A princesa e o plebeu

By Neko Aoi

N.A.: Pessoal, sinto-me muito envergonhada por ter abandonado essa fanfic por tanto tempo. O acontecido foi o seguinte: Quando eu estava pensando em começar a postar essa história, o amigo apaixonado da Emma seria o Brian Cruyffod (ele aparece nas temporadas mais antigas e não no Road 2002). O problema foi que não me lembrava do nome dele e não achava nenhuma referencia sobre ele em lugar nenhum. Por isso quando fui postar a fanfic, em vez de Brian Cruyfford, botei Wesley Relief (inspirado em um jogador holandês de verdade).

Bem... aí começou o drama. Quando eu estava prestes a postar o quarto capitulo, achei o bendito Brian Cruyfford. Tentei diversos jeitos de inseri-lo na história, mas todos ficaram umas drogas. Quando estava pronta para postar o quarto capitulo, aconteceram umas coisas (que não vem ao caso) que me desanimaram muito e minha vontade era de excluir essa fanfic e deletar outras do meu computador.

Bem, no final do ano passado. Vi que isso era besteira e que eu iria me arrepender muito se fizesse isso. Então eu ajeitei umas coisas. Troquei os nomes deles, mas não alterei a história em nada. E esse ano que deu uma energia de fazer fanfic que a muito tempo eu não tinha. Já postei uma completa, estou dando continuidade a esse meu xodozinho.

Aí vai o link com uma foto do Brian Cruyfford: . /Bryan_Cruyfford

Mas uma vez, me desculpem pelo atraso. E vamos em frente. =^.^=

Capitulo IV: Confissão

- Já acordada! – Ryan exclamou sentado no sofá vendo um filme.

Emma não esperava ver o irmão ainda na casa. Ela olhou para o pulso. O relógio marcava 8:30.

- Você nunca foi se acordar cedo. – Ryan continuou.

- E você não deveria está na escola. Sabe, ainda é quinta-feira... – disse Emma com uma pontada de desdém.

- Só volto na segunda. Ainda estou de suspensão. Estava indo só para entregar uns trabalhos.

Ryan não parecia em nada com aquele menino com quem estava acostuma a conversar. Ele era tão estudioso, tão disciplinado, e agora caminhava para a sua segunda expulsão nesse ano.

Era Emma que sempre havia causado problemas. Era por causa dela que Elena ia todo o mês conversar com a diretora, porque Emma matava mais aula do que assistia. Era ela que se envolvia com as pessoas erradas.

- Vê se não arruma mais confusão.

Não adiantava dar bronca. Ele precisava quebrar a cara sozinho. Por experiência própria, Emma sabia que conversar não adiantaria.

- Digo o mesmo.

- Como assim?

- Sobre o que você me disse. Sobre o japonês. – Ryan deu um sorriso sínico, que sabia perfeitamente que Emma odiava.

Ela até tentou disfarçar. Pensava que Ryan já havia esquecido isso. Mas a expressão do seu rosto já dizia tudo. Era uma mistura de constrangimento e com vontade de matar aquele garoto.

Ela pulou em cima dele e tampou a sua boca com uma almofada, quase o sufocando.

- Ryan! Alguém pode ouvir!

- Para com isso. Não consigo respirar. - Emma retirou a almofada.

- Desculpa... Eu só não queria...

- Eu não vou contar para ninguém. E além do mais, não tem nada a ver você ficar assim por ter dito só que aconteceu um cara legal. A não ser que... - Ryan começou a ligar os fatos; Emma logo tratou de cortar as suas asinhas.

- Nada a vê. Ele só é legal. E muito bonito... – a ultima parte Emma falou quase que inaudível.

- O que voc...

- Crianças, adivinhem quem eu achei quando estava voltando da academia? – Elena havia chegado em casa depois de sua ia diária a ioga.

Emma não conseguia imaginar quem poderia ser até que uma figura conhecida surgiu detrás da porta.

- AHHHH! AMIGA!... – as duas gritaram ao mesmo tempo e pulavam abraçadas de tanta felicidade por se reencontrarem depois de tanto tempo.

- Que saudades Emma! – disse a garota ainda abraçada a Emma.

- Que bom que você veio me visitar, Anne! – exclamou Emma.

Ela ainda não acreditava que Annie estava a sua frente. O ruivo intenso do cabelo dela estava dessa vez ainda mais forte e parecia mais liso e mais longo – na altura a cintura - do que estava antes e seus olhos verdes pareciam brilhar.

- Meu Deus! Não sabe quanta saudade eu sentir de você! – exclamou Emma, ainda abraçada, ao ver a amiga. Era disso de estava precisando: uma amiga para desabafar. Seus olhos estavam cheios d'água.

Suas avós eram grandes amigas, por isso as meninas se conheciam desde sempre. Frequentaram as mesmas escolas, as mesmas aulas, viviam juntas. Quem as via pensava que eram irmãs. Não só pela cor do cabelo, mas pela união que elas tinham.

- Não fica assim. – disse Anne limpando as lágrimas que teimavam em escorrer nos olhos da melhor amiga. – Sabia que você ia precisar de apoio quando chegasse. Mas você também estar super bonita, duquesa! – resolver mudar o rumo da conversa, odiava ver a melhor amiga daquele jeito.

- E as duas Spice Girls se encontram. Que tristeza! – comentou Ryan com desdém.

- Ah Ryan, eu também senti sua falta. – Anne falou e depois mandou beijos pelo ar para o menino que a ignorou totalmente.

- Meninas, porque vocês não vão tomar o café da manhã. Aposto que vocês têm muito que conversar. – disse Elena.

No fundo Elena sentia uma nostalgia ao ver as duas juntas. Parecia que havia sido ontem as duas melhores amigas passavam a tarde juntas, fazendo coisas de meninas.

- Com licença. Senhora Gibson. Telefonema para a senhora. Parece que é algo do trabalho. – Jane, sua governanta, chegou à sala como telefone na mão.

- Obrigada Jane. - e pegou o telefone, mas antes de atender completou. – Anne fique a vontade. – e dirigiu ao seu escritório.

- Gibson? Sua mãe já não tinha se divorciado do ultimo cara e voltado a usar o sobrenome Larsson? – perguntou Anne à Emma.

- Se separou, mas depois de cinco anos casada, algumas pessoas esquecem. – esclareceu Emma. – Mas agora esquece isso. Temos muito que conversar. – Emma disse puxando a amiga para o seu quarto.

- Não brinca! – Anne exclamou abismada com o que a amiga acabara de contar. – Aquele deus grego do Kojiro Hyuga esta aqui, em Manchester, jogando pelo nosso Manchester United? Eu não posso acreditar!

- Mas é verdade. Eu mesma já conversei com ele. – Emma falou enquanto dava uma mordida em seu croissant. – E sim ele é um cavalheiro e não foi nada rude comigo.

- Você tem uma sorte. Mas e o gatíssimo do Brian Cruyfford? Até aonde eu sei, ele é doido por você!

- Pois é... – Emma levantou-se da cama, botando a bandeja com o café da manhã ao lado, e indo buscar o celular na sua escrivaninha. -... Ele me mandou essa mensagem ontem de noite.

"Emma, ouvir falar que o tempo sábado vai está ótimo para velejar. Adoraria que você fosse. Assim poderíamos ter mais tempo para conversar e ficar mais a vontade.

Aguardo resposta. Beijos: Brain"

- Uau! Eu acho que esse "ficar mais a vontade", deixa bem claro o que ele quer fazer com você. - Anne olhou admirada com o que havia acabado de ler. – Mas Emma, o motivo de ainda não ter respondido foi porque você ainda não superou o que aconteceu, ou Kojiro Hyuga mexeu com você mais do que você quer admitir?

Emma ficou rubra com a pergunta de Anne.

- Eu não sei. – disse com a voz franca – Mas por que você fala como se eu tivesse alguma coisa com o Brian?

- Por que todo mundo sabe que o pobre Brian Cruyfford era, e ainda é loucamente apaixonado por você!

Emma já tinha perdido as contas de quantas vezes as pessoas tinham falado isso para ela. Será que estava tão na cara isso e ela não conseguia enxergar? Mas se for isso, porque não era recíproco? Seu coração não batia forte quando o via.

- Sabe de uma coisa, eu, sinceramente, gostaria de ser apaixonada por ele. Brian é bonito, engraçado, amável, mas eu não consigo. Simplesmente não consigo. Ele não é tipo... O Kojiro. – Seu coração começou a acelerar só de ter falado o nome dele e Anne reparou. – Kojiro é tão viril, tão másculo, tem alguma coisa diferente que... que eu não consigo explicar... Ele é diferente dos outros. Entende?

- Entendo, Emma. Claro que entendo. – Anne a olhou com suspeita. Com certeza havia ainda mais coisas por trás do que Emma queria contar.

Mas tarde deitada em sua cama, Emma olhava o teto e a imagem de Kojiro veio a sua cabeça.

- Meu Deus. Porque eu estou pensando nele toda hora?

Mas a conversa que ela havia tido com Anne aquela manhã, ainda a incomodava. Emma havia gostado de ficar ao lado de Kojiro, mas ainda tinha suas dúvidas em relação ao que sentia. Embora soubesse que não poderia ter uma simples amizade com desde a primeira vez que o viu.

Não muito longe dali Hyuga estava também sofrendo com as suas dúvidas. Ele era apaixonado pela sua noiva Maki, mas por Emma sentia algo muito mais forte.

- Como eu fui deixar isso acontecer? Hein, Maki? – perguntou a foto da noiva que estava em sua mão.

Kojiro sempre que fechava os olhos lembrava-se de Emma. Lembrava-se do sorriso, da voz, do perfume e imaginava como seria o gosto dos lábios rosados da ruiva. Ela era tão incrivelmente linda e inocente que se recriminou a ter pensamentos pecaminosos em relação a ela, mas foi inevitável não pensar no resto de seu corpo, no seu toque suave...

- Eu não posso pensar nisso. Eu sou comprometido!

Jogou o porta retrato da noiva no outro sofá e foi tomar um banho de água gelada para relaxar. Kojiro precisava relaxar não só a cabeça, mas o resto do corpo também.

- Eu não consigo entender porque ela disse "não".

Brian estava quase babando de tanta raiva. Ele havia recebido uma ligação de Emma dizendo que não iria dá para velejar com ele. Aquilo o tirou do sério. Ele tentava de tudo, mas Emma parecia escorregar de suas mãos como se fosse água.

- Calma cara. Vai vê aconteceu alguma coisa e ela não vai poder ir. – disse Anthony, amigo de Brian, um jogador do United também, tentando acalmá-lo.

O belo loiro dava socos e mais socos no saco de areia em sua frente. Já havia horas que estava liberado dos treinos, mas em vez de ir para casa, decidiu ficar e liberar suas frustrações.

Brian amava Emma desde o primeiro instante que a viu. Havia sido terrível vê-la nos braços do fracassado ex-namorado dela. Tinha feito de tudo para ela vê o imbecil que ele era, mas ela parecia ter ficado cega. Se afundava cada vez mais junto com ele. Mas Brian havia jurado para si mesmo, que quando Emma percebesse o quanto sujo era o mundo que aquele idiota a estava levando, ele estaria lá para ela. E esperaria o tempo que fosse para ficar com ela.

- Eu não vou desistir dela. NUNCA!

Na manhã seguinte, Brian havia acordado cedo para correr. Tinha que parar de pensar em Emma pelo menos um pouco. Sua vida parecia ter voltado a sair dos eixos desde que ela havia voltado.

Quando estava terminado de se arrumar para a sua corrida, a campainha tocou. Olhou o relógio e percebeu que ainda era muito cedo e a empregada ainda não havia chegado. Abriu a porta e tudo que viu foi uma bela cesta com seus bolinhos preferidos junto com um envelope pequeno cor de rosa. Naquele instante sorriu. Não conseguia ficar triste com ela por muito tempo. Pegou o envelope e abriu. Nele havia escrito apenas: "Sinto muito."

- Hn... Menina danada. – disse divertido.

- Então você não está mais zangado com essa menina danada?

Brian tomou um susto em vê-la ali.

Não havia reparado em Emma sentada no banco ao lado da porta de sua casa. Ela estava lá, olhando para ele, sorrindo.

Meu Deus, como ela é linda!

- O que você faz aqui, menina? Aqui está frio. – disse isso ao vê-la apenas com um vestido azul Royal de alça fina e uma sandália rasteirinha em pleno outono inglês.

- Achei que você tinha ficado meio chateado por ontem. Queria te pedir desculpas. – disse ficando séria. – Mas me desculpe se te incomodei. Pelo visto você ia sair. – falou reparando nas roupas que ele estava usando.

- Não tem problema. – disse antes que ela se levantasse – Você nunca incomoda. Sabe que eu adoro a sua presença.

Emma corou um pouco. Brian sabia que havia deixado-a encabulada.

Os dois caminhavam lado a lado. Emma falava como estava sendo a faculdade e Brian só escutava. Apesar de tudo, ela parecia feliz. Estava realizando seu sonho.

Quando eles se deram conta já estavam chegando perto do CT onde Brian treinava - afinal, a casa dele ficava perto. Ainda era cedo por isso não havia quase ninguém.

Os dois entram de mãos dadas e com Emma apoiando a cabeça em seu ombro.

A sensação era tão boa, pensava Cruyfford, tê-la por perto de novo, sem empecilhos...

- O que foi? – perguntou Emma o tirando do transe. – Parece tenso.

- Eu? – disse nervoso. Brian até tentou não olhar para ela, mas Emma insistia com a pergunta.

- O que aconteceu? Fiz alguma coisa de errado? Ainda está chateado por ontem?

- Claro que não.

- Então o que foi? – Emma parou de frente para ele com a expressão delicada e os olhos ingênuos – embora ela não fosse –, parecia surreal de mais para ele.

- Daqui a pouco vai ter uma reunião dos jogadores em comemoração à apresentação oficial do Hyuga ao time. Você poderia participar.

Emma não conseguiu mais olhar para Brian. Seu corpo começou a esquentar só de ouvir aquele nome. Sentia-se tão culpa de ficar daquele jeito, principalmente perto de Brian, que era sempre tão gentil e carinhoso com ela.

- Não vai demorar. Está marcado para começar umas 11 horas. Eu vou fazer uns exames por causa uma lesão no ombro. Devem vim alguns amigos do pessoal e alguns representantes do clube e dos patrocinadores.

- Ahmm... Claro. – Emma respondeu mal prestando atenção no que Brian falava.

- Você está bem? – A tocou no resto, enquanto segurava a sua mão. Isso fez Emma despertar. – Está soando, mas sua pele está tão fria.

Aquela aproximação lhe custou a ultima gosta de paciência. Brian foi chegando cada vez mais perto de Emma, que começava a se sentir invadida e recuava na mesma proporção, até encostar-se em um carro atrás dela, ficando entre o automóvel e Brian.

- Por favor, Emma, não fuja mais de mim. – Brian disse como se fosse um pedido e Emma se sentiu mal. – Eu nunca seria capaz de machucá-la.

Ela o conhecia, sabia que não a faria mal. Mas ainda assim tinha medo de sofrer novamente.

- Eu sei. Mas eu...

- Eu tenho voltado a sentir umas coisas que fazia tempo que eu não sentia. E isso está crescendo tão rápido que já não sei quanto tempo mais eu vou aguentar.

- Você deve está confundindo as coisas.

-Não... Não estou, não.

Emma iria argumentar, mas se viu em um beco sem saída. Ela só abaixou a cabeça e começou a se lamentar pelo o que ocorreria depois.

Brian estava tão cego de amor e louco de vontade de beijá-la, que não reparou no sofrimento dela. Quando seus lábios quase tocaram os dela, ele foi levado para longe pelos seus companheiros de time.

- Cruyfford! Depois vocês dois terminam de bater papo. Já estão chamando a gente.

O menino ficou atordoado. Vermelho de raiva.

Emma ainda estava um pouco paralisada. Sua respiração saia com certa dificuldade. Tentou se segurar em algo, mas se sentiu cambalear um pouco. Reparou em um carro que havia freado e alguém a chamando pelo nome, mas não ligou. Sua visão estava tão turva que não conseguia identificar ninguém.

Quando pensou que iria cair, sentiu alguém segurá-la pelos braços. O perfume daquela pessoa era tão bom e familiar, que se permitiu olhar para o seu rosto, e não se arrependera.

- Hyuga... – falou com a voz quase inaudível.

- O que houve? – Kojiro perguntou preocupada. – Vem comigo. Vou tirá-la daqui.

Kojiro a levou para uma lanchonete em frente do Centro de treinamento. Eles estavam sentados em uma mesa do lado de fora do estabelecimento.

- Você me parece bem melhor agora.

- Estou sim. – disse constrangida enquanto dava mais um gole em seu suco. - Obrigada por me socorrer.

- Não tem problema. – sorriu. – Mas o que houve?

- Nada. Acho que a minha pressão abaixou. – mentiu.

- Mas o que fazia aqui? Estava esperando alguém?

- Não. Eu vim acompanhar o Brian... – Sua mente voou até a alguns minutos atrás, quando quase se beijaram. Olhou para Kojiro e pela expressão dele, devia está se perguntando quem era Brian. – Brian Cruyfford – esclareceu Emma – Precisava falar com ele.

Nesse momento Kojiro sentiu uma pontada de ciúmes. Era inegável que havia algo entre eles, pensava o japonês.

- Bem, tenho que ir. Minha apresentação oficial é hoje. – disse Kojiro um pouco amargo, embora tentasse não ser grosseiro.

Não podia descontar a sua raiva em Emma. Se conheciam a pouquíssimo tempo. Ela tinha o direito de ficar com quem quisesse, ele era o errado nessa história. Tinha uma noiva, mas não conseguia tirar de seus pensamentos a mulher a sua frente.

Sem ao menos se despedir, jogou uma nota mais que suficiente para pagar o que havia sido consumido e se levantou indo embora, deixando Emma pasma com a atitude.

- É Emma, pisou na bola outra vez. - resmungou enquanto tomava o restante do seu suco enquanto via Kojiro se afastar.

Havia começado há pouco tempo a coletiva de imprensa que anunciava Kojiro Hyuga como mais novo atacante do Manchester United. Emma estava no lugar onde haveria a confraternização depois. O local onde ela ficava era mais ao alto e era bem decorado. Estavam todos animados e Emma reconheceu os jogadores do time. Mas por incrível que pareça ela nem se interessava muito. Preferia ficar assistindo por uma janela de vidro. Sabia que o rapaz não conseguiria vê-la, mas mesmo assim o admirava.

- Como pode ser tão lindo? – Emma disse para si mesma.

- Quem?

Emma tomou um susto ao ver Brian ao seu lado. Deu um sorriso sem graça.

- Eu estava falando da decoração. – mentiu, mas o importante era que Brian havia acreditado.

- Olá, vocês dois! – Ryan havia chegado e parado ao lado de Emma. – Que bom vê vocês!

A cara de Emma e Brian foi ao chão.

- O que você faz aqui? Quem te convidou? – inquiriu Emma, furiosa.

- Nossa mãe disse para acompanhá-la. Assim teria certeza que quando voltasse para casa, o apartamento ainda estaria inteiro.

- Você não tem uma namorada não? É sexta. – perguntou Cruyfford, também irritado com mais uma interrupção.

Emma deu um tapa no braço de Brian por causa do comentário.

- Ele ainda é muito novo. – disse Emma à Brian, e depois se virou para Ryan. – Mas você não disse que não gostava de ficar perto da mamãe?

- Disse, mas eu já estava meio entediado e queria falar com alguém além da você e da Jane, mesmo que seja o Cruyfford. Sem ofensas, Cruyfford.

Emma soltou um risinho, deixando Brian um pouco constrangido.

- Não estou ofendido. – disse Brian – Vou dar um "oi" para uns amigos. Já volto Emma. – e foi embora.

- Você é terrível! – disse Emma ao irmão por ter deixado o pobre rapaz constrangido.

Quando voltou a olhar pela janela, percebeu que a coletiva já havia acabado e Kojiro já não estava mais lá.

Enquanto andavam para a mesa que estava destinada a eles. Emma exibia suas pernas por onde passava. Embora alguns fossem amigos dela, havia olhos femininos seguindo seu rastro com inveja e os masculinos com luxúria por estarem tão amostras. Mas em um desse olhares estava Hyuga, que havia chegado a pouco no recinto, e a admirava de longe.

Emma percebeu e olhou de volta para ele. Seus olhares se chocaram e Kojiro rapidamente virou o rosto, mas antes percebeu o rosto de Emma corado.

- Você não gostaria de conversar com ele? – perguntou Ryan ao ver os olhares que um mandava para o outro. – Ele parece que gostou de você. – afirmou. Emma deu um beliscam nele. - Aí!

- Fica quieto!

- Você está ficando com ele?

- Eu não est...

- Emma.

A respiração se cortou na garganta de Emma. Os sentidos dispararam em um alerta instantâneo. Pareceria impossível olhar para aquela figura esbelta, morena e exótica sem corar. Mesmo toda constrangida, ela olhou para ele.

- Oi, de novo. – disse Emma.

Nesse momento Kojiro pareceu se esquecer do que tinha acontecido mais cedo. Aquela era uma reunião para ele, e se Emma estava lá, talvez significasse alguma coisa.

Sem se dar conta do que fazia, Kojiro beijou a sua mão como um cavalheiro fazia diante a uma dama. Mas ainda assim, Emma não deixava de ser uma ameaça excitante. O tipo de ameaça que apelava a tudo o que era devasso na natureza dele. Ela era muito mais irresistível do que Kojiro poderia imaginar, e não importava o quanto se odiasse por isso, seu coração já disparava perto dela.

- Eu sou Ryan Grant, irmão da Emma. - Ryan se apresentou quebrando instantaneamente a magia daquele momento. Kojiro o cumprimentou e Emma o olhou com desaprovação. – O que foi? Só estou sendo simpático.

- Não liga para ele. – disse Emma à Kojiro. – Você não quer se juntar conosco.

- Claro.

Os três conversaram praticamente do o restante da manhã até o começo da tarde. Brian parecia ter se esquecido de Emma, mas ela também não estava se importando. Ryan estava se dando muito bem com Kojiro e não havia sido inconveniente. Para Emma, tudo estava perfeito. A cada esbarrão, mesmo de leve, que ela e Kojiro davam, uma corrente elétrica parecia passar pelos seus corpos. Mas eles resistiam bravamente.

Ryan notou a afinidade dos dois. Percebeu que nunca vira a irmã tão feliz por está perto de um cara como estava com Hyuga. Quem olhava para eles nunca diria que aquela era só a quarta vez em que se encontravam. A afinidade que os dois tinham era incontestável.

Haviam servido uma torta de maça com calda de caramelo. Emma se levantou para pegar a sobremesa, mas o vestido que ela usava não havia descido todo, deixando as suas pernas ainda mais descobertas. Kojiro não conseguiu evitar olhar para as pernas bem torneadas da garota. Emma notou o olhar e ficou vermelha, instantaneamente. A ruiva estava tão nervosa que deixou cair o prato encima de Hyuga.

- Me perdoe... Onde eu ando com a cabeça... Eu sou uma desastrada mesmo! – Emma se perdia em um mundo de desculpas. Ela pegou um guardanapo de pano e tentou limpar a roupa dele, o que só fazia aumentar a mancha.

- Não se preocupe. Isso acontece. – disse Kojiro tentando esconder o desconforto que estava sentindo. Não estava com raiva de Emma, mas sim por ter se lambuzado todo de caramelo. Ele odiava caramelo!

- De jeito nenhum. A culpa é minha!

Emma vendo que a sua tentativa de limpar a roupa de Hyuga com um guardanapo não estava dando certo, puxou-o pelo braço, indo em direção ao banheiro.

- Tira a camisa! – Emma ordenou.

- O que?

- Como você quer que eu limpe a sua camisa se você não tirar? – alegou Emma, e marotamente afirmou: - Você não vai se o primeiro, nem o ultimo homem que eu vou ver sem camisa!

Kojiro se espantou com o que Emma disse. Não era costume das garotas japonesas serem tão ousadas. Elas eram mais recatadas, tímidas, inocentes, diferentes de como Emma era. Mas ele logo percebeu a provocação. Não ia deixar barato. Se Emma queria que ele tirasse a camisa, quem era ele para discutir?

Com um sorriso de canto, Kojiro começou a desabotoar a camisa. Ele queria acabar com aquele atrevimento de Emma e conseguiu.

Emma ficou boquiaberta e hipnotizada com o via. Não podia tirar os olhos dele. De seu peito bronzeado e forte, do seu abdômen definido. Ela observou a camisa branca, suja de caramelo, já aberta. Kojiro a tirando lentamente e jogou em cima dela.

- É toda sua. – Kojiro falou provocante. Não era só Emma que tinha truques.

Ainda um pouco atordoada, ela abriu a bica da torneira e mergulhou a camisa na água.

Kojiro percebeu que seu peito estava um pouco grudento por conta do caramelo. Ele pegou uma toalha de papel, a umedeceu e passou em seu tórax.

Com o canto dos olhos, Emma o examinava. Com aquela água escorrendo pelo seu peito, ele estava absolutamente maravilhoso, e a olhada discreta acabou virando total contemplação. Emma ruborizou quando ele ergueu as sobrancelhas diante da intensidade daquele olhar. Ela se olhou no espelho e viu a face toda rubra. A vergonha quase a dominou.

- Emma?

Brian que havia chegado. Emma o agradeceu. Ele acabou detendo-a de seus próprios atos.

- Disseram-me que o Hyuga havia tido um problema e... O que está acontecendo aqui? – perguntou o holândes, enciumado, vendo Emma em um banheiro masculino com um homem sem camisa.

Com um sorriso de alívio nos lábios, Emma caminhou até aporta.

- Brian... Ainda bem que você chegou. Eu vou me aproveitar de você. Você tem uma camisa reserva para emprestar?

Os olhos azuis dele ficaram à espreita, Brian, imóvel, observou o japonês com um olhar raivoso, que foi logo retribuído. Quem era ele para está daquele jeito com a garota que ele amava?

- Claro. Deixa comigo. - respondeu Brian, tentando ignorar a presença de Hyuga.

Kojiro ficou tão enfurecido que daria uma surra em Cruyfford se olhasse daquele jeito para ele de novo.

- Não precisa se incomodar. Eu seco sozinho. - afirmou o oriental, e começou a passar a camisa na secadora de mãos sem mais comentários.

- Já que está tudo resolvido, será que a gente pode ir embora. – resmungou Brian a Emma. – Sua mãe pediu, caso eu há visse, que te avisasse que seu irmão começou a se sentir mal e a que ela está te esperando para irem para casa.

- Claro. – Emma foi até Kojiro e o deu um beijo na bochecha para se despedir. – Depois a gente conversa mais. Tchau.

Kojiro sorriu para ela.

Brian não estava gostando nada do rumo que aquilo havia levado. Aquele japonês acabara de chegar e já queria tomar SUA Emma.

- Isso não vai ficar assim. Não mesmo!- pensou Brian para si mesmo – Vou mostrar quem é Brian Cruyfford!

Continua...