Não sou o autor das histórias ou personagens de Fate/stay night ou de Boku no hero academia, todos os direitos reservados aos seus respectivos criadores
"Falando"
"GRITANDO"
'Pensando'
"GOLPE ESPECIAL/FANTASMA NOBRE"
Muitos acreditam que são os sonhos das pessoas que movem a humanidade para frente. Alguns sonham com serem famosos por todo o mundo, outros em revolucionar em suas respectivas áreas de trabalho de tal maneira que o rumo de toda a história humana poderia mudar para sempre. Mas também há aqueles que sonham com poder, o poder de realizar as suas maiores fantasias, de controlar tudo e a todos, de que o impossível se torne a sua nova realidade.
Então, a humanidade repentinamente passou por uma mudança brusca, e os sonhos, se tornaram realidade.
Tudo começou a duzentos anos atrás na cidade de Qing Qing na China, com a notícia do nascimento de um misterioso bebê que conseguia emanar luz do seu corpo. Pouco tempo depois, fenômenos semelhantes foram noticiados pelo mundo inteiro. Pessoas capazes de mover objetos com a mente, expelir fogo, criar gelo e muitos outros poderes que nunca antes foram vistos surgiram um apôs o outro. Enquanto outros se manterem escondidos nas sombras, longe dos olhos das demais pessoas.
Muitas teorias surgiram tentando entender como tal evento iniciou-se, mas a causa desses poderes nunca foi descoberta, e no início houve caos. Muitas pessoas deixaram o fato de terem poderes subirem as suas cabeças e os indivíduos super especiais foram taxadas como monstros, capturadas e submetidas a experimentos desumanos. Mas à medida que o tempo passou, o que uma vez foi taxado como extraordinário, é atualmente encarado como algo corriqueiro por toda a população mundial.
Atualmente, aproximadamente oitenta por cento de todas as pessoas do mundo desenvolveu habilidades únicas denominadas de "peculiaridades". Fazendo a humanidade entrar em uma nova era, uma sociedade de super humanos. E desse mundo repleto de caos, surgiu uma nova profissão, a qual as pessoas que apenas desejavam pelos seus sonhos mais loucos puderam dar vida a eles. Assim, esse ofício deu um passo às luzes da realidade.
O grande fenômeno acompanhou-se pelo aumento nas taxas de criminalidade e enquanto as nações se preocupavam em efetuar mudanças radicais nas suas respectivas leis. Homens e mulheres corajosos, inspirando-se nos personagens fictícios, trajaram o lendário "manto do heroísmo".
Eles começaram policiando este novo mundo e defendendo os inocentes do mal. Subitamente, por meio da opinião pública massiva, o heroísmo ascendeu a uma profissão legalizada. E graças aos seus repetidos méritos em serviço eles começaram a serem remunerados pelo governo de suas respectivas nações e reconhecidos pela população. E o que uma vez foi um ato vigilante criticado por muitos, ser tornou a profissão mais admirada que todos queriam ter quando crescer.
Mas e os outros vinte por cento das pessoas? O que houve com elas? Como passaram a viver nesse mundo aonde o seu anteriormente normal é considerado o novo anormal? Alguns se perguntam, e essa história, talvez, poderá responder algumas delas.
Pois esse é o relato de como um menino que foi alvo de insultos e piadas por muitos acabou se tornando um herói, não o maior de todos, mas o melhor que ele conseguiu ser. Salvando e ajudando aqueles que pode e fazendo o seu melhor para confortar aqueles com quem ele falhou.
Lutando contra o maior mal de todos, um ser tão perverso que era considerado um rei demônio por muitos, seguindo em frente, movido pela vontade de livrar uma pobre e miserável alma do seu constante sofrimento, já que ele não era capaz de salvá-lo, esse era o melhor que aquele herói garoto pode fazer.
Ajudar o maior número de pessoas possíveis era e foi até o fim, o seu único e maior desejo, mas mesmo assim, a verdade que nem todos poderiam salvados sempre o lembrava de não se desviar sobre o caminho que ele havia encontrado. O peso de todas as suas responsabilidades era pesado de mais para apenas uma pessoa carregar. E foi graças aos aliados que o garoto fez durante a sua jornada que ele não foi esmagado por esse peso e caiu em desespero.
Continuando sua trajetória, lutando sem nenhum arrependimento no seu coração, pois esse era o caminho que ele quis seguir, nunca estando sozinho em nem momento. Afinal, seu corpo era feito incontáveis de espadas.
Perto do centro da cidade de Musutafu, em uma creche estando nos seus últimos minutos de aula, em uma das salas haviam várias crianças entre quatro e cinco anos ansiosas para voltarem as suas respectivas casas ou passarem o tempo com seus amigos durante a tarde. Entre elas, um garoto com o cabelo verde-escuro e olhos cor verde-esmeralda, com pintas que formavam o desenho de um losango em baixo de cada olhos, o seu nome era Izuku Midoriya. Estava tão alegre e animado quanto os seus colegas, mas não pelo mesmo motivo.
Quando o sinal que marcava o fim das aulas finalmente tocou, quase todas as crianças saíram correndo da sala ao mesmo tempo. Izuku estava ansioso para poder chegar logo em casa, mas já que seu compromisso não era tão cedo durante a tarde, não havia motivos para ele se apressar tanto. Ele pegou a sua mochila e em direção a porta, o pequeno garoto de pelo verde estava prestes a sair pela porta quando alguém repentinamente chamou pelo seu apelido.
"EI DEKU, ESPERA AI!" Izuku não tinha muitos amigos, e muito menos ainda o chamavam por esse nome. Apesar de não gostar do significado por trás dele, era um nome que seu melhor amigo havia pensado exclusivamente para ele, então ele havia o aceitado com muito orgulho.
Izuku parou o seu passo e se virou para sorrir para aquele que ele considerava a pessoa mais incrível do mundo, atrás apenas do próprio All might. Katsuki Bakugou, um garoto nos seus quatro anos, com o cabelo loiro claro espetado para os lados, olhos brilhantes de um vermelho intenso e um sorriso confiante sempre presente em seu rosto, olhava para Izuku com um olhar de alegria apenas contida.
"Oi Kacchan, o que foi?" Izuku respondeu rapidamente e o sorriso de Bakugou se tornou maior ainda com a resposta imediata de um de seus admiradores mais fiéis.
"Eu e os outros extras aqui vamos até a floresta como sempre para brincar de heróis e vilões. E você com certeza vai com a gente, não?" Bakugou respondeu enquanto apontava para os seus outros dois amigos atrás dele.
Como se Izuku já tivesse ido imediatamente até ele para o acompanhar depois do final da aula. O sorriso de Izuku vacilou apenas por um instante antes de voltar quase no mesmo segundo.
"Desculpa Kacchan, hoje eu não vou poder acompanhar vocês, tenho que chegar cedo em casa hoje." Izuku respondeu da forma mais doce e gentil que sua mente de quatro anos conseguiu achar.
"Hein?" No mesmo momento, o rosto de Bakugou deixou e sua expressão feliz para dar lugar a uma de completo enojo, uma expressão que não se esperaria ver em um garoto de sua idade.
"O RAIOS VOCÊ TEM MELHOR PARA FAZER DO QUE BRINCAR COM A GENTE, DEKU!?" A tarde mal havia começado e Katsuki Bakugou já estava se irritando por algo não estar indo como deveria acontecer, segundo ele próprio.
"Não é isso Kacchan, é que hoje eu tenho que chegar cedo em casa porque eu e minha mamãe vamos ao médico mais tarde." Izuku respondeu calmamente sem se incomodado com os gritos de seu amigo. Ele já tinha passado tempo o suficiente com Bakugou para saber que esse era apenas a sua maneira de ser.
"humn?" O rosto de Katsuki se suavizou um pouco com a resposta de Izuku, mas ainda estando com a testa um pouco franzida por não intender o porquê o extra tinha que ir a um médico.
"Médico? Pra que raios você precisa ir a um médico Deku? Tem algo de errado de você ou algo assim?" Katsuki respondeu sem pensar direito em suas palavras, sem se importa que a sua maneira de falar pudesse acabar entristecendo seu colega caso ele realmente estivesse passando por algo.
"Não, nada disso. Eu estou bem, é só que já que minha peculiaridade não se manifestou ainda, eu e a mamãe vamos ao médico para sabemos qual será a minha peculiaridade." Izuku disse sem abandonar seu entusiasmo.
"Mas obrigado por se preocupar por mim, mas eu realmente estou bem ok?" Ele complementou estando ainda mais feliz do que antes, porém não se dando conta do real motivo pelo qual Bakugou havia se dado o trabalho de perguntar.
"A é? Acho que tudo bem então." O jovem loiro respondeu enquanto dava os ombros, seu rosto mostrando um desinteresse completo sobre o assunto.
"Bem, tanto faz. Porque não importa qual seja a sua peculiaridade, ela com certeza não vai ser nada em comparação a minha!" Ele respondeu enquanto levantava a suas mãos para o alto, pequenas fagulhas de mini explosões surgiram da palma delas para enfatizar o seu ponto.
"Afinal, o ajudante de um herói nunca pode se destacar mais do que o próprio herói." Bakugou respondeu como se o que ele dissesse fosse uma lei universal que todas as pessoas deveriam seguir.
"Bom, já que você não vem hoje, vê se aparece na minha casa amanhã sedo então." Hoje era o seu último dia de aula da semana e amanhã era o dia de folga. Bakugou sabia que Izuku, assim como ele, terminaria de fazer qualquer lição de casa rapidamente para que eles dois pudessem brincar juntos durante o dia inteiro.
"E amanhã é melhor que você já tenha descoberto qual é o seu poder de extra, já ficou chato te dar uma surra toda vez que brincamos. Você realmente não serve nem pra ser um vilão, Deku!" O que deveria ser um simples convite de um amigo para outro, de alguma forma acabou se tornando uma exigência e um insulto simultaneamente.
"Sim!" O pequeno jovem de pelo verde respondeu com a sua animação se quadruplicando, mesmo que Bakugou e seus amigos sempre exageravam um pouco na quantidade de força quando eles brincavam. Ele se sentia muito feliz por o seu melhor amigo o permitisse brincar com ele e os demais.
"E quando eu finalmente ter minha peculiaridade, nós vamos nos tornar heróis tão incríveis quanto All might!" Ele respondeu enquanto um grande sorriso cheio de dentes se formava no seu rosto. Izuku sempre quis ser um herói desde a primeira vez que explicaram para ele o significado dessa palavra. Os heróis eram pessoas incríveis que ajudavam as outras pessoas, então ele definitivamente seria um herói.
Entre tanto, por alguma razão estranha, às vezes quando Izuku pensava em seu sonho, ele sentia que algo distante, bem no fundo de sua mente, se incomodava profundamente com tal ideia, como se isso ofendesse essa parte dele mesmo, de alguma maneira. Mas sempre que essa sensação estranha surgia, ela também desaparecia como vapor quase que no mesmo instante. Então Izuku nunca se incomodava em perder seu tempo pensando nisso e ignorava o sentimento enigmático.
"Ha! Tá bom, sei." Bakugou respondeu achando mais engraçado as palavras do seu colega extra do que qualquer outra coisa enquanto saia pela porta da sala acompanhado pelos seus outros dois admiradores.
"Até logo, Kacchan. Eu vejo você amanhã quando eu tiver minha peculiaridade!" A despedida Izuku ao seu melhor amigo caia em ouvidos surdos enquanto Katsuki virava a esquina do corredor. Por alguns segundos, o pequeno garoto de pelo verde se sentiu um pouco magoado pelo amigo ter o ignorado. Então ele lembrou o que o aguardava durante essa tarde e seu ânimo voltou ao seu esplendor inicial.
Retomando o mesmo passo de antes de ter sido interrompido, Izuku iniciou seu caminho para volta casa. Por viver sozinho com sua mãe, por ela ter que trabalhar desde manhã cedo e eles não terem um carro. Izuku sempre teve que voltar para casa sozinho ou acompanhado Bakugou, o qual fazia isso, pois era obrigado pela sua própria mãe. Mas na mente sua inocente mente de criança, o seu melhor também gostava de passar um pouco mais de tempo com ele.
Izuku nunca havia sido buscado pelo seu pai porque ele sempre estava trabalhando fora no exterior. Se não fosse pelas fotos em sua casa, ele provavelmente não saberia como era o rosto de seu próprio pai. Mas eles sempre podiam conversar um pouco quando ele ligava pelo celular da sua mãe ao menos uma vez por mês, então Izuku estava satisfeito com isso.
Apesar de Izuku não gostar de estar sozinho na rua, ele não estava tão assustado quanto ele poderia, afinal, mesmo que um vilão aparecesse, um herói com certeza viria logo depois para o salvar, era isso que os heróis fazem certo? Eles salvavam todos não importasse o que, certo?
Mesmo acreditando fielmente em sua ideia pura e infantil do conceito de um herói, ele não pode deixar de sentir esses estranhos sentimentos no fundo da sua cabeça. Dessa vez havia sido uma estranha e confusa mistura entre raiva, enojo, tristeza e... Culpa? Izuku não entendia bem essas sensações dentro de si mesmo, mas ele fez como sempre, balançou a cabeça e ignorou o que acabava de acontecer como se não houvesse ocorrido.
Depois de uma caminhada, Izuku finalmente chegou no seu complexo de apartamentos, ele subiu a escadaria lateral do seu prédio até o quarto andar e continuou seguindo pelo corredor até a quinta porta. Apoiando a sua mochila em um dos seus ombros, ele pegou o seu par de chaves e destrancou a porta para entrar logo em seguida.
"Eu estou aqui, hihihi!" Izuku riu da sua própria piada por dizer a frase característica de seu herói preferido ao invés de típica frase de aviso quando se chega em casa.
"Olá Izu-kun." Sua mãe, Inko Midoriya, uma mulher adulta em seus trinta e um anos, o cumprimentou enquanto via o seu filho trancar a porta de casa e tirar os seus sapatos para entrar.
"Como foi seu dia hoje querido? Aconteceu algo de interessante na escola ou no caminho de volta?" Ela perguntou tranquilamente, apesar de sempre se preocupar em ter que deixar o seu filho voltando para casa sozinho.
"Não, hoje a aula foi normal e eu não consegui ver nenhum herói enquanto voltava para casa." Izuku respondeu rapidamente e o seu ânimo diminuiu consideravelmente. Ele realmente adorava poder ver os heróis em ação. Isso fazia ele querer ainda mais a sua própria peculiaridade para poder ser como eles o mais cedo possível.
Esse pensamento fez com que toda sua energia voltasse de uma vez, Izuku se apressou para terminar de tirar os seus sapatos vermelhos e correu até a sua mãe que estava sentada no sofá da sala.
"Mamãe! Mamãe! Já podemos ir ao médico para saber qual é a minha peculiaridade!?" Izuku disse enquanto pulava e se sentava de joelhos no sofá ao lado de sua mãe. Inko apenas sorriu enquanto assistia o entusiasmo de seu filho.
"Ainda não bebê, só vamos sair para a consulto com o doutor daqui a duas horas." Ao concluir sua frase, notou como a alegria de seu filho sumia para dar lugar a uma onda de decepção. Sempre partia o seu coração ver seu filho triste dessa forma, porém ela teve uma ideia de como animá-lo, mesmo que ela mesma não gostasse muito disso.
"Bem, a mamãe ainda estar um pouco ocupado resolvendo alguns assuntos de casa. Então que tal você ver o seu vídeo favorito de novo?" Ela propôs já sabendo a resposta. O sorriso de Izuku não só havia retornado, mas como também estava tão grande e brilhante que poderia competir com a do próprio All might.
"SIM!" Izuku gritou de alegria enquanto corria para seu quarto, pegava a sua mais recente figura de ação de All might comprada na estante e sentava na cadeira em frente ao seu computador.
"Mamãe, anda logo! Rápido!" Agora sua alegria era tão grande que ele não conseguia mais se conter, a agitação era tamanha que ele sacudia a cabeça para frente e para trás sem parar.
"Calma, calma Izu-kun. Sinceramente bebê, de tanto você assistir esse vídeo já deve ter milhares de visualizações." Sua mãe sorriu enquanto pesquisava no computador o vídeo tão querido por seu pequeno filho. Ela clicou em iniciar e começou a se afastar lentamente.
"Já que é bem assustador para a mamãe, eu vou deixar você aqui assistindo tudo bem?" Para Inko, eram realmente muito pesadas as senas nessa gravação, ela já não tinha um espírito muito forte para esse tipo de situações. Então ela tentava evitar coisas assim o máximo possível, e mesmo que ela não gostasse da ideia de seu filhinho de apenas quatro anos ver esse tipo de conteúdo. Não tinha como ela tirar o prazer se seu bebê em ver tudo relacionado aos heróis.
Izuku só havia percebido que sua mãe tinha se afastado quando o vídeo se iniciou, essa era uma gravação de momentos de grande tensão após um grande desastre.
A câmera estava tremula e a qualidade da imagem não era das melhores, mas era o bastante para mostrar o que um homem, em meio a tanto caos, queria imortalizar em forma de vídeo. A imagem estava desfocada e não conseguia forcar direito no que estava acontecendo. Vários focos diferentes de luz confundiam a pequena e simples inteligência artificial da câmera para se ajustar automaticamente a luz do ambiente aonde ela se encontrava.
Após os primeiros dez segundos, a imagem finalmente havia se ajustado para mostrar um senário dos destroços de uma parte de uma cidade. Os antigos focos de luz se revelaram com múltiplos incêndios acontecendo simultaneamente, um prédio inteiro havia sido derrubado no que Izuku acreditava ser o resultado de uma grande luta entre heróis e vilões.
Era possível ouvir o som das sirenes de caminhões de bombeiras, ambulâncias, carros da polícia e de várias pessoas gritando. Não de desespero ou medo, mas tentando colocar ordem em meio a tudo essa confusão. Mas isso não era o real motivo de Izuku querer ver esse senário de fim de mundo, o que ele estava tão ansioso para ver começava agora os vinte e cinco segundos de vídeo.
"VOCÊS CONSEGUEM VER ISSO!?" O homem que registrava tal evento em, provavelmente em seu celular, gritou. Ele parecia estar chorando, mas não de tristeza por estar em meio a esse desastre, mas de alívio. Como se todo desespero e aflição que preenchiam o seu coração tivessem sido trocadas por uma quantidade incalculável de esperança.
"ELE JÁ RESGATOU MAIS DE CEM PESSOAL! É INACREDITÁVEL!" Ao fundo da gravação era possível ver uma silhueta do que aparentava ser um homem muito grande carregando algo em suas costas, aparecia e passava por cima de um caminhão caído. Se Izuku já não tivesse visto esse vídeo, ele poderia estar assustado pela figura imponente em sua tela, mas seu respeito por saber quem estava preste a aparecer por completo fazia com que todos os fios de cabelo do seu corpo se arrepiassem por antecipação.
"E NÃO SE PASSARAM NEM DEZ MINUTOS! INCRÍVEL, ISSO SO PODE SER UM MILAGRE!" Esse vídeo foi gravado e postado na internet a aproximadamente vinte anos, mas até hoje ele é lembrado como um marco no mundo dos heróis, foi o dia da estreia de um herói único.
"HAHAHAHAHA!" Conforme o operador da câmara chegava mais perto, era possível ouvir uma risada vindo desse homem. Ele estava carregando doze pessoas em suas costas enquanto ele sorria e ria com tanta confiança e tranquilidade, que era como se aquele homem não estivesse em meio os destroços de uma batalha de níveis épicos.
"ELE ESTAR RINDO!" O cidadão que registrava todo o acorrido não parecia acreditar no que os seus olhos e ouvidos estavam mostrando-o.
Como isso é possível? Deveria ser a sua principal dúvida em sua mente, mesmo sendo um herói profissional, como uma pessoa pode conseguir sorrir em meio a uma tragédia como essa?
"Não há mais o que temer cidadãos!" O operador da câmara havia finalmente chegado perto o suficiente para ter uma visão clara do rosto de novo herói.
Ele era grande, passando facilmente os dois metros de altura, seu corpo era tão musculoso e definido que daria inveja a todos os fisioculturistas do mundo. Mesmo suja pela sujeira, era possível ver que seu traje era composto principalmente de azul com alguns detalhes em branco e vermelho. A maioria do seu cabelo loiro estava penteado para trás, enquanto duas grandes mechas da sua frente subiam e se mantinham, desafiando qualquer lei da física imposta sobre elas.
"Sabem por quê?" Sua voz era calma, mas forte, trazendo esperança aos corações dos civis e, ao mesmo tempo, desespero a alma dos vilões que ousassem cruzar o seu caminho para salvar o dia.
"PORQUE EU ESTOU AQUI!" E esse herói viria as ser permanentemente lembrado como All might, o herói número um do Japão e do mundo, o símbolo da paz.
Não importava quantas vesses Izuku visse esse mesmo vídeo, a sensação era como se ele estivesse vendo pela primeira vez. All might era o herói número um, o maior herói de todos os tempos e ele não era capaz de pensar em alguém que pudesse ser um herói tão incrível como ele.
"ELE É TÃÃÃO LEGAL!" Izuku acabou gritando em meio a toda a sua alegria.
"QUANDO EU TIVER A MINHA PECULIARIDADE, EU VOU QUERER SER IGUALZINHO AO ALL MIGHT!" O pequeno garoto de pelo verde não era capaz de controlar as suas emoções de ver All might ser um herói tão incrível. E apesar de não compartilhar os mesmos sentimentos, essa estranha e sempre distante parte de si não poderia conseguir evitar possuir um pouco de respeito ao herói que ganhou o título de símbolo da paz.
Inko observava perto da porta, quase saindo do quarto de Izuku, enquanto seu filho explodia de alegria por ver seu herói favorito em cena. Mesmo que ela estivesse preocupada com o quão perigoso poderia ser para Izuku caso ele realmente quisesse ser um herói quando ele crescesse. Ela imaginava que ter uma das peculiaridades dela ou do seu marido poderiam ser uteis o suficiente para ele poder ajudar as pessoas e manter em segurança ao mesmo tempo.
A pequena adulta havia finalmente saído por completo, deixando seu pequeno sozinho no quarto. Ela precisava terminar de verificar se todas as contas haviam sido pagas com a quantia exata de dinheiro, ligar uma última vez para o doutor para assegurar se a consulta de hoje iria acontecer sem nenhum imprevisto, separar o dinheiro para o táxi de ida e volta do consultório, deixar algumas partes do jantar de hoje prontas, e se sobrasse um pouco de tempo, ligar para Hisashi para saber se ele finalmente estaria livre por tempo o suficiente para poder ficar um pouco com ela e Izuku.
Tentar criar um filho praticamente sozinha era muito trabalhoso, mas ela poderia fazer isso, ela já tinha passado por situações mais difíceis quando ela era mais nova.
O vídeo continuou mostrando como All might ia e voltada uma vez após a outra do prédio em ruínas. Cada vez que retornava ele trazia com sigo uma pilha maior de civis machucados, perto do fim da gravação All might já não podia encontrar mais nenhum sobrevivente em meio aos destroços.
As chamas já haviam diminuído consideravelmente graças ou trabalho em conjunto dos bombeiros e de outros heróis. Os sobreviventes, que não estavam com ferimentos graves e eram atendidos por médicos e heróis com peculiaridades curativas, tentavam encontrar palavras de agradecimentos em meio as lagrimas para o homem que havia permitido que elas pudessem viver mais um dia.
All might sorria a cumprimentava todos com tanta simpatia que era como se ele estivesse se reencontrando com um amigo que ele não via visto em muito tempo. Uma leve luz de uma lanterna em sua visão periférica havia capitado a sua atenção, ele se virou para ver o mesmo homem que estava gravando todo o ocorrido com seu celular. All might viu isso e escolheu esse momento como a sua melhor oportunidade para mandar sua mensagem ao mundo. Fechando as mãos em punhos e apoiando-as em sua cintura, seu sorriso cresceu mais ainda.
"Não se preocupem cidadãos! A partir de hoje vocês não precisaram mais ter medo ao sair de suas casas. Pois quando o mau surgir, eu estarei lá para salvá-los com um sorriso em meu rosto!" O homem que gravava o discurso de All might não foi mais capaz de se segurar e também caiu em lagrimas pela emoção. O seu celular caiu no chão com a câmera virada para baixo, só era possível ouvir alguns ruídos do que provavelmente era os choros de alegria das pessoas presente.
Izuku não fazia ideia de quanto tempo havia passado desde que sua mãe tinha indo embora, o vídeo continuou se repetindo uma vez após a outra. Não importava quantas vezes ele visse, isso nunca deixaria de ser incrível de ver All might sendo ele mesmo. Izuku provavelmente teria continuado assistindo isso de novo e de novo até a hora do jantar se sua mãe não tivesse entrado no seu quarto.
"Izu-kun, se arrume rapidinho ok? Daqui a pouco nós vamos descer para ir até o médico, tudo bem?" Ela perguntou enquanto olhava para o seu filho sentado em frente do computador.
"Tudo bem!" Izuku respondeu alegremente, ele nem havia se incomodado em ter que parar o que ele estava fazendo. O seu vídeo preferido de todo o mundo havia sido uma boa distração, mas nem por um único segundo ele havia parado se pensar sobre qual poderia ser sua peculiaridade. Mas para ele não importava como ou qual tipo fosse, ele com certeza iria se torna um herói.
"Honestamente, é melhor você desistir." Essas foram as palavras ditas de uma maneira tão simples e despreocupada pelo doutor em frente de Izuku. E essas foram as únicas que ele não esperava ouvir, o choque havia sido tão grande que sua figura de ação do All might tinha caído de suas mãos até o chão.
"Doutor...! Você quer dizer que há algo de errado!?" Sua mãe questionou, estando quase tão surpresa quanto seu filho nesse instante. E como Izuku estava travado por completo em seu acento, ela tinha que ser quem fazia as perguntas para entender a situação.
"Todas as outras crianças da idade dele já manifestaram algo, mas Izuku ainda... não..." Só podia ser um mal intendido, não poderia ser o que ela e seu filho estavam pensando, certo?
"Desculpe-me pela indiscrição senhora, mas você é da quarta geração, certo? Quero dizer, a sua peculiaridade..." O pequeno doutor de bigode volumoso disse enquanto arrumava seus excêntricos par de óculos que não se encaixavam em sua profissão e se endireitava na sua cadeira.
Izuku estava tão em choque que não havia notado que sua estranha parte interna estava mais ativa do que nunca e por sua mente estar praticamente em branco, ela se destacava mais do que nunca.
"Ư̸̖̈́̋͜... t҉̮̗͕̓̐͌͜͡a҉̡͍͍҇͊̃r̷̢̫̩̪̈́͌͗͠... á̷̢̞͓̈̿͞c̴̨̛͎̖̝͒̒̄h̷̡̛̜̀a̶̢̩̳̪̍̌̑̕?" Eram apenas sussurros cortados quase inaudíveis, mas eles ainda estavam lá, porém, não fortes o suficiente para serem gravados em sua memória. Essa parte de si parecia haver notado seu deslise, pois no mesmo momento ela se encolheu no mais profundo de sua mente, tentando fingir que nunca esteve lá a princípio.
"Sim, naturalmente..." Inko o respondeu sem ter muito certeza de como prosseguir.
"Mas eu só consigo atrair pequenos objetos ocasionalmente." Inko explicou enquanto atraia o boneco de seu filho do chão até uma das suas mãos.
"E meu marido pode exalar um pouco de fogo pela boca" Apesar de ter sido elogia por sua peculiaridade, a capacidade de Hisashi de cuspir fogo nunca havia sido muito potente, era forte o suficiente para acender uma vela, mas nada muito além disso. O que infelizmente fez com que o seu marido ganhasse o vício de fumar com certa frequência, devido os seus pulmões serem mais resistentes contra os produtos químicos da fumaça nos cigarros.
"Entendo, dê uma olhada aqui..." O doutor comentou enquanto começava a explicar que praticamente todas as pessoas que manifestavam uma peculiaridade tinham apenas uma junta em seu dedo mindinho do pé. E por seu filho ter duas, ele nunca seria capaz de manifestar um poder.
A mente Izuku havia deixado de prestar atenção há muito tempo, ele já não escutava mais nada ao seu redor, seu rosto estava congelado em sua expressão alegre de antes do doutor contar uma das notícias mais terríveis de sua vida. Ele não conseguia nem pensar direito, tudo que ele conseguia era escutar as palavras que destruíram sua infância a marcaram sua vida de novo e de novo sem sessar.
'É melhor você desistir.' Ele não tinha uma peculiaridade.
'É melhor você desistir.' Ele não tinha um poder.
'É melhor você desistir.' Ele não era especial.
'É melhor você desistir.' Ele não poderia ser um herói.
Por quê? Ele tinha feito algo de errado? Isso era alguma forma de castigo? Não. Não. Não, nãonãonãonão. NÃO! Ele não queria acreditar, isso não podia ser verdade, podia?
A mente de Izuku voltou a funcionar parcialmente quando seu cérebro percebeu que seu corpo tinha se movido da maneira brusca repentinamente. O pequeno garoto destruído por dentro olhou ao seu redor para perceber que ele estava sentado no banco de trás de um táxi ao lado de sua mãe, pela janela era possível ver um céu quase escuro do fim da tarde. Eles estavam em frente de seu prédio e sua mãe o estava e encarando com uma mistura de tristeza, preocupação e pena.
"Izuku nos já chegamos, vamos entrar em casa, vamos?" Sua voz era calma e doce por perceber que Izuku não tinha reagido bem ao saber sobre sua... nova condição.
Seu filho não disse nada, nem acenou com a cabeça para demonstra que havia intendido, Izuku simplesmente saiu do carro e começou a andar em direção as escadas. Inko estava preocupada, ela nunca tinha visto seu filho tão inexpressivo assim, ela havia imaginado na hora que ele não tinha reagido nada bem a essa notícia, mas parecia ser pior a cada segundo que passava.
Ambos Midoriyas subiram as escadas em um silêncio incomodo até a porta de seu apartamento. Quando eles entraram, Inko viu Izuku tirar os seus sapatos com os próprios pês sem olhar para o chão. Ele simplesmente continuou andando até entra no seu quarto, e sua preocupação continuava aumentando. Ela ficou aparada na entrada da sua cada sem saber o que fazer, hesitando por alguns segundos, Inko tomou coragem e finalmente foi atrás do seu filho.
"ELE ESTAR RINDO!" O Seu olhar rapidamente atraído na única direção que esse som poderia ter vindo. E ela pode ver onde Izuku estava, ele se encontrava sentado em frente ao seu computador assistindo o mesmo vídeo de antes, a tela do monitor era a única fonte de luz que iluminava a sua habitação. Inko pode sentir como a sua preocupação se transformou em pânico quando Izuku finalmente disse suas primeiras palavras desde o consultório.
"Mamãe..." Sua voz quebrada a chamou, tão baixa que ela pode apenas ouvi-la, mas isso tinha sido o bastante para fazer o seu coração começar a se romper.
"Não importa em quais apuros as pessoas estejam... Ele vai e salva a todas com um grande sorriso..." As lagrimas começaram a brotar em seus olhos e então seu filho virou para a olhar enquanto apontava para o monitor sorrindo, com seus olhos agora vermelhos encharcados de lagrimas.
"Porque ele e um super-herói incrível... Você acha..." Ele engoliu em seco lutando para não permitir que a sua vontade de chorar o impedisse de falar e continuou.
"A senhora acha... Que também posso me tornar um... Mamãe...?" Foi nesse momento que seu coração quebrou, o filho não estava apenas perguntando se ele poderia ser um herói como sempre, ele estava perguntando se ele poderia realizar o seu maior sonho. Ele estava em pânico, confuso, com medo, ele queria sua ajuda, a ajuda da sua mãe, ele queria que ela o salvasse do desespero. Ele queria que ela salvasse o seu sonho.
Inko correu em direção ao seu filho desesperançado, se ajoelhou ao seu lado e chorou enquanto o abraçava com força.
"ME DESCULPA IZUKU! POR FAVOR, ME DESCULPA! EU SINTO MUITO BEBÊ!" Ela queria fazer como sempre, sorri e dizer que ele seria um herói maior até do que o próprio All might.
Que tudo era possível desde que ele se esforçasse. Mas ela não conseguiu, ela não conseguiu dizer algo que não era verdade, não nessa situação. Ela se sentia péssima por ver pequeno bebê desse jeito, por ele nunca conseguir realizar seu sonho, por ela não ter conseguido dar nenhuma maldita peculiaridade para seu próprio filho. Tudo o que ela queria agora era se desculpar por não poder fazer mais nada pelo seu Izuku.
Mas não eram essas as palavras que Izuku queria ouvir, ele não sabia o que ele queria ouvir, mas não eram essas.
'Porque a mamãe estar chorando? Por que ela estar se desculpando? Ela não fez nada de errado, ele nunca fez nada de errado. Isso não faz sentido, nada estar fazendo sentido hoje...' O pequeno garoto pensou para si mesmo enquanto olhava para o nada. Izuku queria que tudo isso não passasse de um pesadelo e que logo acordaria em sua cama, ele iria tomar café da manhã e se surpreenderia com o seu pai chegando em casa. Então ele poderia ver um sorriso orgulhos no seu rosto por mostrar o seu novo poder.
Mas isso não era um sonho, isso era real, ele não poderia se tornar um herói. Izuku sentiu uma mão encostar em seu ombro direito, ela era grande, como a mão de um homem adulto. A estranha mão o apertou gentilmente na tentando consolá-lo, como se dissesse 'Eu sinto muito' sem usar palavras. Porém, isso não fazia sentido, só ele e sua mãe estavam em casa hoje e seu pai estava fora trabalhando, não tinha como ter mais alguém ali.
Então, ele simplesmente ignorou isso com todo o resto do mundo ao seu redor, ele não seria saber disso, ele não queria pensar em mais nada, ele estava cansado, confuso, triste, desolado e com sua mente e coração quebrados em pedaços. Nada estava fazendo sentido para Izuku hoje.
Nome: Katsuki Bakugou
Peculiaridade: Explosão
Capacidades: Gera explosões através de seu suor por armazenar nitroglicerina
Nome: Inko Midoriya
Peculiaridade: Atração
Capacidades: Poder atrair pequenos objetos até as palmas de suas mãos
Nome: Izuku Midoriya
Peculiaridade: Nenhuma/C̶̡̞̲̝҇͒̍̓ō̷̢͖͖̥̽̀͝ṇ̷͛͢͝t̷̡̲́̀̓͞r҉̰̑͢͠a҉̧͈̑͝ g҈̳͑͜͡ų̸͙̇̂͆̕ȧ̴̛͕̙̥͢r̶̬͓̓̓̕͜d̴̨̪̯̟́͂͑͠i҉̧̣̭̥҇̑͐͆ą̸̯̟̣̃̋͗̕o̸̢̽̈͌͝ͅ /̶̢̝͚̈́͡ e҉̦̽͢͝s҈͉҇́͜p҈̣͛̂̓͜͠i̵̧͔̤̽̅͆͠r̵̩͋͆͢͠i̸̢̪̦͔҇̄́̍t̸̰̀͐͜͝õ̴̡̤̦̪͝ h҈͈͙͔͌̒͢͡e̷̤̓͜͝ṛ̷̝̔͜͡ơ̵̝͙̋͜į̷̜͎̔̏͡c̷̡̘͈̾̄͡ơ̵̡͙̌̈́͗ͅ a҉̡̘͓̄̏͞r҈̨̛͖̓̌́q̴̡̪̖͎̐̾̓͝ų̵̞͛̈͒̕e̷̛̝̍̐͂͜i҈̨͍̝̓̍̕r̷̛̟͖̔͛͢ȏ̴̰͚̈́͜͠
Capacidades: Nenhuma/?̵̢̳̝̰̏̅̇͛͞?҉̨̫͖̤̫̜̅̂̆̾̎͝?҈̡͚̝͑̋͂͞
Então, para qualquer um que estiver lendo esse capitulo pela primeira vez ou estiver lendo ele, quero apenas avisar que isso é uma versão reescrita da versão original dele.
Eu decidi fazer isso porque eu notei que o primeiro capítulo sempre era o com o maior número de visualizações e com uma diferença muito grande entre os demais. E meu Deus! Vou contar uma coisa para vocês, minha escrita no começo era horrível.
Mas era só isso o que eu queria dizer mesmo, aproveitem o restante da história caso esse prologo tenha interessado vocês e até logo.
:)
