Cap. 59 – Preocupações de Sirius
No domingo à noite, o Salão Comunal da Grifinória estava iluminado pelo fogo na lareira, criando uma atmosfera aconchegante. Os Marotos, um grupo inseparável de amigos, estavam reunidos em seu canto favorito, um conjunto de poltronas e sofás confortáveis que eles haviam transformado em seu local de encontro. Sirius Black, com seu cabelo negro e brilhantes olhos cinzentos, inclinou-se para a frente, um sorriso travesso dançando em seus lábios.
- E então, o que vocês acham da professora Morgana?
Tiago Potter, o carismático líder do grupo com óculos e cabelos desalinhados, não pôde deixar de sorrir.
- Bem, pessoal, ela é definitivamente... linda.
Remo Lupin, o mais pensativo dos Marotos, inclinou a cabeça em concordância.
- Além disso, ela é uma professora bastante competente. Suas aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas são realmente instrutivas.
Pedro Pettigrew, um pouco mais nervoso e sempre disposto a evitar conflitos, encolheu os ombros.
- Eu concordo com Remo. As aulas dela são boas, mas, vocês sabem, todas as aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas são um pouco assustadoras.
Sirius Black concordou com as observações de Remo e Tiago sobre a professora Morgana, mas seus olhos cinzentos refletiam uma preocupação persistente.
- Sim, concordo com vocês, ela é competente e, de certa forma, legal conosco. Mas sempre senti que havia algo profundamente misterioso nela.
Ele franziu a testa, recordando suas experiências em festas da família Black:
- Eu a vi nas festas da família Black às quais fui obrigado a comparecer. Morgana sempre estava rodeada por bruxos das trevas. Minha prima Bellatrix, por exemplo, não desgrudava dela, e todos nós sabemos como minha prima é... bem, intensa.
Tiago Potter, olhando intrigado para seu amigo, decidiu perguntar diretamente:
- Então, Sirius, você acha que Morgana é uma bruxa das trevas?
Sirius ficou em silêncio por um momento, ponderando a pergunta de Tiago. A aura de mistério que envolvia Morgana e sua associação com bruxos das trevas deixavam dúvidas no ar, e ele estava determinado a desvendar a verdade sobre essa professora enigmática que havia entrado em suas vidas.
Sirius Black balançou a cabeça, expressando sua incerteza enquanto comentava:
- Não sei, pessoal. Morgana é... legal demais para ser das trevas. Na verdade, ela é até legal demais para ser uma Sonserina.
Pedro Pettigrew, com uma careta de curiosidade, perguntou diretamente:
- Ela foi da Sonserina?
Sirius confirmou, lembrando de uma conversa passada:
- Sim, ela me contou em uma das festas. Deve ser daí a proximidade dela com minha prima Bellatrix.
A associação de Morgana com a Sonserina e sua proximidade com Bellatrix Black só aumentavam o mistério em torno dela.
Sirius Black revelou aos seus amigos com um tom de preocupação:
- Pessoal, ontem eu a vi em Hogsmeade, e o que é ainda mais estranho é que ela parecia estar bem feliz com eles, Bellatrix, Lucius e Rodolfo.
A preocupação na voz de Sirius era evidente, pois a presença de Morgana ao lado desses bruxos das trevas e seu aparente contentamento levantavam ainda mais dúvidas sobre sua verdadeira lealdade e envolvimento com o lado sombrio da magia. A notícia deixou os Marotos ainda mais intrigados e determinados a desvendar os segredos que envolviam a professora Morgana.
Na noite de quarta-feira, o céu estrelado se estendia sobre o castelo de Hogwarts enquanto Morgana estava no alto da Torre de Astronomia, apreciando tranquilamente seu cigarro. Ela contemplava as estrelas e a paisagem noturna, mergulhada em seus próprios pensamentos sombrios. De repente, um som de vassoura cortando o ar quebrou o silêncio. Era Sirius Black, voando habilmente em sua vassoura. Ele avistou Morgana lá em cima e decidiu se aproximar para uma conversa. Sirius pousou sua vassoura com destreza e caminhou até onde Morgana estava. Com um sorriso de canto, ele a cumprimentou:
- Olá, professora Morgana. Encontrar você aqui em cima é uma surpresa. Posso me juntar a você?
Ele olhou para o céu noturno, tentando entender o que estava passando pela mente da professora Morgana e, talvez, encontrar respostas para as dúvidas que pairavam sobre ela.
Morgana sorriu de forma sutil enquanto Sirius se aproximava. Ela tinha ido até o alto da Torre de Astronomia em busca de um momento de tranquilidade, um breve refúgio onde pudesse fumar seu cigarro em solidão e contemplar as estrelas. No entanto, como muitos outros momentos recentes, sua tentativa de solidão estava sendo interrompida por circunstâncias imprevistas.
- Claro, Sirius, fique à vontade. Parece que este é um dos lugares preferidos de certos alunos também.
Ela lançou um olhar irônico para o céu estrelado, como se estivesse se acostumando com a ideia de que sua busca por solidão nem sempre era bem-sucedida. Enquanto apreciava a vista, Morgana se preparava para a conversa que estava prestes a ter com Sirius, sabendo que as perguntas sobre seu passado e suas ligações com bruxos das trevas provavelmente estavam a caminho.
Sirius estava determinado a abordar o assunto que o intrigava. Enquanto contemplavam o céu noturno, ele tentou abordar o tema de forma sutil:
- Professora Morgana, eu estava pensando... recentemente, eu a vi no bar Cabeça de Javali, junto com Bellatrix, Lucius e Rodolfo. Pareceu que vocês estavam se divertindo bastante lá.
Ele olhou para Morgana, esperando que ela entendesse que sua curiosidade estava relacionada a esses encontros e à aparente amizade dela com esses bruxos das trevas. A expressão de Sirius era serena, mas havia um brilho de curiosidade e cautela em seus olhos cinzentos.
Morgana sorriu de forma enigmática, reconhecendo que Sirius também estava presente naquela ocasião:
- Ah, eu notei você lá, Sirius. Mesmo que você não devesse estar.
Ela então explicou, com um tom casual:
- Na verdade, eu estava apenas aproveitando uma noite de diversão com um velho amigo que veio de longe. Às vezes, todos nós precisamos de uma pausa, não é mesmo?
Seu sorriso sugeria que essa era uma explicação suficiente, embora ela soubesse que Sirius ainda poderia ter mais perguntas sobre sua relação com Bellatrix, Lucius e Rodolfo. Morgana era habilidosa em manter seus segredos bem guardados, deixando sempre uma aura de mistério a seu redor.
Sirius olhou diretamente para Morgana, expressando sua curiosidade e preocupação:
- Desculpe a pergunta direta, mas eu estou curioso. Por que você está frequentemente com Bellatrix? Ela e muitos dos que estavam na festa dos Black são conhecidos por serem... bem, perigosos.
Ele queria saber se Morgana estava ciente da reputação de Bellatrix e dos outros bruxos com quem ela parecia se associar, pois isso poderia lançar luz sobre suas próprias conexões e intenções. A preocupação em seu olhar era evidente, pois ele temia que Morgana pudesse estar se envolvendo com pessoas de moral duvidosa.
Morgana olhou diretamente nos olhos de Sirius e, em vez de responder à pergunta sobre Bellatrix, ela decidiu inverter a situação:
- Por que você sempre pergunta sobre Bellatrix, Sirius? Interesse pessoal ou preocupação comigo?
Ela ergueu uma sobrancelha, parecendo intrigada com o motivo pelo qual Sirius estava tão focado em sua relação com Bellatrix. Era como se Morgana estivesse virando o jogo e lançando a pergunta de volta para ele, mantendo seu próprio mistério intacto.
Sirius considerou as palavras de Morgana e, com uma expressão mais sincera, confessou:
- Sabe, é um pouco dos dois mesmo. Estou preocupado que você possa não saber com quem está se envolvendo. E, bem, eu também gosto de você como professora.
Havia uma leve tonalidade de constrangimento em sua voz ao admitir seus sentimentos. Sirius valorizava as qualidades de Morgana como professora e se preocupava com sua segurança, ao mesmo tempo em que sua curiosidade sobre o passado e as conexões dela continuava a crescer.
Morgana deixou escapar uma risada suave diante das palavras de Sirius e então respondeu com uma pitada de humor:
- Não se preocupe, Sirius, eu não sou do tipo que se deixa enganar facilmente. Bellatrix é... bem, bastante única, digamos assim.
Ela deu de ombros, como se Bellatrix Black fosse alguém que ela conhecesse bem o suficiente para não ser influenciada por suas ações ou ideologias. Morgana continuava a manter seu próprio mistério, mas suas palavras deixavam claro que estava ciente da personalidade intensa de sua prima.
Houve um breve momento de silêncio enquanto Morgana acendia outro cigarro, e a expressão de surpresa de Sirius era evidente quando ele levantou uma sobrancelha. Quando ele finalmente perguntou sobre o cigarro trouxa, Morgana respondeu com uma risada sombria e uma pergunta desafiadora:
- Algum problema com trouxas, Sirius?
A pergunta dela revelava um toque de desafio, como se estivesse testando a reação dele à sua escolha. Sirius, com sinceridade, respondeu:
- Não, não tenho problemas com trouxas. Eu só fiquei surpreso porque, bem, você é amiga da Bellatrix, e pensei que talvez...
Ele hesitou por um momento, tentando escolher as palavras com cuidado:
- ...pensasse de forma diferente sobre os trouxas.
Ele deixou claro que não estava julgando Morgana, mas estava apenas curioso sobre suas crenças e a relação dela com Bellatrix, considerando a reputação sombria de sua prima. A conversa entre eles continuava a ser um jogo de revelações e mistérios.
Morgana, enquanto fumava o cigarro e deixava a fumaça subir lentamente, mergulhou em seus pensamentos sobre os trouxas que havia matado e torturado durante seu aprofundamento nas artes das trevas. Ela fez tudo que fez, mas não tinha raiva ou ódio deles.
- Você sabe, Sirius, eu nunca tive nada contra os trouxas pessoalmente. Não tenho raiva ou ódio deles. Na verdade, acredito que há trouxas bons e ruins, assim como há bruxos bons e ruins.
Ela tomou um momento para compartilhar um capítulo sombrio de sua história com Sirius, a tragédia que envolveu sua irmã e a vingança de seu pai.
- Há muitos anos, trouxas cruéis tiraram a vida de minha irmã mais nova. Foi uma tragédia avassaladora. Meu pai, Valentin, naquele dia, tomou medidas drásticas em retaliação e acabou matando os responsáveis. Mas como já disse, a trouxas e trouxas.
Morgana reafirmou sua visão de que os trouxas não eram inferiores, mas sim diferentes, e que sua atitude em relação a eles não era marcada por preconceito.
- Eu não vejo os trouxas como seres inferiores. Apenas diferentes de nós. E acredito que todos devem ser tratados com respeito, independentemente de sua origem.
Ela olhou para Sirius com seriedade, compartilhando uma parte sombria de sua vida, mas também enfatizando seus valores e crenças fundamentais.
Sirius olhou para Morgana com curiosidade em seus olhos cinzentos e perguntou:
- E quanto aos nascidos trouxas, Morgana? O que você pensa sobre eles?
Morgana olhou nos olhos de Sirius com seriedade e respondeu:
- Sirius, eu não acredito na pureza do sangue como muitos bruxos. Para mim, o valor de uma pessoa não está em sua linhagem, mas em suas ações e caráter. Nascidos trouxas, mestiços, puros-sangues, todos merecem igual respeito e oportunidades.
Um suspiro de alívio pareceu escapar dos ombros de Sirius ao ouvir as palavras de Morgana. Ele assentiu com um leve sorriso, reconhecendo a importância de suas crenças compartilhadas.
- Professora, fico aliviado em ouvir isso. Nem todos pensam dessa forma, e é bom saber que temos algo em comum nesse aspecto.
A compreensão mútua parecia fortalecer o vínculo entre eles, e Sirius sentiu uma crescente sensação de respeito por sua professora.
