CAPÍTULO I

— Prometa Elena! — O sussurro fraco obrigou Elena Salvatore a aproximar a cabeça do marido.

A mão fraca e pálida dele tremia sobre seus cabelos castanhos. Ela estava deitada sobre o peito dele.

— Prometa que vai escrever e informá-lo. Quero que faça isso agora, neste minuto.

— Quieto! Farei isso quando você se sentir melhor. — Elena fechou os olhos castanhos para esconder as lágrimas.

Ela havia conversado com o Dr. Fells mais cedo, assim como com a avó de Bonnie. Sabia que não devia ter esperança. Damon não se recuperaria, a menos que seu inimigo o curasse, o que Elena sabia que não aconteceria.

O jovem vampiro, meio dissecado, tentou rir, mas o esforço provocou uma crise de tosse que o obrigou a lutar por mais ar nos pulmões.

— Vai atender ao pedido de seu pobre Damon? — ele finalmente indagou com voz fraca. — Deves enviar a mensagem ainda hoje. Quero que ele a receba a tempo.

Elena assentiu, e os dedos pálidos acariciaram seu rosto antes de caírem sobre o cobertor.

— Obrigado, minha querida! — Mais calmo, Damon Salvatore fechou os olhos. — Ele poderá protegê-la.

— Eu não preciso de proteção. — Elena refutou.

— Eu também pensei que não precisávamos, que conseguiríamos escapar ilesos, mas olha onde estou, morrendo em cima de uma cama.

— Não diga isso — Elena insistiu.

— É a verdade. Um lobisomem me mordeu a mando de Klaus, estou morrendo Elena, e então, logo Klaus virá atrás de você, de seu sangue.

— Eu posso fugir, posso me esconder, Bonnie pode me ajudar.

— Sim Elena, poderia, mas eu sei que você não fará isso.

— E por que você pensa que não?

— Porque você sabe que ele vai caçá-la. Mas antes disso, ele vai acabar com todos, seus amigos e sua família. Você sabe o que ele fez com Katherine séculos atrás.

Elena sentiu-se impotente.

— Klaus acabou com toda a família dela e ainda a usou para o sacrifício.

— Eu odeio tudo isso! — Ela declarou exasperada! — Dói saber que você está assim por minha causa. Dói saber que mais alguém que eu amo pode ser atacado. E tudo porque sou uma maldita cópia, porque tenho esse sangue!

— Eu sei minha querida, mas não se culpe! — Damon Salvatore disse com calma. — Aqueles que estão ao seu lado estão porque a amam.

— E isso pode matá-los!

— Mas não deve se você fizer a coisa certa.

— Eu preferia ser sozinha.

— Não adianta querer isso. Aceite como as coisas são e fique em segurança. Se você tiver Kol ao seu lado, Klaus não fará nada contra você, porque será da família. Ele não machuca a família.

— Eu não teria tanta certeza disso... — Elena expressou sua descrença.

— Mesmo assim temos que arriscar. É nossa melhor chance. — Damon disse fechando os olhos. — E não esqueça as promessas anteriores. Não usará luto, não se afastará das jovens que tanto aprecia para trancar-se em casa e chorar, não renunciará sua juventude, nem privará o mundo de sua doce companhia. Este é meu desejo. A condição faz parte de meu testamento… — ele forçou os olhos azuis a abrirem mais uma vez e focá-la — Ah, quero que faça mais uma promessa, Elena, prometa-me… que não vai mais chorar.

Elena engoliu, tentando conter as lágrimas que teimavam em querer cair.

— Não perca a alegria com minha partida.

— Não sei se posso prometer isso.

— Deve! Tens de viver e aproveitar a vida da melhor forma. Você nunca sabe quando o inimigo vai atacar. Você precisa estar protegida, mas não viver com medo.

— Damon, é impossível não sentir medo!

— Ele pode protegê-la Elena, somente ele...

— Eu não quero escrever para ele.

— Você prometeu. Esse é meu último desejo. Cumpra-o, por mim! — Damon implorou em seu último suspiro.

O homem de belos cabelos negros e olhos azuis desfaleceu sobre a cama. A jovem esposa, agora viúva, debruçou-se sobre ele, banhando a camisa branca de linho com lágrimas.