Cap. 67 - 75 anos
No dia seguinte ao ataque à cidade trouxa, Morgana acorda na Mansão Rostoff. A luz fraca do sol se filtra pelas pesadas cortinas, criando um ambiente sombrio. Ela se sente cansada e com ressaca da noite anterior, quando passou horas bebendo com Bellatrix, Rodolfo e Lucius.
Morgana se espreguiça na cama luxuosa, sentindo os músculos doloridos devido à intensidade da comemoração. Morgana se dirige ao banheiro, onde toma um banho frio para ajudar a clarear a mente e espantar a ressaca. Vestindo roupas escuras e elegantes, ela está pronta para enfrentar mais um dia.
Morgana entra na sala de café da manhã e se surpreende ao ver sua mãe, Olga, e seu irmão, Boris, sentados à mesa. Ela não sabia que eles tinham voltado de viagem. Morgana estava com a aura escura livre, emanando uma presença sombria.
Morgana sentou-se à mesa de café da manhã, cercada por sua família. Os pratos e xícaras de porcelana fina estavam dispostos de forma impecável, repletos de iguarias culinárias. Enquanto Valentin dava uma olhada no jornal ao seu lado, Olga olhava para a filha com uma expressão de desaprovação disfarçada. Ela estava ciente da profunda ligação de Morgana com as artes das trevas, mas preferia que sua filha fosse mais cuidadosa.
Boris, o irmão de Morgana, estava visivelmente desconfortável. Seu rosto refletia a desaprovação pelo caminho sombrio que sua irmã escolhera seguir. Ele não compartilhava do mesmo interesse pela magia negra e, por isso, a aura escura de Morgana o incomodava.
Valentin, o patriarca da família, mantinha-se em silêncio, folheando o jornal enquanto observava a dinâmica entre os membros da família. Seu consentimento silencioso mostrava que, apesar de todas as divergências, ele apoiava sua filha, mesmo que não explicitamente. A tensão no ar era palpável.
Olga suspirou profundamente e, com um olhar materno, questionou Morgana sobre sua aura sombria.
- Querida, seu pai sempre a ensinou a controlar sua aura. Por que ela está tão livre hoje? perguntou ela com preocupação.
Morgana deu um gole na xícara de chá e respondeu com sinceridade:
- Normalmente, eu a controlo muito bem, mãe. Mas depois de certas ocasiões, como ontem à noite, demora um pouco mais para voltar ao controle total.
Olga olhou para a filha, preocupada, mas também compreensiva. Ela sabia que as artes das trevas tinham um forte efeito sobre Morgana, e nem sempre era fácil manter tudo sob controle.
Boris estreitou os olhos, olhando Morgana com desconfiança, e perguntou com firmeza:
- Morgana, o que aconteceu na noite anterior?
Morgana, ciente das tensões, desconversou e disse:
- Isso não é relevante, Boris. Cuide dos seus próprios assuntos.
Valentin, seu pai, deu um sorriso discreto enquanto lia o jornal e então interveio:
- Boris, meu filho, talvez você não compreenda completamente as artes das trevas. Como uma família, devemos apoiar uns aos outros, independentemente de nossas escolhas.
Boris não desistiu e insistiu na pergunta sobre a aura de Morgana, sua expressão carregada de desconfiança. Morgana olhou sombriamente para o irmão, e um sorriso malicioso brincou em seu rosto, como se tivesse algo que ele não sabia.
Valentin interveio, lançando um olhar de aviso a Morgana, e disse a Boris:
- Boris, Morgana pode ter realizado magias e ações que estão além do seu conhecimento. É importante confiarmos em suas habilidades e escolhas, independentemente da complexidade delas.
A conversa pareceu esfriar um pouco, e todos voltaram a se concentrar no café da manhã, com Morgana mantendo uma aura de mistério sobre sua noite anterior.
Após o café da manhã, Morgana e Valentin se levantaram da mesa, prontos para saírem juntos. Boris olhou curiosamente para eles e perguntou:
- Aonde vocês estão indo?
Valentin respondeu calmamente:
- Estamos indo para Nurmengard, Boris. Hoje é o aniversário de 75 anos do seu avô, Vladimir. Vamos visitá-lo.
Morgana, com seu jeito desafiador, lançou um sorriso debochado na direção de Boris e acrescentou:
- Você também pode vir, Boris. Seria interessante, não acha?
Ela estava ciente de que o irmão não compartilhava das mesmas convicções sombrias da família. Boris, com o rosto fechado, respondeu com firmeza:
- Você sabe que jamais colocaria os pés lá. Não compartilho dos ideais do nosso avô, e aparentemente, nem dos seus.
A atmosfera ficou tensa por um momento, antes de Valentin intervir, mantendo a calma.
- Está bem, Boris. Não vamos insistir. Cada um tem suas próprias escolhas.
Morgana e Valentin continuaram seu caminho em direção a Nurmengard, deixando Boris para trás, refletindo sobre as diferenças que os separavam de suas convicções familiares.
Assim que Morgana e Valentin aparataram em frente a Nurmengard, Valentin olhou para sua filha e perguntou:
- Morgana, por que você provoca tanto o seu irmão?
Morgana, com um tom de diversão, respondeu:
- Pai, você conhece o Boris. Ele é muito pudico em relação às artes das trevas. Já conheci alguém assim há muito tempo.
Ela deu uma risada breve, se referia a si mesma quando era Hermione Granger em sua outra vida. Em seguida, Morgana prosseguiu:
- Não acha que já era hora do Boris superar isso? Ele está assumindo a empresa da família, afinal.
- O Boris está lidando principalmente com objetos raros, e os objetos obscuros e ilegais ainda são tratados pela sua mãe e eu na empresa. Nem todos têm o gosto e aptidão para as artes das trevas como você, minha querida.
Ele sabia que as diferenças de opinião entre os membros da família eram inevitáveis, mas ainda assim, esperava que um dia pudessem encontrar um terreno comum. Com um aceno de cabeça, ele seguiu com Morgana em direção a Nurmengard.
Morgana e Valentin chegaram em Nurmengard, e o local estava envolto em uma aura sombria. Morgana caminhava com a aura escura em plena exibição, emanando uma presença mágica intimidante. Valentin seguiu ao lado dela, reconhecido e respeitado dentro das muralhas de Nurmengard.
Os aurores presentes não hesitaram em cumprimentar Valentin com um aceno de cabeça e permitiram que ambos passassem livremente. A influência que Valentin mantinha dentro da prisão mágica era notória, e os aurores estavam cientes disso. A atmosfera pesada e carregada do castelo de Nurmengard se misturou com a aura escura de Morgana, criando uma sensação de poder e respeito à medida que avançavam para encontrar Vladimir.
Morgana e Valentin chegaram à cela de Vladimir em Nurmengard. Vladimir já sentia a presença de sua amada neta antes mesmo deles se aproximarem. Seu olhar experiente percebeu a aura sombria e intensa que envolvia Morgana. Um sorriso sereno se desenhou nos lábios de Vladimir ao vê-los.
Com um leve aceno de cabeça, os aurores responsáveis pela guarda de Vladimir abriram a cela para permitir que Morgana e Valentin se aproximassem do patriarca. Vladimir, apesar de estar detido, irradiava sabedoria e autoridade. Seu olhar cansado, porém firme, encontrou Morgana com apreço, reconhecendo o poder que ela havia abraçado nas artes das trevas.
Morgana se aproximou do avô com um sorriso malicioso que expressava um misto de admiração e irreverência. Ela o parabenizou de maneira respeitosa, mas também reconheceu sua autoridade:
- Parabéns, avô, pelos seus 75 anos. Continua irradiando sabedoria e força, como sempre.
O reconhecimento de Morgana era um reflexo do respeito que tinha por Vladimir, um homem cuja vida estava profundamente ligada às artes das trevas. A relação entre avô e neta estava entrelaçada em segredos e conhecimentos que só eles compartilhavam.
Valentin, seguindo o exemplo de Morgana, aproximou-se de seu pai com um sorriso igualmente malicioso, demonstrando respeito e cumplicidade. Ele também parabenizou Vladimir com palavras carregadas de reverência:
- Parabéns, pai, pelos seus 75 anos. Sua sabedoria e força inspiram todos nós.
A relação de Valentin com Vladimir era de um filho que, apesar de ter seguido seu próprio caminho nas artes das trevas, reconhecia o papel fundamental que seu pai desempenhara na formação de sua família. Eles compartilhavam a mesma linhagem de conhecimento e magia obscura, e Valentin respeitava profundamente a autoridade de seu pai.
Vladimir observou Morgana e Valentin com um olhar de puro orgulho e alegria. Para ele, vê-los seguindo os passos nas artes das trevas era como uma continuação de seu legado. Com uma voz carinhosa e firme, ele falou:
- Meus queridos herdeiros da magia, como é bom vê-los. Morgana, minha neta, você carrega em sua aura a força das trevas que sempre me encantou. Valentin, meu filho, você tem honrado nossa linhagem.
Morgana permitiu que sua aura escura fluísse entre ela, seu avô e seu pai. A aura das trevas envolveu o trio, criando uma sensação de poder e cumplicidade. Vladimir riu com satisfação ao sentir a aura de sua neta e, em resposta, liberou ainda mais a sua própria aura, criando uma sinergia obscura entre as gerações. Valentin, também sorrindo, acompanhou o gesto, contribuindo com sua própria influência nas artes das trevas.
Valentin começou a conversa com um toque de orgulho, mencionando como Cygnus Black o havia parabenizado por sua filha. Ele disse a Vladimir:
- Você sabia que a nossa Morgana aqui tem um Black nas mãos por causa da aura dela?
Vladimir deu uma risada profunda e comentou que era impossível não ser encantado pela aura dela. Morgana riu, um riso sombrio e provocador, como se tivesse um segredo divertido para compartilhar. Ela comentou:
- Pai, tenho muito mais do que apenas Cygnus. Todas as filhas dele estão encantadas pela minha aura, especialmente a mais velha.
Ela falou com um brilho malicioso nos olhos, sugerindo que suas influências não se limitavam a Cygnus Black, mas se estendiam por toda a linhagem.
- Vô, papai, vocês nem imaginam a influência que exerço sobre os filhos das famílias bruxas mais importantes da Inglaterra. A filha mais velha de Black, os herdeiros dos Lestrange e até mesmo um jovem Malfoy, todos sob o meu comando. Estou tecendo uma teia de poder que fará história. Assim como você, vô, fez parte da história ao lado de Grindelwald.
Valentin olha para Morgana com impressionante surpresa.
- Sob seu comando, Morgana? Isso é extraordinário! Mas como...?
Morgana ergue a manga e revela a Marca Negra, um símbolo sinistro, e sorri com malícia.
- Você já deve ter ouvido que eu era uma comensal, pai. Mas agora, não sou apenas uma comensal. Tornei-me uma comandante do Lorde das Trevas. Estou subindo na hierarquia com rapidez.
Vladimir olha para Morgana com um brilho de orgulho em seus olhos, reconhecendo a herança das trevas que passou para a neta.
Morgana olha para seu pai e avô, explicando com satisfação:
- Conseguir o título de comandante tão cedo não foi fácil. Primeiramente, foi minha dedicação às artes das trevas. Além disso, ter sob meu comando jovens promissores das famílias mais influentes da Inglaterra me proporcionou um poder substancial.
Morgana suspira, olha para seu pai e avô com brilho nos olhos e fala sobre seus planos para o futuro.
- Quando a época de caos diminuir, quero começar a criar um centro, um local de estudo e desenvolvimento da magia como um todo, que é verdadeiramente um sonho meu. Mas meu plano, tanto a curto como a longo prazo, é criar um centro de desenvolvimento mágico. Um lugar onde todos os bruxos, independentemente de sua origem ou afiliação, possam aprimorar suas habilidades. Quero usar meu poder para avançar a magia como um todo, para o benefício de todos nós.
Valentin e Vladimir ouvem as palavras de Morgana com admiração e esperança, vendo nela a continuação de um legado sombrio, mas também a possibilidade de um futuro mais luminoso para a magia.
