Mais um saindo... Amanhã virá outro mais. Fiquem ligados!
Cap. 13
10 de Setembro de 2011
"Gestação de aproximadamente 8 semanas". House disse pra ela.
Cuddy estava apavorada desde que visualizou o teste positivo, paranoica até. Ela tinha certeza de que não seguraria aquele feto e chorava todos os dias. O enjoo era terrível também, ela estava emagrecendo muito e House extremamente preocupado garantindo que ela ingerisse proteínas, vitaminas e auxiliando com fluidos intravenosos.
"Seria melhor um profissional da área nos auxiliar". House falou.
Ela também não queria ninguém perto do bebê dela, os dois bastavam, seria muito frustrante que mais e mais pessoas lidassem com o seu eminente fracasso.
"Você sabe que eu não quero isso".
"Mas é insano! Tudo vai bem até agora".
"Se tudo for bem até a 13° semana, nós conversaremos".
"Mas Cuddy... eu posso ter uma noção de obstetria. Posso estar lendo obre isso, devorando livros e vídeos, mas não sou especialista". De fato ele estava estudando muito para atendê-la bem.
"Você é o único em quem confio".
Ele devia sentir-se honrado? Pois House não conseguia sentir-se exatamente assim.
Ele fazia ultrassom semanalmente nela, tudo parecia bem, mas... Ela não entendia isso e sempre esperava pelo pior. Até sexo entre eles estava difícil, ela sempre achava que podiam machucar o feto. Rachel, que era criança, notou que sua mãe estava perturbada.
"Mamãe vai voltar a ficar bem, House?".
"Espero que sim...". Ele respondeu baixo.
"Enquanto isso você pode prender o meu cabelo?".
"Claro garota". Ele estava ficando bom nessa coisa de pai de menina, tanto que começou a desejar fortemente que outra menina viesse.
"Pode me levar ao parque amanhã?".
"Sim, eu dou um jeito".
"Oba! Obrigada House!".
Ele sorriu. Ele sentia por ele, mas sentia ainda mais por Rachel. Cuddy estava ausente, a menina sentia falta, muita falta dela.
11 de Outubro de 2011
"Você completa doze semanas, Cuddy. Tem que acreditar que o feto vai se desenvolver!".
"Espere um pouco mais".
"Um pouco mais quanto?".
"13... 14 semanas".
"Cuddy, isso é insano!".
Mas ela estava transtornada e não ouvia ninguém.
...
"House, você precisa me dizer o que está acontecendo com Cuddy?".
Se fosse tão simples, ele pensou. "Ela está bem, mas colocou na cabeça que algo vai dar errado".
"Por quê?".
"Razões que não posso dizer ainda".
"Ela está doente? Por que você tem escondido isso de mim? Sou amigo de vocês, certo?".
"Ela não está doente".
"E a terapia? Não a está ajudando?".
"Sim, se não fosse isso eu penso que seria pior".
Ela fazia sessões regulares mas levou semanas pra contar para a terapeuta sobre a gravidez, ela só havia feito isso há duas semanas. Estavam trabalhando nas sessões a respeito desse medo, diria até trauma de Cuddy.
"Você precisa aceitar que dessa vez possivelmente será diferente, Lisa". A psicóloga dizia.
"Eu não sei...".
"O bebê está saudável, você deveria estar curtindo esse momento".
"Pra quê? Pra me apegar e depois desabar?".
"E House?".
"Ele tem sido ótimo e eu... acho que o estou afastando de mim...".
"Por que você não conversa com um obstetra de outro estado? Alguém que não te conhece? Que não convive com você?".
E foi isso que Cuddy fez, mas não foram tão longe, eles foram em um médico altamente recomendado em Nova Iorque.
Ele a examinou.
"Você parece bem, tudo parece muito bem".
House olhou pra ela na expectativa de que aquilo a ajudasse.
"Eu não sei...".
"O stress faz mal ao bebê, curta a gestação, não há com o que se preocupar agora".
Mas era como se aquilo não tivesse acontecido, Cuddy não captou nenhuma palavra tranquilizante.
02 de Novembro de 2011
"Ok, você completou catorze semanas e sua barriga está aparecendo". House não queria irritá-la, mas sentiu que precisava dar um ultimato na namorada.
"Esperamos um pouco mais!".
"Nem um dia a mais!". Ele falou irritado e resoluto.
"House, por favor!". Ela começou a chorar.
"Vamos conversar hoje com o conselho do hospital e explicar sua situação".
"Não! Por favor!".
"Está decidido! O bebê vai nascer em poucos meses". A previsão de parto confirmada pelo Dr. Morgan (médico de Nova Iorque) batia com os cálculos de House: 06 de abril.
"House, eu não posso!". E ela começou a chorar.
"Mais uma semana, Cuddy. Uma semana para que você se convença de que teremos essa criança".
A relação dos dois não era das melhores, House tentava fazê-la rir, ajudar com as coisas de casa, mas Cuddy parecia um ser abduzido.
Rachel se aproximou mais e mais dele. Era House quem penteava a menina, quem arrumava o lanche para ela levar na sua mochila, quem colocava o cereal matinal.
"Levei Rachel cortar os cabelos, olha como ela está bonita!". Ele tentou animar Cuddy naquele dia.
"Você está linda, filha!".
"Obrigada mamãe! Vamos jogar dinossauro feliz?". Era um jogo que ela e House haviam inventado.
"Mamãe não está disposta... desculpe".
"Você nunca está!". A menina respondeu frustrada e Cuddy começou a chorar.
"Rachel... eu jogo com você, só me deixe levar sua mãe pra cama". House tentou acalmá-la.
"Cuddy... ela é uma criança!".
"Eu sei... me desculpe! Eu não sei o que eu tenho!".
Naquela semana House falou com a terapeuta de Cuddy e contou todos os detalhes que a profissional desconhecia. "Ela não me fala tudo...".
"Por isso fiz questão de te ligar".
House também falava com Nolan e recebia forças para prosseguir. Nolan indicou psiquiatra para Cuddy, mas ela relutava em aceitar e House não queria forçá-la.
...
"O que você fez com minha filha?".
"Ela está passando por algumas questões, Arlene".
"Algumas questões? Ela está apática!".
"Ela está fazendo terapia".
"Rachel me disse que a mãe só chora".
"Criança exagera". Ele tentava despistar.
No dia seguinte era Julia.
"Minha irmã não me liga... O que está havendo?".
"Ela está com alguma crise de ansiedade por conta do excesso de trabalho, estamos tentando ajudar...".
"House, faça algo! A leve passear, vá viajar!".
"Estamos tentando...".
Ele respondia irritado e frustrado. House nunca se imaginou em tal situação, sempre foi ele quem ficou fora de si e quem precisou de Cuddy.
01 de Dezembro de 2011
"Não estou muito no clima de celebrar o aniversário de Rachel". Cuddy disse sonolenta.
"Ela é uma criança e está esperando por isso". House falou indignado.
Cuddy estava quase completando dezenove semanas, sua barriga proeminente e ela usava apenas roupas largas para disfarçar a gestação, House aguardou paciente demais, mas chega. Era o limite.
Todos no hospital comentam sobre a reitora, as maiores bobagens surgiram: ela foi vitima de feitiço, ela estava com câncer, sua alma havia sido tomada pelo diabo, etc.. Mas recentemente a fofoca sobre a gravidez corria solta, inegável por suas roupas em expansão, para alguém que sempre usou roupas justas.
Eles estavam aguardando a consulta com Dr. Morgan.
"Dra. Cuddy você precisa se convencer de que seu pequeno garotinho vai chegar!".
"Um menino?". House perguntou sorridente.
"Um menino saudável!".
De repente é como se algo desse corda em Cuddy, ela começou a chorar sem parar. Muito! Os homens assustaram.
"Deixe ela! Acho que é algo que ela precisa". Dr. Morgan disse.
"Você não tem ideia de quanto ela tem chorado desde que soube da gravidez".
"Mas sinto que isso é diferente...".
De fato Cuddy chorou por longos cinquenta minutos. Quando ela parou, era como se a cor tivesse voltado ao rosto pálido.
"Eu terei um menino?".
"Sim, um garotinho". Dr. Morgan disse.
"House, teremos um menino!".
House estava surpreso e com medo, o que era aquilo? Sua namorada apática de repente criou vida novamente?
"Sim".
"Oh meu Deus! Eu estou tão feliz!".
De fato Cuddy saiu outra pessoa daquela clinica. "Vamos comprar roupas pra mim, essas estão muito inadequadas".
"Ok". House só concordava assustado.
"Preciso falar com o conselho ainda hoje, antes vamos contar para Wilson, ele é nosso amigo. Vou chamar mamãe e Julia para jantar. Temos que falar com Blythe também".
"Cuddy, você está bem?".
"Rachel... oh meu Deus! Temos um aniversário para programar!".
"Ok Lázaro, onde está Jesus que te ressuscitou?". House perguntou ainda chocado.
"House", ela olhou nos olhos dele. "Eu sei que eu tenho sido difícil...".
"Difícil? Isso é bondade". Ele pensou.
"Era como se eu estivesse atrás de uma nevoa e dormente, eu não conseguia sair do fundo do poço, algo me impedia. Mas hoje...".
"Que bom que Levi te despertou".
"Levi?".
"Tivemos uma conversa sobre nomes judeus há algum tempo, quer dizer... eu tive a conversa sozinho e meio que falei nesse nome para menino".
"Eu amo isso!". Ela sorriu e o abraçou. "Desculpe por tudo! Eu iriei te compensar!".
De fato a terapeuta de Cuddy quis falar com House na semana seguinte e explicou que ela havia passado por um quadro de ansiedade tão grande que, como mecanismo de defesa, seu consciente se resguardou da realidade e era como se ela tivesse vivido por trás de panos durante todos aqueles meses, mas provavelmente a realidade bateu forte quando ela soube o sexo do filho, era como se aquilo agora finalmente fosse real. Ela retornou a consciência plena.
"Depois dizem que eu sou louco!". House comentou e a psicóloga de Cuddy pediu pra ele jamais usar esse termo com ela e nem com ninguém.
...
O aniversário de Rachel teve Cuddy de volta ao seu normal, mas antes ela jantou com a família e anunciou a gestação. Tentou explicar em rápidas palavras seu estado psicológico durante os primeiros meses e sempre exaltado como House esteve lá pra ela durante todo o tempo.
"O esperma desse idiota te deixou louca e você ainda agradece?".
Claro que não podia esperar nada além de Arlene.
Rachel ficou extremamente feliz com a chegada próxima do irmão, apenas com a reclamação de não ser uma irmã.
Wilson quase teve uma sincope quando recebeu a noticia da gestação.
"Como você não percebeu com Cuddy vestindo aquelas roupas horríveis?".
"Ela estava 100% esquisita... Até parecia um transplante de alma".
"Bom ponto!".
"Sabe que chegaram a cogitar que você e ela haviam mudado de corpo?".
"Foram os meses mais longos e piores de minha vida". House deixou-se desabar. "E eu não podia contar a ninguém".
"Sinto muito por isso!".
"Mas agora tudo voltou ao normal como num passe de mágica, então... Eu acreditaria em algo sobrenatural".
Wilson arregalou os olhos. "Realmente? Como uma possessão espiritual?".
"Claro que sim!".
"Porque eu li uma vez...".
"Wilson, é mentira!" House respondeu sarcástico.
"Filho da puta!".
Tudo estava voltando ao normal, para alivio de todos.
21 de Março de 2012
"House".
"Uh...". Ele respondeu sonolento, afinal, havia passado da meia noite há pouco.
"Eu acho que nosso sexo noite passada mexeu com Levi".
"É normal eles se agitarem quando a mãe tem um orgasmo alucinante".
"Mas ele está um pouco mais do que agitado".
"O eu você quer dizer?". House perguntou evitando abrir os olhos.
"Acho que estou com cólicas de parto".
"O quê?". Ele se virou com tanta rapidez que assustou Cuddy.
"Eu acho que estou entrando em trabalho de parto".
"Mas... é cedo!".
"Duas semanas antes... Possível!". Ela respondeu com toda a calma do mundo.
"Ok! Não entre em pânico! Está tudo bem!". Ele ascendeu a luz e se levantou hiperventilando. Cuddy só ficou observando.
"Ok, bolsa para a maternidade está ali. Chave do carro está aqui. Minhas calças estão no cabide. Sua roupas estão na gaveta".
Cuddy queria rir, mas se conteve.
House havia deixado tudo esquematizado para esse momento, tão controlador que parecia Cuddy, realmente os casais acabam parecendo uns aos outros com o tempo, ela pensou.
"Rachel... Preciso ativar o plano 'irmã mais velha'".
Esse era um plano que House criou para esse momento. Julia iria buscá-la no hospital caso Cuddy entrasse em trabalho de parto. House fez Julia prometer que atenderia o telefone a qualquer momento e que chegaria no hospital em menos de meia hora. Ele até repassou as melhores rotas a caminho do hospital com ela. Julia e Cuddy riam muito disso, mas longe de House, claro.
Ele vestia a calça jeans e com a outra mão ligava pra Julia. "Julia, plano 'irmã mais velha' está oficialmente iniciando". E ele apertou o cronometro de seu relógio.
Tudo muito dramático e Cuddy estava completamente chocada em como ele estava levando a serio.
"Cuddy, sua roupa. Consegue se levantar?".
"Eu não perdi os movimentos, só estou em trabalho de parto". Ela falou com tranquilidade enquanto se levantava.
"Eu te ajudo a colocar a roupa".
"Eu consigo...".
"Tudo bem, vou acordar Rachel".
"Não a assuste House, está tudo bem!".
Ele saiu apressado. "Rach... acorde! Seu irmão está chegando!".
"Levi?".
"Sim!".
"Cadê ele? Já saiu da barriga de mamãe?".
"Vamos ao hospital para que tirem ele de lá".
"Legal!". A menina levantou tão rápido como uma flecha.
"Vista alguma roupa...".
A menina colocou calças e blusas aleatórias, nada combinava com nada, muito menos os sapatos, mas House estava ocupado demais para notar.
"Mamãe, Levi está vindo?".
"Sim, filha!". Cuddy falou provando uma dolorosa contração, mas tentando disfarçar a dor.
"Que roupa é essa?".
"É a roupa pra esperar meu irmão!".
"House... ela não vai assim. Vista algo diferente nela".
"Você deveria se preocupar com Levi e não com as roupas de Rachel, ela já está aqui. Ele ainda não".
"A roupa dela não combina com nada".
"Eu gosto!". A menina argumentou.
"Ela gosta! Vamos!".
Cuddy bufou e não entrou em contestação porque a dor era intensa.
No carro à caminho do hospital Rachel foi cantando o percurso inteiro.
Meu irmão Levi vai chegar!
Eu o amo!
Chega menininho bonitinho e pequenininho
Estamos te esperando!
E essa estrofe se repetia incessantemente.
"Ok, acho que vou ficar louco hoje".
Cuddy riu. "Ela está animada".
"E você está muito calma. Demais!".
"Eu estou com dor".
"Não parece".
"Eu só quero ter meu filho nos braços, foram tempos difíceis".
"Nem me fale...".
Eles chegaram e foram logo encaminhados para a ala de partos, Dr. Morgan acionado para vir e Julia chegou.
"Trinta e dois minutos, você está atrasada!".
"Oi pra você também House". Ela respondeu irônica.
"Ok, fique com Rachel. Eu vou entrar e acompanhar sua mãe". Ele explicou para a menina.
"Mas eu quero ir também". A menina contestou.
"Crianças não podem entrar".
"Mas eu sou a irmã mais velha!". A menina falou com toda a autoridade do mundo.
Julia riu.
"Eu sei, e você será a primeira pessoa que chamaremos quando ele sair da barriga da sua mãe". House explicou.
"Vamos comer um sorvete de comemoração?". Julia ofereceu.
"Sorvete? Oba!".
"Fique tranquilo que eu cuido dela". Julia disse. "Vá com Cuddy!".
E ele foi.
Estavam terminando de depilar Cuddy e de realizar a lavagem.
"Eu juro que vou demitir essa enfermeira depois".
"O que houve?". House perguntou preocupado.
"Ela me viu completamente nua e exposta, como olharei pra ela depois?".
House riu. "Você acha que ela não fotografou para compartilhar?".
Cuddy ficou branca. "Não havia pensado nisso!".
"Olhem a reitora toda aberta...".
"House! Você não está ajudando!".
"Estou brincando...".
"Brincadeira sem graça!".
"Ok, desculpe. Vamos focar em Levi".
Logo Dr. Morgan chegou e a examinou. "O pequeno está vindo rápido! Em uma hora devemos começar a empurrar".
"Já?". Cuddy perguntou surpresa.
"Sim, a dilatação está fluindo bem".
Mas não precisou de uma hora, quarenta minutos depois o pequeno descendente Cuddy-House nasceu.
Cuddy se emocionou, chorou muito. House estava em choque total.
"Oh Deus, ele é tão... careca!". Cuddy disse beijando a cabeça do bebê.
House não dizia nada. Paralisado.
"House...".
"Sim?".
"Olhe seu filho... ele tem o seu nariz!".
Ele franziu a testa, "você não sabe disso ainda...".
"Eu sou mãe, eu sei!".
"Ele é saudável!".
"Sim. Graças a Deus e a você!". Cuddy respondeu. "Você que cuidou de mim por tantos meses em que eu estive ausente de mim mesma. Obrigada por isso!".
"Não foi nada...".
"Eu, Rachel e Levi devemos isso a você!".
"Não...". Ele estava sem jeito como sempre ficava quando era elogiado.
"Nós te amamos! Você manteve nossa família unida!".
Continua...
