Isabella

"Sim, ele não veio sozinho."

- Porque eu não estou gostando do seu tom? - perguntei enquanto enfiava o dossiê com as ultimas noticias de Seattle dentro da minha bolsa.

"Porque eu não acho que nossas visitas sejam boas notícias."

- Então me conte e então descobriremos juntos, querido. - Jasper era um homem inteligente, sem contar de como ele me conhecia bem, além disso, pelo meu tom de voz estava claro que eu não estava nenhum pouco afim de participar de algum jogo de adivinha.

"Venha para casa."

Eu particularmente não queria me irritar, já me bastou ter meu pai pegando no meu pé pelo que viu e Maria pelo que eu fiz a sua parede. Meu único arrependimento nisso tudo foi de não ter sido rápida o suficiente e ter tido êxito em acertar Peter.

Como eu estava de carro, a viagem não foi tão rápida, mas eu não me importei já que eu tinha certeza que quem estava lá não iria a lugar nenhum. Assim que eu sai do carro detectei os cheiros dos novos visitantes. Eram quatro deles, um número maior do que eu estava esperando, e mesmo sem me aproximar da porta, eu já conseguia ouvir a conversar de todos dento da casa.

"Caius nos garantiu que teríamos uma solução..." "Nós viemos para ajudar, é a nossa família..." "Precisamos falar com Carlisle..." "Queremos a certeza de que algo será feito, já perdemos muito tempo..."

- Finalmente ela chegou...

A porta abriu quando eu ainda estava no meio caminho da entrada de casa, Charlotte saiu vindo em minha direção.

- As irmãs Denalis estão aqui. - ela não precisava apontar o obvio para mim.

- Por quê?

- Por que você acha? Por causa de seu clã... família... seja lá como eles se chamam. - minha irmã, não estava nenhum pouco empolgada com essa situação.

- E o que eu tenho a ver com isso? - perguntei sem paciência, deixando sua infelicidade me influenciar.

- Doçura. Caius garantiu que você faria de tudo para recuperar Eleazar, Carmem... e Laurent.

O que?

Meus olhos escureceram ao ouvir tal absurdo.

- Eles disseram que vieram ajudar.

- Ajudar? Eu diria que estar mais para algo como cobrar, monitorar e se intrometer. Se bem que estou quase me decidindo por infernizar.

- Isabella...

- Sua oferta generosa de ajuda seria que ser para os membros de seu clã, não para mim. Eu sou o auxílio nessa história Charlotte, a segurança do Clã Denali não é da minha conta, muito menos minha obrigação. Eu não presto serviço aos Volturis e que obviamente eu não me reporto a eles e nem a ninguém minhas decisões. Espero que essas meninas Denalis entendam isso.

O tom da minha voz era alto, firme e minha decisão era definitiva. Para que todas elas ouvissem e entendessem o que estava acontecendo aqui, antes mesmo de eu se quer entrar em casa.

Eu parei na porta me livrando das botas e pendurando minha bolsa no suporte que Maria tinha deixado próximo a entrada, aonde geralmente meu pai pendurava sua jaqueta de trabalho.

As três mulheres loiras e deslumbrantes estavam me esperando em pé no meio da sala enquanto Dimitri estava próximo a janela ainda na sua pose de guarda real.

- Bella. Essas são...

- Acho melhor irmos para Carlisle, Jasper. Podemos ir para a sua casa agora?

A loira que trajava um vestido preto de mangas longas se aproximou dele segurando seu braço.

- Meu companheiro está em casa... desculpe, você seria... Tânia, Kate ou Irina? Já que o interrompeu não rudemente poderia pelo menos fazer a gentileza de dar continuidade a apresentação, já que a senhorita está na minha casa.

Dimitri usou a desculpa ridícula de tossir para esconder o riso. Enquanto Jasper apenas olhava de mim para as meninas, enquanto eu encarava de braços cruzados a mão daquela mulher ainda nele.

- É sempre um prazer estar na sua presença, Isabella. - o tom do vampiro italiano foi caloroso, ainda mais com seu sotaque, obviamente e intencionalmente carregado, embora ele não tivesse se movimentado para vir até mim.

- Sim, sempre Dimitri, só poderia ser em uma situação melhor apropriada.

O rosnado de Jasper soou, antes mesmo que ele pudesse me responder, meu companheiro ciumento não demorou a se soltar e parar ao meu lado circulando minha cintura em um aperto forte, encarando Dimitri com desagrado. Me fazendo apenas desejar realmente acertar meu cotovelo nele.

- Essas são, Tânia, Irina e Kate, querida. - ele me apontou uma a uma. E assim como eu não gostei muito de Tânia quando Alice me contou sobre as irmãs e o mito que se criou por sua incrível beleza e poder de seduzir o sexo masculino, para relações sexuais antes de matá-los, eu não estava gostando dela agora com suas mãos cheias de dedos encima de quem não devia. E muito menos de suas atitudes.

E agora eu tinha as três no meio da minha sala, esbeltas e arrumadas, não tinha como não negar o quanto exuberantes elas eram...

- Não quer ser rude, essa não é a minha intenção, mas eu e minhas irmãs estamos preocupadas e sinto que estar parado aqui é uma perda de tempo, quando tínhamos que está indo atrás deles agora.

Eu me virei para Jasper e fiz com que ele olhasse bem no fundo dos meus olhos, me abrindo de uma forma que eu deixei meu corpo conversar com ele. E ele não me decepcionou, ele reconheceu a irritabilidade, a raiva e garanto que leu em meus olhos a minha vontade de enxotar todos para fora, da minha casa... de Forks. Caius Volturi era um filho da puta. E eu não deixaria ele sair por cima com a gracinha de me enviar essa bomba.

Se aquele idiota achava que um trio de mulheres insistentes e irritantes me irritaria ao ponto de ceder me levando a fazer o que ele tanto queria. Eu atropelei exércitos numerosos por muito menos. Arranquei pescoço de seus corpos por me questionarem. E se elas me desafiarem achando que aqui seriam intocadas, por algum motivo muito equivocado, elas descobririam o quanto estavam enganadas.

- Nós entendemos e também estávamos muito preocupados... - Jasper se intrometeu enquanto eu bufei e me retirei para a cozinha fazendo um sinal para que Dimitri me se acompanha. - ... estávamos cobrindo todas as bases aqui, para que possamos...

Me desliguei da ladainha de Jasper não me importando com as promessas que eles tivesse fazendo as irmãs, eu só queria que ele as tirasse do meu caminho, e se para isso eu tivesse que aturar a presença delas aqui mais um pouco, tudo bem, contanto que não seria eu lidando com elas diretamente. Eu não pedi por isso e muito menos autorizei a presença delas na minha casa, na minha cidade.

- Custava a porra de um aviso? - rosnei para ele enquanto abri a porta do freezer e pegava uma bolsa de sangue.

- Não vai me acompanhar? - ele perguntou me fazendo xingá-lo e puxar mais uma bolsa.

- O que você tem para mim Dimitri? - perguntei assim que despejei o conteúdo da bolsa em dois copos e os coloquei para aquecer um pouco no micro-ondas.

Ele estava novamente parado próximo a janela, com os olhos perdidos na escuridão do lado de fora, ninguém tinha ficado em casa depois do fiasco que aconteceu na sala, eu fui uma que sai logo depois da conversa idiota com meu pai e Jasper, sobre mim. Não demoraria muito para amanhecer e novamente eu teria muitas coisas para resolver na rua.

- Muitos rastros. Incluindo o irritante cheiro de morrinha... desculpe de lobos. - ele se corrigiu ao ver meu olhar.

- Algo com que você tenha cruzado pela estrada a caminho daqui?

- Sim, alguns.

- Algum rastro de Eleazar?

- Ele está por ai, vivo. Eu só não consigo ter uma localização exata... é como se tivesse algumas interferências.

- Você precisa Dimitri, eu não sairei daqui se não for para uma pista certa. Concordei em ajudar em um resgate, não correr o país atrás de um homem, que possa nem estar mais...

- Não diga isso. - o vulto loiro de Irina nos interrompeu entrando na cozinha, no mesmo instante que o apito do micro-ondas soou. Eu abri e estendi o copo ao meu convidado. - Não comece com desculpas. Se você deu sua palavra para Aro, você precisa cumpri-la e vai. Nos vamos buscar nossa família.

- Vão em frente senhora, não estou segurando ninguém aqui. - lhe dei as costas voltando ao meu assunto com quem me interessava. - Vamos trabalhar com isso. Com algumas variáveis, podemos ir a Port Angeles.

- Você acredita que ele possa estar por perto? - o Volturi me perguntou dando um gole no sangue.

- Você acredita que ele está vivo não é? - perguntei, tendo apenas uma afirmação com sua cabeça enquanto ele bebia um pouco mais.

- Então eu acredito em muitas coisas Dimitri.


O comitê de boas vindas não tinha sido no padrão de cinco estrelas.

E eu não estava falando apenas de mim. Maria voltou para casa como se tivesse o chicote em suas mãos, depois que descobriu o que a aguardava em casa. Tê-las ali não é uma boa ideia e nem sua permanência seria uma opção. E isso fez com que Jasper entrasse em contato com Carlisle, o que na minha opinião não passava de mais atração para um decadente espetáculo.

As irmãs Denalis não eram crianças. Elas eram adultas... e vampiras. Elas poderiam correr sem precisar que alguém lhe desse a mão. E quando eu expressei meus pensamentos, Jasper teve apenas a cara de pau de rir e insinuar que eu não era "un bebe muy hermoso, celoso." (um neném muito lindo e ciumento)

Cabrón (idiota.)

No final das contas só faltava a porra de uma porta giratória para que essa casa aparecesse de fato, hotel, centro de confraternização, ou qualquer outra coisa idiota do tipo. Isso com certeza ajudaria a fluir as coisas com mais facilidade.

Carlisle estava na porta tocando a campainha e não estava sozinho. Jasper foi quem os recebeu enquanto eu e Maria continuávamos sentadas no sofá, eu ainda com meu copo e ela aguardando meu pai aparecer com o dela.

- Sabe, estou começando a sentir falta da época em que todos te odiavam por ser uma vadia sanguinária. Não recebíamos tantas visitas. - resmunguei me colocando de pé e dando o último gole no instante em que Edward entrou na sala acompanhado de todos.

- Muito engraçado. Aonde você vai? - ela perguntou quando eu coloquei o copo na mesa de centro e me virei para escada.

- Ao banheiro estou apertada. - e corri.

- Perra, mentirosa. Use a porra do descanso de copo. (Vadia, mentirosa.)

Mi risada soou escada abaixo. E eu me blindei de toda aquela energia negativa no momento que eu fechei a porta do quarto indo para o banheiro, mas para tomar um dos meus necessários banhos.


"Espero que esteja me ligando, para dar boas notícias..." seu tom era prepotente.

- 19 de março de que atravessar o oceano para esclarecer algumas confusões não era algo do meu agrado, ainda mais com a minha presença sendo intimada... convenhamos desnecessário. Mas muitos ponto foram esclarecidos naquele dia. E claro. Participar da festividade de São Marcos foi algo de fato gratificante. A proposito mande meus cumprimentos ao seu querido irmão. - ele se calou no instante em que reconheceu o meu tom de voz, então sabiamente se permaneceu em silêncio sabendo o que estava por vir.

- Non esisto per serviti Caius, e questo divenne chiaro molti anni fa, quando rifiutai la tua custodia. Io e Maria non abbiamo alcun interesse ad andare contro Volterra. Sii frato alle nostre intenzioni non mettendoti sulla mia strada. (Eu não existo para servi-lo Caius, e isso ficou a muitos anos, quando recusei sua guarda. Maria e eu não temos interesse de ir contra Volterra. Seja grato a nossas intenções não se colocando no meu caminho.)

- Isso é uma ameaça?

-No, questo è un avvertimento su dove finisce la mia linea. Atrraversalo è una tua scelta. (Não, isso é um aviso de onde termina a minha linha. Cruzá-la é uma escolha sua.)

Finalizei sem me importar com sua resposta. Depois de conferir se a gravação da conversa estava salva, enviei o arquivo de áudio para Marcus.

Ninguém me manipularia... nunca mais.


Minha presença foi notada assim que eu voltei para a sala. De banho tomado, uma roupa confortável, descalça e com meu notebook nos braços, eu me sentia com a minha energia que tinha tudo para ser infinita, renovada.

Carlisle estava explicando a uma Irina muito alterada que Laurent tinha sido morto ao tentar entrar em Forks. E eu queria muito que eles já estivessem fora daqui, tendo essa conversa bem longe de mim de preferência.

- Você o matou! - ela me apontou seu dedo erguido assim que eu sai da escada.

- Não. Apenas tivemos uma conversa.

- Você o torturou. Edward nos explicou o que aconteceu. Ele poderia ter vindo atrás de ajuda. Você pode ter condenado Eleazar e Irina ao matá-lo. - Tânia ficou de pé se colocando entre suas irmãs e eu.

- Então Edward explicou sobre um acontecimento do qual ele não presenciou?

- Ele não precisa... ele viu o que você fez, o que você falou...

- Claro que ele viu... - virei para o rapaz que estava ao lado de Carlisle, que estava próximo de Kate, a única que até então não tinha se mostrado ser uma grande desequilibrada. - Contou a elas também as reais informações e intenções da aproximação de Laurente?

- Eu deixei claro que não aprovava seu comportamento. A forma como você agiu...

- Você contou o que ele queria aqui? Contou que foi a decisão delas saírem, e deixar Eleazar e Carmem para trás que os entregou nas mãos de Laurent? Contou também que foi sua família que condenou todo o clã Denali ao confiarem em um nômade desconhecido com uma desculpa esfarrapada de que não estava confortável no estilo de vida que vivia? - eu me aproximei dele lentamente. - Eu não preciso que você aprove minhas decisões Edward Cullen. Não com o que eu faço com a minha vida, e nem com a vida de quem ameaça a minha cidade. Eu não preciso de você para porra nenhuma, e sou eu que estou tentando arrumar uma bagunça que vocês criaram, tendo que cuidar de um assunto que não é da minha conta.

- Minha filha fara o que é possível, até aonde conseguir Carlisle, como conversamos. Acredito que você precisa conversar com a sua família e esclarecer as coisas de como de fato aconteceram e como as coisas realmente funciona por aqui. - meu pai se aproximou me apoiando e de uma forma mais educada que a minha dispensando todos.

- Hora de ir Carlisle. Temos muitas coisas no que trabalhar ainda. E ficar não é uma opção para nenhum de vocês. Querem ajudar? Fiquem fora do caminho. Não podemos fazer muito por aqui, e no momento vocês tem mais facilidade de saírem da cidade e conferir as coisas do que nós. Mas ninguém quer de fato arriscar não é? - Jasper finalizou arando do meu lado.

Edward até que tentou respondê-lo, mas foi silenciado por Carlisle que se despediu e conduziu todos para fora, com Kate parando brevemente na minha frente.

- Não vou pedir desculpas por minhas irmãs, porque elas não são nenhuma criança para eu passar a mão em sua cabeça. - essas tinham sido seu primeiro posicionamento e a forma como ela foi sincera e sensata me mostrou que, pelo menos, uma irmã, não era de fato um caso perdido.

- E nem eu aceitaria.

- Eu quero ajudar, eu posso ser útil e estou disposta a seguir qualquer plano que seja, mesmo que isso me leve a uma oportunidade de ajudar Carmem e Eleazar.

Eu não precisava ter o poder de Jasper para sentir sua sinceridade. Eu apenas confirme com a cabeça, e fazendo uma promessa de que entraria em contato com ela no dia seguinte.


- Eu sinto muito. - seu pedido de desculpa me pegou de surpresa quando ele entrou no nosso quarto atrás de mim.

Eu me virei para ele sem entender.

Jasper estava com uma expressão arrasada no rosto enquanto se livrava da sua blusa e sentava na cama, suas mão bagunçaram seus cabelos com o tanto que ele tinha ficado exasperado com a situação.

- Certo Cowboy, pelo que exatamente? - parei na sua frente cruzando os braços.

Ele não tinha culpa de nada... e espero que ele entendia isso.

- Toda essa confusão Bella. A forma como eles esperam que você faça de tudo, quando na verdade você não tem que fazer nada. Você foi deixada para trás pelas pessoas que eu considerava como família, por mim... e agora todos esperam que você corra e salve o mundo? Você não os deve nada. E a forma como eles a cobram por isso, por uma solução me deixa tão... furioso...

Eu dobrei meus joelhos a sua frente quando seu rosnado vibrou fortemente por seu peito. Selei levemente seus lábios com os meus querendo acalmá-lo, mas também silenciá-lo. Ele não precisava me pedir desculpa. E por mais que querer me defender e me poupar do disparate que estava se tornando toda essa situação, foram necessárias diversa situações para nos levar aqui hoje. E nenhuma delas era culpa dele, assim como não era minha também.

- Você não tem que canalizar nada disso para si Jasper. Nada disso é sua culpa. Você tem o dom de sentir e controlar qualquer sentimento a sua volta, mas antes de tudo você precisa estar sobre o controle do que há dentro de você. O que você sente pode mim... a certeza do que eu sinto por você. Estar de volta aos seus irmãos. A confiança e segurança que você vem sentindo ao mudar sua dieta. E como você se sente ao ser aceito por ser quem você é. É com isso que você tem que se importar. Porque é só isso que me importa. Eu e você, e tudo o que estamos fazendo aqui juntos.

Sua mão grande me puxou pela nuca e sua boca acertou a minha com um pouco de pressão e força, mas eu não me importei, nem com o beijo e nem com ele me pegando e colocando no seu colo.

- Você Isabella Marie Swan. É uma criatura incrível e eu tenho muita sorte de ter encontrado você. E mais sorte ainda de não tê-la perdido depois de ter sido um idiota.

- Um idiota não. Eu diria um "gran culo". E com certeza você um "hombre muy afortunado" homem de muita sorte. (bundão) (homem de muita sorte).


A gravação do interrogatório de Laurent rolava na Tv da sala de reunião da delegacia. Conforme tinha prometido, procurei Kate no dia seguinte com o interesse de conversar e querer esclarecer a real situação do que estava acontecendo nesse lado do mundo, principalmente nesse lado do país. Eu estava disposta a receber suas irmãs, mas estava deixando claro que as únicas palavras que levaria em consideração seriam as suas.

E fui assim que eu fiquei presa junto com Jasper e Dimitri e meu pai, que foi quem de fato levou Laurent até os Cullens e depois finalizou com ele, embora eu acreditava que elas não tivessem conhecimento dessa fato ainda.

"...Aonde está Eleazar, por que ele não veio?" a voz de Jasper soava na gravação. "Ele está ajudando Tânia controlar as coisas no Alasca. A... aconteceu algumas invasões em nosso território. Eu me ofereci em vir até Maria, atrás de mais algumas mãos ... "

Todos nós sabíamos o quanto isso era mentira, já que Tânia tinha informado a Aro que desde sua partida que não tinha conseguido entrar em contato com Eleazar. Que as poucas informações vinha através de contatos breves que Irina tinha com Laurent. Informando que Eleazar e Carmem estavam ausentes.

"E você tem passado esses dias sozinhos Laurent, tadinho de você, vagar pela floresta não é muito inteligente quando você não sabe se passar despercebido... tanto rastros..." eu tinha me agachado ao lado dele, e eu lembrei exatamente do que eu senti ao reconhecer o cheiro dela. Tão recente...

"Eu estava apenas des... descansando."

"... porque você se cansa né querido..."

"Eu estava com fome..." "É proibido caçar em minha terras Laurent. Todo idiota sabe disso. Tenho que colocar as mortes que Sam encontrou ao longo da estrada na sua conta." "Não... eu não me alimento mais assim... Eleazar..." "Pare, eu vejo a cor dos seus olhos, idiota."

Eu e todos aqueles que estavam ali poderiam ver as linhas rubras invadindo os dourados, que a certa altura estava mais para o laranja. A atitude patética dele de negar o que era evidente.

Eu sabia o que estava preste a acontecer no momento em que eu sentei na mesa, ficando próxima a ele e atraindo a sua atenção. "Foque em mim Laurent ajude-me respondendo algo que eu quero muito saber e eu te ajudarei sendo justa com você."

"Aonde ela está?" a forma como eu o encarava no vídeo não deixava dúvidas minhas intenções.

"De quem... pensei que... as meninas estão em casa... Irina e Carmem." e ai estava a prova de mais uma mentira, eu percebi Kate virando sua cabeça para Irina que não parecia nada feliz a cada minuto do vídeo.

"Hei! Denali ficará bem, confie em mim... e quando eu digo "ela", nós dois sabemos de quem estou falando." A forma que ele se encolheu no video ao sentir a força do meu aperto a deixou ainda mais furiosa.

"Eu não sei."

"Odeio ser feita de idiota, Laurent. E você está me tomando por um achando que eu não reconheceria o cheiro da vadia em você."

Meu próximos movimentos com certeza não agradariam nenhuma delas. E ficou claro assim que Laurent caiu ao se esquivar do meu ataque.

"Vai me dizer aonde ela estar?" "Não..." "Vai me dizer aonde Eleazar está?" "Não..." "Então não precisamos da sua língua né." "Não... esper..."

- Isso é um absurdo, desumano...

Irina se colocou de pé apontando para a tela, e eu pude sentir Jasper assumindo o controle pela sala, ele não queria a situação se complicasse antes de conseguimos de fato tentar resolver o problema.

- Ainda bem não somos mais humanos né. Se não realmente seria uma coisa ruim.

- Isabella. - meu pai me repreendeu. - Ele não iria nos contar nada...

- Claro que não, arrancaram a língua dele. - Tânia o cortou revoltada. - Como Carlisle admitiu algo assim... Aro ficará ciente...

- Chamamos vocês aqui para esclarecermos as coisas Kate. Laurent foi encontrado rondando Forks, com mais alguns outros vampiros e acabou sendo surpreendido com a nossa chegada. Ele não contava com o fato de termos entrado em contato com vocês, já que as informações chegaram por Aro, e o último contato com Eleazar foi quando você ainda estava decidindo se reunir com os Volturis ou não. - Jasper assumiu a conversa ignorando as duas e se focando apenas na que se mantinha equilibrada.

- Isso pode ser dolorido para você Irina, mas Laurent não iria nos contar nada porque a lealdade dele nunca esteve com você.

- Eu. Não. Acredito. Em. Você. - a loira vociferou pausadamente.

- Eu não preciso que você acredite, porque eu não me importo com o que você pense de mim. Rosnei para ela. - Eu solicitei que Charlie e Carlisle o levasse ate Edward para que sua mente fosse vasculhada.

- Edward confirmou que Laurent estava se encontrando com Victória, facilitando o avanço dos nômades no território e assim que vocês partiram Victória se aproximou. - Charlie explicou.

- Porque Alice não viu nada disso? Ela poderia ter nos avisado. - Kate perguntou preocupada.

- Porque Laurent sabia como funcionava o dom de Alice, então ele saberia muito bem como se esquivar dela e eu aposto que ele ensinou a Victória.

- A questão é que até então Eleazar estava sim em Denali com Carmem enquanto Victória estava assumindo o local. Mas Laurent não voltou, não deu notícias... Ela é inteligente o suficiente para saber que seu envolvimento foi descoberto. Mas ela tem Eleazar, alguém com um dom muito útil e claro, não posso deixar de fora que ela também tem em suas mãos algo que possa usar contra ele, lhe dando assim muita oportunidades e grandes chances.

- Você está insinuando que Eleazar nos trairia? Trairia os Volturis? - Tânia exclamou ofendida.

- Estou insinuando que Eleazar faria tudo por sua companheira. Bem, eu sei que eu faria um inferno pelo meu. - a mão de Jasper deslizou pela minha. - Você poderia julgar Eleazar por entregar aquilo que Victória ou qualquer outro queira, para garantir o bem estar do seu companheiro?

- Não. - sussurrou parecendo desolada.

- Nem eu. E é por não culpá-lo que eu vou ajudá-lo. Vocês acham que Caius Volturis teria a mesma consideração? Eles querem Eleazar para garantir que ele não encontre vampiros talentosos para Vladimir e Stefan. Mas o que garanti que isso já não tenha acontecido? Se de fato não aconteceu, porque Eleazar nunca trairia seus reis, o que garante que ele ainda esteja vivo?

Eu tinha dando muito a elas o que pensar. Eu não era a porra de uma vilã na história delas. Eu era apenas aquela que estava arrombando a porta necessária para que elas abrissem suas mentes. Irina e Tânia poderiam ser uma perda de tempo, mas Kate... essa tinha boa chance em não se deixar ser afundada nessa lama toda.