Olá Pergaminhos e Nazarins, fechando mais um arco da minha fanfic Aquele que Voltou.

As consequências dos últimos acontecimentos serão sentidas, Ainz terá que lidar com isso.

Com vocês

Aquele que Voltou

Capítulo 57: Happy Hour

A cidade de Kamy Miyako estava destruída; em tempo recorde, a capital da Teocracia Slane fora parcialmente posta abaixo. O exército real se retirou silenciosamente ao cair da noite, Gargantua foi teleportado novamente para seu andar em Nazarick, e os habitantes da tumba começaram a se reunir no local mais frequentado ultimamente, o Bar.

O Bar de Nazarick foi criado originalmente por Blue Planet como um local reservado onde alguns integrantes da guilda poderiam relaxar. Mas, como tudo, esta sala também sofreu mudanças não previstas ao vir para o Novo Mundo. A principal característica era que, mesmo parecendo um local pequeno, nunca faltava lugar para sentar, não importa quantas pessoas estivessem lá.

O Bartender e Sous-Chef Clavu (ou Piki, como às vezes era chamado) já haviam visto o local comportar mais de trinta pessoas de diversos tamanhos. Ele não fazia ideia de como isso acontecia, mas acreditava que foi feito de propósito dessa maneira pelo seu idealizador.

Tudo isso era um exemplo de como a mudança de mundo afetou a Grande Tumba. Umas poucas linhas de descrição feitas por Blue Planet definindo que o local "sempre será aconchegante para todos que frequentar" fizeram com que magicamente o bar crescesse e se expandisse conforme aumentasse seu público ou diminuísse caso houvesse poucos frequentadores. Os móveis se adaptavam aos diversos tamanhos, e até mesmo um karaokê chegou a surgir em determinado momento.

Hoje o Bar estava particularmente cheio.

Em uma mesa estavam Mare, Aura e Antilene, que finalmente parecia ter se recuperado completamente e agora devorava a comida mais deliciosa que já havia provado.

— PELODEUS! *Nhom!nhom!nhom!* Isso é... UAU! Como se chama isso?

— S-se chama h-hamburguer, é a nossa comida preferida.

— Sim, a gente gosta muito disso, você devia provar o milkshake.

— Milkshake, lady Aura?

— Sim, essa bebida aí.

Antilene pegou o grande copo com a coisa que parecia lama, levou o canudo até na boca e tomou um gole cauteloso. Afinal, ela estava preocupada com qualquer coisa oferecida pela elfa negra, mas assim que o sabor atingiu sua língua, ela não conseguiu parar de beber até que tudo estivesse terminado.

— É INCRÍVEL! Gelado e cremoso... e esse sabor!? Nunca provei algo assim.

— Esse se chama chocolate, prove o de baunilha - disse Aura, gesticulando para Clavu trazer mais dois.

Ela mantinha o sorriso imaginando quantos milkshakes seriam necessários para fazer a meia-elfa dobrar de tamanho, talvez isso fizesse seu irmão ficar menos interessado.

...

Em outra mesa mais ao centro estava Renner. Ela aguardava seu "cachorrinho" chegar. O treinamento com Lord Cocytus fez maravilhas com a aparência dele. Ela o amaria de qualquer forma, mas ele ter um corpo altamente definido parecia ser um bônus.

Enquanto estava perdida em seus pensamentos, ela nem reparou nas três figuras que entraram: Lord Maligno Ganância, Lord Maligno Inveja e Lord Maligno Íra. Dois deles seguiram até uma área com um piano em um pequeno palco, mas um ficou parado em frente à mesa de Renner.

Levou alguns segundos para a ex-princesa perceber que estava sendo encarada por Íra. Ele havia reduzido seu tamanho para poder entrar no bar sem atrapalhar os outros, mas mesmo assim ainda era intimidador.

— O-olá, boa noite, posso ajudá-lo?

— Então você é aquela que gosta de fingir ser outra pessoa - disse ele.

Renner não sabia como reagir, ele a estava questionando? Por ter sido humana, será que ela era considerada uma farsa? Um falso demônio?

— E-eu não entendi...

— Você gosta de ser quem não é - disse ele, pegando a cadeira e a girando, sentando nela ao contrário - Eu também! Sabe, eu já fui Jaldabaoth uma vez!

— "Ser outra pessoa, ser quem não é, atuar, ELE ESTÁ FALANDO SOBRE ATUAR!!!" - E-eu, Ahan, sim eu gosto de atuar, acho que sempre gostei. Fiz o papel de princesa em Re-Estize.

— Eu ouvi falar disso, mas acho que foi seu outro papel que chamou mais atenção.

— Outro papel?

— O de humana, não é tão simples para nós demônios agirmos de forma tão boba quanto os humanos fazem, você viveu isso por anos, um feito considerável.

— O senhor acha mesmo? Eu sempre me imaginei diferente das outras pessoas. Acho que isso pode ter me ajudado.

— Claro, como Lorde Demiurge definiu mesmo? "Uma alma heteromórfica em um corpo humano."

— O senhor acha que sempre fui um demônio?

— Absolutamente sim, senão nosso mestre não teria lhe dado o presente de um novo corpo, nem deixado morar aqui.

— O senhor não sabe o quanto tais palavras me deixam feliz, e o senhor? Ouvi dizer que fez o papel em um momento crucial no Reino Santo.

— Áh! Realmente foi uma honra. Por meses, segui realizando uma atuação extremamente convincente do Rei Demônio. A primeira luta contra Lorde Ainz foi particularmente desafiante. Imagine lutar contra seu próprio mestre. Todos os meus instintos diziam para eu me ajoelhar e morrer. No final, tudo deu certo, mas infelizmente na última cena, Lorde Ainz insistiu que um dublê me substituísse. Eu estaria mais que honrado em morrer pelas suas mãos, mas nosso senhor falou que eu era indispensável para planos futuros - disse o demônio com grande orgulho.

— Então Jaldabaoth pode retornar?

— Provavelmente, um bis nunca é descartado.

— E o que o senhor tem feito ultimamente?

— Estou fazendo o papel de Rei Demônio menor na Masmorra de Treinamento, mas infelizmente ninguém ainda chegou lá, além de nosso senhor, Lord Pandora e Narberal Gama, é claro. Então, infelizmente, nem mesmo pude fazer o meu "Grande Discurso Malígno". É frustrante.

— Bem, eu adoraria ouvi-lo qualquer dia desses.

— É mesmo!!?

— Com certeza, poderíamos até ensaiar algo, se o senhor quiser.

— Seria ótimo, marcamos algo.

— Sim, Ah! Meu namorado chegou.- disse Renner.

— Oh! Não se preocupe, sei da situação com o jovem Climb, nós da tumba não comentaremos nada sobre sua natureza pregressa - murmurou o demônio - Então até mais, senhorita Renner, Climb, com licença. - se despediu o Lord Malígno Íra.

— Humm, adeus!? - respondeu um confuso Climb - Sobre o que conversavam?

— Por mais estranho que pareça, sobre teatro, senta que eu te conto, sabia que ele está...

...

A apenas algumas mesas dali, sentavam as Plêiades. Era uma das raras vezes onde todas estavam de folga, aproveitavam bebendo calmamente enquanto três crianças corriam desenfreadamente pelo local.

— Então, o que vocês acham? - perguntou Lupusregina.

— Está quase no horário de dormir, Lord Ainz diz que crianças precisam ter regras - disse CZ.

— Sim, NÃO! Sim, quero dizer, mas não sobre isso. O que a gente vai fazer com elas depois? Vulpes não pode ir para uma escola comum, desculpe, Yuri.

— Sem problemas, sei ao que você se refere, sua filha Vulpesregina, e as enteadas de Entoma, são herdeiras de nossas vocações.

— Charlotte e Anansi ainda são jovens, mas parecem ter afinidades mágicas.

— Então, o que faremos, irmãs.

— Só existe uma opção possível, Narberal querida, ensinaremos tudo.

— 'Solution tem razão, devemos começar nossas próprias escolas em Nazarick. Se alguém se mostrar mais predisposto em alguma área, essa será sua vocação. Devemos ensiná-las nossas artes.'

— A Arte do Veneno - falou Entoma.

— A Arte do Punho - falou Yuri.

— A Arte da Magia - disse Narberal.

— A Arte do Assassinato - disse Solution.

— A Arte das Armas - falou CZ.

— A Arte da Cura - disse Lupusregina.

— 'A Arte da Guerra' - completou Aureóle por mensagem.

...

Duas mesas ao lado estavam sentados os outros guardiões, Cocytus acabara de chegar.

— Então. Shalltear. Você. Teve. Sua. Vingança. Como. Se. Sente?

— Bem! Foi tão bom ver eles morrendo.

— Realmente? Meu. Orgulho. Como. Guerreiro. Não. Vê. Satisfação. Em. Derrotar. Criaturas. Tão. Fracas. Foi. Tão. Bom. Assim?

— Sim, quero dizer, não foi? Parece que falta algo, acho que teria sido melhor se eu pudesse rasgar cada um com as minhas unhas, mas nosso senhor disse ter planos, então tenho que me contentar.

— O Plano de Dez Mil Anos de Ainz-Sama deve englobar cada faceta desses acontecimentos. Eu mesmo não posso vislumbrar tantas opções, mas nosso senhor sabe exatamente o que cada ratinho fará nesse labirinto que ele criou - falou Demiurge com orgulho.

— Não me agradam as intervenções desse humano - resmungou Albedo.

— Fraulein, até mesmo a participação do Senhor Wild já deve ter sido incorporada aos planos de mein Vather. Nada escapa de sua percepção, nada.

— Ainda assim não preciso gostar dele. - falou a succubu virando sua bebida goela abaixo de forma nada feminina.

...

No balcão estava sentado TW, bebericando um drink chamativo com um guarda-chuvinha.

— Hoje parece termos um movimento incomum.

— É Piki, parece que bastante gente resolveu vir. Sebas está namorando Tuare no canto, tem várias empregadas homúnculos naquelas mesas, Kyouhukou, Grant e Ecleair com a Oni estão logo ali. OI ONI! - Falou TW acenando para a Mordomo que retribuiu efusivamente.

— Me pergunto se o senhor não tem nada a ver com isso.

— Talvez. Conversei com alguns, convidei outros, sugeri a ideia algumas vezes, mas outros vieram por conta própria.

— Sua influência não teve nada a ver com isso?

— Não! Eu não faria isso, acho que o pessoal percebeu que quando sugiro algo, eles podem se beneficiar com a ideia.

— E às vezes cobramos favores - disse Neuronist se juntando à conversa.

— Oi Neuro, como você está? Muito serviço?

— Muito, aquele reizinho elfo é bastante duro, mais do que a sua amiga, digo em questão de ego, chora como uma menininha cada vez que o descascamos até os ossos, assim que é curado a arrogância retorna.

— Talvez a cura o recupere mentalmente, deveria tentar doses menores e mais localizadas.

— É uma boa ideia. Então, está pronto para cumprir o nosso trato?

— Claro, meu convidado deve estar chegaaaando… agora.

Todos os olhares se voltaram para a figura que acabara de entrar pela porta... e se jogaram ao chão.

— TODOS SE AJOELHAM ANTE A PRESENÇA DE NOSSO SENHOR AINZ OOAL GOWN. - Proclamou a Guardiã Supervisora.

— 'Porque tem tanta gente aqui?!!' – Aham! Boa noite, podem se levantar e continuem… suas bebidas. Olá, Wild, é bom vê-lo aqui.

— Obrigado, Lord Ainz, eu estava conversando com Neuronist sobre algumas coisas.

— Ah! Neuronist Painkiller, eu não tive a oportunidade de agradecer pelos serviços prestados, as informações recolhidas do Rei Elfo são de um valor incalculável.

— E-eu estava apenas fazendo o meu serviço, meu senhor, apesar da dificuldade, acho que ainda há muito a ser retirado daquele ser.

— É mesmo? Então ele ainda tem segredos, tenho certeza que você, sendo tão eficiente, dará conta.

— Com certeza, Ainz-Sama, estou usando novos bisturis de metal prismático para… - Neuronist começou uma longa explicação sobre seu ofício.

TW e Ainz mantinham um olhar interessado enquanto tentavam manter disfarçadamente uma mão na têmpora.

— 'Achei que falaríamos em particular.'

— 'Se fosse assim eu teria ido ao seu escritório.'

— 'Então é uma armadilha.'

— 'Mais ou menos, acho que nesse momento seria bom você estar mais perto dos NPCs… olha, eu não vou chamá-los mais assim, eles estão vivos agora. Então... estar mais perto do pessoal. Além disso tenho um anuncio mais tarde, agora eu queria falar sobre amanhã.'

— 'Amanhã? Ah! Imagino sobre o que é, as consequências não é mesmo?'

— 'Isso, você sabe que usarão a queda da Teocracia para nos atacar.'

— 'Provavelmente já devem estar reunindo um conselho de guerra. Então acho que só me resta uma opção, não é?'

— 'Sim, se adiantar e atacar primeiro, acho que o local mais provável desse conselho é na Cidade-Estado de Argland.'

— 'Então, devo partir amanhã, uma luta será travada.' - Que interessante Neuronist, você poderá me falar mais quando eu for ver o Rei Elfo, mas agora preciso conversar algo com Albedo, com licença.

— Ao seu dispor Ainz-Sama. Ai ai! Que homem!

— Você está tão interessada assim? Você sabe que Ainz-Sama, como morto-vivo, provavelmente não deve ter esse tipo de interesse.

— Ah, ele tem!

— Como você sabe?

— Uma garota sabe, basta reparar em como ele olha a Guardiã Supervisora, o que é uma pena, eu poderia fazê-lo feliz. Mas e quanto ao senhor, senhor Wild, nosso trato está cumprido, ser elogiada na frente de todos superou meus desejos.

— Estou feliz então, mas você tem um olhar um pouco triste apesar disso, o que há?

— Humm, acho que percebi que talvez Ainz-Sama tenha gostos diferentes.

— Não fique assim, sabe, eu quero te apresentar uma pessoa - TW fez uns gestos chamando alguém do outro lado do salão - Neuronist Painkiller, gostaria de apresentar o Lord Malígno Íra, sabia que ele já foi…

— Jaldabaoth, sim conheço sua fama, mas nunca nos encontramos.

— É um prazer conhecê-la, já ouvi falar de seu serviço, uma inspiração usada na fazenda, gostaria de beber algo?

— Sim, obrigada - disse ela indo se sentar mais no canto do balcão.

— Ela é legal, mas você vai me dever um favor, Wild. - sussurrou o demônio.

— Sem problema, eu canto no casamento de vocês.

……………………………

Alguns anos depois

Jump up and shout now (woo)

Jump up and shout now (woo)

Jump up and shout now (woo)

Everybody shout now

Everybody shout now

Everybody, shout, shout

Shout, shout shout shout shout shout shout shout shout… *

— Aham! Senhoras e senhores, os noivos agora dançarão a valsa de despedida antes de saírem em Lua de Mel, palmas para o Senhor Lord Malígno Íra e a senhora Neuronist Painkiller Íra!

…………………………..

De volta ao presente

— COM LICENÇA A TODOS, GOSTARIA DE UM MOMENTO DE SUA ATENÇÃO! - falou TW - Obrigado. Gostaria de aproveitar a presença de tantos reunidos para agradecer. Agradecer o fim de um inimigo (Ainz assentiu com a cabeça), agradecer o fim de uma angústia (Shalltear desviou o olhar), agradecer a um novo começo (Antilene sorriu), agradecer por ter sido aceito por tantos (Albedo fechou a cara) - aquelas palavras pareciam ter significados diferentes para cada um - e como agradecimento por tudo isso, eu trago uma surpresa, é uma felicidade poder compartilhar com todos, o meu aniversário. Obrigado!

Neste momento, Clavu entra empurrando um carrinho com um grande bolo encima, Lords Malignos Ganância e Inveja começam um "Parabéns para Você" tocado ao piano.

Ainz não se contém e vai até o amigo para parabenizá-lo.

Os gêmeos e a semi-elfa estavam maravilhados com o enorme bolo colorido, enquanto a filha de Lupusregina e enteadas de entoma saltitavam à volta de Clavu.

Os presentes batem palmas e os guardiões não pareciam particularmente incomodados, apenas Albedo não se segurava.

— Filhodumap*! Ele acha que somos fantoches… - disse ela se levantando, mas foi parada pela mão de Pandora em seu ombro.

— Fraulein, acalme-se, pelo visto você não vê a oportunidade.

— Que oportunidade?

— De aprender, veja, é o aniversário do Senhor Wild, alguém que já foi um Ser Supremo, isso significa que os seres Supremos fazem aniversário, então significa que…

— Ainz-Sama faz aniversário!!! - disseram todos os Guardiões ao mesmo tempo.

— Pela surpresa, parece que ninguém sabe quando mein Vather comemora, então provavelmente só existe uma pessoa que talvez saiba quando é essa data.

— Oh não! Ele não! - gemeu Albedo olhando para o humano que recebia os parabéns.

...

Nota do autor

Olá pessoal, aqui a gente pode ver que Antilene se recuoerou e que Aura está tentando novas táticas com ela.

As Plêiades decidem iniciar suas escolas e descobrimos que as irmãs de Archer agora tem novos nomes: Charlotte e Anansi Barintacha Hierofantes, Inta deve ter pego os nomes enquanto visitava a biblioteca de Ashurbanipal, nomes relacionados com aranhas obviamente.

Sim eu casei Íra e Neuro, lidem com essa kkkkk