Olá, pessoal.
Gostaria de pedir desculpas novamente para vocês. Eu sei que não tenho postado regulamente os capítulos, mas eu estou tentando mudar isso. É sério.
Tem mais uma coisa que eu preciso falar, mas só no final do capítulo. Ok?
Boa leitura!
A Princesa e o Plebeu
By Neko Aoi
Capítulo VIII: Cada vez mais perto de você
Ryan caminhava em direção à cozinha. Já era 5 da manhã e ainda não havia dormido. Era domingo então quem se importaria se ele acordasse só de tarde? Ainda estava tudo escuro, no inverno o dia começava mais tarde e terminava mais cedo. Isso era normal. Ele abriu a geladeira e pegou uma garrafa de leite, quando se virou para botar a garrafa em cima da ilha, se assustou ao vê a irmã sentada ali.
– Você enlouqueceu. - disse Ryan bravo mais pelo susto do que por ter sido visto. - Você não deveria ainda está dormindo?
Emma o olhou séria. Sempre ficava mal humorada quando estava com sono, mas seu estômago calhou de lembrá-la que não tinha jantado.
– E você não acha que já deveria ter ido dormir? - Emma rebateu seca.
Diante daquela situação, Ryan não teve para onde correr.
– Estava conversando com uma pessoa. - ele baixou a guarda. Ryan pegou uma tigela do armário e uma caixa e cereal. Ao acabar de montar sua comida, ele sentou-se na frente de Emma. - E você? O que faz a essa hora acordada?
Emma apontou para o prato que continha ainda um pouco de omelete com presunto Parma.
– Isso responde a sua pergunta?
– Calma - Ryan riu - Não precisa ficar assim. – e continuou, mas quase como sussurro. - Pensei que alguém tivesse te amaciado ontem.
– O que? - Emma disse atômica. - Onde você aprendeu a falar desse jeito?
– Já tenho 14 anos. Sei das coisas.
– Você ainda é uma criança, isso sim. E minha vida amorosa, só diz respeito a mim. – Emma disse com uma pontada de irritação.
– Mas como aquelas flores são do Cruyfford, logicamente não era com ele que você estava. Ele não ia mandar um buquê para a garota que estava no mesmo dia com ele. - disse explicando a sua teoria.
– Não se mete, Ryan. Senão eu vou começar a fuxicar suas coisas.
Ryan riu.
– Você nunca vai descobrir. Além do mais, não é nada. - declarou Ryan. - Mas pode deixar eu não vou contar para ninguém sobre você e o japonês.
Emma pensava em como ele descobriu que era Kojiro. Ela nunca falou nada.
– Acho bom mesmo. - E se levantou deixando a sua louça na lavadora de pratos. - Se contar sobre eu e Kojiro você sabe o que te acontece. - ameaçou, mas Ryan não se importou com aquilo.
Emma se levantou e foi para o seu quarto.
(...)
Já passava das 7 horas e Emma ainda não havia conseguido voltar a dormir. Seus pensamentos estavam longe dali. E pensar que naquele mesmo horário, no dia anterior, estava dormindo abraçada com o homem que amava. Mas que agora, ela estava em sua cama, sozinha, pensando em Kojiro.
Depois da discussão com Brian, Emma havia desligado o celular para ninguém a perturba-lá. Mas ao religá-lo, o aparelho possuía algumas mensagens e chamadas, sendo que dá última havia 5 de Kojiro.
Não tinha certeza se devia retornar as ligações, então preferiu esperar ele ligar mais uma vez. Mas Emma estava se sentindo torturada esperando aquela ligação. Quando decidiu ligar, viu o visor do celular acender e aparecer um K gigante na tela. Não poderia dá bobeira e deixar uma pessoa mal intencionada descobrir sob ela e Kojiro.
Não era vergonha das pessoas saberem que os dois estavam juntos. Apenas ninguém poderia saber sem antes Emma o dissesse o peso que carregava. Vergonha ela já tinha dela mesma.
De repente Emma acordou de seus pensamentos e notou que ainda não havia atendido.
– Bom dia, meu amor. - só de saber que era o japonês do outro lado da linha, Emma não conseguia conter o seu largo sorriso de felicidade.
– Bom dia, minha princesa. - Kojiro retribuiu o tom amoroso sem perceber. - Pensei que tivesse acontecido alguma coisa.
Foi então que Emma se lembrou das ligações perdidas. Kojiro deveria está pensando que havia desligado o celular de propósito para não falar com ele.
– Desculpa. - se deu um tapa na testa. Bateu um medo dele ter achado que ela só o queria para uma noite. - Eu tive uma discussão com o Br... Com uma pessoa e acabei ficando mal. Mas agora está tudo certo.
– Que bom. Mas eu gostaria de te encontrar. Te abraçar, te beijar, sentir o seu perfume...
Emma sorriu. Era a primeira vez que alguém falava daquele jeito e ela retribuía na mesma intensidade ou até mais.
– Então me diz onde e quando.
– Que tal em frente do seu prédio e agora.
– Como? - disse surpresa.
– Simples. Eu estou bem em frente do seu prédio.
Só podia ser brincadeira. Kojiro não poderia está falando sério.
Emma se levantou em um pulo e foi até a janela, abrindo-a. Como esperado, onde morava era muito alto para vê alguém na rua a olho nu. Correu até sua gaveta onde costumava guardar suas bugigangas e encontrou o seu velho binóculo. Foi à janela novamente, já usando o objeto e olhou para a rua. Ainda estava longe, mas dava para vê uma única pessoa ao lado de um carro azul que logo reconheceu ser de Kojiro.
– Não sai daí. Já tô descendo. - desligou o celular e o jogou na cama. Revirou o closet em busca de uma roupa quente o bastante para suportar o frio que estava fazendo, mas bonita o suficiente. No fim optou por uma calça jeans skinny, uma blusa de branca de manga curta e uma jaqueta de couro preta. Se olhou no espelho, sua vontade era de fazer uma maquiagem para Kojiro vê-la perfeita, mas não ia dá tempo, então limitou-se a ajeita o cabelo com a mão mesmo e calçou o primeiro calçado que viu.
Kojiro olhava para o topo do prédio, imaginando o que Emma estaria fazendo. Ele esfregou as mãos para se aquecer. Deveria está um 5 graus naquela hora ou até menos, pensou, mas precisava vê-la nem que fosse por alguns segundos.
Uma das portas da portaria foi aberta e de lá saiu a ruiva, que ao vê o japonês abriu um grade sorriso para ele. Correu até ele e o beijou sem se importar se havia mais alguém na rua naquela hora. Só queria saber de seus lábios quentes nos dela, e em suas mãos percorrendo seu corpo.
– Você não sabe o quando eu queria isso. - disse Emma, ofegante. - Eu quero isso e muito mais. - e o beijou mais uma vez.
Depois de um longo tempo, se soltaram, ainda muito ofegantes.
– Você é doido. O que faz aqui tão cedo?
– Precisava te vê. Queria saber se você não tinha se arrependido.
– Isso nunca vai acontecer. - Emma respondeu sabendo muito bem do que Kojiro falava. - E também adorei a nossa noite. Eu estou doida para repetir. – e sussurrou a ultima frase em seu ouvido.
– Eu também adorei tudo o que nós fizemos. Por isso estranhei você ter desligado o celular. Aconteceu alguma coisa?
Emma não respondeu. Sabia que talvez Kojiro não fosse gostar de saber.
– Entendi. – Kojiro logo percebeu o que poderia ter acontecido. Embora fosse só uma hipótese, em seu interior sabia que tinha algo haver com o holandês Cruyfford. – Mas agora você tem a mim.
Emma definitivamente achava lindo o cuidado que o japonês tinha com ela. Ela o abraçou e o beijou.
– Mas agora eu tenho treino. – Kojiro tentava parar de beijá-la e Emma fez bico. – Que tal nós nos vermos mais tarde? Um jantar minha casa.
Emma soltou um olhar-la malicioso. Embora a ideia tivesse sido de Kojiro, ele não estava focando tanto na parte sexual desse encontro. Definitivamente as mulheres eram mais liberais na Europa. Mesmo tendo morado anos Itália, não tinha se dado tanto conta. Não tanto por está com Maki, mas por sua prioridade ter sempre sido a sua carreira de jogador, não percebia tanto. Mas com a aparição de Emma, foi a primeira vez que suas prioridades mudaram.
– Então às 8 em ponto estarei lá, Hyuga. Pode deixar que eu levo o vinho.
Kojiro sorriu. Ele não a achava especial pela cultura com que havia sido criada. Ela era única por ser diferente de tudo.
(...)
Após Emma entrar, Kojiro dirigiu até o CT do Manchester United. Precisava fazer últimos exames obrigatórios que a Premier League exigia para só então poder estrear. Ele estava animado, mas ao entrar no consultório do Dr. Carter, se deparou com Brian Cruyfford no recinto e imediatamente sua feição ficou séria.
– Entre Hyuga. – disse o médico que aparentava não ter muito mais que 30 anos. – Eu já terminei com o Mister Cruyfford.
Brian não encarou o japonês. Se levantou e pegou seu casaco vermelho indo embora sem disse nenhuma palavra.
O médico londrino logo percebeu algo entranho entre os dois.
– Sente-se Hyuga. – pediu o doutor Carter.
A atitude do holandês foi a prova que precisava. Cruyfford sabia sobre Emma e ele. Então foi aí que se lembrou de como Emma ficou ao perguntar se havia acontecido algo. De alguma forma Brian era especial para ela de tal modo que foi nítido o olhar triste da ruiva ao tocar no assunto.
– Hyuga – o médico o chamou mais uma vez – Pode se sentar.
Kojiro entrou na sala e fechou a porta atrás de si.
– Senti-se bem? – questionou o médico.
– Estou ótimo. – disse em seu tom de voz habitual.
– Muito bem. Então tire o casado e estique o braço. – O doutor buscou uma seringa para retirar umas amostras de sangue do jogador. – Relaxe Hyuga, senão vai ser difícil encontrar sua veia.
Kojiro então percebeu o quão tenso ainda estava. Não podia ficar daquele jeito.
– Algum problema entre você e o Cruyfford? – perguntou o médico ao atacante enquanto inseria a agulha.
– Nenhuma.
– Parece que não é bem assim. – questionou.
–Desculpe Doutor, mas isso é assunto pessoal. – falou o Hyuga.
– Eu sei. Desculpe-me. Mas tenha cuidado com o Cruyfford ele é o capitão do time. – advertiu o médico.
– Por que teria que tomar cuidado? Ele pode influenciar as coisas por aqui? – estranhou o comportamento dele.
– Não. De jeito nenhum. – O médico soltou o elástico do braço do jogador após recolher as amostras de sangue. – Esse não é o estilo dele. Você já o viu em algum jogo pela Holanda?
Kojiro se surpreendeu com a pergunta. Mas pensando com calam, ele nunca havia visto um jogo de Cruyfford pela seleção, por maior que fosse sua fama.
– Não é qualquer jogo que Brian Cruyfford entra. Na maioria das vezes ele fica comandando os jogadores pela arquibancada, mesmo sendo o capitão do time. – disse o médico com convicção. - Ele é importante para a equipe. Isso mostra a confiança cega e o respeito colocado nele. E isso continua aqui no United. Não só com os jogadores, mas também com os torcedores. E eles sim podem pedir para te tirarem se te acharem prejudicial à equipe.
– E quais são as chances disso acontecer? – perguntou o japonês, não por receio, mas para saber até onde ia essa idolatria pelo holandês.
– Se depender do Manager* isso nunca vai acontecer. – riu seco - Ele não cede a esse tipo de pressão. – declarou.
– Então não precisa se preocupar. Não estou aqui para ocupar o lugar de ninguém. – Kojiro se levantou. – É só isso de exame?
– Sim. Conforme for o resultado você estréia no Boxing Day*. – disse o médico.
Kojiro ia saindo do consultório, mas algo ainda o incomodava.
– Gostaria de fazer mais uma pergunta? – inquiriu o japonês ainda na porta.
– Claro. Se eu puder responder.
– Porque ele faz isso? O que Cruyfford ganha agindo desse jeito?
O doutor parou e pensou na melhor resposta que poderia dá a aquela pergunta.
– Sinceramente Hyuga, eu não sei. – declarou o médico, sério. - Algumas pessoas preferem pensar que a Holanda não quer mostrar todas as suas cartas de uma só vez; outras acham que é apenas arrogância dele. De qualquer forma eu acho que só ele pode responder a essa pergunta.
(...)
Kojiro esperava a comida ficar pronta no forno e pensava na conversa que havia tido com o Dr. Carter naquela manhã. Quando veio da Itália para a Inglaterra não pensava em tantos problemas que iria encontrar em tão pouco tempo.
Sabia que Cruyfford sempre estaria por perto esperando a primeira queixa ou desapontamento de Emma para tomá-la. Mas depois daquela conversa começava a acreditar que o holandês já estava planejando algo.
A campainha tocou, Kojiro olhou para o relógio e ainda era 7:00 hrs. Ainda era muito cedo para ser Emma. Havia marcado com ela às 9:00. Deu uma ultima olhada no assado, ainda precisa ficar meia hora.
Caminhou até a porta e a abriu. Naquele momento seu queixo caiu.
– Não vai me convidar para entrar. Está frio. - Emma sorriu expressando uma falsa ingenuidade que seduzia. Ela vestia um trench coat por cima da roupa que não havia sido fechado até em cima, deixando um majestoso decote e seus cabelos estavam soltos em belos cachos.
Kojiro a puxou para dentro e a beijou.
– Acho que cheguei um pouco cedo. - disse Emma percebendo as roupas dele. - Trouxe o vinho como prometi. – levantou a garrafa.
– Não precisava. - soltou Emma e pegou o vinho, caminhando até a cozinha, seguido pela ruiva. - O que aconteceu para chegar a essa? Tínhamos marcado mais tarde.
– Eu não estava mais aguentando esperar. - ela o abraçou por trás e o beijou na nuca, fazendo-o soltar um gemido abafado.
– Se você não parar, não vou conseguir terminar o jantar. - falou tentando se controlar, embora estivesse sendo difícil.
Emma ria. Era divertido ver Kojiro Hyuga perder a calma tão facilmente.
– Tudo bem. - o soltou e se sentou em um banco na bancada. - Vou ficar quietinha aqui te vendo cozinhar.
– Não vai demorar muito. A comida já está quase pronta. - Kojiro verificava o forno mais uma vez. - Pode botar o seu casaco no armário, se você for ficar mais confortável.
Por está de costa, Kojiro não reparou o olhar felino e cheio de malícia que Emma deu ao ouvir a ultima frase. No entanto, não teve como não notar o que iria acontecer a seguir.
Emma se levantou e começou a abrir o cinto do trench coat, exibindo a lingerie preta de renda.
– Tem razão, Hyuga. Assim é muito mais confortável.
Kojiro a olhou dos pés a cabeça. Emma estava seminua no meio da sua cozinha, usando apenas suas roupas intimas e um salto alto.
– Acho melhor deixar o jantar para depois. Tem uma coisa que eu gostaria de fazer primeiro, Hyuga.
(...)
O corpo dela era perfeito. Era macio e o cheiro que ele possuía era indescritível. Kojiro nunca havia sentido um aroma como aquele. Uma mistura difícil de explicar que mexia com todos os seus sentidos e o viciava.
Emma se levantou de repente deixando-o confuso. Ela sorria para ele, provocante, sabia que Emma queria brincar. Kojiro a segurou pelo braço e a jogou novamente na cama e ela continuava sorrindo.
Emma amava aquele jeito rude do japonês. Amava a sua pegada. Nunca havia sentido nada igual. Era como se seu corpo fosse feito para ele. Não conseguia parar.
"- Eu já falei que aqui não. - respondeu uma menina ruiva de recém completados 16 anos. Era Emma. Ela vestia o uniforme escolar que consistia em uma saía que havia sido ajustada até virar mini, uma blusa branca com mais botões mais abertos do que deveriam e por cima uma jaqueta cor vinho que continha o brasão da Instituição que estudava.
Havia matado os dois últimos tempos de aula e pulado o muro do colégio. A sua espera estava um garoto com um pouco mais de 1 ano de diferença dela, com um olhar malicioso. Ele usava uma blusa e calça preta com uma bota da mesma cor e com uma bolsa cinza de lado. De longe dava para perceber que o tal garoto não pertencia a aquela realidade. Mal Emma pôs os pés no chão e já havia sido agarrada.
– Eu trouxe uma coisa para você. - disse o rapaz.
Emma sabia que se alguém a visse junto com o garoto estaria metida em problemas. E se por acaso chegasse aos ouvidos de sua mãe, seria pior ainda. Mas era isso que a excitava. Ele se destacava não só pela beleza, mas também pela periculosidade.
– O que você trouxe dessa vez. Vodka? Não é um daqueles Whiskys falsificados igual da última vez. – falava do mês anterior.
Elena a encontrou vomitando no banheiro do seu quanto e quando foi perguntar o que tinha acontecido, sentiu o cheiro de álcool vindo da filha. Ela gritava com tanta raiva por vê-la daquele jeito, mas parou quando a ruiva desmaiou. Ao chegar ao hospital passou por uma bateria de exames. E por causa daquela bebida, quase perdeu um pedaço do fígado.
– Não, minha gostosa. - deu um beijo casto em seus lábios, algo que não foi retribuído por Emma. – Uma coisa muito melhor. - Abriu a bolsa e puxou dois cigarros.
– Pode esquecer. O cheiro disso é nojento.
– Esses são especiais. Eu mesmo fiz para a princesa. - Abriu a mão dela e depositou um maço.
Emma olhava para o maço intensamente. Nunca tinha experimento aquele tipo de coisa.
– Isso já é demais. - jogou o maço no chão e deu as costas se afastando do garoto.
– Você é louca. - berrou. - Isso é difícil de encontrar por aqui. - ao vê que havia sido ignora, o rapaz correu até Emma e a segurou pelo cabelo.
– Me solta seu babaca imundo. - falava tentando se soltar. - Eu vou gritar.
Ele soltou o cabelo dela e a prendeu entre ele e a parede.
– Se me chamar assim de novo eu vou até a sua mamãezinha e conto sobre as atividades extracurriculares que você faz lá em casa.
Emma parou. Se ele contasse a sua mãe, ela não acreditaria, mas botaria alguém para investigar e descobriria toda a verdade.
– Você não faria isso.
– Tem certeza que não? - O olhar dele era obscuro e amedrontava. Ele não estava brincando. Ao vê o silêncio da ruiva, ele sorriu. - Agora toma isso, - abriu a mão de Emma, botou os cigarros e as fechou. - Você vai usar!
Emma não retrucou.
– Daqui a pouco vou buscar meu irmão na escola e não quero que ele sinta esse cheiro. - Emma disse a primeira coisa que veio a sua cabeça para se livrar daquilo.
– Então experimenta mais tarde. - Ele a soltou e se distanciou. - Se o menino prodígio ficar fazendo fofoca, pode me avisar que eu dou um susto nele.
Os olhos de Emma ficaram negros de raiva e partiu para cima do rapaz. Coisa que levou os dois ao chão.
– Você nunca vai encostar um dedo no Ryan. - Emma gritava - NUNCA, ouviu bem! Nem que eu precise te matar.
– Então é uma promessa? - Ele sorria e era um sorriso que dava medo.
Emma se levantou e saiu andando rápido. Aquela brincadeira já estava perdendo a graça a algum tempo."
– O que houve? - Kojiro olhava intrigado para Emma que estava olhando fixamente para o teto. Será que ele havia feito alguma coisa de errado?
A voz do namorado a fez despertar. Naquele momento Emma se sentia suja por ter pensado naquele cretino enquanto estava com o japonês que tanto amava. Foi aí que notou que não estava respirando normalmente. Já fazia um bom tempo de não se lembrava daquela época. O que Kojiro acharia se dissesse o que apontava no Colégio? E a imagem de Brian veio à sua cabeça. Será que o holandês estará certo em relação à Kojiro?
Emma saiu debaixo do rapaz, se sentou na cama, enrolada em um lençol e abraçou os seus joelhos. Um frio na espinha a fez ficar com medo de que fosse sinal de uma coisa ruim que estivesse chegando.
Kojiro não entendeu aquela atitude. Ele queria faze-lá falar de qualquer maneira, mas teve um pressentimento que era melhor não perguntar o que passava em sua cabeça.
– Não se preocupe. Eu estou bem. - disse Emma com uma voz suave. Ela parecia ter lido a sua mente. Pelo menos ela estava olhando para ele, mesma parecendo ainda um pouco distante.
Um silêncio reinou naquele quarto. Nenhum dos dois tinha coragem de iniciar uma conversa. O celular de Kojiro recebeu uma notificação de mensagem. Ele esticou o braço e pegou o aparelho rapidamente. Era Maki, mas não iria responder e devolveu o celular ao lugar de onde estava.
– Não vai responder? - Emma tentava iniciar um diálogo. - Pode ser importante.
– Cada um sabe o que é importante. – Kojiro respondeu seco.
Emma tentou disfarçar a mágoa que aquelas palavras causaram com um sorriso tímido.
Kojiro percebeu a burrada que vez.
– Desculpa. Eu não queria ser grosso com você. - Ele tentou se explicar. - Era só conhecido sem importância.
– Sem importância igual a mim? - Emma soltou uma risada para esconder a tristeza. Coisa que ela costumava fazer para camuflar seus sentimentos, mas hoje não funcionava tão bem.
– Eu não quis disse isso.
Emma não falou mais nada. Levantou-se e foi até o sofá onde estavam suas roupas. Kojiro, vestido apenas com uma cueca preta, se levantou também.
– Não fica assim. - A segurou pelo braço; Emma não se conteve e se deixou envolver nos braços do japonês. Suas lágrimas logo começaram a cair. Por quase um minuto os dois ficaram em silêncio, as únicas coisas que se ouviam era o choro que Emma tentava reprimir, mais nada.
Kojiro acariciava o cabelo da ruiva a fim de consola-lá e mostrar que estava tudo bem. Ele queria que Emma visse que a protegeria.
– Desculpa. - disse Emma, se soltando do rapaz e enxugando as suas lágrimas.
– Não tem problemas.
Emma se sentou no sofá e começou a se vestir. Kojiro a fitava intensamente.
– Você me leva até em casa? - Não queria exatamente que Kojiro a levasse, só queria que ele parasse de olhar para ela com uma donzela indefesa. Ela estava bem, mas já não clima para mais nada.
– Ok. Mas se você quiser ficar...
– É melhor eu ir. - começou a procurar suas botas, mas foi pega pelos braços fortes de Kojiro, que em seguida a beijou.
Emma não esperava por aquilo, embora tivesse que se acostumar com o jeito imprevisível do japonês.
Ficaram naquela troca de beijos por vários minutos. Nenhum dos dois queria se desgrudar.
– Eu tenho que ir. - disse Emma entre os beijos. - E tenho que terminar de me vestir. - Mas não conseguia se controlar. - Eu não posso sair na neve descalça. - Mas não adiantava só ela querer, Kojiro parecia não escutar o que ela falava. A verdade que ela também não fazia muito para ir embora.
Até que um celular tocou.
– Me deixa atender, pode ser importante. - Emma se desvencilhou e pregou o celular vendo a mensagem.
Era de Anne. Um texto enorme e lindo desejando feliz aniversário. Olhou para o relógio do aparelho - 12:01 - Já era 15 de dezembro - seu aniversário. Como ela poderia ter esquecido?
– O que houve? - perguntou Kojiro ao vê o rosto da inglesa se alegrar.
– Nada de mais. Só meu aniversário. – declarou Emma e Kojiro arregalou os olhos.
– Como assim? Você não me disse nada. – Foi aí que Kojiro percebeu o quanto eles não se conheciam. Emma também não deveria saber o aniversário dele. Fora as outras coisas mais pessoais.
– Desculpa, mas nem eu lembrava. Aconteceu tanta coisa nesses últimos dias. – disse cansada. Havia mesmo passado por muitas coisas.
Kojiro se sentou ao seu lado e Emma foi se aconchegando em seu ombro. Ele pôs o seu braço em volta da ruiva e a abraçou.
– Então parabéns. – declarou Kojiro dando um beijo na testa dela.
Emma sorriu. Seu aniversário havia começado muito bem. Perto da melhor companhia que poderia ter.
(...)
– Tem certeza que é por aqui, Anne? - Emma questionava a amiga. - Parecem que não tem mais ninguém.
Já era noite do dia 15, Emma e Anne pareciam está muito perdidas.
Elena havia convidado Anne para um jantar intimo em comemoração aos 20 anos de Emma, mas Anne havia pedido para Emma passar em sua casa para irem juntas.
Emma pensava que Elena havia se esquecido do seu aniversário. Embora não poderia culpar a mãe, pois Emma só tinha se lembrado do próprio aniversário por causa da amiga. Mas quanto chegou em casa de manhã – depois de ter aceito o convite de Kojiro para passar o restante da noite com ele – Elena lhe deu a notícia que tinha reservado uma mesa em um dos restaurantes mais requintados da cidade.
– Está estranho isso. - Anne comentou. - Vê de novo se esse é o endereço?
– Eu já vi. - puxou novamente o papel da bolsa. - Hatton street, 220. É aqui.
– Vamos vê se conseguirmos entrar. - Anne puxou a mão da amiga para dentro do restaurante.
Anne abriu a porta. Coisa que Emma estranhou, pois o lugar estava escuro. Emma sempre foi a corajosa de seu grupo de amigas, embora Anne não ficasse para trás. Mas aquela situação estava muito estranha.
Quando Emma iria falar que era melhor ligar para a sua mãe, a luz acendeu e eram ouvidos gritos de "SURPRESA!" no local.
– Eu não acredito. - Emma estava em choque.
Todos os seus amigos de verdade que viviam na Inglaterra, até alguns que não, estavam lá. Ryan, Elena e até o seu pai também.
O local havia sido fechado para aquela noite e estava todo decorado com flores e com uma faixa de parabéns. Emma não conseguia esconder a felicidade que estava sentindo.
– Você chegou bem na hora, minha querida. - disse seu pai, abraçando-a. - Feliz aniversário, minha pimentinha.
– Pensei que você estava na Austrália. – disse Emma ainda não acreditando na surpresa e ainda mais na presença do pai.
– E estava. Ontem, quando a sua mãe me ligou e disse que queria fazer uma festa para você, pequei o primeiro vôo que vinha para cá.
– Pelo menos aparece no aniversário de um dos filhos. - Ryan murmurou baixo e logo recebeu um beliscão de Anne. - O que foi? - Ela apenas fez um sinal de silêncio.
Emma largou seu pai e abraçou forte o irmão que a felicitou pela noite.
Então foi para Elena. Ainda não sabia exatamente como se portar com ela. As duas já tinham feito as pazes, mas depois de tantas brigas, ainda se sentia insegura. Pelos olhos de Elena, eram descritos os mesmos sentimentos.
– Eu ia fazer um jantar em casa mesmo, mas ontem tive a ideia de fazer isso. Espero que você goste. Foi tudo de ultima hora. - disse Elena.
– Eu adorei. - Mesmo não tendo certeza se a relação entre ela e a mãe já estava tão apaziguada assim, Emma a abraçou, que logo foi retribuído por Elena que a abraçou forte.
Emma cumprimentou todos da festa. Conversou com amigos de fazia anos que não os viam. Alguns que não puderam aparecer por trabalho e outros compromissos mandaram suas saudações de parabenizando-a.
Fazia tempo que não se divertia daquele jeito. Não costuma ir às festas promovidas pelo comitê da faculdade, por conta do trauma que não queria relembrar, pelo menos por aquela noite. Mas ali, junto com pessoas que ela gosta, sabia que não a fariam mal nenhum.
Embora sentisse falta de Kojiro, estava aproveitando muito aquela festa.
– Oi, Emma. - May havia acabado de chegar ao local. Ela estava envergonhada com o que sabia de Kojiro e era difícil ficar perto da amiga e não lhe contar.
– Oi. – Emma se surpreendeu com a chegada de May. Ela se levantou da mesa que estava sentada, conversando com Anne e Ryan e a abraçou. - Pensei que você não viesse. - Emma estava muito feliz pela presença da amiga.
– Pois é. Tive um pequeno contratempo, mas eu não poderia deixar de vir. – e sorriu.
Não iria dizer a verdade. Mas não queria ir naquela festava. Sentia-se traindo a confiança da amiga. Mas só faltavam 10 dias para o fim do prezo que Kojiro pediu. Depois disso ela contaria, mas May esperava que Kojiro falasse antes desse prazo.
– Que bom que você veio. Vem, quero te mostrar uma coisa. Com licença pessoal. – disse a Anne e Ryan que assentiram. Então Emma puxou May para uma roda de amigos no outro lado do salão.
– O que foi? - Ryan pegou a Anne quando a viu seguir com os olhos a japonesa.
– Você não acha que a May está um pouco estanha? - perguntou Anne, intrigada.
– Para falar a verdade não. Hoje ela parece até uma pessoa normal, diferente de você. - cutucou; Anne o deu a língua.
– Então para de ficar olhando para os meus peitos e vem dançar comigo. - e o tirou para dançar mesmo ele relutando.
Já era quase 4:00 da manhã quando o ultimo convidado foi embora. Elena e Bart estavam falando sob algum assunto enquanto tomavam champanhe; Ryan estava no celular conversando com alguém e Emma também estava conversando com Anne e May, já que as duas iriam para a sua casa depois dali.
Emma pegou o seu celular para anotar em sua agenda um compromisso que as meninas estavam marcando, quando viu que tinha uma mensagem, de algumas horas atrás, de Kojiro.
"Só queria te dar os parabéns de novo, antes de dormir. E dizer que eu te amo.
Feliz aniversário, meu amor."
Mesmo depois de conhecer cada vez mais o japonês, aquilo ainda a surpreendia. Ele sabia ser adorável. E ver Kojiro dizendo que a amava, fazia dela a mulher mais amada do mundo inteiro.
Continua...
Aqui estamos nós de volta!
Espero que tenham gostado desse capitulo.
O que eu gostaria de falar com vocês é que, dia 1º de setembro vai ter um capítulo novo, sim senhor!
Nessas férias eu estou adiantando tudo que eu conseguir para não ficar sem postar. Porque em breve vou iniciar mais um período na faculdade e só Deus sabe quando eu vou ter tempo de escrever. Tem mais dois capítulos prontos e estou no meio do terceiro.
Eu acho que é só isso.
Se vocês gostaram, comentem. Se quiserem mandar sugestões de capítulos de podem deixar nos comentários. Não se acanhem.
Até dia 1º.
