson riu. "Mães são sempre mães!".

"Quando Lisa foi para a faculdade eu tinha certeza de que ela voltaria pra casa grávida antes de terminar o primeiro semestre".

"Mãe!". Cuddy contestou.

"Te disse...". House falou.

"Ok, vamos sumir daqui!". Cuddy pegou na mão dele e o arrastou dali deixando as duas senhoras para trás.

"Eu disse que essa coisa de reunião familiar é complicado".

"Está tudo bem, por enquanto. Inclusive... Você soube que minha mãe terminou com Jesus?".

"Ela me disse".

"Você sabe por que?".

"Surpreenda-me!".

Cuddy riu alto e lembrou-se da conversa que teve com a mãe há poucos minutos.

"Homem é tudo igual, só querem um buraco pra colocarem seus pênis".

"Mãe!". Ela e Julia contestaram.

"É verdade. Jesus só me queria como objeto sexual".

"Ok, eu preciso ir...". Cuddy falou.

"Você está bem?", Ela ouviu Julia perguntar pra mãe enquanto se afastava.

"Não é o primeiro garanhão que deixo fugir do pasto".

"NÃO!". House falou alto rindo muito quando soube o motivo.

"Definitivamente eu tenho genes podres".

"Oh, mas o gene da sua bunda...".

Ela deu um tapa no braço dele. "Seu idiota!".

"Ok, culpe meu gênero, eu só quero um buraco para...".

Ela o calou com um beijo. "Eu te amo tanto!".

"Eu amo você mais!".

"Oh, desculpe interromper...".

"Lena!".

"Oh, essa é a famosa Lena?".

"Lena e Lia!". Cuddy as apresentou. "Esse é House".

"Você é o famoso House?".

"Não tão famosa quando vocês duas. Rachel fala de Lia sem parar e Cuddy... Tive até ciúmes".

Lena riu alto. "Não precisa, ela é toda sua. Você é o amor da vida dela".

Cuddy corou.

"É verdade, Lisa. Ela é completamente apaixonada por você".

"Ok, eu gostei dela!". House disse para a namorada.

"Lia, Rachel está brincando lá atrás". Cuddy só queria mudar de assunto.

"Eu vou deixá-las conversar, Lisa também só fala de você". House disse simpático.

Cuddy estranhou duplamente, a simpatia e chamá-la de Lisa.

"Wow! E Wow!". Lena disse assim que ele se afastou. "Ele é mais alto do que pensei. E que voz! Que olhos!".

"Você está interessada?". Cuddy perguntou divertida, mas escondendo um ciúmes.

"Se ele fosse solteiro...".

Ela olhou para a amiga um tanto chocada.

"Mas eu respeito homem de amiga minha. Fique tranquila! Aliás, ele não tem um irmão não para me apresentar?".

"Ele tem um melhor amigo, mas é um pouco diferente...".

"Wilson?".

"Ele".

Lena riu. "Eu conheço todos de tanto te ouvir falar.

"E obrigada por me entregar de bandeja para ele".

"Oh Lisa, você precisa dizer com todas as letras o quanto o ama. Eu só dei uma forcinha e acho que ele amou isso".

"Vá se ferrar!".

Elas riram.

...

Minutos depois Cuddy abriu a porta do banheiro e deu de cara com seu cunhado nu.

"Jonh!".

"Oh...".

"Desculpe, eu não vi nada!".

"Lisa, desculpe, me esqueci de fechar a porta". O homem ergueu a calça imediatamente e a manchou com urina.

"Eu pensei que você não viria". Ela disse enquanto sentia o rosto queimar.

"Eu cheguei agora".

"Ok, que bom que veio... erghhh... vou esperar lá fora".

Cuddy saiu corada. O que ele fazia no banheiro se olhando no espelho nu? E aparentemente depois de urinar, pois ele manchou a calça com um pouco de urina.

"Ei, Rachel não quer sair da balança e não deixa ninguém brincar. As crianças estão chorando e reclamando". House passou dizendo. "Tudo bem?".

"House... Você não sabe".

"O quê?".

"Eu acabei de ver meu cunhado nu".

"O quê?".

"John".

"Explique-se!".

"Entrei no banheiro e ele estava lá se admirando no espelho nu".

House riu. "Como era o pênis dele?".

"É sério?".

"Sim. Compartilhe!".

"Eu vi meu cunhado nu e tudo o que você pensa é no tamanho do pênis dele?".

"Homens!". Ele disse divertido.

"E sobre Rachel... Você pode adverti-la. Você tem essa autoridade".

"Cuddy... eu... ela vai dizer que eu não sou o pai dela".

"Ela não dirá isso".

"Eu não sinto que tenho essa liberdade".

Ela pegou na mão dele. "House, ela te ama! Ela te admira! Ela vai te ouvir!".

Depois Cuddy saiu e ele ficou ali... House respirou fundo e resolveu tentar. Chegou perto da menina.

"Rachel, deixe seus amigos brincarem também".

"Não!".

"Rachel, o balanço é de todos apesar de que a lei do mais forte sempre vence...".

Ela não entendeu nada.

As crianças continuavam chorando.

"Ok Rachel, saia!".

"Não quero!".

"Nem tudo é como queremos...".

"Mas eu estou aqui".

"Depois você volta. Vamos! Venha comigo pegar um doce".

A menina deixou o balanço e deu a mão pra ele.

"Você viu o que eu vi?".

"Sim, Taub. Eu vi". Chase respondeu abobado.

"House sendo um adulto responsável".

"Ou algo assim...".

...

Durante a festa ele percebeu Cuddy rindo e conversando, ela estava linda, sexy, e era a mulher segura e carismática. Como ele foi acabar sendo o namorado dela? E veio a mente aquela declaração de Lena, ele estava feliz e só queria garantir que ela também estivesse feliz. Ele precisava fazê-la feliz, era isso!

Ao final da festa, eles foram pra casa cansados, mas Cuddy estava radiante. Rachel, que brincou a tarde toda, dormiu rapidamente esgotada. Ele e Cuddy estavam na cama. Ele a beijou.

"Me diz como era".

"Não acredito que você está me perguntando sobre o pênis de meu cunhado enquanto beija o meu pescoço".

"Quem viu o pênis de outro homem não fui eu".

"Sem querer".

"E aí?".

Ela o beijou na boca. "Não há margem pra insegurança".

"Não estou inseguro, mas sim curioso".

"Eu quero você! Não quero me lembrar de John".

"Em uma palavra...".

"Insuficiente!".

House riu alto. "Ok, podemos seguir".

"Homens!".

Eles fizeram amor lento e duradouro. Ao final eles ficaram abraçados, Cuddy estava muito cansada pelas emoções e atividades do dia.

"Cuddy".

"Uh...".

"Por que você não para de tomar os anticoncepcionais?".

Ela despertou como se tivessem jogado um balde de água gelada. "O quê?".

"Pare os anticoncepcionais e vamos ver o que a natureza resolve...".

"House, isso não é brincadeira".

"E quem disse que eu estou brincando".

"Você realmente quer ser um pai?".

"Já temos Rachel".

Ela abriu um largo sorriso. "Eu te amo tanto, sabia disso?".

"Lena meio que me disse".

Cuddy o cutucou.

"Ai!".

Mas depois o beijou profundamente. E ficaram abraçados. House logo adormeceu, mas ela não pregou os olhos receosa de sua incapacidade em gerar um filho.

Continua...


Desculpe a demora, estou com várias ocupações profissionais e meu tempo está escasso. Também estou buscando incentivo e motivação para continuar essa história ou terminá-la bem. Deixe-me saber.