N/A: Olá, meus caros.
Não tenho nem palavras para expressar o quão envergonhada eu estou pelo meu sumiço de anos! Muita coisa aconteceu nesse meio tempo, a vida adulta chega e nem bate na porta, ela só invade a gente com os problemas mesmo dessa fase.
Enfim...
Espero que ainda haja algum leitor dessa fanfic, pois, desta vez, pretendo terminá-la.
Esse capítulo é todo em flashback, não tem a típica divisão de flashback e momento atual.
Era pra esse ser o último capítulo, no entanto, decidi acrescentar mais um, então, é isso.
Espero que possam aproveitar a leitura!


Capítulo 5 – A culpa é da "despedida"!

Tudo não passava de ansiedade para o jovem colegial que não parava de olhar, insistentemente, para o visor do celular... Eram horas e notificações de mensagem, olhos e ouvidos atentos à cada manifestação do aparelho e a boca do estômago se remexendo numa incômoda sensação.

Os minutos passavam com lentidão... Ele acordara cedo – até demais para seus hábitos diários, levando em conta, acima de tudo, que era sábado – e, desde então, desde que um resquício de claridade apontara no horizonte, às seis da matina, ele vinha com a insistente mania de não largar o celular para nada.

Itachi passava rente a si com sorrisinhos sarcásticos, ora ou outra soltando alguma piadinha referente à Naruto, no entanto, estava focado em sua ansiedade monumental e, portanto, o irmão mais velho, em tais episódios, ao menos, era-lhe tão insignificante quanto a fixação que Sakura tinha em si!

E as horas se arrastavam como uma tartaruga em sua rotineira calmaria... E a ansiedade só crescia na velocidade da luz... Inversamente proporcionais, mas, um instigando o outro ao mesmo resultado: impaciência...

Sasuke já estava impaciente, embora, ainda, nem passasse das 16h...

"Hinata é sempre pontual, certamente estará aqui às 17h, em ponto!", pensava e, mais uma vez, buscava o celular, averiguando a possibilidade de uma mensagem da garota ou a de os minutos terem passado tão rápidos como gostaria... Mas, lá estava: sem mensagens e um minuto passado, ainda...

Ele inspirou profundamente, levantou-se do sofá e decidiu subir para o quarto.

Sasuke, já deve ser a milésima vez que você sobe essas malditas escadas e, minutos depois, volta a descer pra cá! – Impaciência – talvez, agora, uma característica nata dos Uchihas – escorria pelo tom monótono e cansado do mais velho que, no momento, pousava os olhos, que outrora estavam no notebook, no caçula Uchiha. – Pelo amor que você tem a mim, que eu sei que é muito, pare com isso e sossegue a bunda aqui mesmo! 'Tá me desconcentrando e preciso trabalhar! – Ergueu a sobrancelha e indicou o sofá com os olhos.

Não me enche... Se tá tão incomodado comigo, vá pro seu quarto e trabalhe lá! – Bufou e, mesmo contra a vontade, acabou acatando o que o irmão dissera.

Hum... Bom menino... – Sorriu trocista e fechou o notebook, colocando-o ao seu lado no sofá. – Então, o que 'tá te deixando com essa cara de bunda, o dia todo? – Indagou, rumando para o canto da sala, onde havia uma bancada com algumas garrafas de whisky e outras bebidas do arsenal de Fugaku.

Sasuke só fez erguer as sobrancelhas, suspirando em seguida, observando Itachi com desinteresse.

Tenho que resolver algumas coisas da escola... – Respondeu, simplista.

Hum... – Murmurou e logo voltou com dois copos do líquido forte. – Hoje é sábado, otouto, dia de relaxar! – Estendeu um copo para o mais novo que o olhou interrogativo. – Ah, vá! Não se faça de santo, maninho... Sei que adora um whisky, otou-san te ensinou muito bem, hehe

Não posso beber agora, estou esperando uma pessoa.

Okay, mas, se mudar de ideia... – Colocou o copo sobre a mesinha de centro, sentando-se no sofá, novamente. – Sabe, otouto... Você tem estado muito estranho, ultimamente... O que tá pegando? – Mirou-lhe inquisitivo, talvez um tanto preocupado, mas, no fundo, só querendo provocá-lo, mesmo.

Um suspiro cansado deixou os lábios finos do mais novo, que encarava Itachi com descrença.

Sabe, Itachi, há coisas na vida que não são como você acha que são... – Desviou o olhar para a bebida sobre a mesinha e tomou o copo com as mãos. – Você acha muitas coisas sobre mim... – Passou o dedo indicador lentamente sobre a beira do copo, rodeando-o pensativo. – Mas, todas elas, incrivelmente, sempre estiveram erradas... – Finalizou, indiferente.

No fundo, Sasuke tinha plena ciência de que, sim, havia algo de errado. Em seu âmago, ansiava desesperadamente por conversar com o irmão a respeito, porém, seu orgulho o obrigava, sempre, a recusar qualquer oportunidade de ser mais próximo do mais velho. Em parte, sentia-se mal por impor barreiras na totalidade de vezes que o irmão tentava se aproximar de si, mesmo com seu cinismo e prepotência.

Será mesmo? – A indagação veio com total descrença. Itachi encarou atentamente Sasuke e suspirou em claro cansaço por ele sempre dificultar as coisas. – Porque, olha... Se você considera normal essa cara de bunda sua, esse sobe e desce constante e esse seu interesse absurdo pelo celular... – Deixou em aberto, insinuador, analisando as reações do garoto com detalhes.

Sasuke limitou-se a rodar os olhos em completo tédio. Era difícil lidar com o irmão... Obstinado a ignora-lo, tomou mais um breve gole da bebida alcoólica, absorvendo o sabor forte e amargo com deleite.

Sua mente vagueou para os dias que o pai o chamava para conversar em seu escritório. Embora novo, Sasuke era um membro importante na corporação de seu progenitor. Estudava os balanços estatísticos da empresa, analisava os dados e apontava sugestões das quais Fugaku se orgulhava muito. Internamente, sorria com o orgulho aparente nos olhos negros iguais aos seus, e aceitava de bom grado as pequenas doses de Whisky que o mesmo lhe oferecia. Era uma coisa só deles. Sasuke sentia-se importante e mais próximo de seu pai, como nunca! Aqueles momentos eram-lhe os mais esperados, e principalmente, sua única satisfação...

Isso, até se envolver nesse emaranhado de sensações horripilantes com relação à Hinata.

Agora, as coisas haviam mudado um pouco... E a dúvida se era para a melhor, ou não, o corroía tanto quanto a possibilidade de ser mais próximo do irmão mais velho.

Automaticamente, seus olhos seguiram até a figura de Itachi, que terminava o copo e rumava para o pequeno arsenal.

"Será que eu deveria...?"

Err... Itachi...

Um arquear de sobrancelhas negras fora o suficiente para Sasuke desistir de perguntar qualquer coisa ao irmão.

"Como eu odeio esse cara...", retribuiu o arquear, em puro azedume e mau humor. Como ele odiava o deboche encrustado no irmão, queria soca-lo tanto quanto à Naruto.

Diga, otouto... Sou todo "ouvidos"... – Em um sorriso sarcástico, tentando imaginar o que Sasuke queria de si, mirou o outro indagador. Enquanto permanecia na indagação solitária, o mais novo o respondia apenas com a carranca de antes e o desprezo. Bufou e voltou-se para o notebook ao seu lado. – Okay, obrigado por mais essa estranheza, meu caro irmãozinho tolo.

Dignando-se a ignorar o mais velho, mais uma vez, tateou o sofá em busca do celular, arregalando os olhos em espanto ao notar as horas e uma ligação perdida presente no visor do mesmo.

Ao abrir a notificação, vira que era de Hinata, e já havia se passado cinco minutos.

"Meu deus, cinco minutos e eu aqui, divagando sobre esse merda do Itachi, puta que pariu!"

Às pressas, subiu as escadas ignorando o chamado do irmão, rumando ao quarto para retornar à ligação da menina o quanto antes, com maior privacidade.

Porém, ao pisar no local e tender o dedo a clicar na tela para ligar para a jovem, seu coração parou. Quando percebeu, suas mãos suavam e seus olhos pararam no nome à sua frente.

"Okay, calma seu idiota, ela te ligou, você só vai ligar de volta para saber o que houve... É natural, então haja com naturalidade...", respirou profundamente e fechou os olhos tentando se manter mais calmo.

Mas, quem disse que conseguia se acalmar? Só o fato de cogitar ligar para a menina e ouvir a sua voz e não saber o que dizer e ouvir ela rindo de si e...

E se ela estivesse ligando para avisar que não iria mais?

Só a possibilidade fez o coração do pobre falhar algumas batidas. Sentiu-se preso num profundo amargor em pensar que não poderia passar um pequeno tempo ao lado daquela que vinha tirando seu sono, no sentido mais literal que houvesse.

Os olhos negros fecharam-se com força, em uma clara expressão de dor, enquanto as mãos usavam da mesma para apertar o aparelho celular.

"Como pude me tornar tão vulnerável assim à simples presença dela?", indagava-se com certa frustração.

Na verdade, sua maior indagação era quando Hinata tornara-se tão importante para si, tão necessária. E tudo por conta de um simplório trabalho em dupla... Que, afinal, só o aproximara da garota.

Mas, em que momento essa simples aproximação transformou tudo nessa tempestade que não tinha fim? Hinata era doce, atenciosa, inteligente... Era natural estar com ela e impossível se manter longe.

Ela era magnética.

E isso era frustrante em níveis estratosféricos.

Principalmente por ainda não entender o que era tudo aquilo que sentia, que o fazia se expressar, sofrer, vibrar e, mesmo assim, ansiar por mais de tudo um pouco.

Um suspiro insatisfeito deixou os lábios finos, e conformidade foi se apossando de seus pensamentos.

"Mas, que porra..."

Abriu o celular e clicou sobre o nome de Hinata, com o intento de ligar para a menina. Com certa relutância, levou o mesmo ao ouvido, receoso do que o aguardava. Tensão pairava sobre si. Os olhos fechados com força agora eram linhas espremidas, tamanho era seu nervosismo naquele instante.

Quando ouvira os primeiros toques da chamada, surpreendeu-se com uma melodia aproximando-se de si.

Em seguida, um pigarro e um riso sarcástico que conhecia bem até demais.

E a melodia mais próxima.

E os toques soando em seu ouvido.

E mais um pigarro.

E, Sasuke... Ainda com aquela expressão de dor, olhos fechados e o celular na orelha.

Ototou... – Chamou Itachi, sorrindo debochado através das palavras. – Seu "compromisso" chegou...

Por um instante muito breve, Sasuke sentiu-se confuso. Parecia que o celular o havia sugado para outra dimensão e, então, tudo, à partir dali, estava fora de seu alcance de compreensão.

Abriu os olhos por milésimos, e viu a figura irritante de Itachi encostado despretensioso no batente da porta de seu quarto... Piscou algumas vezes para entender o que ele fazia ali.

O que faz aqui, idiota? – Indagou, recuperando um pouco de sua compreensão.

Okay, Itachi estava ali, e o celular ainda em sua orelha, e os sons se misturando em música e o irritante som da chamada que realizava.

Eu disse, irmãozinho... – Sorrindo largamente, Itachi virou-se de costas, pronto para deixar o local. – Que seu compromisso chegou...

"Meu compromisso? Mas, o que..."

Então, logo atrás de Itachi, pegando o celular em mãos, olhando confusa e corada para Sasuke, estava ela.

Hinata-san, me desculpe pela lerdeza do meu irmão... Hoje ele não está em seu estado mais "normal"... – O mais velho se virou para e pequena, olhando-a com graciosidade. – Agora, eu entendo o porquê... – Disse malicioso e alto o suficiente para que Sasuke ouvisse. – Divirtam-se. – Desejou em pleno sarcasmo, dando as costas e se afastando do local.

Hinata só sabia corar e encarar Sasuke ainda confusa.

O garoto permanecia inerte à sua frente, encarando-a de forma estranha.

Sasuke-san? – Indagou, enquanto recusava a ligação que o garoto fazia a si. – Está tudo bem? – Aproximou-se timidamente dele, acenando a mão à frente do mesmo, com a tentativa de acordá-lo do suposto transe.

Foram pouquíssimos segundos que se passaram desde a aproximação de Hinata até que sua presença fosse percebida por ele.

"Tão perto..."

E tão intenso, e certamente inundando o garoto de tudo que havia nela. Desde o aroma suave, às sardas que adornavam o rosto redondo e delicado à frente. Ele precisou piscar algumas vezes para se recompor da recente estase que tomou seu coração... Era uma sensação tão ansiosa, e sufocante...

Err... H-Hinata... – Gaguejou e piscou mais algumas vezes. Não conseguia formular o que dizer, só sabia sentir. Achava que ia desmaiar tamanho torpor sentia em seu corpo.

Você está bem? – Ele ouviu a voz doce soar ainda próxima demais.

Inspirou lentamente, tentando focar sua atenção, da maneira mais sensata, em Hinata.

"Impossível", suspirou, derrotado.

Mas, ele não podia continuar calado, olhando pra ela como se... Como se...

"Como se eu... Gostasse dela..."

Arregalou os olhos por um breve momento, logo pigarreando e arrumando a postura.

"Chega, por hoje já deu desses pensamentos e passar esse vexame na frente dela!"

Eu achei que não viria. – Respondeu, por fim, odiando-se por sua voz ter tremido em meio à frase.

Virou-se de costas para a garota, com o pretexto de jogar o celular sobre a cama e rumar em direção à mesinha que ficava seu notebook, para liga-lo. Porém, só queria esconder a vergonha que sentia – e que estava clara em sua expressão.

"Eu sou patético..."

Bufou para si, tentando ainda se recompor.

Por que me ligou? – Indagou, virando-se para ela, por fim, que continuava parada, ainda sem entender.

Ah, eu... – Murmurou, com uma expressão confusa. – Eu só te liguei pra avisar que estava aqui em frente. – Respondeu, enquanto tirava a alça da mochila de seu ombro, recebendo um maneio de Sasuke, indicando para que ela a pusesse sobre a cama do mesmo. – C-como você não atendeu, toquei o interfone e o Itachi-san me atendeu...

Hum...

Ele é muito g-gentil. – Completou, sorrindo docemente para Sasuke. Um pouco corada, como de praxe, embora ele não tenha entendido muito bem o porquê daquela coloração estar presente ali, sendo ela se referindo ao irmão.

Sasuke apenas arqueou a sobrancelha para ela, em um misto de descrença e descaso. Porém, por dentro, era puro ódio e indignação.

"Era só o que me faltava, puta que pariu. Essa desgraça tinha que se apresentar pra Hinata, tinha que ser gentil, tinha que se intrometer... Idiota!"

Ele é um idiota... – Comentou, por fim. – Enfim, temos coisas à fazer, sente-se aqui. Vou pegar minhas anotações.

Ah, claro, vamos começar.

E, então, lá estavam, um ao lado do outro, estudando e destinando todos os seus esforços ao tão importante trabalho de Kakashi.

Concentrados... Talvez, não tanto como deveriam...

Olhos negros eram perspicazes em olhadelas discretas à Hyuuga à sua esquerda...

Talvez, não tanto como deveriam...

Ora ou outra, um rubor surgia na pele alva...

Vai saber o porquê, não é mesmo...

De toda maneira, o tempo passou e, embora expectativas fossem nulas, afinal, seria a última vez que se reuniriam para aquele fim, havia algo no ar...

E ambos sabiam bem que havia.

[...]

Após longas horas, para uma finalização que não levaria nem uma para terminar, finalmente Hinata arrumava suas coisas na mochila, para enfim ir para sua casa.

Havia uma inquietação ali, mesmo que fossem naturalmente calados, havia... Algo.

Hinata guardava coisinha por coisinha... Já Sasuke, permanecia rígido em sua cadeira, com o cotovelo apoiado na bancada, tentando transparecer naturalidade, mas, falhando miseravelmente.

Eles haviam revisado o trabalho umas quatro vezes, sendo que sabiam que tudo estava impecável. Fizeram alguns raros comentários triviais, riram e, em dado momento, se viam perdidos numa conversa sobre bandas, o que resultou em mais afinidade para os dois.

Quando perceberam, o trabalho ficara de lado e as horas voaram.

Já passava das 20h quando deram por si e finalizaram o slide e o artigo às pressas.

E, então, já eram mais de 21h e Hinata precisava ir.

Bom... – A voz meiga se fez presente, quebrando um pouco a rigidez do garoto. Em um pigarro, continuou: – Já vou indo, Sasuke-san. – Hinata manejou um sorriso amarelo, enquanto alçava sua mochila lilás, e apertava a barra de sua blusa com a outra mão, em claro nervosismo.

A verdade é que aquilo parecia uma despedida.

"Uma despedida para sempre..."

Eles não eram amigos... Eram? Foi por pura coincidência que aquela dupla inusitada se formara e eles tinham seus grupos distintos e mal se falavam na escola, mesmo agora que estavam... Juntos...

E, também, havia claramente os sentimentos que Hinata nutria por Naruto, e Sasuke não queria que ela se aproximasse dele com o intuito de ser mais próxima de Naruto e...

Por um infortúnio de seus pensamentos que claramente amavam te deixar mal, Sasuke pensou muito brevemente como seria Hinata e Naruto juntos.

E ele não sabia dizer o porquê de aquilo tê-lo deixado tão ferido, mesmo que soubesse que não havia possibilidade disso acontecer.

"Aquele Dobe não gosta dela... Mas, e se gostasse? E se ele gostar? E se ele se aproximar? E, se..."

Independente das possibilidades, Hinata gostava de Naruto.

"Hinata GOSTA de Naruto...", suspirou.

Era inquietamente, mas, por que mesmo ele cogitava tanto esse sentimento que Hinata sentia pelo loiro? Afinal, de que isso importava para ele?

Era muito para racionar em tão pouco tempo, ainda mais com uma despedida tão... Inevitável à sua frente.

Mais um suspiro e um breve manear, como se fosse o suficiente para entrar em concordância com tudo o que se passava consigo naquele momento e em todos os demais que sucedem o maldito dia que escolhera a menina como sua dupla.

Levantou-se, então, despretensioso e deu de ombros, andando até o closet, logo saindo de lá com a jaqueta azul marinho que regularmente usava.

"Já é tarde... Devo acompanha-la, não é mesmo?", dizia a si, tentando ignorar o turbilhão que sentia por dentro.

Vamos? – Indagou sem esperar uma resposta, logo rumando até a porta que permanecera aberta por todo o momento que a Hyuuga ali estivera. E nem era por exigência de seus pais ou algo do tipo... Apenas, sentia-se mais confortável assim... Afinal, andava tão confuso... E, também, não queria passar nenhuma mensagem errada...

Hum? Ah, sim, vamos, Sasuke-san.

Os dois caminharam até o portão da casa, e Hinata parou de repente.

Sasuke-san, boa noite. – Ela lhe deu um sorriso tão caloroso, tão... Breve. Fez uma rápida mesura, e deu as costas ao mesmo.

Hei, espera, Hinata! – Chamou, antes que ela pudesse dar muitos passos. – Eu... – Fechou o portão logo atrás de si e caminhou até ela, parando à sua frente.

Hinata o encarava curiosa, corada e linda.

"Por Deus, como ela pode ser... Ser assim... Tão..."

Os olhos perolados o encaravam brilhantes, e Sasuke se perdeu ali por um momento. Era incrível como os orbes eram tão sinceros e cheios de transparência. Ele viu certa expectativa ali e arregalou os ônix brevemente.

S-sasuke-san? – Foi tão baixinho que Sasuke mal conseguira entender, se não fosse por ver os lábios rosados se movimentando à menos de um metro de si.

E-eu... – E, mais uma vez, a maldita voz tremida. O que estava acontecendo consigo? Pigarreou. – Eu vou te acompanhar... Já é tarde. – Finalizou, postando-se ao lado dela e recomeçando a caminhada.

Hinata o acompanhou, timidamente, apenas maneando a cabeça em concordância, pondo-se à andar um pouco à sua frente.

Sasuke sorriu discreto, por ela ter aceitado sem nem mesmo recusar uma única vez.

Talvez quisesse mais um pouquinho de sua presença... Talvez, pensasse o mesmo que ele, que à partir de segunda, estariam novamente no "mundo real", longe um do outro e sem um trabalho em dupla para contemplá-los com mais momentos como aquele.

"Ou, talvez, ela só estivesse com medo de ir sozinha... Idiota", revirou os olhos, pelas expectativas infundadas.

Ambos seguiam o caminho silenciosos, cada um com seus pensamentos. Sasuke portava uma das mãos por dentro do bolso da jaqueta, e Hinata segurava com certa lividez a alça da mochila lilás.

Não era lá muito distante a casa da menina, em menos de quinze minutos chegariam, mas, parecia um tempo muito longo para se ficar calado.

Sasuke olhou para Hinata de soslaio e se perdeu em devaneios, mais uma vez.

Era tudo tão inacreditável, tudo tão surreal, que Sasuke tendeu a beliscar levemente seu braço, com o intento de se ver desperto do que, possivelmente, seria um sonho.

Lá estava ele, a alguns poucos passos de Hinata, observando-a com minúcia e adoração.

Não sabia se o que retumbava em seu peito era um coração, ou tambores orquestrados de forma assíncrona. Suas mãos suavam e mexiam-se nervosas, ora prendendo-se na beira da camisa preta, ora remexendo os fios negros, ora enclausuradas no bolso da jaqueta que usava.

Sentia-se tremer, como se o inverno pairasse na cidade. Sentia-se ansioso e expectante de algo que nem mesmo saberia discernir.

Sentia-se tenso, ao passo que tudo, em seu cerne, parecia se encaixar, por mais que, em sua mente, tudo não passasse de mais confusões do que poderia presumir.

Estaria, ele, ao ponto de um colapso?

"Por que fui me meter nessa porra?", pensou, se arrependendo de ter se oferecido para leva-la.

Às vezes, poderia se poupar de tantas coisas, mas, acabava agindo por impulso e...

"Me estrepando, como sempre! Se eu estivesse em casa, agora, não estaria pensando essas merdas...", mentiu, sabendo que, talvez, estivesse pior.

Riu com certo deboche de si mesmo, encarando o céu sem estrelas acima de si.

Aconteceu algo, Sasuke-san? – Indagava, a menina, parando abrupta à frente do mesmo.

Os olhos perolados encaravam-no curiosos e preocupados. Talvez, nem houvera percebido a expressão carregada que mantinha em sua face.

Todo o nervosismo anterior, multiplicou-se.

Não... – Respondeu, por fim. – Por quê?

É que você está tão inquieto... – Ela lhe sorriu divertida, parando ao seu lado e lhe encarando com uma intensidade que sufocava.

É impressão sua... – Respondeu automaticamente, camuflando o nervosismo e tentando controlar todo o seu corpo e mente para não transparecer o quanto ela lhe deixava nervoso.

Inspirou o ar profundamente e mirou a vasta negritude que pairava no céu, sem qualquer resquício de estrelas ou a lua. Ventava forte, mas, sequer sentia frio... Estar com Hinata mexia tanto consigo, de tantas formas, que se mantinha aquecido e alheio à todo o restante.

Olhou-a de soslaio, enquanto retomavam os passos, agora lado a lado, e suspirou. Ele queria tanto entender o que acontecia consigo... O porquê de, justamente agora, todas aquelas turbulentas sensações se apossarem de si... Sentia-se tão sufocado, tão dolorido e tão eufórico... Mas, era tudo tão incrivelmente bom...

"Eu só posso estar ficando louco...", riu desacreditado, chamando a atenção da jovem.

O que houve? – Ela indagou, dando uma risadinha instigada pela dele, encarando-o com orbes curiosas e intensas demais, desconcertando-o.

E-eu... – Encarou-a, ainda desconcertado...

"Ela fica tão linda sorrindo desse jeito, puta que pariu!"

Eu não sei... – Riu novamente, porém, mais contido, e parou. – É só que, as coisas tem sido tão diferentes... – Olhou-a nos olhos, contendo todos os seus impulsos de corar e sair correndo dali. – Nunca imaginei que um dia estaria te acompanhando até em casa... – Inspirou e franziu a sobrancelha. – Ou que, em algum momento, teríamos algum tipo de contato.

Ela a viu enrubescer levemente e, tão delicada como sempre, colocar uma mecha atrás da orelha.

Eu também... – Ela lhe confessou, sem graça. – Na verdade, eu sempre te achei muito... – Ele à encarou curioso, o coração assíncrono e todo expectante. – Prepotente e antipático.

Arregalou os olhos, descrente. Sim, ele era prepotente, antipático, egoísta, presunçoso, narcisista, um grande babaca e, como Itachi gostava muito de frisar, um ser humano insuportável quase cem porcento do tempo. Ele também sabia que o primeiro contato que ambos tiveram não fora dos melhores, agira como o filho da puta que sempre fora. Mas, ela falar tão abertamente sobre isso, deixara-o sem chão.

Pigarreou, sem graça, não sabendo como replicar o óbvio.

É... – Concordou, buscando palavras para prosseguir. – Mas, ainda pensa isso de mim? – Indagou, com receio, parecendo uma criança encurralada, pega em flagrante em suas artes.

Hinata encarou-o rindo de forma contida, achando graça da expressão do menino.

Penso... – Riu e prosseguiu. – Mas, não somente... – Sorriu sincera para ele, encarando-o com a mesma intensidade de sempre. – Sempre te achei muito sério e, até então, não conseguia entender porque tantas pessoas gostam de você. – Ela fez uma pausa, talvez pensativa, talvez, tentando encontrar palavras que se emaranhavam igualmente para ambos...

Porém, a pausa durou mais do que o esperado...

Talvez, o que ela pretendia dizer, fora o suficiente, mas, não para ele...

Sasuke queria mais... Queria mais de sua perspectiva sobre si, mais do que ela via nele...

E você conseguiu enten...

E, então, primeiro sobre sua mão, e mais alguns milésimos, sobre sua testa, e depois, repetidas gotículas de chuva caindo simultaneamente sobre ambos, inesperadamente. Não houvera tempo para racionar, quando percebeu, sua mão segurava a de Hinata com pressa.

Puta que pariu! – Exclamou, enquanto corriam sem rumo, em busca de algum local coberto para se abrigarem.

Estavam em uma rua residencial comprida, lotada de casas, calçadas os ladeando, mas, sem qualquer resquício de alguma cobertura.

Sasuke-san, espere! – Chamou, sem fôlego. – Preciso respirar, corremos demais. – Riu levemente, enquanto ele erguia a sobrancelha, desacreditado.

Estamos enxarcados, Hinata, vamos adoecer, precisamos achar um lugar pra esperar essa chuva passar.

Mais molhados do que já estamos, é impossível ficar, Sasuke-san... – Sorriu para ele. – Vamos andar um pouco mais devagar... Um pouquinho mais para frente tem uma praça, paramos ali.

Certo... – Mesmo contrariado, concordou.

E, então, ambos andaram à passos apressados até a praça, ainda mantendo as mãos unidas, sem perceberem.

Sentaram-se lado a lado no pequeno banco, ombros se encostando e mãos ainda unidas. Incrivelmente, Sasuke sentia-se aquecido justamente nos pontos em que se encontravam.

Percebendo um silêncio fora do normal de Hinata, virou-se para a mesma, vendo-a mais vermelha que o comum, encarando algo entre ambos. Ao seguir seu olhar, corou na mesma medida, agora percebendo as mãos unidas.

Soltou a mão da outra abruptamente, virando a cabeça para o lado oposto, completamente sem graça. Hinata permaneceu corada, agora mirando a cobertura que os salvava da chuva.

O clima era pesado, naquele momento.

Sasuke pigarreou e coçou a nuca, tentando pensar em algo para quebrar aquela tensão que se instalou entre eles.

Ainda estava pensativo sobre o que Hinata falara sobre si... E que, por conta da chuva, fora interrompida.

"Droga... Como volto nesse assunto, agora? Como vou saber o que ela pensa de mim?", pensava, curioso.

E, por que, mesmo, aquilo importava tanto para ele?

Antes que pudesse formular qualquer outro pensamento, foi interrompido pela voz da mesma.

Mas, e você, Sasuke-san... – Começou ela, tímida. – O que você... Acha de... Mim...?

E silêncio.

Sasuke virou-se para ela, com orbes ônix penetrantes.

Arfou, por um segundo, sentindo-se engasgado com palavras que poderiam facilmente sair por seus lábios, sem que pudesse conter.

Hinata o olhava com aquela mesma expectativa que identificara mais cedo. Perolas brilhavam e encaravam negros quase perfurando-os, tamanha intensidade.

Sasuke sentia seu coração acelerado e, de forma repentina, suas mãos, agora secas, suavam em claro nervosismo.

Parecia, naquela conexão de olhares, que o mundo ao redor não mais existia. Não havia mais a chuva, não havia o vento que soprava os corpos gelados, os relâmpagos que se acendiam ao longe, e aquelas pessoas que insistiam em correr pela chuva ao invés de se abrigar ali naquela praça, como eles. Por um momento, só haviam os dois, e aqueles olhos que não se desviavam.

Ele podia sentir uma quentura o preenchendo aos poucos, vinha de seus batimentos e se espalhava por seus braços, pernas, torso, pescoço... Eram como pequenos choques, que corriam dentro de si, com um único objetivo.

Estava nutrido de Hinata, não conseguia desviar os olhos dos dela, ou ignorar o cheiro adocicado que vinha de sua pele gelada... Inexplicavelmente, sentiu-se no ímpeto de ter sua mão junto da dela, novamente...

Talvez, pela intensidade, ou por tudo que estava sendo dito entre olhares, Hinata abaixou os olhos, mais corada do que antes. Mas, isso não fora o suficiente para que Sasuke saísse daquele torpor ao qual entrou.

Automaticamente, sem que percebesse, uma de suas mãos, guiadas pelos pequenos impulsos de choques, tocou o queixo pequeno, erguendo delicadamente a cabeça de Hinata para si, novamente.

O simples toque fora o suficiente para que sua respiração desregulasse, assim como a de Hinata, como pôde notar.

"O que está acontecendo?"

Tensionou a boca, abrindo-a e fechando-a em seguida.

Ele precisava falar alguma coisa.

... – E, novamente, nada.

Não sabia o que dizer. Mas, também, se fosse sincero, como Hinata fora consigo, o que a menina pensaria de si, se ele próprio não sabia o que pensar sobre tudo aquilo?

Quer dizer, ele tinha uma opinião formada sobre ela, só não tinha sobre o que sentia por ela.

Respirou profundamente, formulando o que falaria.

Eu... Não sei muito bem... – Começou, vendo-a arquear uma sobrancelha. – No começo, eu era indiferente... – Pigarreou, tentando se concentrar. – Nunca fui de prestar atenção em ninguém, não sou de fazer muitas amizades... – Corou brevemente, e virou o rosto para o lado oposto do dela, automaticamente tirando a mão de seu queixo. – Só que, de um jeito diferente, você acabou se tornando... – Engolindo em seco, virou-se novamente para ela. – ... Importante...

Ele a viu arregalar os olhos em clara surpresa pelo que acabara de declarar.

Antes que perdesse a coragem, continuou.

Você e eu somos parecidos... Eu acho... – Sorriu de lado, apenas por sorrir. – Tem alguma coisa em você que me... – Pausou, tentando traduzir em palavras o que sentia que era o certo a dizer naquele momento. – ... Que me faz querer ser mais próximo... – Suspirou e continuou. – Não sei se é a sua dedicação, a sua honestidade... A sua quietude... Você tem um lado doce e um lado sério... Na real, não somos nada parecidos... – E riu, achando graça do que dizia. Na sua cabeça, tudo fazia sentido, mas, ao falar, tudo perdia a coerência.

E não é só isso... – Desviou os olhos, mirando o horizonte a fora. – Eu gosto de conversar com você... É leve... Você sabe exatamente o que dizer e quando dizer... – Olhou-a, novamente. – Mesmo sabendo que não nos conhecemos há muito tempo, embora a gente estude juntos desde crianças, eu... Eu sinto que as coisas com você são fáceis, simples... Diferente de qualquer outra... – Ponderou, pigarreando novamente. – Amizade que eu já tenha tido.

Hinata o olhava surpresa. E Sasuke não sabia dizer o que se passava pela cabeça da menina. Tudo o que conseguia identificar era a surpresa e o rubor na mesma. Ela soltou a respiração que parecia nem saber que segurava e suspirou.

Eu não sei... Mas, talvez, hoje não precise ser a última vez... – Ele sugeriu, em um único fôlego.

E confuso.

Estava tudo confuso dentro de si.

"Que porra eu tô fazendo? Por que tô sugerindo isso?"

Eu também acho que não precisa... Ser... – A voz melodiosa soou como um sopro de uma brisa de verão, mesmo em meio à chuva.

Em algum momento, os olhos se conectaram novamente e as respirações ofegaram.

Sasuke nem sabia mais dizer o que foi que Hinata dissera, só que sua mão novamente subia de encontro ao rosto da menina, e seu polegar insinuava uma carícia na bochecha pálida.

Ele também não sabia dizer como, mas, a distância entre os dois começava a encurtar, e os lábios de Hinata se abriram no automático. Ele só não sabia o porquê. E nem porque os dele também.

Conseguia sentir o hálito quente com cheiro de chiclete de menta bater contra seu rosto... E ele também não sabia dizer porque estava tão arrepiado... E porque ela também estava...

E nem mesmo saberia dizer o que é que estavam prestes à fazer...

"O que está acontecendo? Por que estamos tão perto? Por que não consigo parar? E por que ela é tão... Perfeita?"

Sasuke estava inebriado.

E, no fundo, sabia onde aquilo terminaria.

E, também, por isso, justamente por isso, sua barriga se remexia em pura ansiedade e êxtase.

Mas, também, por conta de tudo isso, ele se assustara quando uma luz forte se fez sobre os dois.

Uma luz bem forte, quase os cegando.

Seria apenas susto se, por trás dessa luz, que agora conseguia identificar ser o farol de um carro, não saísse, abrindo um guarda-chuva preto...

"A porra do Itachi!"

Sasuke e Hinata piscaram juntos e não houve tempo nem de assimilarem o que acabava de acontecer. Não havia nem tempo para vergonha. Afastaram-se, no banco, abruptamente, como se nada tivesse acontecido. Hinata, como um tomate de tão vermelha, e Sasuke... Bom...

Para Sasuke, houvera tempo para uma carranca do tamanho do mundo.

Que porra você faz aqui, Itachi? – O Uchiha mais novo levantou-se do banco com agressividade nos olhos, fuzilando o mais velho com todo o seu ódio.

Ué, você saiu de casa faz mais de uma hora, não atende o celular e ainda começou a chover... – Deu de ombros. – Fiquei preocupado, otouto... – Terminou, sorrindo puro sarcasmo para o mais novo. – E é tão incompetente que nem conseguiu levar a Hinata-san pra casa... – Maneou a cabeça negativamente, divertindo-se com a cara de tacho do irmão. – Venham, entrem, vamos levar a Hinata-san em casa.

Sasuke tinha sangue nos olhos.

"Que ódio... Não acredito que ele chegou logo... Logo... Logo quando a gente ia se..."

Não conseguiu nem terminar o pensamento. Era absurdo.

Afinal, o que diabos estava pretendendo fazer?

Talvez, Itachi tenha vindo em boa hora, no final das contas.

"Idiota... Só dessa vez vou deixar passar..."

Ele bufou irritado, mas, não discutiu com o mais velho.

Virou-se para Hinata, vendo-a encolhida de frio.

"Realmente, foi bom ele vir..."

Vamos, Hinata... Você precisa chegar logo e tomar um banho quente para não resfriar.

Ela só assentiu timidamente, e ambos rumaram para o carro.

O caminho até a casa de Hinata fora silencioso. Assim que chegaram, ela agradeceu pela carona e desejou uma boa noite aos dois, sem nem mesmo olhar para ele, correndo para casa tão logo.

Ele suspirou em resigno, encarando de soslaio Itachi ao seu lado, com o típico sorrisinho de sempre.

Relaxa, otouto... Não vou falar nada... – O mais velho abafou o riso quando notou a carranca do outro, e partiram para sua casa. Sasuke o respondera apenas com um "hm", e tão logo já chegavam.

[...]

Depois de um banho quente e relaxante, Sasuke jogou-se na cama e fechou os olhos com força. Tinha muito o que pensar sobre aquele dia. Talvez, não chegasse à nenhuma conclusão, mas, pelo menos, precisava tentar organizar as ideias.

O celular vibrou ao seu lado, indicando uma notificação.

Ao desbloquear a tela, viu que era uma mensagem. Seu coração logo saltou quando viu de quem era.

"Até segunda, Sasuke-san!"

Seu corpo vibrou em algo que ele julgava ser felicidade ao ver a mensagem que Hinata mandara para si.

Okay, não era nada demais... Era só um até logo, mas...

"Não foi a última vez..."

Ele sorriu bobo, pela primeira vez se permitindo uma reação genuína sobre tudo aquilo que sentia.

Antes que pudesse responde-la, batidas na porta desviaram a sua atenção.

"Só pode ser aquele idiota..."

Entra, Itachi... – Disse, revirando os olhos. – O que quer? – Indagou, quando o mais velho entrou.

Boa noite pra você também... – Reclamou. – Eu só vim te entregar uma coisa...

O que? Anda logo que tô ocupado.

Itachi sorria malicioso e Sasuke só arqueara uma sobrancelha indagadora à ele.

Aí, ó! Pega! – Itachi arremessou algo e Sasuke ergueu a mão para pegar com destreza. O mais velho já ia saindo do quarto quando parou: – parabéns pela namoradinha. Só não quero sobrinhos tão cedo. – E saiu, antes que tivesse que lidar com um Sasuke extremamente emputecido.

Sozinho no quarto, o mais novo praguejou Itachi até o último dia de sua vida.

"Aquele imbecil... O que ele pensa que é? Um pateta?"

Ali, sobre sua mão, jazia um pacote de preservativo que, na visão de Itachi, fazia total sentido ele possuir.

Seu irmão tinha um humor... Diferente. E muito irritante.

Ignorando o máximo que podia a brincadeira de mau gosto e o tom fúnebre que seu quarto tomou pelo seu mau humor, tateou o celular novamente, logo o desbloqueando para responder Hinata.

Releu mais umas quatro vezes o que a menina lhe mandara e sorriu.

Digitou brevemente um "Até.", seco, simples, mas, ele sabia que ela entenderia.

Involuntariamente, abraçou o celular rente ao peito, e pegou no sono ali, daquele jeitinho, com um sorriso bobo emoldurando a face sempre séria.

Mal sabia ele que, não muito longe dali, Hinata fazia exatamente o mesmo.


Resposta de Review:

- MiUchiha:

Olá, amorzinho. Não sei nem se ainda é ativa no site, pois já fazem séculos que não dou as caras aqui, decepcionando seu pedido de não demorar muito, mas, tardei – e muito, 5 anos – e não falhei, dessa vez é pra valer e terminarei a fanfic.

Muito obrigada pelo carinho e consideração e por todos os elogios! Não mereço nenhum, sou uma autora muito irresponsável para com meus leitores, mas, isso agora vai mudar, eu prometo!

Beijinhos e espero que possa ler esse capítulo e o próximo que será a finalização da fanfic!

Beijinhos! 3


N/A: E aí, gostaram?

Espero que sim.

O próximo capítulo sai em, no máximo, uma semana. Dessa vez não será um prazo falho.

Do início da fanfic para cá minha escrita modificou bastante, talvez tenham alguma estranheza nesse cap, afinal. Mas, espero que compreendam que as mudanças ocorrem inevitavelmente.

Bom, a minha volta não será restrita apenas à essa fanfic, pretendo continuar com meus demais projetos.

Ademais, é ixto.

Beijinhos e não se esqueçam de me passar um feedback!