Bella Cullen PDV

Eu não conseguia acreditar que estava de novo em um cemitério e dessa vez era tudo ainda pior.

Era para enterrar a minha melhor amiga, a madrinha da minha filha.

E eu estava sem meu porto seguro do lado. Meu marido, que estava sendo acusado de assassiná-la.

Lembrei-me de quando ela foi pedir desculpas pelas vezes que me ofendeu quando nos conhecemos…

Tinha pouco mais de três meses desde a coroação e assumi de vez meu papel como Gran Senhora. Eu trabalhava com várias esposas e clientes importantes negociando mercadorias ilegais e cobrando dinheiro de dívidas.

O telefone em minha mesa tocou e o peguei.

— Senhora, a senhorita Soppy está aqui.

Eu respirei fundo.

— Mande-a entrar — falei.

Aquela era uma surpresa.

Há alguns dias a mãe de Tanya tinha conversado comigo, que a filha voltei de uma viagem e estava pronta para trabalhar para mim.

Segundo Edward, ela era uma membro importante, sendo filha de um Conselheiro e deveria ter algum serviço de excelência.

Eu tinha relutado um pouco, ainda me lembrava muito bem das vezes que ela havia me ofendido, mas eu era uma líder e tinha que agir como uma.

A porta se abriu e Tanya entrou, acompanhada de sua mãe.

Ela usava uma calça jeans mom e uma blusa estilo corpete branca. Era muito bonita e podia ver porque Edward tinha se sentido atraído por ela algum dia. Porém isso nem importava.

Ele era meu marido, tinha me escolhido e me amava. Eu confiava nele, mais que tudo no mundo.

— Minha senhora — Tanya fez uma leve reverência parando em frente a mesa.

— Sua mãe disse que quer trabalhar comigo — falei sem delongas.

— Sim, senhora. Cansei de só ficar atoa, acho que posso ser útil para a Grand C de alguma forma — respondeu sem me olhar.

Sua postura a fazia parecer como se tivesse com vergonha.

— Bem, mas eu não posso me esquecer das vezes que me ofendeu, como poderia confiar em você para trabalhar comigo?

Ela suspirou e me olhou nos olhos. Eram claros e podia ver a sinceridade de suas palavras neles:

— Eu sinto muito por tudo que disse, minha senhora. Eu só ainda estava com raiva de você por ter sido a escolhida, todas as meninas que crescem na Grand C sonhamos em sermos a escolhida. É como se o herdeiro fosse nosso príncipe encantado, sabe? Eu nunca nem gostei de Edward na verdade, mas amava o poder que vinha de ser a namorada dele. Quando soube que ele estava noivo fiquei com muita inveja e quis te ofender. Eu sei que agi errado e fui imatura, por isso peço perdão.

Para minha surpresa Tanya se ajoelhou de novo no chão.

— Me perdoe minha Grand Senhora, por tudo que disse, pela falta de respeito. Eu prometo que se me der uma oportunidade eu não desapontarei. Prometo aqui minha fidelidade e amizade à senhora — beijou minhas mãos.

— Levante-se — mandei e ela obedeceu.

— Tenho um serviço para você se sair bem poderá ficar trabalhando comigo.

— Eu farei tudo a meu alcance, minha senhora.

Eu assenti satisfeita.

— Tanya?

— Sim?

— Pode me chamar de Bella — falei e trocamos sorrisos pequenos.

Aquele dia tinha mudado nossa vida. Ela tinha executado tudo com perfeição, nos tornamos amigas com o passar do tempo que ficávamos juntas para surpresa de todos.

Eu nunca importei com o que diziam.

Meu instinto dizia que podia confiar nela e tinha acreditado em suas desculpas sinceras.

Como eu iria ficar sem sua amizade?

Ela tinha partido para sempre.

Minha amiga.

Morta pelo meu marido, seu ex amante. Eu não sabia o que fazer ou o que sentir.

Félix tinha cuidado de tudo e em seu atestado de óbito constava suicidio.

Edward escaparia dos julgamento dos homens, mas não escaparia do julgamento da Grand C. E esse era o que mais nos assustava.

Não sabia como me sentir sobre isso.

O boato que eles estavam tendo um caso tinha se espalhado, alguns membros já apoiavam que ele sofresse as consequências, mesmo sendo o Grand Chefão de tudo.

Tentava me manter calma para não cometer uma loucura. Eu tinha que pensar em minha menina, não podia deixar minha pressão subir.

— Ah, primeiro meu papai e agora minha irmãzinha ,eu não aguento mais não aguento — James chorava sendo consolado por sua esposa.

Sua mãe estava em um estado inerte.

Funguei e limpei as lágrimas no meu corpo. Olhei mais uma vez para o caixão, vendo apenas o rosto de minha amiga no vidro.

Eu não aguentava mais assistir aquilo.

Adeus, minha amiga, me despedi pela última vez e me virei para sair.

— Querida onde vai? — meu pai me chamou.

— Preciso sair daqui, não aguento mais — chorei.

Eu queria Edward, eu precisava dele, eu queria seus abraços, seus beijos, eu queria matá-lo eu mesma.

— Eu levo você, vamos.

— Bella, filha — Esme veio em minha direção.

Eu balancei a cabeça.

— Eu só vou para casa descansar

— Tudo bem, vamos esperar acabar.

Eu assenti e saí com meu pai, tão diferente da vez que saí dali com Edward.

Encarei a janela do carro, o clima estava nublado combinando com aquele dia horrível.

Meu celular tocou.

— Você tá bem? — Edward disse do outro lado da linha.

Tinha um dia desde que tudo tinha acontecido. Um dia que não nos víamos ou conversávamos. Eu não sabia onde ele estava ou o que fazia.

— Como eu posso estar bem? — disse com dificuldade, sentindo um nó na garganta.

— Bella... — ele suspirou.

— Acabe com isso, só acabe com isso.

A chamada ficou muda.

Passei a mão em minha barriga. Minha princesinha deveria estar sentindo tanta falta do pai como eu.

Encostei minha cabeça na janela fechando os olhos. Sabia que tudo aquilo era só o prenúncio da tempestade que viria.

Edward Cullen PDV

A porta do elevador se abriu e saí andando pelo corredor iluminado, meus passos sendo silenciosos e macios.

Parei em frente a porta grande de madeira e respirei fundo, meu rosto tornando uma máscara de indiferença. Abri-a.

Todos já estavam ali.

Era o dia do meu julgamento.

Como esperado, o James não quis esperar muito, o que achei bom. Não via a hora de acabar logo tudo aquilo.

Tinha se passado quatro dias. Quatro dias que não via minha esposa e que não falava com minha filha.

Todos se calaram quando me viram entrar.

— Edward — minha irmã correu para me abraçar quando me viu.

Eu a abracei rápido. Tinham se passado quatro dias. Em nenhum desses dias tinha visto alguém da minha família e muito menos Bella, meu coração estava apertado de saudades.

Encarei Eleazar, Laurent e James que conversavam. Emmett estava ao fundo e acenou com sua cabeça em minha direção.

— Vamos acabar logo com isso — sentei no lugar que ainda era meu.

Todos tomaram seus lugares e Eleazar ficou em pé.

— Estamos aqui para iniciar o julgamento do Grand Chefão Edward Cullen, acusado de matar a filha do um ex Conselheiro Jeremy Soppy e irmã do atual conselheiro James Soppy. Como o acusado se declara?

— Inocente — respondi.

— Nós escutamos a testemunha e sua esposa, todos relataram ver você com a arma na mão ao lado de minha irmã, eu mesmo vi isso. De inocente você não tem nada — James esbravejou.

— Teria algum motivo para matar a senhorita Tanya Soppy? — Eleazar perguntou.

— Não.

— Não é isso que essas fotos mostram — Laurent empurrou um envelope que chegou até mim.

Eu o abri e de dentro deslizou várias fotos minhas e de Tanya nos beijando.

— Não acredito — Rosalie arfou pegando uma delas e as sacudindo, como para ver se era real ou não.

— Vocês estavam tendo um caso! Você a matou com medo dela contar para sua esposa. Eu exijo que seja feita justiça em memória de minha irmã — James se exaltou.

— Essas fotos são antigas — expliquei.

Ele riu.

— Antigas? Minha irmã vinha se encontrando com alguém, uma ex-paixão, mas dizia que não podia assumir, era porque era você! — ele retrucou.

— Alguém tem mais alguma coisa a declarar antes de começar a votação?

— Isso é uma grande merda, com certeza tem…

— Rosalie, deixe quieto — ela respirou fundo me encarando incrédula com minha postura.

— Vamos começar a votação. Alguém quer começar?

James ficou de pé.

— Eu voto a favor da destituição de Edward Cullen, ele quebrou uma das regras mais importantes da Grand C, desonrou seu juramento, matou minha irmã a sangue frio, sem um motivo aparente. Ele nos traiu ao fazer isso, traiu a Grand C!

— Mas que grande merda, eu voto não — Rosalie bateu na mesa exaltada. — NÃO! — gritou de novo.

— Eu sou inocente o meu voto vocês já tem — respondi apenas.

— Se temos regras elas devem ser seguidas, é assim que a Grand C resiste esses anos todos. Edward deve pagar pelo o que fez a Tanya, que prestava um serviço valioso aqui. — Laurent disse apenas e não o julguei.

Eleazar respirou fundo, ele daria o voto de desempate.

— Edward é meu sobrinho e prestou um serviço imenso para Grand C juntamente com sua esposa, mas não podemos ir contra as regras. Eu tenho uma filha e um filho também, se isso acontecesse com alguém deles era o que eu iria querer que a pessoa apagasse seja quem for. Ele desonrou a Grand C ao matar uma membra de alta escalão e deve ser deposto.

— O que diabos estão fazendo? — Rosalie esbravejou. — Edward é herdeiro direto de Carlisle, fomos nós os Cullen que fundamos a Grand C, não podem fazer isso.

— Podemos sim, temos regras e elas devem ser seguidas — James retrucou — Não importa quem ele seja, Edward fez um juramento a Gran desonrou, ele sujou o nome da família Cullen.

— Oras, seu… — ela bateu na mesa se levantando, fulminando-o com o olhar.

— Rosalie — chamei sua atenção. — Está tudo bem, eles estão certos — falei calmo.

— O QUE? — ela gritou, dessa vez virando para mim.

— As regras tem que ser seguidas, é assim que a Grand C consegue continuar permanecer viva. Nossa tradição é forte e todos devemos honrar nosso juramento Não importa quem eu seja, se alguém errou deve pagar por isso, não é?

Todos assentiram, me encarando.

— Mas... mas…

Ela se sentou de volta, com um suspiro.

— Temos que decidir a pena agora, além de retirar dele todo poder na Grand C. Ele deve pagar com o mesmo que fez com minha irmã. Eu sugiro que ele seja enforcado — James falou e vi um brilho em seu olhar.

— Enforcado, em que século você vive? Está doido? — Rosalie gritou de novo, Emmett foi atrás dela tentando acalmá-la.

— James isso foi extinto da Grand C — Eleazar negou.

— Temos que fazer uma nova votação para ver quem será o novo Grand Chefão, ele que decidirá quem decidirá o destino de Edward — Laurent falou.

— Bem, eu sou o mais jovem, eu quero me candidatar. — James pontuou.

— Você não vai fazer nada? — Rosalie gritou para mim.

— Alguém mais quer assumir?

— Eu sou a segunda na linha de sucessão,o cargo deve ficar comigo. Que mané votação o que!

James riu.

— Você não faz nada pela Grand C, só na promotoria. Eu tenho muita mais influência como deputado, eu devo liderar tudo.

— Uma ova que vai! Eu sou a subchefe o cargo é meu!

— Nisso Rosalie está certa. O cargo deve ser dela — Eleazar concordou.

— Não, não é! — James falou um pouco mais exaltado. — Deve ser meu, meu!

Eu não aguentei mais e soltei um riso. Todos se viraram para mim de novo.

Eu bati palmas.

— Parabéns James, você deveria ter ido fazer papel em Hollywood, ao invés de ir para política.

— O que está falando? — estreitou seus olhos para mim.

— Acabou seu show James? — o encarei mortalmente. — Posso falar agora?

— Acha que estou brincando?

— Eu acho que deveriam saber de algo antes da decisão. Jeremy não sofreu um infarto, ele foi envenenado pelo seu próprio filho James. Se alguém matou um membro do Conselho foi ele — levantei da cadeira.

— Que blasfêmia! — ele pulou assustado. — Você não pode mais falar nada e…

— Cale-se e deixe Edward falar — Eleazar brandou forte.

Puxei um pendrive do bolso.

— Emmett pode colocar no projetor para mim?

Meu amigo assentiu e arrumou tudo. Meu cunhado saberia o que fazer.

— Aqui está um vídeo de segurança do hotel que Jeremy estava hospedado, como podem ver James entra no quarto às 6:51, ás 7:04 chega a camareira com o café, isso já se contrapõe ao que James disse que chegou e encontrou seu pai passando mal e imediatamente chamou uma ambulância. Só às 7:32 um médico aparece, ele quem assinou o atestado de óbito de Jeremy e para acobertar tudo, temos comprovantes que mostram que James mandou mais de um milhão de dólares para conta dele.

— Isso é mentira! Você está armando para mim! — James trincou o maxilar com força encarando o vídeo.

Ele era tão burro. Nem tinha se preocupado em apagar seus rastros, achando que ninguém iria averiguar.

— Temos uma conversa de James com o médico no celular.

Soltei o áudio.

— Não se preocupe senhor, eu cuidei de tudo. Ninguém vai suspeitar do envenenamento, apesar dos sinais, todos vão acreditar quando eu disser que foi só um ataque fulminante. — era a voz do médico dizendo, depois a de James: — Isso é ótimo, assim que tiver o atestado em minhas mãos e conseguir enterrá-lo sem levantar suspeitas depósito a outra parte do pagamento. É claro senhor.

— James é tão amador que nem usou uma conta fria, temos o registro do depósito de sua própria conta indo para a do médico.

— Seu filho da puta, pare com isso agora mesmo! — James quis vim para cima de mim, mas rápido Emmett conseguiu segurá-lo.

— Isso não é tudo, no dia que minha esposa foi atropelado conseguimos imagens que mostram que era James quem dirigia e tentou matá-la.

Ele rosnou, mas Emmett o segurava imobilizando seu pescoço.

— Agora será que devemos ir para a parte que mata sua irmã? Tudo para armar para mim e tentar usurpar meu lugar? — questionei com a voz forte, olhando a todos e depois ele — Aqui tem vídeos de James chegando no prédio antes que eu e saindo só horas depois. Ele ficou esperando no carro até que minha esposa chegasse para depois subir e passar por irmão triste quando ele mesmo a matou.

— Você é um traidor! — Laurent gritou.

— Seu filho da puta! — Rosalie se aproximou dele e deu uma joelhada nas partes baixas. Emmett o soltou quando ele se inclinou para baixo gemendo de dor. Seu rosto ficando muito vermelho.

Bella com certeza deveria ter ensinado isso a ela.

— Eu Edward Cullen, Grand Chefão da Grand C declaro que o conselheiro James Soppy é um traidor e culpado pela morte de Jeremy Soppy e Tanya Soppy e da tentativa de assassinato de Isabella Cullen e de nossa filha. James merece a morte. — soltei toda a raiva que estava controlando dentro de mim.

Antes que qualquer um de nós pudesse perceber o que acontecia, James se levantou e tirou algo do bolso.

— Vocês todos vão morrer! — gritou e soltou uma granada de dispersão em minha direção.

Tentei me proteger com a cadeira, a granada explodiu e fiquei atordoado com o barulho, me senti tonto e tossi com a fumaça.

Tentei me situar do que estava acontecendo, mas a fumaça deixava difícil ver.

— Ele tá fugindo! — Emmett gritou.

Eu não podia deixar isso acontecer.

Sai da sala vendo-o correr pelo corredor ainda tentando focar minha visão.

— Você vai morrer — gritei sacando a arma e atirando, mas bem na hora ele virou.

Eu corri atrás dele virando no corredor e fui surpreendido com ele me empurrando meu braço a arma caiu no chão e ele me deu um soco.

— Como pode fazer isso comigo? — gritou.

— Seu desgraçado! Você quase matou minha esposa, achou mesmo que eu não iria descobrir? Você é um burro do caralho, filho da puta!

Nós começamos a lutar um com o outro, eu fui para cima dele, mas ele se abaixou e me segurou me empurrando contra a parede.

Me assustei quando seu rosto chegou perto do meu e me segurou parecendo tentar me beijar.

— O que pensa que está fazendo?

— Você se parece tanto com ele... meu Thony. Podemos fazer tudo que ele não foi capaz de fazer, eu usei ele para destruir vocês, mas… ele foi fraco… ele não conseguiu. Mas você é forte Ed… você pode ficar comigo e me amar como seu irmão me amou. Seremos grandes juntos... Fica comigo e me ame como seu irmão me amou.

Eu arfei com aquela revelação. James aproximou sua boca da minha e bati com força em sua cabeça.

Ele foi para trás e o chutei.

O elevador apitou chegando no andar e no mesmo momento Emmett apareceu atirando.

James gritou e vi que o tiro atingiu seu braço, o elevador abriu e ele rolou para dentro dele, a porta se fechando.

— Porra, porra — Bati com força.

— Você tá bem, chefe?

— Vamos pegar esse filho da puta — gritei e comecei a descer para a saída de emergência.

— Não vamos alcançá-lo, são 22 andares Edward, já era.

— Porra porra — gritei indignado, sem conseguir acreditar que ele havia escapado.

Mas eu iria encontrá-lo nem que fosse no inferno e faria ele sofrer por tudo que fez.

Bella Cullen PDV

A dor no meu peito era tão grande, ainda não conseguia acreditar que minha amiga tinha morrido.

Nossa amizade tinha surgido de maneira inesperada, mas eu sabia que era sincera. Tanya tinha mudado. Nós éramos amigas de verdade.

Tínhamos compartilhado tantos momentos bons juntas. Tantos risos e alegrias.

E naqueles últimos dias, só conseguia me lembrar da última vez que a vi, nua, coberta de sangue, com Edward ao seu lado.

— Bella, querida — escutei uma batida na porta depois ela se abriu.

Esme entrou carregando uma bandeja cheia de coisas.

Eu tinha subido para o quarto, querendo ficar um pouco sozinha. Todos estavam embaixo esperando para saber o que aconteceu no julgamento.

— Trouxe algumas coisas para comer.

— Ah Esme não precisava, não estou com fome.

— Precisa sim, esqueceu que está comendo por dois?

Eu suspirei passando a mão em minha barriga e senti um leve movimento.

— Eu estou tão preocupada, esse julgamento, isso tudo que tá acontecendo — funguei.

— Edward pediu que confiasse nele, vamos aguardar. Ele com certeza tem alguma carta na manga.

Eu respirei fundo, querendo me acalmar.

Mas desde que vi minha amiga morta na cama não conseguia.

Eu sabia que tinha algo errado, desde que recebi aquele e-mail.

Eu nunca desconfiei dele, eu sabia em meu íntimo que havia alguma explicação para aquelas fotos. Edward e Tanya pareciam mais jovens e tive certeza que aquelas fotos eram antigas.

Já tinha alguns dias, que estavamos desconfiando que alguém estava armando para gente na Grand C.

Edward não quis me contar muito, só pediu que eu tivesse cuidado que quando descobrisse mais me alertaria.

Quando James surgiu dando aquele show ao ver a irmã, eu não acredite nenhum pingo. Tanya sempre tinha falado como ele era distante e nunca ligava muito para ela, apesar dela sempre tentar se aproximar dele.

Ali quando falou do julgamento, eu sabia que era o traidor.

Não sabia como, mas eu tinha certeza que Edward era inocente e para provar isso teríamos ter que ficar separados.

Foi horrível aqueles dias sem ele, eu não aguentava mais. Precisava do meu marido comigo. Nós tínhamos conversado pouco por telefone aqueles dias, ele nunca quis me contar o que estava acontecendo, do que suspeitava, apenas pedindo para que eu confiasse nele e foi o que eu fiz.

Tentei ter paciência, foi difícil, porém tinha conseguido.

— Não sei, só estou com a sensação ruim. Acho que não vai passar enquanto não vê-lo.

O celular de Esme apitou.

— Rosalie mandou uma mensagem, eles estão vindo. Edward está vindo para casa.

Eu arfei saindo da cama.

Nós descemos a escada, Carlisle se levantou com Esme dando a notícia.

Eu fui para a porta, impaciente, andando de um lado para o outro.

Esperei até ver a caminhonete de Emmett parar na entrada.

Edward saltou dele.

Quatro dias. Quatro dias que não nos vimos.

Senti nossa bebê se mexer, como se cumprimentasse o pai.

— Edward! — nos abraçamos com força tão apertado como dava com aquela barriga. — Você está bem? Pegaram ele?

Ele segurou meu rosto e me deu um selinho. Meu coração relaxou um pouco.

Ele estava aqui e estava bem, o rosto um pouco sujo e suado, mas nada alarmante.

— Ele conseguiu fugir.

— Filho da puta, quero ele morto — rosnei. — Foi ele que a matou ,não foi?

— Sim. Vai ficar tudo bem, amor, vamos conseguir pegá-lo.

— Ele não vai mexer com nossa família. — Esme quem disse e correu para abraçar o filho.

— Edward foi incrível, eu já estava agoniada com ele agindo todo calmo daquele jeito. Não consigo acreditar que esconderam isso de mim. — deu um soco no braço do marido.

— Você que foi incrivel dando um chute nele, amor — Emmett sorriu e meu marido concordou.

Eu respirei aliviada, o pior tinha passado. Poderia levar um tempo, mas sabíamos que pegaríamos James.

— Como ele escapou? Deveria ter matado ele de uma vez — seu ái falou.

Edward suspirou e eu franzi meu cenho, sentindo que tinha algo estranho que estava escondendo.

— Emmett e Rosalie vão explicar tudo, eu preciso tomar um banho primeiro.

— Claro, querido. Descansem um pouco.

Ele pegou minha mão e subimos juntos as escadas.

Assim que entramos ele me puxou para seus braços, se sentou na cama, me colocando em seu colo.

— Eu senti tanta sua falta, Bella e da nossa bebê. Foi horrível esses dias sem vocês, mas pior ainda foi saber se iria acreditar na minha inocência ou não — sua mão foi para minha barriga e nossa bebê a chutou.

Ele se inclinou e a beijou.

— James me mandou um email anônimo com fotos suas e da Tanya, mandando eu ir no endereço. Assim que as vi, eu sabia que elas eram antigas e que alguém estava aprontando algo. Mas você não tinha chegado e eu precisava descobrir o que tinha de errado, por isso fui até lá… quando vi você com a faca e Tanya daquele jeito… — funguei. — Por um momento eu pensei que realmente tinha feito isso, mas aí James chegou e quando ele começou acusá-lo, eu soube que tinha algo de errado, eu sabia então que você não tinha feito isso. Você nunca faria nada para me machucar daquela forma, sabia como eu gostava de Tanya.

— James é o maior filha da puta do mundo, lembra daquelas flores que vimos no tumulo de Anthony?

— Sim, o que tem elas?

— Ele usa uma capinha com as mesmas flores amarelas, eu vi no dia que ele foi para a primeira reunião do Conselho.

— Uai, mas por que? Porque não me falou antes? Sabe disse esse tempo todo? — era tantas perguntas que eu tinha.

— Eu precisava de provas concretas e quando as consegui, veio seu acidente e me preocupei mais só com sua recuperação.

— Mas eu não entendi dessas flores, porque ligou James a Anthony?

Ele suspirou.

— Ele disse que Victoria o fazia usar, mas meu instinto me fez desconfiar dele… eu sabia que tinha algo nessa história… Eu tinha certeza disso, então me lembrei então de um boato que teve quando eu era adolescente.

— Que boato? — franzi meu cenho.

— Que meu irmão era gay.

Eu arfei, minha boca se abrindo.

— Eu fiquei pensando e martelando isso na cabeça. Na época Thony garantiu que não era, mas aí comecei a pensar na amizade deles e no e se… comecei a investigar James e descobrir que ele tava envolvido na morte do pai.

— Por que não me contou?

— Eu não queria que ficasse nervosa, foi no mesmo dia do seu acidente e deixei isso de lado, me preocupando só com você. Eu pensei que ele podia tá envolvido no acidente, mas eu precisava de uma prova e só consegui depois que tudo aconteceu. Naquela noite eu tinha colocado um soldado para vigiar James, por isso tenho as gravações dele no prédio, entrando antes que eu.

— Aquele filho da puta! Juro que nunca senti tanta raiva de um homem na vida.

Edward deu um sorriso triste e me abraçou.

— O que mais você não tá falando?

— Que eu estava certo sobre a ligação de James e Anthony.

— Como assim?

Edward engoliu em seco, antes de dizer.

— Ele… ele tentou me beijar.

— Quem? — franzi meu cenho confusa.

Ele respirou fundo e se afastou olhando em meu rosto.

— James. Eles e Anthony tinham um caso… ele disse que nós poderíamos ser grandes juntos… que ele tinha usado Anthony para nos destruir.

Minhas mãos foram para minha boca.

— Ah meu Deus! Que monstro é esse! Eu não.. não acredito nisso — falei nervosa.

— Bella, calma amor por favor.

Eu respirei fundo, colocando a mão em meu coração.

— Isso só pode ser uma piada, Edward! Eu quero eu mesmo matar esse loiro dos infernos. Como ele se atreve a beijar meu homem e sugerir isso? E ainda a culpa de tudo que Anthony fez é dele?

Ele apenas balançou a cabeça.

— Não consigo entender porque Anthony nunca me contou isso, ele podia ter confirmado quando teve o boato… eu perguntei para ele… Eu teria ficado ao lado dele e o apoiado. Ele era meu irmão, porra. Mesmo depois de tudo que fez, de tudo que eu fiz por ele… porque ele nunca me contou?

Anthony sempre seria um ponto sensível em Edward, eu sabia que parte dele sempre se sentiu culpado por tudo que havia acontecido com o irmão, que se perguntava onde tinha errado em ser um irmão com ele, mesmo que não tivesse errado em nada. Pelo contrário, mesmo depois de tudo meu marido não foi capaz de abandoná-lo.

— Eu não sei, Edward. Ele podia ter medo do que podia acontecer, como seu pai iria reagir… a Grand C.

— Nós somos a porra dos Grand Chefões, todos teriam que aceitar, nós não temos preconceito com isso, desde que sigam a regra da Grand C, o que as pessoas fazem no quarto não é da nossa conta, temos vários membros assim e clientes, respeita a todos.

Eu suspirei e acariciei seu cabelo.

— Agora não adianta mais ficar pensando nisso.

Ele se separou um pouco de mim e encarou bem dentro dos meus olhos.

— Eu preciso fazer uma coisa. Eu preciso de respostas.

— O que? — questionei, mesmo sentindo o que iria dizer.

— Eu preciso vê-lo.

Eu respirei fundo e tentei me acalmar. Abracei meu marido com força, sem dizer nada.

Depois de tantos anos, ele iria se reencontrar com seu irmão gêmeo traidor pela primeira vez.


NOTA DA AUTORA

Se ficou alguma dúvida: SIM ANTONY ESTÁ VIVO!

No próximo capítulo vamos descobrir como isso aconteceu, dem

Então comentem muuuuuito que volto logo com mais, está tendo tão pouquinho comentários que me desanima um pouco, mas sempre tento dar meu melhor para quem comenta e me acompanha sempre, meu muito obrigada a vocês!

Ansiosa para saber o que acharam do julgamento

Beijooos