Cap. 65 – Poções e magia negra
A reunião dos professores de Hogwarts foi realizada após um mês do início do novo ano letivo. Minerva McGonagall presidia a reunião com autoridade e uma expressão séria. A seu lado direito, estava Horácio Slughorn, o mestre de Poções, que estava claramente entusiasmado e elogiando seus alunos da Sonserina. Ele segurava um cálice de vinho branco e uma pasta de couro, onde mantinha anotações sobre o progresso de seus estudantes.
Horácio falou entusiasticamente sobre Severo Snape, enfatizando o talento excepcional do jovem sonserino para as poções. Ele explicou que Snape tinha um dom natural para o assunto, superando as expectativas com suas habilidades notáveis. Horácio também destacou outros sonserinos que estavam indo bem, e mostrou-se satisfeito com o desempenho de sua casa até o momento.
Minerva ouviu atentamente o relato de Horácio, dando ênfase à importância de reconhecer e incentivar o talento dos alunos. Ela expressou sua gratidão pelo comprometimento de Horácio em garantir o sucesso dos estudantes da Sonserina.
A reunião continuou com outros professores compartilhando suas observações e preocupações sobre o progresso dos alunos. Eles discutiram o comportamento, o desempenho acadêmico e as atividades extracurriculares, garantindo que todos os aspectos do desenvolvimento dos alunos fossem considerados.
Horácio Slughorn e Morgana conversaram brevemente após a reunião dos professores. Enquanto os demais professores se retiravam, eles permaneceram na sala de professores, em um canto mais reservado. Morgana olhou para Horácio com curiosidade e perguntou sobre Severo Snape, ressaltando seu dom natural para poções e sugerindo que ele pudesse ser um excelente aprendiz, assim como ela já tinha sido.
Horácio, enquanto segurava um cálice de vinho, contemplou a sugestão de Morgana. Ele respirou profundamente, pensando nas palavras da professora. Horácio era conhecido por ter um talento especial para descobrir jovens talentosos e ajudá-los a desenvolver suas habilidades, formando uma rede de influência que beneficiava a comunidade bruxa.
Com um sorriso enigmático, Horácio respondeu a Morgana, dizendo que já se sentia muito velho para aceitar um novo aprendiz, especialmente alguém tão jovem quanto Severo Snape. No entanto, ele reconheceu a qualidade do talento de Snape e expressou seu desejo de vê-lo prosperar.
Horácio se virou para Morgana, seus olhos brilhando, e sugeriu que Morgana, por ser uma professora mais jovem e ativa, poderia considerar a ideia de levar Severo Snape como aprendiz. Ele acreditava que a disposição de Morgana e sua experiência prática poderiam ser valiosas para o desenvolvimento da mente brilhante de Severo.
Morgana considerou a sugestão de Horácio, olhando para ele com uma expressão pensativa. Ela sabia que Severo Snape tinha um potencial excepcional e poderia se beneficiar de orientação especializada. Morgana agradeceu a Horácio por sua sugestão e prometeu pensar sobre a possibilidade de levar Snape sob sua asa. A conversa terminou com um aceno cordial e a promessa de mais discussões futuras sobre o assunto.
Alguns dias depois da reunião dos professores, em uma sala deserta e secreta nos confins de Hogwarts, Morgana continuava suas aulas secretas de Artes das Trevas com os quatro jovens sonserinos: Severo Snape, Bartô Crouch Jr., Régulos Black e Rabastan Lestrange. Morgana estava de pé à frente deles, exibindo sua habitual presença imponente. Seus olhos brilhavam com determinação, e seu cabelo escuro caía como uma cascata sombria sobre os ombros. Ela começou a aula com uma discussão sobre as diferentes formas de magia negra e sua história. Com cada palavra, Morgana transmitia uma profunda compreensão e um conhecimento vasto sobre o assunto.
Morgana continuou a aula particular, mergulhando mais profundamente no estudo das artes das trevas. Enquanto explicava os feitiços obscuros e maldições que estavam prestes a aprender, sua aura escura começou a se intensificar, preenchendo a sala com uma atmosfera carregada.
Ela detalhou minuciosamente os feitiços, enfatizando seus efeitos no corpo da vítima. Cada maldição que mencionava era acompanhada por uma explicação sobre os danos que poderiam causar, desde os feitiços de tortura até aqueles que infligiam maldições fatais. Morgana não poupou detalhes, mostrando os pontos vulneráveis do corpo onde cada feitiço atacava.
Aos poucos, os quatro jovens sonserinos percebiam o poder e a complexidade por trás dessas magias negras. Eles sabiam que estavam entrando em território perigoso, mas estavam dispostos a aprender.
A professora também destacou a importância do autocontrole e da responsabilidade ao usar esses feitiços. Ela alertou que as artes das trevas eram um caminho traiçoeiro e que não havia espaço para erros.
Após a aula, Morgana pediu a Severo Snape que ficasse para uma conversa particular. Os dois se acomodaram nas poltronas da sala de aula, e Morgana começou a falar.
- Severo, o professor Horácio elogiou bastante seu talento em poções. Ele disse que você tem um dom natural para a matéria, e acho que ele está certo.
Severo pareceu lisonjeado com os elogios e assentiu.
- Obrigado, professora Morgana. Poções sempre me fascinaram. É uma área da magia que realmente me interessa.
Morgana assentiu e sorriu.
- Eu posso ver isso, Severo. Você tem um potencial extraordinário em poções. E acredito que você poderia ir muito além do que é ensinado em Hogwarts. Poções avançadas, criação de novas fórmulas, quem sabe até mesmo a busca pela Elixir da Vida. Você já considerou se aprofundar nessa área?
Severo pareceu intrigado com a ideia.
- Bem, nunca havia pensado em ir tão longe, mas a ideia é tentadora. A poção que prolonga a vida... seria incrível.
Morgana sorriu misteriosamente.
- Exatamente, Severo. Mas saiba que a busca por tais conhecimentos é uma jornada que exige comprometimento.
Morgana olhou para Severo com um brilho misterioso nos olhos e continuou a falar.
- Sabe, Severo, além do meu profundo conhecimento em Artes das Trevas, também fui aprendiz do professor Horácio. E se você estiver disposto, posso ensinar não apenas Magia Negra, que já estamos explorando em nossas aulas secretas, mas também Poções. Isso faria de você meu aprendiz oficial. Você deseja isso?
Severo olhou para Morgana, seus olhos escuros cheios de determinação.
- Sim, professora Morgana. Estou disposto a aprender e me aprofundar na arte das poções.
Severo Snape saiu daquela conversa com Morgana radiante, Morgana estaria ensinando conteúdos avançados em dois assuntos que ele amava. Ele estava muito agradecido a ela.
O inverno se aproximava, e o frio já começava a morder o ar. Morgana estava vestindo uma capa preta pesada, que contrastava com seu vestido de veludo negro, enquanto aguardava pelos quatro sonserinos na sala onde praticavam secretamente as Artes das Trevas. No entanto, ela percebeu com certa impaciência que eles estavam consideravelmente atrasados para a aula.
Morgana, preocupada com o atraso dos sonserinos, decidiu sair da sala e procurá-los pelos corredores. A pontualidade era algo comum entre eles, o que a deixava inquieta com a demora.
Morgana encontrou os quatro sonserinos no corredor, envolvidos em um confronto mágico com quatro grifinórios, Sirius, Remo, Tiago e Pedro. A tensão estava no ar, e ela se aproximou, observando a disputa mágica.
Os sonserinos e os grifinórios continuaram lançando feitiços uns nos outros, criando faíscas e explosões de luz no corredor. Morgana, com sua capa pesada e presença imponente, se aproximou rapidamente, levantando sua varinha para interferir. Com um movimento firme, ela lançou um feitiço que criou uma barreira mágica entre os dois grupos, separando-os e interrompendo o confronto.
Morgana se dirigiu aos alunos com uma voz fria e autoritária, perguntando o que estava acontecendo naquele corredor. Seus olhos, brilhando com intensidade, examinaram os rostos dos jovens, esperando por uma explicação plausível.
Os dois grupos começaram a explicar simultaneamente, criando um caos de vozes e justificativas conflitantes. Os sonserinos afirmavam que os grifinórios os provocaram primeiro, enquanto os grifinórios alegavam que os sonserinos haviam começado a briga. Morgana tentava entender a situação, mas a cacofonia de vozes tornava difícil chegar a uma conclusão.
Morgana, com sua autoridade ordenou que todos se calassem e pediu que Sirius explicasse a situação. Sirius começou a falar sobre suas preocupações de que os sonserinos estavam tentando influenciar seu irmão Régulos e levá-lo para o lado das trevas. Régulos riu das preocupações do irmão, dizendo que ele estava exagerando e que não precisava da proteção de Sirius.
Morgana, ainda com a voz firme, dirigiu-se a Sirius, perguntando-lhe por que ele acreditava que os amigos de Régulos estariam tentando influenciá-lo a se juntar às trevas. Sirius explicou que notou Régulos agindo de forma estranha recentemente e sabia que os sonserinos eram conhecidamente adeptos das artes das trevas. Ele estava preocupado que seu irmão pudesse estar sob influência deles.
Rabastan olhou com um sorriso irônico para Sirius e comentou.
- Você realmente não sabe de nada, não é, Black? Seu irmão é capaz de tomar suas próprias decisões. Não estamos tentando arrastá-lo para as trevas.
Ele olhou para Régulos, como se buscasse sua confirmação. Régulos olhou para Sirius com um olhar desafiador e disse com firmeza.
- Eu não preciso do meu irmão traidor do sangue para me proteger. Prefiro mil vezes a companhia dos meus amigos do que a de um grifinório que desonra a nossa família.
A tensão no corredor aumentou com essas palavras. Sirius avançou até Régulos, agarrando-o pelos ombros e sacudindo-o com força. Seu rosto estava contorcido pela frustração e preocupação. Ele olhou diretamente nos olhos de Régulos e disse com intensidade.
- Régulos, acorde! Rabastan acabou de lançar um feitiço das trevas em nós. Como você pode estar do lado dele?
A tensão no corredor estava no auge, e a situação estava ficando cada vez mais tensa. Morgana olhou fixamente para Rabastan pelo canto do olho, interrompendo a discussão e acalmando Sirius. Com uma voz tranquila, ela falou:
- Sirius, seu irmão está apenas no segundo ano. Não há motivo para tanta agitação. Podemos resolver isso conversando e expondo seus pontos de vista mais tarde. Agora, todos voltem às suas atividades. Estou desapontada por ver Sonserinos e Grifinórios brigando assim. Espero que possam aprender a conviver de maneira pacífica.
Seu tom autoritário deixava claro que ela esperava cooperação. Enquanto os grifinórios se afastavam e voltavam para suas salas comuns, Morgana levantou o braço, impedindo os sonserinos de saírem. Com um olhar sério, ela disse:
- Vocês, Sonserinos, permaneçam. Precisamos conversar sobre seu comportamento.
A expressão de autoridade em seu rosto mostrava que ela não estava disposta a deixar a situação passar impune.
Morgana segurou Rabastan com firmeza, pressionando-o contra a parede. Seus olhos se encontraram de forma intensa, e Morgana começou a usar a legilimência sem varinha para acessar as memórias dele. Ela mergulhou profundamente nas lembranças de Rabastan, testemunhando a briga acalorada entre os grifinórios e sonserinos.
À medida que ela avançava pelas memórias, viu claramente o momento em que Rabastan utilizou a maldição que ela tinha ensinado a eles. Era uma maldição terrível, quebrando os ossos do corpo de suas vítimas, causando dor e agonia indescritíveis.
Morgana continuou olhando nos olhos de Rabastan enquanto investigava essas lembranças, coletando informações importantes sobre o que havia acontecido e o papel de seu aluno naquela situação.
Morgana saiu da mente de Rabastan com uma expressão sombria e tensa. Seus olhos, agora repletos de julgamento e descrença, estavam cravados em seu pupilo. Enquanto sua aura escura pulsava ao seu redor, ela falou em um sussurro carregado de desgosto:
- Você usou a maldição Quebra-Ossos em um aluno dentro de Hogwarts? Você tem algo dentro da cabeça?
A tensão na sala era palpável, e Morgana esperava por uma explicação adequada e convincente, mas, ao mesmo tempo, estava profundamente incomodada com a ação de Rabastan. Ela sabia que teria que lidar com essa situação de uma maneira apropriada.
Rabastan, em vez de justificar seus atos, falou com amargura que usar Legilimência em um aluno era proibido. Ao ouvir isso, Morgana sentiu sua raiva crescer, e sua aura ficou ainda mais escura e opressiva, envolvendo os sonserinos no corredor com uma atmosfera sombria. Seu olhar gélido percorria cada um deles.
Os sonserinos, ao sentirem a intensidade da aura de Morgana, reagiram com uma mistura de medo e espanto. Eles se encolheram, conscientes de que haviam cruzado um limite perigoso.
Morgana demonstrou que não toleraria comportamentos imprudentes ou desrespeitosos, e sua aura opressiva era um lembrete vívido de que as consequências seriam severas para quem desafiasse sua autoridade. O respeito e o temor eram palpáveis na sala, enquanto os sonserinos agora compreendiam que as aulas de Morgana eram para serem encaradas com responsabilidade e seriedade.
Morgana, com um esforço para controlar sua raiva, deixou escapar uma risada amarga. Seus olhos brilharam com um tom sombrio enquanto ela falava:
- Faço muitas coisas que são proibidas nesta escola, inclusive ensinar-lhes a magia negra.
Ela enfatizou o ponto olhando para os sonserinos.
- As artes das trevas que estou compartilhando com vocês não têm a finalidade de ser usadas contra colegas de escola.
Seu tom de voz ficou sério quando acrescentou:
- Mas, se algo como isso acontecer novamente, preparem-se para uma aula prática sobre a Maldição Cruciatus.
A ameaça era clara, e os sonserinos captaram a gravidade da situação. Morgana estava determinada a garantir que suas lições de magia negra fossem usadas para o aprendizado e não para prejudicar seus colegas.
Ainda com raiva, Morgana ordenou que os quatro sonserinos voltassem para sua sala comunal e cancelou a aula particular daquele dia. Ela deixou o corredor com sua capa escura envolvendo-a, conscientemente controlando sua aura para não deixar sua raiva transbordar. Em sua mente, ela praguejou os alunos por serem tão imprudentes e considerou como adoraria colocá-los em seus devidos lugares caso cometessem um erro tão estúpido novamente.
