A princesa e o plebeu
By Neko Aoi
(Nota que deveria ter posto no primeiro capitulo)
N/A:Todos os personagens de Captain Tsubasa, tá na cara que não me pertencem, e sim ao seu autor Yoichi Takahashi. Pois se fosse meu, com certeza, haveria muito mais romance do que futebol.
Capitulo III: Reencontro inesperado
A multidão avançava em direção ao carro impedindo-o de prosseguir caminho. As pessoas eram diferentes das que costumava conviver. O clima era diferente, tudo era frio, até as pessoas, principalmente as londrinas que pareciam ser ainda mais distantes, apenas o futebol não mudava. Futebol era futebol não importando onde estivesse. Embora, tenha que admitir, o milionário futebol inglês enchia os olhos de qualquer um fascinado por esse mundo.
Kojiro havia se disposto de duas semanas para visitar os clubes que fizeram suas propostas. Ele assistiu jogos, conversou com dirigentes e jogadores, mas não gostou de nenhum.
Está certo, cada time estava disposto a pagar uma fortuna por ele, mas não era essa a sua finalidade. A vontade de Kojiro era de voltar para a Itália, de onde já era acostumado e idolatrado, e ainda estava perto de sua noiva Maki.
Mas no final de sua tour pelo país ainda faltava o clube mais importante e assediado da Europa: Manchester United. Foi no meio de uma tarde em Manchester, que decidiu ir ao estádio do clube – Old Trafford – para conhecê-lo.
Ele foi sozinho apenas se guiando pelo GPS do carro até o aparelho pifou. Kojiro não acreditava naquilo, tudo estava dando errado para ele; agora estava perdido em um lugar desconhecido e para piorar o lugar ainda estava deserto.
Sua salvação foi uma garota que estava passando, compenetrada em suas idéias; seguiu com o carro até ela. Kojiro abaixou o vidro da janela para pedir ajuda a garota (lógico que em inglês, já que achava difícil ter a sorte de aparecer uma britânica que ainda soubesse falar japonês para socorrê-lo).
Emma. Será esse seu verdadeiro nome?Se perguntou em pensamento.
- Kojiro, vamos. – chamou a sua empresária o despertando de seus pensamentos. – O que foi? Está se sentindo mal?
Kojiro foi pego de surpresa. Achou que havia falado aquilo.
- Talvez você não tenha dormido direito. Mas logo você se acostuma com o clima e o fuso horário.
- É. Daqui a pouco eu acostumo.
Mas ele sabia que não era. O que perturbava seus sonhos era um anjo com a beleza tão pura quanto a neve. E por causa desse anjo, que na mesma tarde assinou com o Manchester United.
O dia amanhecera e era sábado. Emma havia ficado pensando no homem que socorrera no dia anterior e depois ter descoberto que ele era o novo contratado do Manchester. Ela adoraria ir no C.T. do clube só para conferir se era ele mesmo. Mas tinha receios. Receios dele saber dos problemas que as pessoas tinham com ela, dele ser comprometido...
Emma balançou a cabeça, tentando afastar aqueles pensamentos. Depois do que passou com o seu ex-namorado, a última coisa que queria era arranjar outro naquele momento. Por isso estava se dedicando tanto em terminar a sua faculdade de Direito.
Ela entrou na sala de jantar, para tomar o seu café da manhã. Lá estavam Elena e Ryan, mudos.
- Bom dia. – disse Emma aos dois tentando quebrar aquela atmosfera tensa que pairava aquele local.
- Bom dia. – disse Ryan, desanimado.
- Bom dia. – disse Elena animadamente. – Gostaria que você me ajudasse em uma coisa.
- Claro. Se tiver ao meu alcance. - Emma se sentou na cadeira ao lado da mãe, se sentindo muito feliz. Até que enfim Elena tinha mudado de atitude com ela.
- Você ainda se lembra do Dean McBride? Pai daquela sua colega de escola, a Jéssica. Ele me pediu para organizar um brunch...
Emma emburrou a cara logo após ouvir o nome daquela garota.
Jéssica era a garota que havia aprontado com Emma e espalhado boatos falsos sobre ela e o que ela havia feito com o seu ex-namorado na época do colégio. Depois disso, as pessoas a olhavam torto, a ignoravam e falavam mal pela suas costas. O clima ficou insuportável depois que Jéssica exibiu um vídeo editado de Emma com o seu namorado – naquela época. Aquilo caiu nas mãos de Elena e para não piorar o escândalo da futura duquesa de Norfolk, ela mandou a filha para uma universidade, longe. Mas até hoje ninguém esqueceu aquele passado.
- Mãe, para! – Emma a interrompeu. – Eu não vou fazer nada para ela!
- Não é para ela. – afirmou Elena. – É para o Dean. Ele é amigo da mamãe. – Elena a olhou com os olhos meigos. Fazendo isso, se comportando como nada tivesse acontecido no passado, Emma faria o que pedisse.
- Tudo bem... – aceitou inconformada, mas ainda assim feliz por Elena voltar a incluí-la na sua vida.
- Obrigada. – Elena a beijou na testa. - Agora eu tenho que ir trabalhar. Tchau, meus amores. – e saiu empolgada. Emma e Ryan ficaram mudos por alguns segundos, mas o silêncio foi quebrado com uma risada alta dos dois.
- O que foi que deu nela? – perguntou Emma.
- Sei lá. A mamãe estava assim antes de você chegar... – Ele olhou para Emma, e viu a irmã com o olhar entristecido. - Desculpa.
- Tudo bem. – Emma mentiu, mas no fundo sabia que aquilo era verdade, sabia que Elena estava incomodada coma presença dela. Só não sabia que ouvir isso doía tanto.
- Brian te ligou? – Ryan disse a primeira coisa que veio a sua cabeça, para mudar de assunto. - Ele parece que ainda gosta muito de você.
- É. Ele é um ótimo amigo. – alegou fazendo pouco caso.
- Ah! Qual é? Todo mundo sabe que ele morre por você e a única coisa que você diz é: "Ele é um ótimo amigo".
Emma o olhou assustada. Ela não podia negar que o jeito carinhoso e educado que ele a tratava chamava a sua atenção, mas a ponto de ter com ele algum romance era novo para a garota.
- E então? – perguntou o garoto ao ver a expressão de dúvida no rosto da irmã. - Vai sair com ele?
- Ryan?
- O que foi?
- Não se meta na minha vida. – o repreendeu. – Eu tenho muitos problemas pra pensar em namoro agora.
- Tá bom. – ele tentou se desculpar enquanto pegava a sua mochica para ir para o colégio. – Mas não ignora o que eu falei. Eu ainda acho que você deveria sair com ele. E me espera para a gente almoçar junto. Ok?
- Ok. – concordou com o irmão que deu um beijo no topo da cabeça dela e foi para escola antes que chegasse outra vez atrasado.
Emma se serviu uma xícara de chá e tomou um gole para se acalmar. Ela nunca havia pensado em Brian como um namorado, mas agora que Ryan havia comentado, percebeu que sentia alguma coisa por ele, embora não soubesse o que era.
Pela primeira vez na sua vida, Kojiro estava tenso, e não era só por está indo se apresentar para um time novo que tem uma equipe muito mais experiente do que a sua antiga, mas havia algo diferente no ar. O grupo estava no campo já treinando, haviam dito a ele que o técnico havia se machucado enquanto andava de cavalo e que não podia apresentá-lo a equipe, mas pediria a um dos jogadores para fazer isso.
- Bom dia. – disse um homem loiro que chegou por trás dele o assustando. – Você deve ser Kojiro Hyuga, não é? Eu sou Brian Cruyfford, meio campista do Manchester. – ofereceu a mão para um cumprimento.
Brian sempre muito educado e carismático, mas às vezes ele era animado demais e acabava deixando algumas pessoas constrangidas. Mesmo Kojiro achando estranho o jeito do rapaz, ele o cumprimentou.
O japonês sabia perfeitamente quem ele era. Cruyfford havia ganhado o troféu da Champions League de melhor jogador nos dois últimos anos e também havia sido escolhido o melhor do mundo nesse ano. Kojiro ficou impressionado em como uma estrela do futebol podia ser tão gentil com um outro jogador que poderia vir a roubar o seu espaço.
Os dois caminharam pelas instalações tranquilamente. Enquanto Brian explicava sob o lugar e o apresentava aos outros jogadores. Kojiro tentava prestar atenção ao máximo, sem perder nenhum detalhe.
- Então o que achou? – perguntou Cruyfford entusiasmado ao novo colega.
- É tudo perfeito! Como eu esperava de um time desse porte. – declarou encantado com o lugar.
- Se você gostou daqui, espera até ver no dia do jogo. O Old Trafford lotado; torcida gritando o seu nome. É maravilhoso! - disse com os olhos brilhando.
- Já estou vendo que fiz uma ótima escolha em vir para cá! – declarou muito empolgado; Brian apenas sorriu.
Mas seu sorriso se alegrou ainda mais com quem viu não muito longe dali, vindo em sua direção, toda deslumbrante.
Com um sorriso de enlouquecer qualquer homem, Emma não pode se conter com a expressão de surpresa do seu amigo.
Ela trajava apenas uma calça jeans com uma blusa de manga comprida rosa, da mesma cor de sua sapatilha, mas para Brian, ela estava extraordinariamente linda. Sem pensar duas vezes ele pediu licença a Hyuga e correu ao encontro dela.
- Emma? – disse Brian surpreendido ao ver a amiga.
Emma? Hyuga olhou para trás e ficou boquiaberto. Era ela mesma.
- Eu não estava esperando você aqui. – Ele a abraçou e a suspendeu do chão. – Mas é bom te ver.
Kojiro preferiu manter a distância, talvez ela fosse namorada de Cruyfford. E só de pensar isso o entristeceu.
- Também é muito bom te ver. – e Emma o abraçou mais uma vez, mas ainda não havia visto Kojiro.
- Vem! – a segurou pelo braço. – Quero te apresentar uma pessoa. – E a conduziu a onde estava anteriormente. - Hyuga! Essa é a Emma. – disse com entusiasmo.
Quando Emma ficou frente a frente com Kojiro, sua cabeça começou a girar. Embora Emma soubesse a onde procurá-lo, teve receio de quando o encontrasse e outra vez todo aquele cavalheirismo virasse desprezo. Entretanto, não parecia que ele a desprezava. Ele era muito mais alto e forte do que ela havia se permitido se lembrar desde o dia em que o conheceu. E era bonito de tirar o fôlego também. O tipo de cara do qual ela, antes de conhecê-lo, correria mais de um quilômetro para se manter distante.
Kojiro, por sua vez, percebeu que Emma estava ainda mais bonita do que a ultima vez que a viu. Até a uns segundos atrás ele ainda duvidava vê aqueles olhos novamente. Nenhum deles podia negar a química que estava acontecendo. Como se já se conhecessem de outro lugar, ou até de outra vida.
- O que foi? Já se conhecem? - Brian perguntou zombando com o jeito que eles estavam se olhando. Mas foi o primeiro a perceber que havia algo no ar.
Emma corou ao perceber que Kojiro a olhava tão interessado e por Brian ter percebido alguma coisa.
- Bem... Nós nos vimos no dia que eu voltei. Ele parecia perdido e eu só indiquei o caminho. Nada demais! – afirmou Emma tentando parecer segura mesmo estando uma pilha de nervos por dentro. – Mas é muito bom reencontrá-lo!
- Digo o mesmo. – Kojiro respondeu contido.
- Ok... – disse Brian com estranheza. – Eu só vim aqui para apresentá-lo ao time. Nós íamos dar uma volta pela cidade. Se você quiser ir conosco...
- Claro. – respondeu Emma sem relutância.
- Hã... Bem... Então vamos!
Apenas aquele sorriso que Emma esbanjava já era o suficiente para Brian. Os três foram em uma das melhores confeitarias da cidade. Por sorte no lugar não havia muitas pessoas, apenas umas crianças que estavam se esbaldando no sorvete.
O garçom chegou à mesa e perguntou diretamente para Cruyfford e Hyuga se já estavam prontos para pedir, mas seu olhar de repente se virou para Emma que ainda estava olhando o menu. Ela teve a sensação de que alguém a olhava, Emma se virou para o garçom que deveria ser alguns anos mais novo do que ela e reparou nos traços faciais suaves, o cabelo escuro encaracolado e os olhos gentis. Teve a impressão de já tê-lo visto em algum lugar, mas ignorou.
Ela deu um pequeno sorriso e perguntou: - Há algo errado? – quebrando imediatamente o devaneio do garçom.
- N-Não, não. É só que... Você é a Emma Grant? A duquesa? – os olhos do rapaz chegavam a brilhar.
- Bem... Esse é o meu nome, mas duquesa... – fez um muxoxo - Não. Meu pai que é o duque.
Duquesa, pensou Hyuga. Ele achava que o motivo de Brian chamá-la de princesa era por causa da sua beleza, mas agora sabia perfeitamente o porquê do tratamento.
- Nossa... Desculpe pelo inconveniente. É que...
Brian já farto daquele falatório, limpou a garganta com uma expressão bastante irritada.
- Eu acho que todos nós já percebemos o quanto ela bonita. Agora se não se importar...
Emma o olhou furiosa, reprovando a atitude do amigo.
- O quê? - Perguntou o holandês com uma sobrancelha levantada achando a sua atitude a mais normal possível.
- Esquece ele. – Emma disse ao garçom. – Eu vou querer uma torta de maçã. E você Hyuga?
- Hã... Pode ser o mesmo que você. – Na verdade Kojiro nem escutou direito o que ela havia dito, estava admirando-a. Por detrás daquela aparência frágil e dócil, ela era uma mulher forte, determinada e não parecia ser submissa a ninguém.
- Bem... Então nós três vamos querer torta de maçã. Obrigada. – Ela não deu tempo para Brian retrucar e deu um doce sorriso para o garçom.
Brian não conseguia nem falar, mas Emma e Kojiro começaram a ri da situação que ele próprio se colocou por tentar ser tão protetor.
- Tá vendo, Hyuga, o que essa garota faz. Some por um tempão e volta com mais marra do que tinha antes. – disse o loiro.
- Não sumi, nada! Eu estava na faculdade e você tinha meu endereço. E mesa não é lugar para colocar celular que é um objeto tão sujo, que por sinal está vibrando.
Brian pegou o celular e viu que era uma mensagem o mandando voltar para treinar.
- Viu Emma, por sua culpa, que ficou de paparico com o garçom, não aproveitei nada desse tempo livre. Estão me pedindo para voltar ao treinamento.
- E agora a culpa é minha? – disse Emma mais para si do que para os outros.
- Então vamos. – disse Hyuga que já se levantava da cadeira.
- Não, não. Você pode ficar. Vocês dois. E o técnico substituto só está me chamando. – E foi até a garota e a beijou na testa.
Aquele simples gesto fez o japonês esquentar. Os dois eram tão íntimos, e agora Kojiro via o abismo que existia entre ele e Emma. E o sussurro de: "Depois nós marcamos um jantar só para nós dois" acabou com as esperanças que poderia ter tido com ela.
Meu Deus, o que eu estou pensando. Eu tenho namorada!
- Te vejo amanhã no treino. – disse Cruyfford a Hyuga e foi embora.
Kojiro percebeu o quanto era fácil se distrair perto de Emma.
- Porque você está me olhando assim? – perguntou Emma confusa com o jeito estranho no olhar dele. Hyuga ficou se perguntando por quanto tempo ele ficou daquele jeito.
- Não é nada. Eu só estou pensando, é seu costume aparecer do nada e ajudar as pessoas depois sumir sem deixar rastros? – inquiriu Kojiro e Emma sorriu para ele.
Aquelas palavras ficaram presas dentro de Emma. Ele falava aquilo tudo como se ela fosse algum anjo, mas na verdade era tudo ao contrario e a garota tinha medo de decepcioná-lo mais a frente. E era bom Kojiro já ir percebendo que Emma não era um demônio, mas também não era tudo isso que ele pensava dela.
- Você só me pediu ajuda. Não foi nada demais. – declarou a garota pondo um fim naquela história.
As tortas dos dois foram servidas e eles ficaram conversando por um bom tempo sem perceber a hora passar. Eles até pareciam que eram velhos amigos. Emma lhe contou um pouco de sua vida e Kojiro fez o mesmo. Ela ficou sabendo que o pai dele havia morrido quando ele tinha doze anos e que sempre trabalhou para ajudar a mãe e cuidar dos irmãos menores. E ele, que o sonho de Emma era ser juíza.
- Então você prefere julgar a defender?
- Ahan. Logo eu, que sou uma das ultimas pessoas que poderia julgar alguém... – comentou Emma em irônica consigo mesma.
- Eu não entendi.
- Esquece, é melhor... - Sua voz automaticamente parou a ver duas figuras conhecidas entrarem no local.
Eram duas ex-colegas de turma de Emma quando ela ainda estava na escola. Uma delas era Jéssica. Uma loira alta, de olhos escuros e aparência arrogante. Ela olhou para Emma e sorriu debochadamente. Isso a deixou visivelmente irritada.
Ai! Que vontade de dar uma surra nela!
- Você está se sentindo bem? – perguntou Kojiro preocupado. Ele a tocou na mão e ela estava gelada. – Quer que eu te leve para casa?
Emma começou a ficar receosa perante aquela ameaça de ter seus segredos revelados naquela hora. Ela não conseguia parar de pensar se aquelas duas a vissem e contassem toda aquela história a Hyuga. Com certeza ele nunca mais a olharia na cara.
- Você as conhece? – O japonês já estava ficando nervoso com aquela situação, e com certeza Emma as conhecia, mas não queria falar e ele a respeitaria.
- Realmente eu não me sinto bem. É melhor nós irmos.
Quando viu que já eram duas horas da tarde Emma chegou a arregalar os olhos. Não esperava ser tão tarde. Tinha esquecido completamente do almoço com Ryan.
- Você está quieta desde que saímos da confeitaria. O que foi? É a companhia que não te agrada? – Hyuga a questionou sendo irônico. Ele tomava o dobro de cuidado com a estrada que estava na mão inglesa, mas era impossível a toda hora não olhar para Emma.
Emma ficou envergonhada consigo mesma por ele achar que o problema era ele. Embora ela não quisesse admitir para ela mesma que Kojiro era o principal motivo dela se sentir tão iluminada naquele dia.
- Imagina. Você é ótimo! O problema sou eu. Talvez... Talvez eu que não seja a companhia mais apropriada. – declarou amargurada.
Hyuga percebeu os olhinhos tristonhos da garota e sentiu uma imensa vontade de abraçá-la, que foi logo reprimida.
A ruiva estava tão perdida em seus pensamentos que nem notou a cara de preocupação de Kojiro com ela. Mas não a pondo de não ter notado também a mão do japonês sobre a sua, que a fez corar imediatamente.
- Desculpa... Eu não estou nada bem hoje. Eu realmente não queria passar isso para você.
- Olha, Emma, eu não sei o que aconteceu lá para você ficar assim, mas está tudo bem se você não quiser me dizer. Mas não fique desse jeito que isso também deixa as pessoas a sua volta tristes. – Kojiro disse a sentindo amolecer; Emma o agradeceu com o seu típico sorriso meigo.
Não demorou muito e logo eles chegaram ao prédio onde Emma morava.
- Bem, chegamos ao seu palácio. – disse o japonês em um tom divertido lembrando como Cruyfford a chamava, mas ao mesmo tempo nervoso.
Talvez Emma esperasse que ele fizesse alguma coisa, mas nada aconteceu.
- Hã... Eu fico aqui. – Esperou um pouco mais e depois abriu a porta. – Então... Até mais.
- É, boa tarde.
Os dois ficaram se olhando por um tempo em silêncio, mas como Kojiro não dizia nada, ela se retirou do carro um pouco decepcionada.
Hyuga percebeu a mancada que havia dado com a garota.
Vai, acompanha ela até a porta, idiota. Vai! Faz algo!
Ele saiu do carro e foi até ela que ainda não tinha se afastado. Emma sorriu ao ver que ele havia tomado alguma atitude.
- Esqueceu alguma coisa?- perguntou Emma em tom brincalhão.
- É que... Eu... Esqueci de te dar o meu número.
- Número?
- É, o de telefone. – Kojiro puxou um cartão do bolso da jaqueta e o entregou a ela.
- Obrigada.
Em meio às despedidas os dois acabaram se enrolando quanto a isso e Emma decidiu tomar a iniciativa e se despediu com um beijo no rosto.
- Tchau. – Emma entrou no apartamento, sorrindo, antes que ele visse que ela estava vermelha e deixando Kojiro com cara de bobo feliz.
Emma não podia nem acreditar no que acabara de fazer. Parecia que nunca tinha namorado na vida.
- Você parece uma garotinha de dez anos que teve o primeiro beijo.
Ao ouvir aquela voz, Emma olhou para trás para retrucar com ele, mas em vez disso, ela se voltou para o irmão e sorriu.
- O meu dia está sendo tão bom, que ninguém vai conseguir estragar. Nem você, Ryan.
- Há é? Então me conta enquanto comemos a pizza que eu pedi.
Ryan caminhou junto com Emma ouvindo a irmã dizer tudo o que aconteceu de tão espetacular naquela manhã. Na verdade não importava o que ela iria dizer, estava feliz por vê-la feliz também.
Já de noite, na nova casa de Kojiro Hyuga. Ele acabava de entrar depois de ter ido ao supermercado para encher a despensa e conversava pelo celular como o seu amigo Ken Wakashimazu.
- Ela é tão gata assim? - perguntou Ken.
- Ela é ainda mais do que a sua cabecinha pervertida possa pensar. – afirmou Kojiro, suspirando ao lembrar-se dela. – Eu me sinto diferente ao lado dela.
Do outro lado da linha, Ken começou a ri, constrangendo o amigo.
- Oh palhaço! Do que você está achando tanta graça. – Kojiro o reprimiu.
Ken já havia notado uma coisa que Kojiro custava a ver.
- Cara... Você está apaixonado por essa garota.
Aquelas palavras chegaram aos ouvidos de Kojiro como um insulto.
Não era verdade. Era isso que Kojiro pensava.
- Claro que não! Você está ficando maluco?- Kojiro negou e negaria até a morte se precisasse. – Esquece isso. Nem sei por que te conto essas coisas. Vamos mudar de assunto. Como anda as coisas aí no Juventus?
- Andam bem. O nosso ataque está uma vergonha desde que você saiu, mas a nossa defesa é a melhor na liga, graças ao papaizinho aqui. – declarou Ken cheio de si.
- Você não muda mesmo.
Ele continuou falando enquanto ouvia também os recados da secretária eletrônica. Mas um deles o pegou de surpresa.
"Amor... Aqui é a Maki. Só passei para te avisar que estou chegando na Inglaterra na semana que vem. Eu tô morrendo de saudade. Beijinho... Te amo."
Kojiro ficou paralisado ao ouvir a mensagem de Maki e ficou com raiva dele mesmo por tê-la esquecido.
- Hyuga, você ainda está aí? - perguntou Ken, bravo, por perceber que Kojiro não estava o escutando.
- Estou sim, desculpa. Olha, eu vou ter que desligar. Eu preciso me dar uma surra.
- Cara, o que aconteceu? – perguntou Ken curioso do outro lado da linha.
- É a Maki. Eu me esqueci dela!
Hyuga se sentia tão mal e inconformado naquela hora que não conseguia mais falar ao telefone com Wakashimazu. Ele desligou o telefone e se deixou cair do grande sofá branco que havia na sala. Pôs as mãos sobre os olhos, tentando pensar.
- Meu Deus, e agora?
Kojiro estava atordoado. Não queria pensar em outra garota. Ele gostava de Maki, e muito.
- O que eu sinto por ela só pode ser atração. Vai acabar quando a Maki chegar.
Mas era isso que o perturbava.
Maki não podia estar no mesmo lugar que Emma estava. Ele jamais se permitiria ficar longe da dona daqueles olhos azuis acinzentados, por mais que tentasse negar o irremediável.
Continua...
