Olá Pergaminos e Nazarins, traz para vocês mais um capítulo da minha fanfic Aquele que Voltou.
As discussões internas parecem surgir do lado aliado de Ainz, o que fazer?
Com vocês
Aquele que voltou
Capítulo 62: Reis, Imperadores e Princesas
Gondo deu um passo à frente.
— Eu sou Gondo Firebeard. Farei um resumo dos acontecimentos para que não percamos muito tempo. Então, pelas duas horas seguintes, Gondo fez um "resumo" da história recente, como quase foram extintos e de como agora se tornaram um povo próspero.
Anões adoram histórias, e esta estava levando a audiência ao limite, até que Gondo a terminou.
— O senhor não é de nenhuma casa real - afirmou o anão negro.
— Não, não sou. Apesar de haver outros nobres com mais credenciais, eu ainda assim fui alçado por meus pares a essa posição por aclamação. Tornei-me Senhor do Reino Anão das Montanhas Arzelísias há apenas um ano e meio.
— Talvez por causa de seu relacionamento com o... Rei Feiticeiro.
— Provavelmente, primo. Um relacionamento que salvou minha terra.
— E agora se submetem a negócios que levam ao monopólio das armas rúnicas por parte do Reino Feiticeiro.
— Negócios primo. Ainda assim, jurei que defenderia o meu povo e que faria o necessário para a nossa sobrevivência.
— Vocês da superfície se dobram muito facilmente - desdenhou abertamente o anão negro.
— Lord Ardork, se o senhor quiser, podemos esquecer que neste momento está falando com um rei e podemos ir lá fora para que eu possa lhe mostrar de qual material é feito o meu punho, quando eu te mandar de volta para o buraco de onde você saiu - rosnou Gondo.
— Seria um prazer, primo - retrucou o anão negro, dobrando as mangas.
— PARE! Lord Ardork! Recomponha-se! Vossa Majestade, eu lamento a explosão de meu colega. Não há palavras que possam remediar o estrago causado por tal atitude tão rude, mas peço que o senhor possa nos desculpar.
— Lamento também pela minha reação. Como apontado, eu não venho de uma casa nobre, então talvez não tenha os modos apropriados para estas ocasiões.
— 'Pelo que eu pude ver dos outros nobres anões, Gondo parece ser o mais ponderado dentre eles' - pensava Ainz.
— Os Quagoas - interrompeu a mulher coelho - o que houve com eles? O senhor disse que seus exércitos sumiram, para onde foram?
— Não tenho ideia. Sei apenas que enfrentaram as forças do Rei Feiticeiro e para mim isso basta.
— Eles quase foram exterminados - interrompeu Jircniv - só restaram alguns milhares.
— Por mim, eles poderiam ter todos desaparecidos.
— Muita consideração de um povo que estava na mesma situação até recentemente.
— Estávamos nesta situação exatamente por culpa deles. Como Vossa Majestade sabe o que houve com eles?
— Por que agora seu povo vive no império.
— Deram abrigo para os nossos algozes.
— Demos abrigo a refugiados.
Albedo ia intervir, mas foi detida mesmo antes de esboçar sua intenção, detida pelo gesto mínimo feito por Ainz com seu dedo indicador. Ele queria ver onde isso ia dar.
Por causa deste tipo de discussão que reis e imperadores não participam pessoalmente de reuniões de guerra. Seus egos falam alto demais. Se deixar dois deles, ainda existe a chance de diálogos, mas diante de várias pessoas, eles simplesmente tentam se impor um sobre o outro.
Falando novamente sobre a metáfora, às vezes, não é uma ideia tão boa levar metralhadoras para lutas de facas, elas podem causar mais danos do que você quer. Por isso, sempre que possível, são representantes, embaixadores ou diplomatas com anos de treinamento que participam destas reuniões.
Os conselheiros viam como os dois soberanos discutiam.
— Senhores, Vossas Majestades, vejo que muitos pontos parecem gerar conflitos, mas acho que devemos nos ater ao assunto.
— Concordo com Lord Malios - disse Ainz, encerrando qualquer tentativa de continuar a discutir - quando eu auxiliei o povo anão, fiz isso por interesse comercial. Foi preciso mais força do que esperávamos para conter o exército Quagoa, e o que restou de sua tribo foi expulsa. Me alegra saber que encontraram um local para viver em suas terras, Jircniv, meu amigo. O Império inspirou muitas das leis que estabelecemos para o convívio pluri-racial.
Jircniv ficou constrangido; agora, ele era apontado como o centro da estratégia que inspirou os atos do Rei Feiticeiro. Mais uma armadilha em que ele caiu.
— Vossa Majestade me dá crédito demais. A situação do Império com relação às raças Demi-humanas já vem de longa data, e acolher um povo desabrigado deve ser o certo.
— Humm, um ponto interessante. Talvez eu devesse me ater apenas a assegurar a segurança do povo anão. Expulsar os Quagoas das montanhas pode ter sido demais; agora, talvez tenha sido deixada uma brecha a ser preenchida por algo diferente.
Enquanto a discussão se desenrolava, Riku Aganéia observava cada movimento com olhos afiados. Ele "representava" não apenas os interesses dos Lords Dragões, mas também carregava consigo a desconfiança de parte daqueles presentes na sala. Seus instintos diziam que algo além da superfície estava em jogo, algo que precisava ser revelado para garantir a segurança de todos.
— Imperador, o senhor poderia contar por que decidiu tornar o Império Baharuth um estado vassalo?
A pergunta afiada de Riku cortou o murmúrio constante na sala.
Todos os olhares se voltaram para Jircniv, o Imperador do Império Baharuth. Ele manteve uma expressão impassível, mas a tensão era visível em seus olhos.
— Senhor Aganéia, a decisão de tornar o Império Baharuth um estado vassalo não foi tomada levianamente. Durante as últimas décadas, o mundo tem enfrentado ameaças crescentes, e a ascensão do Reino Feiticeiro adicionou um elemento de incerteza ainda maior. Como líder responsável, busquei garantir a segurança e prosperidade do meu povo — respondeu, escolhendo cuidadosamente suas palavras.
Riku não estava satisfeito com a resposta e continuou sua linha de questionamento.
— Entendo a busca pela segurança, mas tornar-se um estado vassalo implica em uma perda de autonomia. Você não teme que isso possa comprometer a independência e a integridade do seu império?
Jircniv suspirou antes de responder, reconhecendo a gravidade da situação.
— A decisão foi difícil, mas foi tomada com base na avaliação pragmática dos recursos disponíveis. Ao aceitar o status de vassalo, mantemos uma relação de cooperação com o Reino Feiticeiro, mitigando potenciais conflitos que poderiam ser prejudiciais a ambas as partes.
A resposta do Imperador Baharuth não aplacou as preocupações na sala. Alguns expressavam desconfiança, especialmente considerando a natureza astuta do Reino Feiticeiro e a incerteza sobre suas verdadeiras intenções.
Riku decidiu deixar o tópico por enquanto; suas suspeitas persistiam. Ele sabia que a verdadeira batalha muitas vezes ocorria nos bastidores, nas sombras onde as palavras não alcançavam, percebendo que as alianças e decisões políticas poderiam ter implicações mais profundas do que aparentavam.
Enquanto isso, Albedo estava atenta a cada movimento. Seus olhos penetrantes observavam a interação entre os representantes, especialmente aqueles que expressavam desconfiança em relação ao seu senhor.
Ainz, enquanto mantinha uma postura aparentemente tranquila, também estava atento às entrelinhas das conversas. Ele entendia que a política e a diplomacia eram como um jogo complexo, onde as peças se moviam de acordo com interesses ocultos, seus interesses ocultos segundo Demiurge, interesses tão ocultos que nem mesmo Ainz sabia quais eram.
Ainz, observando a dinâmica da sala, percebeu a tensão crescente. A discussão parecia escalar novamente cada vez mais; então, já era hora de intervir e redirecionar a reunião para o propósito original.
— Senhores e senhoras, acredito que podemos continuar. - A voz do Rei Feiticeiro era calma, mas continha uma autoridade inquestionável.
Os representantes e os membros do Conselho, cientes de que estavam sob o olhar atento de líderes poderosos, acataram a sugestão do Rei Feiticeiro.
— Vossa Majestade tem razão; qualquer outra questão pode esperar. Gostaríamos de ter uma noção maior de como se sucederam as mudanças em Re-Estize. Infelizmente, temos apenas informações de segunda mão ou conflitantes. - disse Lord Murios.
— Humm, sei que muitas pessoas têm visitado meu reino, muitos comerciantes. Imagino que eles possam ter dado vários relatos.
— Sim, Vossa Majestade, mas tudo varia muito dependendo de quem é questionado.
— Então vocês gostariam de usar algum tipo de magia para se certificar de que o testemunho não é falso?
A indignação pareceu ser geral; questionar um rei ou soberano já seria uma afronta digna de guerra. Submeter algum deles a um feitiço seria inimaginável.
— 'Então é isso que o feiticeiro estava planejando, trouxe reis e imperadores para que ninguém se atreva a pôr em dúvida suas palavras abertamente, assim irão manipular e...'
— Eu aceito!
A frase cortou o pensamento do dragão.
Houve uma nova consternação quando a humana falou.
— Eu, a princesa Renner Theiere Chardelon Ryle Vaiself, último membro da casa Vaiself e sua representante, me ofereço e me submeterei aos seus questionamentos apoiados em magia.
— Senhorita Renner, você não precisa se dar a este trabalho. - disse Lord Malio, o humano, com uma voz extremamente condescendente.
— "Princesa".
— Como?
— Princesa, Lord Malio, minha família pode não governar mais Re-Estize, posso não ter mais terras e nem o poder de meu nome, mas eu ainda mantenho o meu título, e você! Você me chamará de "Princesa Renner".
