Olá Pergaminhos e Nazarins, outro capítulo da minha fanfic Aquele que Voltou fresquinho para vocês.

Chegou a hora das Rosas Azuis conhecerem a nova Guilda dos Aventureiros.

Com vocês

Aquele que Voltou

Capítulo 47: A Guilda

Conforme os dias seguintes rapidamente passavam, as explorações para conhecer o novo ambiente continuavam. Neste dia, em particular, decidiram que já era hora de visitar a Guilda dos Aventureiros, então se dirigiram cedo para a parte antiga da cidade. Passaram pela antiga muralha, hoje chamada de Muralha Interna, e se depararam com uma cidade desconhecida.

— Isso não pode estar certo.

— O quê?

— A cidade, não reconheço nada - disse Lakius em aparente confusão.

— Sim, chefa, tudo parece diferente, mas olha ali, aquela loja, você lembra dela, né?

— Claro, Gargaran, mas não havia prédios como aqueles dos lados, e as ruas estão em posições diferentes.

— Acho que tudo foi reformado, pelo que descobri.

— Mas, baixinha, faz menos de um ano. Como eles fizeram tudo isso em menos de um ano?

— Use a cabeça, monte de músculos, mortos-vivos, imagine um exército incansável, que não para nunca e faz exatamente o que é mandado. Então você tem algo assim.

— Fiuuu! E eles estão usando para trabalhos.

— Já sabemos onde estamos - disseram as gêmeas - a Guilda dos Aventureiros é por aqui.

Após alguns quilômetros, chegaram ao seu destino. Ao entrarem no salão, todos os olhos se voltaram para elas.

— Bem-vindas à Guilda dos Aventureiros, posso ajudá-las? - disse a atendente, uma jovem de aparência peculiar, muito bonita, treinada e recém-formada do Instituto.

— Sim, obrigada. Me diga, a cidade parece toda diferente, mas a Guilda, ela está quase exatamente igual ao que me lembro. Por quê?

— Ah, sim! Isso foi uma escolha do Mestre da Guilda, Pluton. Ele imaginou que manter uma aparência conhecida ajudaria na transição.

— Transição?

— Sim, a Guilda dos Aventureiros está passando por uma remodelação em seu propósito.

— Ouvimos falar disso, agora vocês farão apenas explorações - disse Gargaran.

— Na verdade, não. É um erro comum, mas a Guilda continua realizando serviços que requerem uma atenção diferente. Por exemplo, busca por desaparecidos, escolta, eliminação de algum monstro não inteligente, além da exploração de cavernas, ruínas e afins. Tudo isso não pode ser feito pelas forças de segurança, mas o foco progressivamente será a exploração do desconhecido.

— Então vocês ainda fazem o mesmo e um pouco mais, mas o quadro de serviços parece meio vazio, como os aventureiros se sustentam?

— Sim, houve uma diminuição dos serviços comuns na nossa região. Afinal, dentro da cidade, há segurança. Mas mesmo assim, existem aqueles que acham que podem se esquivar da lei. No entanto, os Cavaleiros e Linchs resolvem rapidamente tudo isso. Fora da cidade, seu efeito e alcance se tornam menores à medida que se afasta de E-Rantel. Então é nesses locais que os pedidos são feitos. Aqui só chegam aqueles que precisam de urgência ou são perigosos demais.

— Mas a sala está cheia! – apontou Evileye.

— Sim, alguns aventureiros estão esperando orientação e os recursos para as expedições de exploração financiadas por Sua Majestade. Missões que podem durar meses e até anos para serem concluídas. Mas a maioria está aqui pela Masmorra.

— Mas, o que exatamente é essa "Masmorra"? - perguntou a líder das Rosas Azuis, assumindo a conversa.

— Certo, a Masmorra de Treinamento é exatamente o que o nome diz, uma área de treinamento imitando um ambiente hostil.

— Então é apenas um labirinto.

— Não apenas isso, ela simula vários locais diferentes, com perigos característicos a cada um deles.

— Vários locais, você quer dizer. Mas então onde ela fica? Fora da cidade?

— Não, não, não, ela fica aqui, bem embaixo de nós. Afinal, é uma masmorra - disse a recepcionista com um sorriso condescendente.

— Então... como funciona?

— Bem, para os aventureiros que nunca participaram, é obrigatório começar pelo primeiro andar e ir avançando. Seu progresso será registrado e, na próxima vez, poderão continuar de onde pararam ou refazer o percurso.

— Qual a vantagem de recomeçar?

— Nos níveis mais altos, quase nenhuma, mas nos níveis mais baixos seria para ganhar experiência, se aprimorar e acumular Tolkens sem risco e a um pequeno custo. Assim, quando chegarem novamente ao andar em que pararam, talvez estejam mais confiantes para progredir.

— E os materiais? Poções e armas, a Guilda fornece algo?

— Somente o local para adquiri-los. Afinal, a masmorra fornece um treinamento com risco relativamente baixo.

— Relativamente?

— Sim, em toda aventura existe a possibilidade de ferimentos. Aqui não é diferente. Se vocês não se prepararem o suficiente, adquirindo as poções necessárias, armas ou equipamentos de emergência, podem correr grandes riscos se não souberem a hora de recuar em uma missão. Isso também influencia na sua classificação final.

— E no caso de riscos como... morte?

— Sim, nos primeiros andares a chance de morte é baixa. Aventureiros de nível cobre poderão ter dificuldades. Mas a qualquer momento, se desistirem, basta pedir para encerrar. O Linch posicionado na sala terminará a sessão e fornecerá auxílio de emergência, se necessário. Já nos andares mais profundos, o perigo é muito maior. Além das armadilhas, existe a chance de não conseguirem encerrar a sessão a tempo devido aos inimigos ou por não perceberem o fim iminente de seu grupo. Isso pode levar à morte e, como mencionei, afetar a classificação. Afinal, perceber qual é o seu limite faz parte de ser um aventureiro.

— E no caso de morte? - perguntou Evileye.

— Em caso de morte, se o aventureiro tiver níveis suficientes, será realizada a ressuscitação sem custo. Afinal, é nossa responsabilidade zelar pela segurança. Caso não possuam níveis suficientes, arcaremos com o custo do enterro.

— Então, o que a Guilda ganha ao fornecer o centro de treinamento são aventureiros mais experientes e habilidosos. Por sua vez, o Reino pode financiar esses grupos mais eficientes para realizar suas "explorações".

— Sim.

— E os aventureiros ganham apenas a experiência.

— Não apenas isso, como a Guilda recebe financiamento do reino. Alguns inimigos carregam itens que podem ser vendidos e há recompensas à medida que esses grupos progridem.

— Somos pagos! - exclamaram as gêmeas.

— Sim, com a moeda da Guilda, ou como a chamam, Tolkens. A cada andar, vocês recebem uma recompensa como se fosse o pagamento por uma missão. Essas recompensas só podem ser gastas na Guilda. A cada cinco andares, há uma loja característica onde essa recompensa pode ser trocada por mais mantimentos para continuar ou, se desejarem, os Tolkens podem ser gastos na loja principal para adquirir equipamentos.

— Que tipos de equipamentos? - Gargaran perguntou muito interessada.

— Armaduras, anéis, colares, alguns imbuidos com magia e com preços variados. Mas o que realmente se destaca são as Runecrafts.

— Armas Rúnicas!!

— Sim, armas, peças de armaduras, além de itens para o dia a dia, como os anéis de luz e calor. Estes são indispensáveis nos andares de caverna e gelo.

— Vocês têm um andar de GELO! - Lakius exclamou admirada.

— Sim, temos um andar de gelo, e de fogo e selva.

— C-como vocês têm um ambiente de selva abaixo da terra? Como funciona?

— Magia. Ela faz crescer qualquer coisa em qualquer lugar – disse a atendente com o mesmo sorriso – Mas me deixe explicar cada um. O primeiro andar é o esgoto com inimigos comuns que você encontraria lá, o segundo é um descampado, o terceiro deserto, o quarto é uma caverna e o quinto um labirinto. Depois disso, os andares se repetem, mas a configuração e a dificuldade mudam, assim como o tipo de "inimigos" e sua quantidade. Por exemplo, o descampado se transforma em um bosque no andar 7 e em uma floresta densa no andar 12. Já o labirinto no andar 15 será um grande e complexo templo.

— Então existem 15 níveis?

— Na verdade, são 21, mas apenas aventureiros acima do nível Adamantite chegam lá.

— Mas nós somos Adamantite, não há nível acima disso – afirmou Lakius surpresa, pensando que apenas os heróis lendários atingiam esse nível.

— Isso era antes. A senhora não imagina quantos grupos foram reclassificados pelo novo padrão estabelecido. A maioria foi rebaixada, mas depois de algumas tentativas, alguns conseguiram recuperar sua antiga classificação.

— Então eles só precisam alcançar um certo andar.

— Não apenas isso. Eles serão avaliados pelos Linchs e pelo observador humano, geralmente um aventureiro veterano como o senhor Mochnak. Critérios como prudência ou organização são importantes. Afinal, não basta ter um grupo forte, mas também dinâmico.

— Mas apenas passar pela Masmorra não pode ser o único critério para a classificação?! – Lakius exclamou com um tom um pouco indignado.

— Não, não pode. A experiência conta muito, mas é apenas um critério para a avaliação. Afinal, este é um ambiente controlado, então funciona mais como um teste de habilidade na hora da classificação.

— Então... alguém já atingiu esse novo nível?

— Apenas um, o grupo de aventureiros Darkness, obviamente. O Herói Momon e a Princesa Nabe foram os únicos que completaram a Masmorra e alcançaram o novo nível, Classe S - disse a atendente entre suspiros.

As Rosas Azuis não se surpreenderam ao ouvir os nomes, mas não sabiam dizer em qual deles o suspiro foi mais profundo.

— E o que há no último andar? – perguntou Evileye.

— AH! Não posso dizer. Na verdade, quem chega ao último andar deve manter sigilo. Afinal, não queremos estragar a surpresa, não é?

— Certo, gostaríamos de nos inscrever.

Lakius queria saber até onde conseguiriam ir e qual era a diferença entre elas e Momon.

— Muito bem, aqui está o contrato padrão, assinem aqui, rubriquem ali, paguem a taxa lá, peguem sua cópia aqui e obrigado por se juntarem à Nova Guilda dos Aventureiros de E-Rantel. Por favor, se quiserem, podem ir até a loja ou aguardar no salão perto daquela porta até serem chamadas. Próximo!

As aventureiras foram à loja, uma das poucas modificações visíveis, pois ela ficava do lado oposto ao painel de pedidos. Lá, em um amplo espaço, havia vários conjuntos de armaduras completas em ambos os lados, armas nas paredes organizadas por tipo e expositores no centro da sala com várias coisas como anéis, colares, itens, facas e lâminas de arremesso, que chamaram a atenção das gêmeas.

— Bom dia, senhoras, gostaram de alguma coisa? - disse a atendente, novamente uma figura exótica, outra recém-formada do Instituto.

— Estamos apenas olhando – disse Lakius – quanto custa uma poção?

— As comuns custam 1 crânio de ouro, mas...

— Quanto é este martelo, senhorita? – interrompeu Gargaran.

— Meu nome é Missy, estou à sua disposição. O preço está anexado. Deixe-me ver... este é um Martelo de Guerra, com duas runas, Resistência e Fogo. Custa 50 Crânios de Ouro ou 200 Tolkens.

— Crânios de ouro, a moeda do Reino Feiticeiro. – resmungou Lakius.

— Oficialmente, ela não é chamada assim, mas acho que Sua Majestade não se importa. Caso contrário, já teria estabelecido alguma regra proibindo o uso desse nome pela população.

— Ainda assim é barata, uma arma encantada como essa deveria custar pelo menos uma platina, mesmo com esses Tolkens. Depois de várias incursões, nós podemos acumular mais do que o necessário para comprá-la. Vocês não têm medo de alguém tentar roubar algo daqui?

— Ah, não – disse a atendente enquanto a armadura no canto se mexia para se tornar visível – há sempre um guarda de prontidão, usando uma armadura dourada exatamente para que não o identifiquem imediatamente. Todas olharam para o Cavaleiro da Morte que usava algo diferente do habitual.

— Eu não sabia que vocês podiam usar equipamentos - murmurou Evileye.

— Sobre nossos preços, eles são um pouco mais baixos para os membros da Guilda dos Aventureiros. A principal diferença é a disponibilidade de algo específico, pois uma loja não pode ter tudo o que é fabricado.

— Certo, vamos entrar na Masmorra, então gostaríamos de adquirir algumas poções. Acredito que nossos recursos serão suficientes.

— Muito bem, do que gostariam? Temos medicamentos, emplastros, poções de cura básica e avançada, poções de mana, de resistência...

— Você mencionou "avançadas"? – Lakius se surpreendeu.

— Sim, assim como as de resistência, essas são poções novas, garantia Bareare. Por enquanto, apenas nós as vendemos para aventureiros mais experientes. Se vocês tiverem um nível mais alto, precisarão de menos poções para se recuperar completamente. São essas roxas aqui. Quanto às poções de resistência, são as brancas. Elas aumentam sua resistência por um período, úteis para lutas prolongadas. Mas alguns aventureiros têm procurado por elas para outros usos – disse a atendente com uma piscadela.

...

NOTA DO AUTOR

Olá, gostaria de comentar um problema que eu tenho com a questão monetária do Novo Mundo, sem muitas referências eu não sei exatamente quanto algo deve custar, assim pode haver algumas discrepâncias.

Para o preço da poção comum eu me baseei no custo da poção perdida de Brita ( 1 ouro e 10 pratas), e quanto Lizzie Bareare ofereceu pela poção vermelha (32 ouros), assim imagino que Ainz deve estar fazendo preços melhores como atrativo para a Guilda e propaganda das novas poções.

Já sobre o preço das armas rúnicas estou apenas chutando mesmo kkkkkkkk .

Os Tolkens para mim são aquelas fichas que você ganha nos fliperamas para trocar por brindes, no caso itens, somente quem faz varias corridas na Masmorra ou vão muito longe conseguem acumular o suficiente para comprar coisas realmente legais