A Princesa e o Plebeu
Capítulo XI: Cartas na mesa
Kojiro se sentia um canalha. Não conseguia nem olhar nos olhos de Emma e o silêncio que vinha dela, denúncia seu estado.
– Você pode entrar, por favor. - Kojiro se dirigia a Maki, em japonês. - Eu estou resolvendo um assunto. Eu já entro.
Maki, estranhando aquilo, já ia retrucar.
– Por favor - disse Kojiro - Não me faça repetir. - E ela assentiu.
– Não precisa se retirar. – Emma disse ao vê Maki entrando. Havia feito um esforço externo para dizer aquilo. Tinha medo de começar a chorar. - Eu não tenho mais nada para falar com ele.
Ao se virar para ir embora se chocou com Brian. Não soube como nem quando ele apareceu, ninguém havia o notado até aquele momento.
– Emma. - Brian viu que havia chegado tarde demais e o estrago já estava feito.
A ruiva viu o olhar de pena do holandês. Então notou também que ele sabia daquilo. Sua mente estava confusa, tudo parecia girar.
Um pouco mais distante, Kojiro, mesmo depois daquela situação, parecia irritado em vê Brian perto de Emma. Sua vontade era de mandar o holandês ficar longe dela, mas não tinha nenhum moral para exigir nada.
Maki assistia aquela cena estranha sem entender nada. Via o belo rapaz loiro que parecia preocupado com a garota que acabará de conhecer. Depois Maki olhava para o namorado e o via olhar fixamente para o casal.
– Quem são eles, Kojiro? - Maki perguntou. Mas Kojiro não disse nada.
Na outra parte:
– Me tira daqui. Por favor. - Emma pediu em um tom baixo, tentando conter as lágrimas.
– Não sem antes eu acertar as contas com esse japonês.
Mas antes de ir, Emma o segurou.
– Não. Por favor. Não me faça passar mais vergonha do que eu já estou passando.
Brian olhou para Emma e via seus olhos marejados.
– Ele precisa aprender que não se deve brincar com você. - E a puxou pelo braço indo ao casal que os observavam. Chegando lá, Brian forçou um sorriso, mas sua real vontade era de socar o japonês. - Como vai Hyuga? Sua namorada?
Seus olhos estavam negros de fúria. Não só pela presença indesejável, mas também pelo jeito que Cruyfford envolvia Emma com os seus braços.
– Sim. Sou a noiva dele. - respondeu a japonesa. - Me chamo Maki Akamine. Prazer.
Emma estremeceu ao ouvir aquelas palavras novamente. Queria fugir daquele lugar e só aparecer quando todos se esquecerem dela.
– Não me diga? - respondeu Brian com ironia, que não foi notada apenas por Maki, que não sabia o que estava acontecendo entre os três. - Hyuga nunca nos contou que ia se casar.
– Não vou me casar e minha vida não te interessa.
– Kojiro?! - Maki o recriminou.
– Não se preocupe, Maki. Já nos acostumamos ao jeito do Hyuga. Mas agora temos que ir. Não é meu amor? - puxou Emma para mais perto de si.
Emma não sabia aonde Brian queria chegar com isso. Mas continuar perto do Kojiro e de sua namorada, fazia se sentir mal. Um mal-estar se apoderou dela.
– Brian, eu não me sinto bem. Vamos logo.
– Tudo bem. - E voltou a encarar o japonês. - Mas para frente podemos marcar para sairmos em casal. O que você acha Maki? Mas agora, nós vamos embora. Já faz tempo que eu e a minha princesa não nos vemos e sabe como é, temos que matar um pouco a saudade.
Kojiro serrou os seus punhos tão fortes se sentia suas unhas cortarem sua pele. As insinuações do holandês o estavam matando. Sabia que Cruyfford não iria sequer encostar o dedo em Emma se ela não quisesse. Mas, e se por raiva Emma fosse para a cama com o holandês? Ele não iria aguentar aquilo.
Emma não parecia ouvir o que Brian falava. A única coisa que via era Kojiro do lado daquela mulher e isso a matava por dentro. Porque ele não disse que era noivo desde o começo. Ela nunca se meteria com um homem comprometido. Ele havia dito que a amava, mas era tudo mentira.
– Vamos, meu amor. - disse Brian a despertando. Ela não disse nada só assentiu.
A cada segundo que passava ali, Emma ficava com mais vontade de chorar, mas não daria esse gostinho ao japonês.
Kojiro nãos sabia se arrebentava a cara de Cruyfford ou se ajoelhava em frente a Emma, pedindo seu perdão. Ele sabia que o que tinha feito havia sido horrível.
Brian deu um sorriso sínico ao japonês e se despediu de Maki.
O jeito do holandês o tirava do sério. Mas naquela hora, ele era o protetor de Emma e ele sua maior decepção.
Vê Emma e Brian entrando juntos no carro o machucava. Havia perdido ela, e ele sabia disso. E o pior era o próprio Kojiro saber que poderia ter evitado tudo aquilo.
(...)
O silêncio era cortante e cada vez que Brian olhava para Emma a via ainda pálida e cada vez chorava mais. Ele queria matar aquele japonês por ter feito aquela covardia com Emma. Brian se segurava para não dá meia volta e quebrar a cara do outro jogador, mas agora o mais importante era Emma.
Eles entram em sua casa. Ela era muito espaçosa e acolhedora e era isso de que Emma precisava. Ela se sentou no sofá creme e se pôs a chorar. Então era aquilo que Kojiro tinha para falar com ela? Aquilo foi mil vezes pior do que imaginava.
– Você quer alguma coisa? - Brian não aguentava vê-la naquele estado. Ele se perguntava o que Hyuga ganharia brincando com o sentimento de duas mulheres.
– Eu não quero nada. Só quero chorar. - e então Emma se afogou em lágrimas.
– Eu vou fazer um chá para você se acalmar. Já volto. - E Brian foi para a cozinha.
Sua cabeça parecia girar. Estava tão cansada das pessoas a machucarem, que por anos achou que estava imune a isso. Mas foi só conhecer Kojiro que tudo voltou a acontecer.
Emma se lembrava da noiva dele e se perguntava se ele a amava mais. Mesmo sabendo que Maki não tinha culpa, ela a odiava.
Brian voltou com uma bandeira com uma xícara bem quente de chá e biscoitos, botando na mesinha de centro, em frente à ruiva.
– Toma. - pegou a xícaras e a ofereceu. - Isso vai te fazer melhorar.
Emma secou as lágrimas que ainda escorriam e aceitou o chá.
– Nada vai fazer passar a dor de saber que quem eu amo está com outra. - Emma disse e tomou um gole da bebida.
– Eu sei como é. - declarou Brian se referindo há quando ela e Kojiro ficaram juntos. Emma se envergonhou do que tinha dito. - Mas agora bebe. Isso vai te acalmar.
Mesmo depois de ter escolhido Kojiro em vez de Brian, era ele que estava ao seu lado, a confortando. Enquanto isso o homem que falava que a amava estava com outra. Emma se sentia ter mal de ter escolhido Kojiro ao invés de Brian, que se arrependimento matasse, ela já estaria cremada.
Brian se sentou ao seu lado e a abraçou. Ela era a sua princesa, não merecia ter passado por aquilo.
Emma aceitou aquele abraço e agradeceu mentalmente por Brian se tão carinho e amável com ela. Mesmo ela não merecendo nada daquilo.
De repente sua visão se fixou no móvel a baixo da televisão. Havia um monte pequeno de envelopes idênticos ao que ela recebeu e ao que apareceu para Kojiro com suas fotos dentro. Emma ficou com a postura ereta, sentada no sofá e Brian notou algo de errado.
Ele seguiu o olhar dela e viu os envelopes.
– Não é nada disse que você está pensando. - disse Brian nervoso.
Mas já era tarde demais, Emma se levantou e os pegou.
– O que significa isso? - Emma respirou fundo, dentro de sua cabeça estava uma confusão. Os envelopes eram iguais aos que tinham as ameaças. - Eu não acredito que era você que estava fazendo isso esse tempo todo.
Emma estava em um misto de decepção e raiva. Não podia confiar mesmo em ninguém.
Continua...
N/A: Olá povo bonito, esse capítulo saiu mais cedo, por que além de mais curto ele é essencial. Espero que tenham gostado.
Esse Kojiro, hein. Mas cedo ou mais tarde ia dá merda.
E o Brian?
Aguardem os próximos capítulos.
Até a próxima.
