Prólogo:

O Destino Sombrio de Danny

Quando ainda era muito jovem, Laura, a mãe de Danny, viajou para Riverside na Califórnia para um intercâmbio de 1 ano. Na noite de 15 de Setembro de 1987 ela conheceu Jefferson, um homem jovem, esguio e de aparência amável, que mostrava-se triste e emocional naquele momento; Naquela mesma noite eles acabaram por se relacionar. Porém, na manhã seguinte Jefferson deixara Laura, e desaparecera para sempre. Algumas semanas depois Laura descobre estar grávida. Danny nasceu no dia 31 de Maio de 1988, em Riverside, e no dia 15 de julho, muda-se com a mãe de volta para cidade natal dela, em São Paulo, no Brasil.

Laura lida com a fúria dos pais aos chegar no Brasil, mas encontra conforto no melhor amigo de infância, Jonathan Belmonte, com quem acaba se casando um ano depois. Jonathan assume Danny como sua filha, mas não a registra em cartório. Mais tarde Jonathan descobre ser estéril e que não poderá ter filhos. A partir daí, a criação de Danny passa a ser sua prioridade de vida, no entanto, seu carinho e amor pela menina passa a ter também certo amargor.

Enquanto cresce em sua rotina familiar, Danny percebe possuir certos sentidos diferentes, e alguns acontecimentos inexplicáveis.

Danny costumava viajar nas férias escolares com sua avó materna, por duas semanas, desde os seus cinco anos de idade. Em sua primeira viagem, aos cinco anos, ela viajou com a avó para o Rio de Janeiro. Durante um passeio numa trilha para uma cachoeira, Danny se perdeu de sua avó, e se deixou ser guiada por um sentimento estranho. Era como se ela soubesse exatamente para onde ir, mas sem saber o que iria encontrar, após algum tempo, ela começou a sentir um calafrio percorrer sua espinha, e um arrepio no pescoço.

Ela parou de caminhar abruptamente, seu coração batendo em disparada, e seu sentimento que a guiava mandou que fechasse os olhos e respirasse calmamente. Ela obedeceu e o fez, passaram-se alguns minutos, e seu rosto estava muito molhado de suor. Foi então que ela sentiu pela primeira vez. Era uma presença, havia alguém ali com ela, porém ela não abriu os olhos, e nunca soube quem, ou o que era. Sentiu a aproximação, uma certa frieza se aproximar, um cheiro exuberante, sentiu a morte. E quase tão subitamente como quando esse sentimento a invadiu, ele também se esvairou. Ela suspirou e abriu lentamente os seus olhos, percorrendo com o olhar o lugar que a cercava, uma floresta verde e quente, imponente e inofensiva. Ela então soube que havia sido poupada, mas outra pessoa não, e naquele momento, essa outra pessoa perdia a sua vida.

Apesar de muito pequena, ela sabia o que era aquele ser que havia cruzado o seu caminho, porém sem saber dar-lhe um nome certo, resolveu chamá-lo de Morto-Vivo. Contou sobre ele para a sua avó, e a mesma disse-lhe para não inventar histórias, e ordenou que nunca contasse sobre o ocorrido à mãe e ao padrasto, pois nunca mais a deixariam levá-la em suas viagens. Então Danny obedeceu, e nunca mais falou com ninguém sobre o assunto, mas nunca se esqueceu daquele encontro.

Outro dia, quando tinha apenas sete anos, Danny voltava da escola para casa caminhando solitária, como fazia todos os dias. Naquele dia, sentiu vontade de cortar caminho, e o melhor jeito de fazer isso era passar por dentro do Cemitério. Já havia muito tempo, que Danny não temia os cemitérios, pois ela o entendia melhor que qualquer pessoa, e também compreendia todas as presenças que ali estavam. Ela caminhou pelo cemitério, em seu percurso passou por vários túmulos, sentiu várias presenças, e muitas vezes precisou fechar os seus olhos e caminhar sem ver nada, pois sabia que não queria vê-los.

Num certo ponto, quando ja estava perto de terminar o seu caminho dentro do local, ela viu algo sobrenatural pela primeira vez.

Havia uma coruja, pousada sobre o galho duma árvore próxima ao portão principal do cemitério. Ela parou de caminhar de repente. O frio na espinha, o arrepio no pescoço, o coração acelerado, e o olhar penetrante naquela coruja. Era apenas uma corujinha-do-mato, ela sabia, sem entender exatamente como ela sabia, porém sabia. Sentiu o olhar da corujinha aumentar e mostrar certo espanto, seu olhar não era em Danny, e sim para além dela. Ela sentiu então, o toque frio em seu ombro, com o toque ela soube quem era, e como tudo havia acontecido. A corujinha piou alto e saiu voando em disparada. Um vulto leve perpassou pelo corpo da menina, e uma imagem escultural apareceu diante de seus olhos. Era uma mulher, alta, cabelos escuros, e rosto sem vida. Danny sabia o que ela era, porém não sabia como chamá-la, então a nomeu Irreal. Ela olhou penetrantemente em seus olhos, e sentiu a sua dor, e soube imediatamente quem causou a sua dor. E tão de repente quanto ela apareceu, ela saiu, para desaparecer para sempre.

Naquele mesmo dia, durante o jantar com sua família, sua mãe lhe perguntou sobre o seu dia. Danny olhou atentamente para o seu padrasto e disse: Encontrei-me com Sabrina. Seu padrasto engasgou com o arroz e tossiu varias vezes até recuperar o folego. Ele gritou e disse para Danny calar a boca. Sabrina era sua irmã, e já havia morrido havia muito anos, e antes que Danny pudesse lhe dizer mais qualquer coisa, ele a proibiu de falar novemente sobre ela.

Com o passar do tempo, Danny foi compreendendo cada vez mais a sua sensibilidade. Ela entendia que podia ver e sentir presenças e acontecimentos de qualquer dimensão, podia sentir e saber quando algum perigo se aproximava, ela podia sentir e saber onde alguem ou algo estava apenas com o pensamento. Aos dez anos, Danny compreendeu que os seus sentidos eram mais que dons, eram como poderes, e ela só conseguiu compreender isso quando aconteceu algo muito grave.

Num determinado dia de passeio escolar, Danny estava com alguns colegas no museu. Eles estavam todos parados enquanto a professora explicava algo. Um de seus colegas mais odiáveis fez uma piadinha interna sobre ela. Seu peito se encheu de raiva, e ela concentrou toda a sua energia no garoto. Foi quando uma força invisível bateu contra o menino. Um grito ecoou pelo lugar e os adultos correram para socorrê-lo. A imagem era brutal, o garoto caido no chão, se contorcendo de dor, e seu queixo caído, sua mandíbula havia se quebrado, inexplicavelmente para os outros, já que nada e nem ninguém havia tocado no menino. Mas Danny sabia, ela havia feito aquilo, não sabia que podia, mas fez. Foi então que ela descobriu que podia usar a mente para mover coisas. Gabriel Queiróz teve a mandíbula deslocada e partida ao meio naquele dia, precisou fazer uma cirurgia, e nunca mais voltou para a sua escola.

Danny se arrependeu do mal causado no menino, mas sabia que não teve culpa.

Quando fez doze anos, Danny ja possuía leve controle sobre seus poderes, e podia usá-los controladamente. Ela pesquisava sobre o assunto em alguns livros e revistas de ficção, mas nada era muito explicado, nem muito confiável. Então ela decidiu se entender por ela mesma, e usou as poucas informações coerentes que possuía.

Sabia que possuía um poder de conciência do sobrenatural, e resolveu chamar esse poder de Detecção Sobrenatural. Ela conseguia sentir, ver e ouvir a presenças dos mais diversos seres, entidades e fenômenos sobrenaturais ao seu redor; e era capaz de compreendê-los também. Ela tinha consciência dessas presenças, mas no geral não gostava de tê-los por perto e os repulsava. Com suas pesquisas, soube que este dom podia ser mais normal do que se esperava, muitas pessoas podiam fazer o mesmo. Mas no geral, essas pessoas que pediam para possuir tal poder. Danny no entanto, desgostava muito quando era necessário usá-lo.

Danny também possuía uma sensibilidade de quando o perigo se aproximava, gostava desse poder e o usava com muita frequência, por isso tinha um ótimo domínio dele. Ela chamava esse poder de Sensor de Perigo. Ela o via como uma precognição, conseguia sentir em seu corpo sinais que o perigo estava se aproximando, sentia se havia alguém proximo que lhe representasse perigo, e seu corpo lhe dava indicações de perigos de morte iminente. Quando se tem o poder de Detecção Sobrenatural, o poder de Sensor de Perigo é muito util.

Um outro poder que Danny gostava muito, mas que tinha pouco domínio era o que ela chamou de Radiestesia. Ela podia rastrear de forma clara pessoas ou objetos. Ela andava praticando muito, mas era um poder muito complexo. Ela tinha melhor domínio para rastrear objeto ou seres inanimados. Mas aos poucos conseguia encontrar pessoas, descobriu que era mais facil se tocasse em algum objeto usado, pois conseguia absorver temporariamente a sua energia, e a localizava onde quer que estivesse. Algumas vezes conseguia rastrear os passos e ações das pessoas em tempo real. Gostava de rastrear a mãe e o padrasto, pois eram previsíveis, e isso facilitava muito, mas andava buscando alguns desafios maiores. E foi nessa altura que descobriu que também podia rastrear lugares, e tudo o que havia neles.

O seu último poder descoberto e pelo qual ela ainda trabalhava para aceitar e praticar era a Telecinesia. Muito famoso no mundo fictício, que ela mesma não acreditava poder ser real. O acidente no passeio da escola a fez jurar que nunca usaria esse poder, mas com o tempo a curiosidade fez o seu efeito. Era um poder difícil, que exigia muita força mental, e sempre a enfraquecia. Demorou quase um mês para que ela conseguisse mover levemente uma cortina do seu quarto, e até os seus doze anos, nunca fora capaz de levitar nada, a não ser uma pena de ave que encontrou em seu caminho. Mas ja podia ligar ou desligar o interruptor de seu quarto apenas com o pensamento.

Certo dia, quando estava perto de completar seus quatorze anos, Danny descobriu que precisava mudar o seu destino.

Ela viajou com sua turma do nono ano da escola para uma aldeia no Pará. Eles montaram acampamento com barracas no local e foram recebidos pelos nativos daquela região. Foi onde ela conheceu uma mulher diferente. Seu nome era Inaiê. No terceiro dia de viagem Danny foi buscada por essa mulher durante a noite, e em silêncio a acompanhou para fora da sua barraca. Não sentia medo dela, nem do lugar. A mulher a guiou para a mata, e lá lhe disse que podia sentir que ela era diferente. Disse que teve uma visão de seu futuro que precisava ser alterada.

- O que você viu? - Quis saber Danny, sem se sequer duvidar do dom da mulher.

- A sua morte! - Respondeu ela sem rodeio. - Lembra-se dela? Da Sabrina?

Danny sentiu um arrepio na espinha. O coração disparado.

- Sim. Ela me avisou que aconteceria. Mas nunca disse quando.

- Ele tem pensado isso desde que te conheceu. Mas foi impedido.

- Você disse que eu preciso alterar esse futuro. - Falou Danny - Eu posso fazer isso.

- É claro que pode.

- Como? - Quis saber a menina.

- Você precisa fugir, Danny! - Falou a mulher com firmeza - Precisa encontrar o lugar seguro, precisa se cercar das pessoas certas. - Ela fez uma pausa, e quando voltou a falar, sua voz era apenas um sussurro - E você precisa aprender a dominar todos os seus poderes.

Danny sentiu o seu corpo todo se arrepiar. Então, a mulher voltou a falar.

- Onde está o seu pai, Danny?


Nota da autora:

Olá pessoal,

esta é uma história escrita por mim, baseados em alguns fatos da saga Crepúsculo. Nesta história, de humanos, vampiros e lobos, existe também Danny, procurando descobrir quem ela realmente é, e o porque dos seus poderes. Apesar do prólogo forte, a história irá navegar entre o amor, a amizade, a família, e o sobrenatural, na vida de Danny. Veremos a grandeza de Charlie, o amor de Bella e Edward, a união dos Cullens e as lendas dos Lobos pelo ponto de vista de Danny. Nesse universo iremos explorar muito os personagens de Carlisle e Esme, e respectivamente sua Compaixão e Empatia.

PS: Existem dois finais nessa história. E o destino final de Danny, será escolhido de acordo com o que vocês falarem nos comentários. Então não se esqueçam de comentar.

Att,

Thazz Ransom.