Cap. 64 - Aluado

O sol estava começando a se pôr no horizonte, pintando o céu com tons de laranja e rosa enquanto a noite se aproximava rapidamente. Morgana estava de pé na entrada da Floresta Proibida, à espera da chegada de Remo Lupin.

Ela acendeu um cigarro, o fumo espiralando em volta dela, enquanto a luz do sol diminuía lentamente. Morgana observava as sombras se alongando, sabendo que a lua cheia logo dominaria o céu noturno.

Quando finalmente viu Remo emergir, ele parecia um pouco surpreso por vê-la ali. Ela acenou para ele e Remo se aproximou dela.

Morgana cumprimentou Remo com um caloroso sorriso quando ele se aproximou. Ele a cumprimentou de volta, apesar de estar claramente surpreso por encontrá-la ali. Quando ele perguntou o que ela estava fazendo na entrada da Floresta Proibida, Morgana respondeu com um tom casual:

- Estava apenas esperando por você, Remo. Agora que você sabe que sou eu que o acompanha durante as transformações, pensei que poderíamos entrar juntos na passagem do Salgueiro Lutador. Será mais seguro e, quem sabe, até mais agradável com uma companhia amiga.

Ela deu de ombros com naturalidade enquanto jogava a ponta do cigarro no chão e pisava para apagá-lo. A lua cheia estava prestes a dominar o céu, e Morgana parecia determinada a tornar a noite o mais tranquila possível para o amigo lobisomem.

Morgana e Remo caminharam juntos em direção à passagem do Salgueiro Lutador, que os levaria até a Casa dos Gritos. A tensão estava presente no ar, pois a lua cheia estava prestes a surgir, desencadeando a transformação de Remo em lobisomem.

Assim que entraram na Casa dos Gritos, a lua cheia começou a se erguer no céu noturno. Morgana sabia que era hora da transformação. Com um olhar de compreensão e amizade, ela se transformou em sua forma animaga, um lindo lobo negro, enquanto Remo começava sua dolorosa metamorfose.

Sua presença como um animal tranquilizava Remo e ajudava a mantê-lo sob controle durante a lua cheia.

Nas noites de lua cheia, Morgana continuava esperando Remo perto da entrada da passagem do Salgueiro Lutador. Era um ritual que se repetia mês após mês, uma demonstração contínua de sua amizade e apoio a Remo. A cada lua cheia, eles caminhavam juntos até a Casa dos Gritos, onde Remo passava por sua transformação em lobisomem, com Morgana como seu fiel guardião.

Em uma manhã seguinte à noite de lua cheia, Morgana caminhava ao lado de Remo de volta para o castelo de Hogwarts. O sol começava a surgir no horizonte, dissipando a escuridão da noite anterior. Os dois amigos estavam em silêncio por um tempo, até que Morgana quebrou o silêncio com um olhar preocupado.

- Remo, você sabe que não precisa passar por isso sozinho, eu sei que é difícil, mas considere a ideia de contar aos seus amigos sobre a licantropia. Eles são seus amigos de verdade, e tenho certeza de que vão te apoiar.

Remo suspirou profundamente, pensando nas palavras de Morgana. Ele sabia que ela estava certa, mas o medo da rejeição ainda o assombrava.

- Eu sei que deveria, professora, mas é difícil. Tenho medo de como vão reagir.

Morgana colocou a mão no ombro dele com carinho.

- Eu entendo o seu medo, Remo, mas você tem amigos incríveis. Eles merecem saber a verdade, e você merece o apoio deles.

Remo assentiu lentamente, reconhecendo a verdade nas palavras de Morgana.

- Você está certa, Morgana. Vou considerar contar a eles em breve.

Morgana andava ao lado de Remo, a luz do dia gradualmente tomando conta do céu, quando decidiu abordar um assunto importante. Ela olhou para Remo e disse com seriedade:

- Remo, é importante que você saiba que em breve darei uma aula sobre licantropia para os alunos do terceiro ano. Seus amigos são inteligentes e vão saber que você é um lobisomem. É melhor contar de uma vez.

Remo olhou para Morgana com um misto de surpresa e apreensão.

- Você acha que é uma boa ideia, professora? E se eles reagirem mal a isso?

- Eu entendo suas preocupações, Remo, mas acredito que a educação é a chave para a compreensão. Seus amigos precisam saber a verdade sobre você, e essa aula pode ajudá-los a ver além da condição de lobisomem.

Remo assentiu, ainda um pouco preocupado, mas confiando na orientação de Morgana.

- Espero que você esteja certa, Morgana. Será difícil, mas talvez seja a coisa certa a fazer.

Foi algumas semana depois dessa conversa com remo, que chegou o dia de Morgana abordar o conteúdo de licantropia com os alunos do terceiro ano.

Morgana estava em sua sala de aula, preparando os materiais necessários para a aula especial. Ela havia feito questão de tornar o ambiente acolhedor, com as cortinas abertas para que a luz do sol preenchesse a sala.

À medida que os alunos começaram a entrar na sala, Morgana os cumprimentou com um sorriso amigável. Ela podia sentir a ansiedade e a curiosidade no ar. Eles se sentaram em seus lugares, olhando para ela com expectativa.

- Boa tarde, alunos. Hoje teremos uma aula especial sobre um tópico importante: a licantropia. Alguns de vocês podem já ter ouvido falar sobre isso, outros podem não ter ideia do que se trata.

Ela fez uma breve introdução sobre o que era a licantropia e como afetava aqueles que eram lobisomens. Morgana também compartilhou informações sobre o ciclo lunar e os desafios enfrentados por aqueles que viviam com essa condição.

Conforme a aula avançava, Morgana enfatizava a importância da empatia e do entendimento em relação aos lobisomens. Ela encorajava os alunos a se colocarem no lugar dos afetados e a não julgarem com base em estereótipos.

No final da aula, Morgana permitiu que os alunos fizessem perguntas e expressassem suas preocupações. Ela respondeu a cada pergunta com paciência, esclarecendo dúvidas e dissipando mitos sobre a licantropia.

À medida que a aula chegava ao fim, Morgana olhou para seus alunos com um sorriso.

- Lembrem-se, o conhecimento é uma ferramenta poderosa. Espero que esta aula tenha ajudado vocês a compreender melhor a licantropia e a importância da compaixão.

Morgana sabia que essa aula tinha sido uma etapa importante na educação de seus alunos, e ela estava satisfeita por ter compartilhado esse conhecimento com eles.

Morgana estava no alto da Torre de Astronomia, aproveitando a tranquilidade da noite estrelada enquanto fumava um cigarro. O vento soprava suavemente, fazendo com que o aroma da fumaça se dispersasse pelo ar. Ela observava as estrelas, perdida em seus pensamentos, quando de repente, Sirius Black apareceu diante dela. Ela suspirou, não surpresa que ele sempre conseguia encontrá-la quando queria. Morgana olhou para Sirius com um leve sorriso irônico nos lábios.

- Você realmente tem um talento para isso, Sirius. Encontrar-me nos momentos mais inesperados.

Sirius deu de ombros, um sorriso travesso brincando em seus lábios.

- Digamos que tenho minhas fontes.

Ele se aproximou, olhando para o cigarro de Morgana antes de fazer uma careta.

- Esse é um hábito interessante que você tem.

Morgana riu suavemente, jogando o cigarro longe e esmagando-o com o pé.

- É um dos meus poucos vícios. Além disso, ajuda a clarear a mente de vez em quando.

Ela olhou para o céu estrelado e perguntou para Sirius.

- O que o traz aqui esta noite, Sirius?

Sirius olhou para Morgana com um olhar sério e direto.

- Você sabe, não sabe? Sobre Remo?

Morgana assentiu calmamente, sem demonstrar surpresa pela pergunta.

- Sim, Sirius, eu sei. Eu estava ciente do que ele é desde que ele entrou em Hogwarts.

- Ele é meu melhor amigo, Morgana. Eu o amo como um irmão, e é difícil imaginar o que ele passa a cada lua cheia.

Morgana assentiu compreensivamente.

- Eu entendo, Sirius. É uma condição difícil e dolorosa para ele. Remo é um homem forte por enfrentar isso, e é por isso que ele precisa contar com amigos como você.

Sirius olhou para Morgana com uma expressão séria e preocupada.

-Professora, eu quero ajudar o Remo, mas você mesma mencionou em aula que é perigoso para um humano ficar perto de um lobisomem durante uma transformação. Como posso ajudá-lo sem correr riscos, então?

Morgana acendeu outro cigarro e olhou para Sirius com seus olhos brilhantes.

- Você sabe, Sirius, os lobisomens são perigosos para os seres humanos, mas não para os animais.

Morgana diz com um sorriso misterioso. Seus olhos encontram os de Sirius, e ela percebe que ele compreendeu o que ela estava insinuando.

Os olhos de Sirius se iluminaram de entendimento, e ele sorriu de volta para Morgana. Eles tinham encontrado uma possível solução para estar presente durante as transformações de Remo, mantendo-o seguro. A ideia de ser um animago para se aproximar de Remo durante suas transformações era um plano ousado, mas poderia funcionar.

- Você acha que isso pode funcionar, Morgana?

Sirius perguntou, com um toque de excitação em sua voz. A ideia de ajudar Remo de uma maneira tão única e ousada parecia emocionante.

Morgana deu de ombros, soltando uma nuvem de fumaça do cigarro.

- É um plano arriscado, mas pode valer a pena tentar. Vai depender exclusivamente de você e de sua capacidade de conseguir.

Com um sorriso, Morgana olhou nos olhos de Sirius e perguntou:

- Se você pudesse escolher ser um animal, Sirius, qual escolheria?

Ela estava curiosa para saber a resposta dele e se isso estava relacionado ao que eles estavam planejando.

Sirius sorriu de maneira convencida e brincou:

- Queria ser um cachorro, todas as garotas fariam carinho em mim. E você, professora? Se pudesse escolher, qual animal seria?

Morgana riu da resposta, apreciando o tom descontraído da conversa. Morgana respondeu com um tom misterioso:

- Eu escolheria ser um animal noturno, capaz de correr livremente pela floresta, sob a luz prateada da lua.

Ela olhou para o céu noturno, como se estivesse perdida em pensamentos sobre essa escolha imaginária.

Morgana, com um tom sutil, perguntou a Sirius se ele não tinha nada para compartilhar com seus amigos. Ela parecia estar indicando que a conversa estava chegando ao fim e que ele poderia se juntar aos outros. Sirius assentiu e se despediu de Morgana com os olhos brilhando antes de se afastar para se reunir com seus amigos.