CAPÍTULO XXXV

Quatro meses haviam se passado.

Desde o baile, Marcel buscou a companhia de Rebekah todos os dias. Eles saiam para passear e conversar. Na maioria das vezes iam na companhia de Kol e Davina. Marcel queria deixar claro a todos em NOLA que a cortejava seriamente. Ele queria mostrar à vampira original loira quais eram seus reais sentimentos e intenções. Aproveitou cada momento com Rebekah para dizer que a queria, que nunca a esquecera, que sempre a amou. E também costumava pedir perdão por tê-la magoado, por ter sido covarde sobre seus sentimentos.

Marcel não pretendia ficar separado de Rebekah nunca mais em sua vida eterna. E a bela vampira, embora sentisse medo de se machucar novamente, não resistia à expectativa de finalmente estar com o homem que amava. E quando ele a pediu em casamento, um mês depois do aniversário de Davina, ela aceitou emocionada, e nunca se sentira tão viva desde que se tornara uma vampira. O futuro parecia promissor e seus sonhos iriam se tornar realidade.

Kol passou os dias cortejando Davina. Como ele previra, a companhia da jovem bruxa o distraíra de Elena. Ele conseguia ser ele mesmo com ela, e ela o aceitava como ele era. Kol falou de seu passado, de suas atitudes. E com um olhar amoroso e um abraço caloroso, Davina disse a ele que o importante era quem ele era agora. Kol não a amava, mas estava encantado com ela. Talvez ele pudesse chegar mesmo a amá-la um dia.

— Eu sei que você não me ama completamente, Kol. — Davina lhe dissera um dia, enquanto passeavam no parque — Mas eu sou paciente e sei que esse dia chegará.

— É verdade que não a amo, mas gosto realmente de você. Temo magoá-la por não oferecer o que você merece. — Kol disse com sinceridade.

— Eu não estou magoada, e não ficarei. Sei que essa é a realidade. Você a conheceu antes de mim, tiveram um relacionamento. Agora ela é viúva e você solteiro, nada os impede de ficarem juntos, mesmo assim vocês continuam separados. É por isso que eu tenho esperanças. O fato de você escolher estar comigo ao invés de com ela me diz que você deixou a história de vocês no passado. Um dia você vai me amar como nunca amou outra em sua vida.

Kol não sabia se isso era possível, mas desejava que fosse. Em todos esses anos, embora tivesse estado com muitas mulheres, ele nunca se esqueceu de Elena, nunca se apaixonou por outra. Sentiu-se atraído elas amantes, mas nunca sentira nada emocional ou profundo por elas. Por falar nas amantes, ele deixou as duas, depois de dar a cada uma delas uma quantia generosa como compensação, e se dedicou unicamente à Davina, assim como Marcel fez com Rebekah.

Depois de refletir, Kol decidiu que não queria ou precisava de outra mulher que não fosse Davina. A jovem bruxa era paz, tranquilidade e segurança para ele. Ele estava gostando um pouco mais dela a cada dia. Ele podia imaginar um futuro com ela, na presença de Marcel e Rebekah, como uma família.

Por falar em família, Kol se lembrou dos demais membros de sua família. Rebekah havia enviado um comunicado a todos sobre sua eminente boda. Ela informou aos irmãos que estava noiva de Marcel e que em breve seria seu casamento. Ela queria todos os irmãos em seu casamento. Isso implicava na presença de Klaus, e Kol temia que que esse dia chegasse.

Naquele momento, Rebekah bateu na porta da biblioteca onde ele estava e, sem esperar resposta, entrou.

— O que foi irmã? Estou ocupado. — Disse Kol pegando alguns papéis em suas mãos, fingindo examiná-los.

— Bem, só vim lhe dizer que Freya e Finn enviaram os parabéns pelo meu noivado, mas não poderão estar aqui para o meu casamento. Depois de tudo o que houve com nossos pais tentando nos matar, é difícil estar em Nova Orleans.

— E você está bem com isso?

— Sim. Eles ofereceram suas casas para que eu e Marcel possamos visitá-los. Acredito que faremos isso durante a lua-de-mel.

— Certo, e o que mais? Eu sei que você quer falar mais alguma coisa.

— Elijah está vindo, com Klaus. — Rebekah observou a reação de Kol.

— Bem, isso é bom, não? Uma reunião de família. Como é mesmo o lema? — Kol fingiu pensar — Sempre e para sempre! — Ele declarou com ironia.

— Não comece Kol — Rebekah revirou os olhos.

— Longe de mim. Há tempos eu me conformei com ser excluído.

— Isso ficou no passado. O que importa agora é Elena. — Rebekah estava visivelmente preocupada.

— O que tem ela? — Kol voltou a olhar para os papéis, fingindo indiferença.

— Klaus vai descobrir que vocês não estão juntos. Ele pode machucá-la, Kol, você sabe disso.

— Você se importa mesmo dela? — Kol questionou.

— Claro que sim. Considero ela uma boa amiga, irmão. Elena já sofreu muito em sua vida para passar por mais. Especialmente nas mãos de Klaus, ou nas suas.

— Você não tem que se preocupar comigo. Verei uma forma de continuar mantendo Klaus longe dela.

— Será quase impossível, visto que você está comprometido com Davina. Pelo que eu me lembro, você estar com Elena era a única maneira de manter Nick longe dela.

— Ainda não oficializei meu compromisso com Davina. Além disso, o casamento não impede que eu tenha uma amante. Só preciso garantir a Niklaus que Elena permanece ligada a mim, mesmo estando em Mystic Falls.

— Nesse caso, espero que você consiga mentir muito bem, Kol.

— Você a convidou para o casamento? — Kol questionou a irmã.

— Sim, mas tenho certeza de que ela não virá.

— E você vem me falar em manter Klaus longe dela! Você nem devia convidá-la. Se ela vier com Niklaus aqui...

— Eu sei, não pensei na hora de enviar o convite. Mas pensando bem, ela não virá exatamente por isso, mas eu queria convidá-la mesmo assim.

— Torça por isso querida irmã.

— Se ela vier, eu mesma a defenderei do nosso irmão.

Rebekah saiu batendo a porta Rebekah, e Kol se perguntou se mentir seria suficiente para Klaus, se sua palavra bastaria. Sentia uma necessidade de garantir a proteção da doppelganger. Sabia que sempre se importaria com ela. Teria que ser convincente com o irmão sobre Elena.