Cap. 40 – Lupin e Valentin
Morgana estava voando em sua vassoura em uma noite de lua cheia, aproveitando a liberdade do céu noturno para esvaziar sua mente. A lua cheia lançava um brilho prateado sobre ela enquanto voava pelas alturas, seus pensamentos vagando sem destino. No entanto, a tranquilidade da noite foi quebrada por um uivo melancólico que cortou o ar noturno. O som a fez lembrar imediatamente de Remo Lupin, o jovem grifinório que escondia o segredo de sua licantropia dos amigos. A preocupação tomou conta de Morgana enquanto ela pairava no ar, tentando localizar a fonte do uivo. Ela se lembrava das noites em que Remo se transformava em um lobo, e como ele se sentia solitário e isolado por causa disso.
Morgana estava ciente do segredo de Remo Lupin e sabia que ele se refugiava na Casa dos Gritos durante suas transformações em lobo. Ela também sabia da passagem segura através do Salgueiro Lutador que Dumbledore havia providenciado para ele.
Com cuidado, Morgana se transformou em sua forma animaga de loba e se aproximou do Salgueiro Lutador. O imponente salgueiro se sacudiu e lançou seus galhos ameaçadores, mas Morgana conhecia o caminho. Com agilidade, ela passou pelo Salgueiro Lutador e adentrou o túnel que a levaria à Casa dos Gritos.
Ao chegar à casa, Morgana encontrou Remo Lupin em sua forma de lobo. Ela se aproximou dele, mostrando que não representava uma ameaça. Morgana sabia que, naquelas noites de lua cheia, Remo se sentia isolado e solitário. Como uma loba, ela queria oferecer-lhe companhia e compreensão silenciosa.
Morgana ficou perto de Remo, compartilhando o espaço com ele naquela noite de lua cheia, sabendo que sua presença poderia trazer algum conforto a seu amigo.
Dentro da Casa dos Gritos, Morgana e Remo estavam lado a lado, sob a luz prateada da lua cheia que brilhava através das janelas empoeiradas. Os sons da noite ecoavam do lado de fora, uivos distantes e o vento sussurrando por entre as árvores. Dentro da casa, no entanto, reinava um silêncio sombrio, quebrado apenas pelos ocasionalmente grunhidos de Remo, enquanto ele lidava com as dores de sua transformação.
Remo, com seu pelo desgrenhado e garras afiadas, estava preso em um estado de fúria e dor, lutando contra os instintos selvagens de sua natureza licantrópica. Seus olhos amarelos brilhavam com uma intensidade selvagem enquanto ele rosnava e grunhia em resposta às dores agonizantes da transformação. Morgana, também na forma de loba, permanecia ao lado de Remo, demonstrando uma coragem notável. Ela entendia a batalha interna que ele enfrentava a cada lua cheia, a luta entre sua humanidade e sua besta interior. Não havia necessidade de palavras entre eles, apenas uma conexão profunda e silenciosa que transcendia as barreiras das palavras. Enquanto a noite avançava e a lua cheia permanecia implacável no céu noturno, Morgana ficava ao lado de Remo, oferecendo-lhe conforto e apoio moral. Ela sabia que, apesar da terrível transformação que ele experimentava, ele ainda era o mesmo amigo gentil e leal que conhecia nos momentos de lucidez.
Morgana, após se afastar de Remo enquanto ele estava na forma de lobo, retornou à sua forma humana nas sombras da Casa dos Gritos. Ela cuidadosamente se vestiu e esperou que o amanhecer se aproximasse, sabendo que era hora de deixar o local. Morgana tinha consciência de que não queria que Remo a visse em sua forma animaga, pois isso poderia causar confusão ou preocupação a ele.
Quando o amanhecer finalmente chegou e Remo voltou à sua forma humana, ele pensou que sua interação com Morgana naquela noite era apenas uma ilusão causada pela natureza de sua condição de lobisomem. No entanto, ele notou que sua própria transformação tinha sido mais calma naquela noite, com menos feridas e mordidas infligidas a si mesmo.
Embora Remo não pudesse entender completamente o que tinha acontecido, ele guardou aquele estranho encontro em sua memória. Morgana, por sua vez, partiu silenciosamente da Casa dos Gritos, deixando para trás o amigo que ela tinha ajudado e protegido durante aquela noite, enquanto o sol nascia no horizonte, trazendo um novo dia a Hogwarts.
Ao longo do tempo, Morgana estabeleceu uma estranha rotina de acompanhar Remo durante suas noites de lobisomem. Ela se tornou uma presença constante, sempre mantendo-se oculta e nunca revelando sua verdadeira identidade a ele. Cuidadosamente, Morgana saía antes do nascer do sol, garantindo que Remo estivesse seguro e sozinho quando recuperasse sua forma humana.
Enquanto as noites de lua cheia continuavam, Remo gradualmente começou a perceber a presença reconfortante e protetora que o acompanhava durante suas transformações. Ele não sabia quem ou o que estava por trás dessa ajuda, mas estava grato por isso. A presença misteriosa de Morgana parecia ter um efeito calmante sobre ele, tornando suas transformações menos violentas e menos dolorosas.
Essa conexão peculiar entre Morgana e Remo continuou a crescer, mesmo que eles nunca se encontrassem cara a cara. Morgana se tornou a guardiã secreta de Remo nas noites de lua cheia, proporcionando-lhe uma sensação de segurança e companhia durante seus momentos mais difíceis. Enquanto isso, Remo nunca deixou de se perguntar sobre a identidade daquela pessoa misteriosa que o ajudava nas sombras da noite.
O final do ano letivo estava se aproximando rapidamente, Morgana continuava dando as aulas particulares para seus sonserinos favoritos, continuava a receber novos conhecimento com Horácio e Minerva, que estavam constantemente dizendo como ela tinha um bom coração e que tinha a cabeça no lugar, algo que Morgana estava estranhando muito. Além de dar aulas para todos os outros alunos, Morgana precisava também separar as constantes brigas entre Severo e os marotos. Mas os dias passavam cada vez mais rápido para Morgana, esse período era repleto de ansiedade e antecipação. Finalmente, o momento que ela tanto esperava estava prestes a se concretizar: seu pai estava prestes a ser libertado de Nurmengard.
Morgana tinha contado os dias para esse momento, planejando uma recepção calorosa para seu pai assim que ele saísse da prisão. Ela imaginava a alegria que ele sentiria ao se reunir com sua família depois de tantos anos de separação.
Morgana usou o pó de Flu para voltar a mansão Rostoff para esperar por seu pai. Que seria liberado no fim de semana. Depois de longos cinco anos em Nurmengard.
O céu começava a se tingir com as cores quentes do entardecer, lançando uma luz dourada sobre a propriedade. Morgana, Olga e Boris estavam parados na imponente porta de entrada, ansiosos pela chegada do patriarca da família.
Morgana, vestida elegantemente com um longo vestido negro que destacava seus olhos azuis e cabelos escuros, parecia radiante com um sorriso emocionado nos lábios. Seus olhos brilhavam de felicidade contida. Olga, ao seu lado, segurava delicadamente o lenço nas mãos, visivelmente comovida, tentando conter as lágrimas de alegria que ameaçavam rolar por seu rosto. Boris estava com seus olhos estavam fixos na entrada principal, aguardando ansiosamente a chegada de seu pai.
Valentin, finalmente, surgiu na visão deles. Ele estava vestido com roupas sóbrias, mas carregava um sorriso caloroso no rosto. Ao se aproximarem, Valentin e Morgana se envolveram em um abraço afetuoso, enquanto Boris se juntava a eles, formando um abraço coletivo.
As palavras de amor, gratidão e saudade fluíam entre eles, criando um momento de reunião familiar repleto de esperança e renovadas promessas de um futuro melhor. Era o retorno de Valentin à sua casa, à sua família, e a cena era permeada pela alegria e emoção desse reencontro tão aguardado.
Valentin, enquanto abraçava Morgana e saudava sua esposa Olga, não pôde deixar de notar como seu filho Boris havia crescido desde sua prisão. Quando Valentin foi preso, Boris era apenas um menino de treze anos, rebelde e cheio de raiva pelo destino que se abatera sobre sua família. Naquela época, ele havia se recusado a visitar seu pai na prisão, como uma forma de protesto silencioso.
Agora, ao olhar para Boris, Valentin viu um jovem alto e esguio, com traços faciais fortes e um olhar determinado em seus olhos. Os anos de ausência haviam transformado o menino em um homem, e Valentin sentiu uma mistura de orgulho e tristeza ao perceber como a vida havia seguido seu curso na sua ausência.
Os olhares de pai e filho se encontraram, e Valentin viu uma compreensão mútua nos olhos de Boris. Não eram necessárias palavras naquele momento; os anos de separação e os sentimentos reprimidos eram evidentes naquele breve momento de conexão visual.
Valentin sabia que havia muito o que reconstruir em sua relação com seu filho, mas aquele momento de silenciosa aceitação e reconhecimento era o primeiro passo em direção a um novo começo. Era um lembrete de que, apesar do passado conturbado, havia espaço para a cura e a reconciliação, e que a família ainda podia se unir após os desafios que enfrentaram.
Morgana, ansiosa pelo fim do ano letivo e pelo tempo que passaria com sua família, aproveitou o último fim de semana antes das férias para visitar a mansão Rostoff. Ela sabia que, com apenas mais uma semana de aulas pela frente, em breve teria mais tempo para estar com seus entes queridos. Ao chegar à mansão, Morgana foi calorosamente recebida por sua mãe Olga e seu irmão Boris.
Quando Morgana perguntou por seu pai, sua mãe, Olga, mencionou que ele estava com alguns velhos amigos. Momentos depois, a porta do escritório se abriu e Valentin saiu, acompanhado por Cygnus Black e Randolph Lestrange. Ao verem Morgana, os olhos deles brilharam com alegria e expectativa.
Valentin Rostoff ficou profundamente emocionado ao ver Morgana em casa. Sua expressão refletia a alegria e o alívio de tê-la ali, e ele estava ansioso para apresentar seus amigos à filha. No entanto, quando Morgana mencionou que já os conhecia de algumas festas da alta classe, ele assentiu com compreensão. Cygnus Black e Randolph Lestrange não perderam tempo e pediram a Morgana que os acompanhasse até a lareira para usarem o Flu. Enquanto ela os guiava, eles comentaram sutilmente sobre o desejo do Lorde das Trevas de vê-la novamente. Embora tenham abordado o assunto de forma discreta, a menção ao Lorde das Trevas deixou um leve clima de tensão no ar.
Morgana, mantendo sua elegância e diplomacia, respondeu aos comentários dos dois homens influentes com cortesia. Ela expressou sua honra em encontrar-se com o Lorde das Trevas novamente e mencionou que o ano letivo estava prestes a terminar, deixando claro que em breve estaria livre para qualquer compromisso que surgisse.
A resposta de Morgana demonstrou sua disposição em manter boas relações com figuras poderosas, ao mesmo tempo em que deixou claro que ela estava no controle de seu próprio tempo e agenda.
O senhor Black se despede dela, se curvado educadamente, e dizendo:
- Adeus senhorita Rostoff, espero que em breve possamos vê-la em nossas festas particulares, aquela que você foi, era apenas uma reunião com amigos, você se divertirá de verdade nas próximas festas, irá ter mais ação eu lhe garanto.
Lestrange da uma risada ao comentário do amigo e despedisse também de Morgana se curvando e indo embora.
Morgana percebeu a alusão não tão sutil do senhor Cygnus Black à ação nas festas particulares. Era evidente que ele estava insinuando eventos relacionados aos Comensais da Morte ou atividades sombrias nas quais ela poderia se envolver. Essa sugestão deixou claro que Morgana estava prestes a ser mais profundamente arrastada para os círculos obscuros do mundo bruxo, e ela teria que tomar decisões difíceis sobre como se posicionar em relação a essas questões.
