Era ano de 1981, o pequeno Shun Amamiya se encontrava em uma pequena balsa que acabara de sair de um porto da atual Eritreia, um país africano cujo litoral é banhado pelo Mar Vermelho. Estava sendo mandado para para Ilha de Andromeda, que nunca tinha ouvido falar antes, só para se tornar um cavaleiro de Atena.
Mas por que? Por que estava sendo mandado a um lugar desconhecido para ser tornar um cavaleiro de Atena? O que era isso afinal? O frágil garoto de oito anos apenas se questionava, não sabia a razão de tudo aquilo e se entristecia por não ter tido poder de escolha. Por ele, continuaria no Japão ao lado do seu irmão mais velho, sua única família, o Ikki.
O próprio tinha ciência de que na sabia se defender sozinho, tinha Ikki para lhe proteger, mas tudo mudou quando se viram forçados a se separar, cada um sendo mandado para cantos diferentes do mundo. Ainda por cima, Ikki, para proteger Shun do pior, trocou seu destino com o caçula para que nada de ruim pudesse acontecer com ele, indo então a Ilha da Rainha da Morte, lugar que antes havia sido destinado pra Shun, conhecida por ser o inferno na terra. Mal sabia os dois que a Ilha de Andromeda não era nenhum paraíso, seria sorte ou azar do caçula se conseguisse sobreviver lá.
Se passaram umas cinco horas até Shun finalmente chegar ao seu destino, se deparou a uma ilha vulcânica de vegetação desértica e com escassez de plantas. Havia alguém no litoral da ilha o esperando, este trajava uma armadura, poderia ser seu tutor, aquele que o treinaria pra se tornar um cavaleiro de Atena.
A balsa parou a lado de um porto improvisado, assim Shun pode sair do barco e pisar e terra firme, estava com pouco bagagem além da roupa no corpo, foi adentrado a ilha bem devagar com medo da recepção que teria, assim que pisou na areia da praia, ficou frente à frente com seu mestre.
-Você deve ser o Shun, não é?- perguntou o cavaleiro.
Shun estava tremendo de medo e apenas acenou com a cabeça que sim, era ele.
-Foi mandado para se tornar cavaleiro de andromeda, certo? Meu nome é Daidalos, cavaleiro de prata de Cepheus, serei seu mestre.-
Shun não dizia nada, fazia força para não chorar.
-Ei, fique calmo garoto. Eu não vou fazer nenhum mal a você!- Daidalos se agachou para ficar na altura do pequeno.- Posso ver que é tudo diferente pra você, não está acostumado a nada disso. Pode desabafar.-
-Eu...- Shun deixou escapar algumas lágrimas.- Estou assustado! Eu não sei de verdade o que estou fazendo aqui, eu não sei o que é ser um cavaleiro! Eu to com saudade do meu irmão Ikki.-
Daidalos secou as lágrimas do seu novo pupilo.
-É tudo muito confuso, eu sei. Eu vou te dar algumas respostas.- Daidalos se levantou e estendeu a mão para Shun.-Venha!-
Shun conseguiu se acalmar e segurou firme a mão de seu mestre. Daidalos o levou a até o centro da ilha, onde havia o campo de treinamento, e ao seu redor tinham tres cabanas, a maior estava mais perto e foi nessa que mestre e aprendiz entraram. O pequeno se deparou com uma pequena biblioteca, uma mesa de centro e uma lousa de giz.
-Pode se sentar.- disse Daidalos puxando uma cadeira para seu aluno,
A pedido do mestre, Shun se senta na cadeira e escuta o que seu mestre tinha a dizer.
-Shun, pelo visto te deram um explicação muito resumida de quem são os cavaleiros de Atena. Pois bem, desde que o princípio, Atena, deusa da guerra e da sabedoria, vem sendo a protetora do planeta terra, protegendo os humanos e outros seres vivos de diversas ameaças, muitas vezes de outros deuses. Para defender a Terra dos perigos, ele sempre teve ao seu lado seus cavaleiros, defensores da paz e da justiça. Ao todo são 88 cavaleiro dividido em três patentes, os principais são os cavaleiros de ouros, que protegem as doze casas do zodíaco no santuário de Atena, depois vem os cavaleiros de prata, cujo sou um deles, e por fim os de bronze, ambos grupos são protegidos por uma constelação, constelações estas que nos guia e protege, os destinados são escolhidos pra trajar seus respectivas armaduras. E você Shun, está destinado a ser um cavaleiro.-
-Mas eu... não escolhi ser um cavaleiro!- lamentou Shun.-Nem teria como. Sou fraco!-
-Não Shun! Você não é fraco, apenas jovem e inexperiente. Sei que não era o que queria, mas seu destino o fez ser escolhido para tal missão.-
-Missão?-
-Proteger a Terra é a deusa Atena.-
-Mas eu não a conheço.-
-Pessoalmente, eu também não. Na verdade tenho desconfiado do santuário estes últimos anos. Muitos coisas mudaram lá que não me agradam.-
-Tipo o que?-
-Inúmeras punições severas e ordens do Grande Mestre que são um tanto absurdas. O grande mestre é aquele que representa a deusa Atena quando não está entre nós, o quando sua reencarnação humana ainda é jovem.-
-Grande mestre?-
-Mas este grande mestre não pode ser o mesmo de anos atrás, as coisas mudaram drasticamente. Mesmo que minha desconfiança, eu farei você é minha outra discípula dignos de sua armadura, ensinarei a fazer o que é certo e protegerem a paz no mundo de tudo aquilo arque a ameaçar.-
Shun apenas ouvia Daidalos, que em seguida tocou em seu ombro.
-Sei que será um cavaleiro poderoso e justo, Shun. Posso sentir. Vou treinar você para ser digno a armadura de Andromeda, e pra isso você tem que estar disposto a aprender.-
Shun pode reparar a sinceridade vinda de seu mestre, aquele olhar lhe trazia confiança, e era disso que o pequeno mais precisava agora.
-Eu... vou tentar, mestre Daidalos.- disse Shun, abrindo um tímido sorriso.
-Que bom. Mas saiba que não poderei pegar leve com você.- disse Daidalos num tom sério
-Eu sei!-
Shun se levantou da cadeira e Daidalos estendeu a mão novamente para ele.
-Venha, vou te mostrar o resto da ilha, e depois te levarei a sua cabana.-
Continua
