PRÓLOGO
— Estou implorando para que me escute senhor! – Dizia um rapaz alto e forte, cabelos e olhos castanhos, lábios finos e traços másculos, mas joviais.
— Saia! Não tenho mais nada a dizer ou ouvir. - O homem calvo e frágil, bem-vestido e sério, deu as costas ao visitante.
— Vai me ouvir Sr. Gilbert! - A determinação obrigou o cavalheiro mais velho a virar-se.
O alarme estampado nos olhos azuis e fracos provocou um sorriso sardônico no jovem que suplicava. Os rumores sobre sua natureza haviam alcançado os ouvidos do homem que, amedrontado, julgava-o capaz de agredi-lo.
— Por favor, permita que eu fale com sua filha antes de sair… - Ele disse contendo a ira e mantendo a voz firme, porém baixa.
— Minha filha está em Grove Hill, com o noivo. — A informação foi anunciada com um triunfo gelado. — Ela parecia não ter consciência de seu verdadeiro caráter, mas agora já a informei sobre seus revoltantes hábitos e sua repugnante moral. Além do mais, ela conhece seus deveres filiais.
Os olhos castanhos e confiantes mantinham cativos os olhos azuis e apagados. Os lábios mais jovens formavam uma linha comprimida e tensa que enfatizava o poder das mandíbulas rigidamente cerradas.
Num momento instintivo, o pai da jovem recuou alguns passos. Mas era impossível disfarçar o desprezo, e finalmente o sentimento foi traído por um sussurro gelado:
— Você realmente acreditou que poderia ter a minha filha? Você? Um vampiro psicopata, um assassino. O irmão do homem que quer matá-la para ter poder! Um homem que não tem nada a oferecer.
Um sorriso gelado distendeu os lábios do jovem, e isso aterrorizou ainda mais o pai de sua pretendida.
— Saia antes que eu tenha que expulsá-lo. - As palavras emergiram num sussurro estrangulado.
A ameaça causou apenas uma leve elevação nas sobrancelhas escuras e bem desenhadas.
— Você é um monstro, indigno dela! – O homem mais velho insistiu.
— Damon Salvatore fez tantas coisas ruins quanto eu, ou até pior. Mas não quero falar dele. Tenho consciência, senhor, do que fiz no passado. Mas desde que conheci sua filha, minha vida mudou. Eu mudei por Elena.
— E por isso você pensa que é bom o suficiente para minha filha?
Era impossível continuar contendo a ira causada pelo desprezo e pelas acusações. Exasperado, o rapaz virou-se para sair, mas parou antes de deixar o aposento. Olhos castanhos e frios encontraram o rosto do dono da casa.
— Eu sei que sou. Um dia sua filha vai ser minha. — Ele disse, saindo em seguida, e fechando a porta.
