Quase ao mesmo tempo
James volta pra casa, ele realmente ficou intrigado com o que seu amigo lhe pediu. A despeito de ser algo praticamente impossível, o mistério o intrigou. Ele realmente nunca pensou nisso, como advogado o seu papel foi somente tirar um homem inocente de prisão e após conseguir êxito, ele admite que nunca se preocupou em descobrir mais. A preocupação de Hagrid com isso depois de tanto tempo mostra que o homem é realmente um ser especial.
Ele sabe que Hagrid pediu algo praticamente impossível, mas James sempre foi uma pessoa que gosta de desafios, e esse definitivamente é um desafio e ele não vai recuar.
E ele sabe exatamente quem poderia lhe ajudar...
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Na Scotland Yard
Harry observa Draco Malfoy que está a um passo do desespero total o que é muito para alguém que raramente demonstra suas emoções, ele se recorda que foi difícil convencer o loiro a abortar a missão e voltar para repensar o próximo passo.
Eles vão tentar conseguir um mandado para entrar nas propriedades de Tom Ridle, mas todos sabem que vai ser difícil conseguir um juiz que aceite bater de frente com o filantropo. O homem é praticamente inatingível e certamente tem algumas pessoas do judiciário no bolso.
Ele observa Gina que está calada desde que chegaram, é como se ela estivesse em outra dimensão e isso não é muito comum Harry sabe que a sua parceira é uma mulher de ação e que esta espera deveria estar angustiando a ruiva.
No entanto, não é isso que acontece. Gina se vira calmamente para Sirius e diz – existe a possibilidade de conversarmos com o senhor Filch novamente?
- Acho que vai ser difícil que ele entregue alguma coisa – Sirius diz - e nós temos que ver se ele quer a presença do advogado e chamar o Pettigrew.
- Convoque o advogado, por favor – Gina diz de modo misterioso – eu tive uma ideia meio louca, mas não temos nada a perder (ela se vira para Tonks) espero que você seja uma boa atriz – ela completa enquanto começa a relatar a sua ideia...
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Pouco depois
O senhor Filch olha para as paredes da sua cela. Ele está entediado e, mais ainda, ele está chateado por não estar cumprindo a sua missão, a missão deles de livrar o mundo daquelas mulheres sujas.
O advogado disse que se ele confessasse tudo iria se resolver, um acordo seria feito e ele conseguiria sair em breve, mas até agora ninguém apareceu. Filch se preocupa que possa ter acontecido alguma coisa, ele sabe que seu benfeitor não o trairia.
Neste momento a sua porta se abre e ele vê um policial que diz:
- Venha comigo, o senhor será interrogado novamente.
- Eu já fui interrogado – ele questiona – já falei tudo, eu já confessei. O que mais vocês querem?
- Isso não é comigo – o policial fala – mas veja o lado bom, você vai poder esticar as pernas, agora vamos.
Ambos se dirigem a uma sala que será usada para interrogatório, o policial se retira e pouco depois a porta se abre e o senhor Filch vê estarrecido que não é nem seu advogado nem o policial que entra...
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Quase ao mesmo tempo
James entra na delegacia, a mesma delegacia onde ele investigou a prisão de Hagrid mais de vinte anos atrás. É claro que ele não tem a pretensão de encontrar alguém que trabalhou no homicídio do qual Hagrid foi acusado, mas ele sabe que existe uma pessoa que trabalhou na época que ele foi inocentado, alguém que o ajudou muito.
No início ele se espantou pelo fato desta pessoa ainda não ter se aposentado, mas depois pensando melhor James concluiu que esse homem nunca deixaria a polícia. Está no seu DNA e é com este pensamento que ele pergunta por Arthur Weasley.
Ele vê o senhor ruivo que, embora esteja mais calvo e um pouco mais gordo, ainda é facilmente reconhecível. James se lembra que era apenas um estagiário recém formado, mas Arthur levou a sério as suas suposições e o ajudou no que pode e graças a isso um inocente está hoje em dia livre.
James pigarreia para chamar a atenção, o homem a sua frente levanta os olhos.
- Senhor Weasley – ele começa – não sei se o senhor se lembra de mim, foi há muito tempo.
- Oh sim, senhor Potter – Arthur o cumprimenta – claro que eu me lembro. Faz muito tempo, mas nunca me esqueci que o senhor fez justiça para aquele pobre homem. Hagrid, certo? (ele vê James assentir com a cabeça) o senhor tem notícias dele? Como ele está?
- Ele conseguiu superar – James diz, ele suspira – na maior parte, pelo menos. Aliás, eu estou aqui por um pedido dele (ele vê que Arthur o olha com curiosidade) o senhor sabe se depois que o Hagrid foi solto o caso foi novamente investigado?
- Uau, eu não esperava por isso! – Arthur diz estupefato – não (ele nega com a cabeça) sinceramente estávamos atolados na época e um caso tão antigo não seria prioridade, mas porque você está atrás disso justo agora?
- Imaginei algo assim – James diz, ele suspira – bem, o Hagrid me procurou esses dias e perguntou sobre isso. Ele falou que se deu conta que a moça nunca teve justiça e, bem, ele é um cara e tanto – James completa.
- Imagino que seja – Arthur diz – mas creio que vai ser difícil conseguir alguma coisa depois de tanto tempo.
- E eu sei – James suspira – mas sempre se pode tentar (ele olha para Arthur) suponho que os arquivos estejam guardados será que eu poderia dar uma olhada?
- Se você estiver disposto a mexer em caixas velhas e empoeiradas, eu posso dar um jeito – Arthur fala – mas não sei se você vai achar alguma coisa que ajude.
- Um pouco de poeira nunca matou ninguém – James diz – vamos lá – ele completa e os dois homens saem para vasculhar os arquivos...
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De volta à Scotland Yard
O senhor Filch observa boquiaberto a figura feminina entrar. Ele não entende o que está acontecendo, mas uma coisa ele sabe, ela não deveria estar ali, ela nunca poderia dividir a mesma sala que ele. Ela provavelmente é uma daquelas mulheres sujas das ruas e ele não pode suportar sua presença.
- E aí, beleza? – a moça o cumprimenta sem um pingo de respeito – o que você fez para estar aqui? Foi pego bêbado na rua?
O senhor Filch a encara sem esconder seu asco. Como essa... Essa mulher suja se atreve a dirigir a palavra a ele? Se ele não estivesse neste lugar ele saberia muito bem o que fazer.
- Qual é, vovô – a mulher diz com desdém – já que estamos aqui, a gente poderia pelo menos conversar, ou você tem alguma outra coisa em mente? – ela completa com uma piscadinha.
- Você é uma mulher perdida! – ele grita enquanto a encara – você não merece respirar o mesmo ar que os cidadãos de bem! – ele completa enquanto se levanta e caminha em direção a ela...
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Enquanto isso, do lado de fora
Harry levanta na hora que o senhor Filch vai em direção à Tonks, Sirius por sua vez parece calmo enquanto diz:
- Relaxe, Harry, a Tonks é uma policial preparada. Se ele se meter a besta, ela vai colocá-lo em seu lugar.
- E depois – Gina completa – a ideia é totalmente fazê-lo perder o controle e falar alguma coisa. Nós já sabemos que ele é totalmente fiel ao cabeça de tudo e a gente precisa que ele solte alguma coisa para termos como pressionar o advogado.
Por falar em advogado, um Pedro Pettigrew furioso entra dizendo – o que vocês pensam que estão fazendo com meu cliente?
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Quase ao mesmo tempo
Tonks vê o homem se levantar e ir em sua direção. Ela é uma policial durona, mas neste momento ela tem que se lembrar que não pode sair do personagem e agora ela precisa desestabilizar o cara o suficiente para que ele fale alguma coisa que possa ajudar.
Então ela volta a encarnar o personagem – qual é, vovô? O senhor não parece ser daqueles que gosta de partir para a violência física e, além disso, algo me diz que se você encostar um dedo em mim, aqueles tiras estarão aqui mais rápido do que a sua artrite lhe permitir se afastar (ela sorri ao ver o olhar de ódio que o homem lhe lança) além disso, o que o senhor poderia fazer comigo aqui? Eu já percebi que você é daqueles que me condenam, mas que se pudessem fariam muita coisa comigo – ela completa com um sorriso irônico enquanto passa a língua nos lábios – você quer fazer coisas comigo?
- Eu queria... – ele diz encarando-a – eu quero fazer o que nós fizemos com todas as outras! Vocês são mulheres sujas! O mundo fica melhor sem vocês! – ele fala e Tonks por pouco não sai dançando pela sala, o peixe mordeu a isca!
Agora é a hora do show. Tonks pensa, ela sabe que os demais estão assistindo e gravando e a vida de uma pessoa depende do que for dito agora. Não há uma segunda chance, então ela respira fundo e diz:
- Nós fizemos, senhor? Então o senhor tem um amiguinho? Então o senhor faz as coisas com as mulheres e outra pessoa assiste? Ou o senhor fica apenas assistindo? Eu posso arrumar alguém pra assistir quando eu sair daqui, se o senhor quiser. O que o seu amiguinho faria comigo?
- Ele a colocaria no seu lugar! – o homem responde e por um momento Tonks fica com medo que ele tenha uma síncope, mas ela precisa continuar.
- No meu lugar? No lugar onde vocês colocaram todas as outras? Vocês nos levariam para onde? – ela diz encarando o homem – responda! Para onde você e o senhor Riddle nos levariam?
- Para um lugar de onde você nunca sairia! – ele grita – é isso que o senhor Riddle faria! Ele é um cidadão exemplar que limpa a cidade de mulheres como você! E eu o ajudo! Ele se orgulha de mim porque eu o ajudo a limpar a cidade e todos deveriam se orgulhar também!
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Enquanto isso
Peter Pettigrew continua vociferando e sendo solenemente ignorado por Sirius e de repente ele fica calado, é praticamente imperceptível, mas Sirius percebe que o pomo de Adão do advogado se mexe como se ele estivesse engolindo a seco. O agente então, pega o microfone e diz:
- Muito bem, Tonks pode parar agora – ele se vira para Harry – por favor, peça que levem o senhor Filch de volta para a sua cela.
- O que você pensa que está fazendo? –Pettigrew praticamente grita – eu sou advogado desse homem! Ele foi interrogado sem a minha presença, nada do que ele falou poderá ser usado...
- Peter... Peter... – Sirius diz com desdém – é incrível como você se esqueceu, não é mesmo? Eu sou um ótimo agente, mas nem sempre eu opero de acordo com os protocolos e sim nós sabemos que essa conversa não poderá ser usada, mas as suas reações poderão e cá entre nós, você ficou pálido ao ouvir um certo nome.
- Vocês estão blefando! – o advogado grita, mas Sirius o conhece bem o suficiente para notar uma hesitação na voz dele – eu vou processar a Scotland Yard inteira, isso não vai ficar assim!
- O senhor pode processar quem o senhor quiser – Sirius diz, ele faz uma pausa dramática – depois. Agora o senhor vai ter a bondade de nos acompanhar à sala de interrogatório e sinta-se livre para solicitar um advogado. Ah, é mesmo o senhor já é um – ele completa de forma irônica enquanto se levanta e conduz Peter ao local onde o senhor Filch estava anteriormente...
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Quase ao mesmo tempo, em local desconhecido
Luna acorda. Ela está sozinha e não sabe onde está. Tudo que ela se lembra e de estar conversando com um homem e de repente sentir uma dor aguda e depois apenas a escuridão.
Ela vai até a porta que como era de se esperar está trancada. Não há janelas e o local está mais frio do que ela gostaria, embora neste momento o frio talvez seja o menor de seus problemas. Luna checa seu bolso e felizmente o seu celular continua no local, mas infelizmente não há sinal, então ela não pode ligar novamente.
Ela sabe que a esta altura seu parceiro improvisado deve estar atrás dela e se ele for realmente tão bom, Draco irá encontrá-la, Luna só espera que não seja tarde demais.
Mas as suas esperanças são abaladas quando ela nota alguém mexendo na porta...
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Enquanto isso, na Scotland Yard
Sirius observa Pettigrew que se encontra sozinho na sala de interrogatório. Ele poderia dizer que é apenas uma estratégia para cansá-lo, mas não é só isso. Ele tem algumas cartas na mão, mas não o suficiente para ganhar o jogo, então todo tempo é precioso e toda ajuda é necessária.
Então ele se dirige ao analista técnico – Remo, eu preciso de tudo que você conseguir sobre o senhor Riddle e preciso disso pra ontem.
- Eu não vou fazer isso, Sirius – Remo diz e sorri diante do olhar do seu chefe – eu não vou fazer porque eu já fiz. Eu comecei quando vi que ele era o dono da propriedade que vocês foram procurar a senhorita Lovegood. Pode ser que o que vocês procurem não esteja aqui, há muita coisa obscura sobre o passado dele, mas o que eu descobri está aqui. Todas as propriedades no seu nome, no nome de seus empregados ou organizações que ele ajuda, assim como todas as pessoas que tiveram algum tipo de ligação com ele, espero que ajude.
- Remo John Lupin! – Sirius fala enquanto sorri – eu o beijaria agora mesmo se isso não fosse contra as regras, mas tenho certeza que a Tonks pode fazer isso mais tarde – ele olha para os presentes – vamos lá, cada um pega um pouco e vamos ver se achamos algo que possa ser usado com o rato que nos temos na ratoeira (ele olha para Draco) eu sei que você está louco para sair por aí procurando, mas acredite essa é a única chance que a senhorita Lovegood tem. Vamos procurar qualquer coisa que possa ajudar, foquem em locais que possam ser usados como cativeiro e armazenamento de corpos, não temos tempo a perder!
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Local desconhecido
Luna olha para o homem a sua frente, ela não sabe direito como agir, mas a sua intuição aguçada lhe diz que ela precisa ganhar tempo para ter uma chance e quem sabe conseguir alguma empatia.
Ela é uma mulher esperta e sempre soube lidar com pessoas mesmo que ela nunca tenha lidado com um psicopata assassino, mas Luna sabe que eles têm uma coisa em comum e é nisso que ela vai se apegar. Então ela diz:
- Então você conheceu a minha mãe quando ela era jovem, como ela era?
O homem a encara e por um momento Luna pensa que foi uma má ideia, mas ele suspira e diz:
- Ela era uma garotinha muito doce, muito bonita. Eu teria dado o mundo a ela, mas ela fugiu. Ela preferiu ser uma mulher suja e pecadora, ela preferiu as ruas ao invés de tudo que eu poderia oferecer, mas eu a encontrei (ele sorri) eu sabia que a encontraria! – ele eleva a voz e Luna inconscientemente dá um passo pra trás – eu a encontrei e ela me deixou novamente, mas agora eu tenho outra chance. Que bom que você está aqui novamente, Pandora...
Luna sente seu coração falhar uma batida, talvez tentar conversar com seu algoz não tenha sido uma ideia tão boa assim...
NOTA DA AUTORA
Eu não sei se ainda tem gente por aqui, mas caso tenha aqui estou eu novamente! Talvez alguns pensem que eu estou fazendo um boicote pelo fato de ninguém estar comentando, mas eu juro que não é nada disso.
Não vou negar que a falta de comentários me deixa bastante frustrada, mas o fato é que as coisas estão bem complicadas na minha vida, coloque final do ano letivo quando se é professora, reforma em casa e exames médicos num mesmo pacote e terão um resumo de como está a minha vida.
Então não estranhem a minha demora eu vou fazer o possível para que isso não aconteça, mas não posso prometer.
Espero que tenham gostado do capítulo e mesmo que não esteja adiantando eu vou continuar pedindo que vocês deixem uma palavrinha, não precisa ser muita coisa, só o suficiente para eu saber que ainda tem alguém por aqui.
Bjos e até o próximo!
