Quando Bradley abriu a porta do apartamento, Rafaela entrou primeiro, percebendo que tinha sentido saudade de casa, mesmo com o pouco período passado no hospital. A seguir, ela se atentou a Nicholas. O olhar do bebê estava atento ao seu redor, observando cada cantinho daquele novo ambiente.
-Seja bem vindo à sua casa, meu amor - Rafaela saudou - espero que goste.
-Ele vai sim - Bradley sorriu para os dois, também sentindo alegria por estar em casa com sua família.
Naquela noite, Nicholas dormiu tranquilo, como se realmente reconhecesse o lugar como seu lar e Bradley e Rafaela como seus pais.
Os dias seguintes foram marcados pelo casal se adaptando à nova rotina com o bebê, mas também apresentando Nick à família, nem que fosse à distância.
Depois de alimentado e tomar um banho, Nick Bradshaw II estava pronto para conhecer os avós maternos. Primeiro, foi a vez de Sérgio, que estava com Renato.
-Bom, esse é o Nicholas – Rafaela apresentou o filho de forma orgulhosa ao seu pai e ao seu irmão – diz oi pro vovô, Nick! Esse ali é o tio Renato também!
-Ele é tão lindo, meus parabéns, filha! – Sérgio elogiou – e vocês estão bem? Se recuperou bem?
-Eu estou bem, não se preocupe, nós estamos – ela garantiu.
-E a sua rotina? O que acha mais difícil cuidando de um bebê? – Renato perguntou.
-Acho que tudo – a mãe novata brincou – eu confesso que me deu um leve desespero quando ele começou a chorar de repente, mas eu descobri que na maioria das vezes é fome, ou saudade do pai dele.
-Você não pegou uma licença ou algo do tipo, Brad? – Renato perguntou, preocupado.
-Sim, nos primeiros dias, sim, mas sabe como é, eu também fico meio dividido, mas tento compensar nos fins de semana – o piloto garantiu ao cunhado.
-É, estamos planejando quando vai ser o primeiro dia de praia do Nick – Rafa acrescentou.
-Sério? Ele não é novo demais pra isso? – o avô indagou, preocupado.
-Nós vamos pegar leve pra uma primeira vez, prometo – Bradley assegurou.
Assim, a conversa com o avô e o tio de Nick tinham sido bem leves, mas o que preocupava a mãe do garotinho era o encontro com sua avó.
-Você não vai deixar eu conhecer o meu neto? – Sandra mandou por mensagem.
-É claro que vou, mãe – Rafaela digitou sua resposta – você pode nos ligar quando quiser ou vir até aqui.
-Ir até San Diego? Uma passagem agora seria um tanto caro – sua mãe digitou de volta.
-Posso fazer uma chamada de vídeo – Rafaela sugeriu de imediato.
-Está bem! Então posso fazer um esforço financeiro e ir pessoalmente até aí, está bem? – sugeriu a avó indecisa, que agora parecia ter se decidido.
A possibilidades de receber apenas sua mãe a apavorou, mas uma parte compreensiva de Rafaela, que certamente tinha se aflorado com a maternidade, estava disposta a passar por isso. Apesar de suas dores do passado, admitia que era direito de toda avó conhecer seu neto de perto.
-Tudo bem – foi a simples resposta de Rafaela.
Assim, ela se preparou para receber a mãe em casa. Enquanto isso, ao menos, ela e Bradley se ocuparam em recepcionar outra visita.
Já o Dagger Squad era um exemplo vivo de companheirismo, eles compareceram juntos ao lar dos Bradshaw, até mesmo usando as camisetas laranja iguais. Cada um trouxe algum aperitivo e de repente, havia uma pequena festa celebrando a chegada de Nick, era mais do que suficiente para o casal Bradshaw.
-Lembra quando ajudamos na sua mudança, Rooster? – Phoenix se recordou – olha só quanta coisa mudou desde então. Já parou para pensar que você estaria casado e com um filho nesse mesmo apartamento?
-Não, vocês sabem que não – ele confessou à melhor amiga – tá aí uma lição, pode ser que a vida te surpreenda da melhor maneira possível, quando se menos espera.
Ele olhou com orgulho para a esposa e o filho, não podendo estar mais feliz de ter sua família e seus amigos mais próximos ali.
Um pouco mais tarde, o Dagger Squad insistiu que o presente que tinha sido trazido para Nick fosse aberto naquele momento porque eles estavam igualmente ávidos para ver a reação do casal ao saber o que eles tinham trazido.
-Tudo bem, tudo bem, prometo que abro agora – Rooster fez uma careta impaciente para os colegas, mas sorrindo ao pegar o pacote.
De lá de dentro, havia uma pequena camiseta, do tamanho ideal para o pequeno Nick, com a mesma estampa com a adaga e o avião. A única diferença era que estava escrito "Little Dagger Squad".
-Ah, eu não acredito... – Rafaela exclamou – quando é que vocês fizeram isso? Você sabia disso, Brad?
-Eu? De jeito nenhum! Eu nem tava pensando numa coisa dessas... – o marido dela riu – vocês acham que um dia ele vai ser piloto?
-Ah não, muito cedo pra pensar nessas coisas – Rafaela logo cortou o assunto – deixe o meu bebê descobrir o mundo primeiro, depois ele vai decidir o que vai ser quando crescer.
-Pular etapas não é nada bom – Bob comentou – ainda mais na nossa profissão.
-Eu entendo o que quer dizer, mas ainda assim não é muito reconfortante pra Rafa – Fanboy acrescentou.
-Tudo bem gente, entendemos as boas intenções de vocês – Bradley ergueu as mãos em sinal de defesa – eu amei o presente, obrigado.
-Eu também, obrigada – Rafaela fez questão de agradecer.
Como que concordando com seus pais, Nick mexeu os lábios pequenos no que podia ser considerado um projeto de sorriso. Foi o suficiente para conquistar ainda mais os corações que estavam ali.
