JASPER

Meu celular voltou a tocar assim que eu contornei a esquina da delegacia no que poderia ser a segunda ou terceira vez em cerca de 5 minutos eu não precisava ver para saber que era mais uma de suas mensagens pedindo que eu a encontrasse na delegacia. Peter também tinha me enviado uma mensagem me informando que estava indo para a delegacia, embora nós dois estivéssemos no mesmo lugar, eu não tinha trombado com ele enquanto eu estava ajudando na construção das instalações e ele se quer tinha me esperado ou se dado ao trabalho de vir atrás de mim para que fossemos juntos.

Cumprimentei a todos assim que entrei na recepção e fui direto para a sala de Charlie que estava cheia demais. Maria, Peter, Bella e Dimitri. Eu ignorei o "finalmente" de Peter que estava se referindo a minha demora enquanto recebia Bella em meus braços a cumprimentando com um beijo.

- Estou aqui, querida. O que você queria me contar?

- Dimitri rastreou o que possa ser Eleazar até Seattle. - Inconscientemente acabei aumentando o aperto que eu tinha em sua volta, não me sentindo nenhum pouco animado com essa notícia, e ainda mais como suas escolhas de palavras, "o que possa ser" isso não soava como uma certeza para mim.

- Possa ser? - perguntei com minha voz soando rouca.

- Ele pode estar, ou ele pode ter passado por lá, mas essa é a primeira pista que temos desde que chegamos. - foi Dimitri quem me respondeu, ele ainda mantinha sua postura rígida sempre parado de próximo a uma janela como de costume assumindo um posto de observação, não importa aonde estivesse.

Ele tinha razão e não poder discordar de suas palavras naquele momento me irritava. Já tinha se passado uma semana e nenhum dos rastros que perseguimos ao redor de Forks deu indício de que Eleazar estava por perto. Eu não conseguia imaginar o porquê de que Eleazar sairia de Denali, mesmo sabendo que se de fato esse fosse o caso isso levaria Bella para longe, eu não conseguia mudar de opinião, mas ela estava irredutível, ao ponto de discutir comigo e tornar impossível mudar sua posição ao afirmar que eles não estavam lá. E se ela estivesse esperando pelo momento ideal para esfregar um "eu avisei" na minha cara, bem, ela tinha um perfeito agora, com direito a plateia.

Podia não ser uma certeza, mas finalmente tínhamos algo.

E seus olhos brilharam em minha direção, me dando a certeza do quanto eles estavam espelhando os meus pensamentos.

- Isso não parece uma boa notícia para mim. - Peter resmungou se abaixando para ver o que Charlie tanto digitava.

- É porque claramente não é. - Maria puxou da impressora uma folha. - Uma boate foi atacada essa noite em Seattle. Sem sobreviventes.

- Aqui diz que foi um incêndio. - Peter puxou o papel da mão dela para continuar lendo, sem se preocupar em pedir licença ou algo do tipo.

- Charlie ficou a manhã toda com o departamento de polícia de Seattle no telefone. A boate foi sim incendiada, mas o departamento ficou um pouco perturbado com a forma como os corpos foram encontrados, alguns amontoados e muitos deles despedaçados e claro todos carbonizados.

- Isabella e o Volturi vão seguir a pista de Eleazar e descobrir o que está acontecendo em Seattle. - a palavras de Maria soaram frias e firmes aos meus ouvidos e embora seu tom fosse determinado, não era bem isso que eu via em seus olhos.

A ideia de Bella ir sem mim não me agradava e eu estava pronto para debater, questionar e até mesmo me oferecer para ir em seu lugar.

Eu a virei para mim pronto para pedir, ou até mesmo implorar, mas ela me conhecia, de uma forma como eu nunca poderia esperar que alguém me conhecesse e me entendesse. - Você não pode ir Jasper. Eu preciso que você, Peter e Charlotte continuem fazendo o que estão fazendo agora. Deixando a cidade segura. Se Eleazar está por aqui ele não está sozinho. Victória não o deixaria fora de suas vistas. - suas pequenas não acariciaram meu rosto e o segurando para que eu não afastasse meus olhos dos seus.

- Você acha que ela vai agir? - eu perguntei tetando entender tudo o que se passava em sua mente. Seus sentimentos em relação a Victória eram uma montanha-russa. Havia muito rancor e desejo de vingança pela forma como ela foi forçada a abandonar sua vida.

- Você acha que ela não iria? Ela pode ter finalmente conseguido o que faltava. Poder.

Eu conseguia ver a determinação brilhando em seus olhos e não me restava duvidas de que eu tinha apenas que me conformar com isso. Isabella não era mais uma humana indefesa que precisava de alguém para lutar por ela, mas a ideia de que ela sairia para resgatar um vampiro que estava nas mãos de uma criatura que a queria morta, me deixava doente porque eu a amava e só de imaginar qualquer coisa acontecendo com ela me fazia perder a razão.

E claro, eu estava fazendo um imenso esforço em não pensar no que tinha acontecido quando ela saiu em busca de Charlotte. Não era hora de sentir medo.


ISABELLA

Chegamos a Seattle com o céu escurecendo. Não foi uma viagem tão rápida como o esperado já que a optamos fazê-la com o carro, passarmos despercebidos era o primordial para que nossos planos dessem certo. Dimitri seguiu meu exemplo mudando de roupa abrindo mão de sua capa da guarda, embora eu soubesse que o colar que a segurava ainda estava em seu pescoço sendo coberto pela blusa de manga comprida que ele vestia. Encontrar um lugar para esconder o carro próximo ao porto não foi tão difícil, ainda mais com as ruas desertas depois do terrível acontecimento na noite anterior que provavelmente abalou a todos.

Mesmo sabendo que a delegacia me aguardava pela manhã para conferir o local do incêndio, eu não estava a fim de perder tempo, então partimos para os destroços do que um dia foi uma casa de show noturna. O cheiro de carne queimada ainda estava forte... assim como muitos outros cheiros.

- Maria estava totalmente certa em dizer que foi um ataque. - Dimitri assim como eu observava em volta com seus olhos tão arregalados quanto os meus.

- Massacre... e são muitos... cheiros... - respondi enquanto ia caminhando envolta evitando pisar em parte do chão comprometido.

- Ela ofereceu-lhes um baquete. - Resmungou enquanto se agachava no que parece ser uma pilha de corpos contorcidos. Eu não tinha como discordar dele, aquilo estava uma bagunça e eu não estava me referindo ao incêndio em si. Infelizmente eu tinha presenciado muito cenários daquele nos meus primeiro anos de recém-nascida. Quando não era limpando a bagunça que os recém-nascido de Handall fazendo em seus momentos de controles, era quando eu invadia territórios inimigos em seus momento de distrações.

Nossas palavras poderiam soar insensível a muitas pessoas, principalmente aos entes queridos que estava sofrendo a perda dessas vidas. E eu sentia muito... por todos eles. Eu tinha certeza de que Victória estava por trás desse exército e a ideia de ela continuar viva, ceifando vidas, alimentava ainda mais o meu desejo por sua morte.

- Algo sobre Eleazar aqui? - perguntei tentando afastar minha mente de lembrança não tão felizes naquele momento.

- Não. Você acredita mesmo que ela está o usando para conseguir poder? - Dimitri finalmente fez a perguntar que eu estava esperando ele fazer desde que chegou.

Eu estava atrás de um balcão do que eu acreditava ter sido o bar, até uma noite atrás. Cinzas estavam espalhados por todo o canto, algo completamente diferente de todas as fuligens dos moveis e decoração destruídas pelo fogo, passei meu dedo o esfregando e sentindo o cheiro doce subir, isso alimentava ainda mais minhas suspeitas.

- Victória pode ter uma incrível habilidade de escorregar de situações perigosas. Se isso pode ser um dom? Bem, não sei. Eu gosto de chamar de covardia, ela não luta Dimitri, ela induz os outros a lutar por ela. Foi assim com James, e com Laurent e está sendo assim com o pobre coitado que caiu na sua lábia agora.

- Como você sabe que a alguém junto com ela. - ele perguntou se aproximando e onde eu estava analisando tudo a minha volta. Eu tinha saído do bar e estava próximo ao que parecia ser um sofá no canto da sala. Mesmo parcialmente queimado eu pude ver a cor vermelha vibrante surgindo por meio da destruição. E eu inspirei.

- Eu posso não conhecê-lo. E ela não esteve aqui para que seu cheiro estivesse tão marcante... mas eu consigo sentir os traços... - eu puxei a respiração novamente e estendi minha mão ao que poderia ser uma almofada, não tão queimada, mas ainda sim deplorável e a cheirei. E sorri - Do seu cheiro no dele. E é esse cheiro que você vai começar a seguir a partir de agora. - me virei estendendo o que eu tinha em minhas mãos para ele.

Dimitri sorriu com a ideia de finalmente sair à caça de algo ao qual ele já tinha a certeza de que colocaria suas mãos no final. Eu sorri quando ele a pegou e inspirou inalando o cheiro se entregando aos sentidos que vinha crescendo nele.

Não demorou muito para que ele seus olhos abrissem negros com um sorriso predador brincando em seus lábios.

- Peguei.

- Bom garoto. - brinquei esfregando minha mão em seus cabelos, ganhando um tapa no processo.

- Engraçada. Você tem certeza que não está me escondendo algum tom de rastreador não?

- Tenho querido… Embora eu possa te dizer que só um excelente caçador e isso, com certeza, afeta meus instintos…


JASPER

"Não encontrei Victória e nem Eleazar, ainda. Mas temos uma direção."

Uma mensagem. Era tudo o que eu tinha ganhado.

Além das poucas palavras que eu recebi, o conteúdo dela tinha sido toda notícia que eu tinha recebido dela desde que partiu, tudo bem que não tinha feito nem doze horas, mas eu não me importava com isso, tinha sido as 12 horas mais longas da minha vida sem nenhuma notícia… e minha nossa como eu me sentia um emocionado por isso. Além disso, eu também não tinha sido o único a ficar chateado por não ter ido. Damian tinha deixado bem claro sua infelicidade ao ignorá-la, quando voltamos para casa depois da reunião na delegacia.

Ele não estava acostumado a ser deixado de lado e eu ele não tinha superado toda a discussão que Isabella teve com os Volturis por não querer usá-lo como o rastreador de Eleazar, sua infelicidade com esses últimos acontecimentos deixava isso muito claro. Tanto que ele chegava a se afastar quando eu tentava me aproximar para conversar… ele queria sentir a mágoa, ele queria remoer sentimentos que não faziam sentidos para mim. E novamente só me restava respeitar.

O tempo em que eu usar do meu dom para controlar as pessoas, fazendo com que elas agissem de acordo com o que eu queria… conforme eu desejava tinha passado. Eu não vivia mais naquele mundo, eu não era mais aquela pessoa, mas de alguma forma Isabella precisava que eu fosse o Major que eu costumava ser. Ou melhor dizendo… como eu deveria ter sido.

...

Deixei que a porta da cozinha batesse atrás de mim enquanto eu tirava as botas sujas de lama e as levava direto para a lavanderia evitando assim que Maria me xingasse mais que o normal. Meus planos era trocar de roupa e me encontrar com Charlie na delegacia onde passaríamos o restante dos dias juntos monitorando Seattle e a área pela qual sabemos que Isabella agiria.

Eu parei na entrada da sala encontrando Maria de pé próxima a lareira junto com Damian em uma postura rígida parado a sua frente. Ela parou de falar assim que me fiz presente, embora eu tivesse certeza de que ela tenha me ouvido assim que eu entrei em casa.

- Tudo bem por aqui? - perguntei.

- E por que não estaria? - seu olhar mortal não me afetava a muito tempo e ela sabia disso, mas, mesmo assim, ela não parava de atirá-los a mim.

Eu não disfarcei a avaliação física que fiz ao garoto a sua frente e fiquei feliz em sentir o ar de diversão que captei dele, enquanto tentava segurar sua fachada séria, em respeito a senhora parada a sua frente.

- Por Dios, Jasper. - Maria exasperou jogando suas mãos para o alto. - Estava apenas passando a ele as ordens de Isabella. Já que ele decidiu que era bem maduro da sua parte agir como "un niño travieso" e ignorá-la. (uma criança pirracenta)

Tanto eu quanto Damian não estávamos mas nos esforçando em disfarçar a diversão que estava sendo vê-la exasperada.

- Engulam esses risinhos idiotas. Eu avisei à Isabella que ela estava perdendo a mão com você niño. Agora fora...

Ela se aproximou o empurrando pelo ombro enquanto ele ria ainda mais. Eu o assisti sair pela porta da frente, recebendo apenas um sinal de Adeus, antes de sumir por ela.

- Isabella sabe que você colocou o caçula dela para fora? - perguntei cruzando os braços e sorrindo para a forma como seus olhos escureceram pelas minhas escolhas de palavras.

- Callate idiota. Ele está indo para La Push. Isabella deixou ordens claras para que ele ficasse com a tribo auxiliando Sam no que fosse preciso. Ele será nosso contato direto.

Como eu havia imaginado. Damian precisava entender que não era necessário que ele se arriscasse para que Isabella o valorizasse. Além de ela já fazê-lo. Seus esforços em se tornar forte e eficiente no campo de batalha nunca se passaram despercebidos e eu tinha certeza disso só de ouvi-la contando sobre muitas vezes em que ela lutou ao seu lado, assim como o medo de vê-lo ferido e do orgulho em vê-lo triunfar sobre o inimigo.

Isabella confiava em Damian. Não tendo uma forma menos distorcida em dizer isso, Isabella tinha dado essa vida a ele. Depois de cuidar, alimentar e protegê-lo até onde pôde. Isabella deu uma vida a Damian, deixá-lo em La Push não era uma forma de afastá-lo do perigo, era a forma que ela tinha de ter certeza que em um possível ataque, Sam teria com ele alguém que lutaria pela segurança da tribo como se fosse ela, porque Damian a conhecia como ninguém, ele sabia e entendia tudo o que era importante para ela e ele faria tudo por ela. Assim como ela um diz fez por ele e continuaria fazendo.

Meu relacionamento com Maria não era dos melhores, mas eu não podia mentir e nem fingir que não enxergava suas mudanças. Ela tinha sido sim uma filha da puta sanguinária no meu passado. Eu tinha todas as justificativa de odiá-la pelas manipulações e no que eu tinha me tornado por ter meu olhos vendados por duas décadas. Sendo que eu tinha me livrado de todas essas amarras a muitos anos, e Bella vinha me ensinando o que eu já sabia… não vivíamos em um mundo preto e branco, embora em todas as histórias sempre ouvíamos falar sobre o bem e o mal, nada nunca funcionava com dois lados extremos. A pessoa mais caridosa e amorosa do mundo por sim ter o seu momento egoísta, assim como até mesmo o mais cruel pode ter um instante de benevolência.

E é por pensar nisso e deixar de pensar mais e enxergar o que estava bem na minha frente que eu pude ver o que eu nunca tinha visto antes, a humanidade de Maria. Toda a vez em que ela gritava com Peter, em todo o sorriso que ela dava para a Isabella quando a via chegando e a cada vez que ela recebia Charlie em seu lado, aceitando seus abraços e carinhos. E agora… quando ela garantiu que o niño de Isabella tinha entendido o seu papel a sua importância não no seu exercito… mas sim na sua família.

- Vou me trocar e ir para a delegacia. - Informei como força de um velho hábito a muito esquecido por mim, mas que fazê-lo naquele momento não me incomodou.

- Esperarei por você. - Acenei com a cabeça para o seu tom suave. Algo que eu nunca tinha recebido de Maria.


ISABELLA

A força do meu punho dilacerou o queixo do vampiro que estava na minha frente e mesmo sem a metade de seu queixo isso não foi o suficiente para pará-lo antes de me acertar. Eu senti o impacto no chão o suficiente para gemer, seu tamanho o fazia ter força além do normal, eu rolei até bater em uma pilastra que estremeceu por conta do impacto, mas eu não deixei que isso me afetasse enquanto me colocava de pé, já me preparando para receber seu ataque quando ele avançou se jogando contra mim pairando em cima de mim depois de me derrubar novamente.

Eu agarrei com uma mão sua blusa que já tinha visto dias melhores enquanto eu prendia meus dedos no pouco cabelo que ele tinha, mas que era o suficiente para forçá-lo na minha direção o surpreendendo, mesmo com ele tendo uma mão em minha garganta eu o puxei para mim. A força que minha testa bateu em seu nariz o rachou, assim como eu consegui sentir a pequena fissura abrindo em mim também.

A distração foi suficiente para fazê-lo virar mesmo com ele sendo o dobro do meu tamanho, agora eu ficando com minhas duas mãos em seu pescoço erguendo sua cabeça e batendo no chão novamente com violência, causando pequenas mas fundas rachaduras na lateral de sua cabeça. Aproveitando o momento em que ele abriu a boca para chamar alguém, eu encachei minha mão a forçando aberta e começando a fazer força, enquanto eu usava meu joelho como apoio o forçando em seu peito para fazer ainda mais força enquanto eu o mantinha no lugar.

Meu rugido de fúria e satisfação foi bem maior que seu lamento enquanto ele afundava suas unhas em meus braços na tentativa de me fazer soltá-lo, quando senti a lateral de sua boca começar a rasgar coloquei ainda mais força e não demorou muito para a metade de sua cabeça começar a rolar na minha frente e seus braços me soltando e caindo inertes para o lado.

Eu tropecei para fora de seu corpo inerte, limpando o pouco do veneno que respingou em mim e me virei para onde Dimitri terminava de bater no que parecia ser o último.

- Da próxima vez, você pega o de 2 metros. - Resmunguei enquanto me aproximava passando a mão na testa e sentindo a fissura que eu tinha causado já fechando, e depois comecei a avaliar o estrago que o filho da puta tinha feito em meus braços com suas unhas.

Era nosso segundo dia e o terceiro local que conferimos onde tinha o rastro do vampiro que estávamos perseguindo. Diferente dos outros dois esse estava ocupado. Não por recém-nascidos mais sim por nômades hostis, que pareciam me conhecer, já que eles fizeram questão de dizer que fizeram uma longa viagem para chegar até mim.

Eu não podia deixar de pensar que Handall não seria idiota de achar que mandar seus mercenários atrás de mim seria o inteligente suficiente não né? Por outro lado... ele era sim um idiota e eu não tinha como discutir contra isso.

Eu estava chateada e ainda furiosa por conta da briga. Não que eu não quisesse fazer isso, era só que eu já tinha minhas mãos cheias o suficiente para ter que lidar com esse lixos agora também.

Eu estava tentando ajeitar a minha roupa rasgada, não estando nenhum pouco disposta a dar um espetáculo para Dimitri e ter que aguentar suas piadas idiotas… porque essa era outras descobertas que essa viagem me trouxe, e humor pateta e idiota de Dimitri quando ele estava estranhamente entediado no meio de uma caça, eu tinha arrancada uma perna da minha calça e estava amarrando um jeito de manter minha blusa no lugar de uma forma decente, mesmo que o top ainda estivesse firme no lugar quando meu celular começou a tocar. Mesmo com a tela quebrada ele ainda estava funcionando. Tudo bem que eu não conseguisse ver o nome de quem ligava, já que só a metade inferior da tela estava cessa, mas, pelo menos, ainda era alguma coisa.

Lutei um pouco para que o touch screen reconhecesse o movimento, mas finalmente consegui atender com o cumprimento padrão por não ter noção de quem estava me ligando as, 03:00 da manhã. Mesmo com o chiado na ligação que eu não sabia dizer ser por conta do sinal ou pela quantidade de dano que o celular tomou eu consegui reconhecer a voz de Jasper no meio de uma enxurrada de palavras emboladas e um pouco falhas.

-... Irina saiu, no que eu acredito ser a uma hora e meia atrás... Pegamos o rastro dela indo em sentido a Port Angeles. Mas Tânia … insiste que ela foi atrás de você. Ela está pressionando para que eu vá encontrá-la...

- Você não vai. - Meu tom soou firme demais, ainda mais pelo estado que minha voz e meu humor estavam depois de tudo. Aquele momento não era o ideal. Eu e Dimitri estávamos claramente desestabilizados, embora Jasper não pudesse nos ver, todo o cenário não era nada animador. Além de que ouvir sua voz aumentava ainda mais a saudade que eu sentia dele.

Mas Jasper não sabia como estava sendo, ele não sabia como meu dia tinha sido uma merda. Ele não tinha culpa pela bagunça que isso tinha virado e nem por tudo o que estava acontecendo por lá e sobre o que ele estava sendo forçado a lidar, assim como eu, ele estava fazendo o que poderia... o melhor... mas isso não significava que ele iria atrás de uma loira histérica que tinha acabado de estourar o meu ultimo suprimento de paciência em ser uma criatura mais social e solidaria a sua causa.

- Desculpe, amor. - Resmunguei suspirando. - Só... não é um bom momento para eu lidar com isso... e nem de você sair, ainda mais atrás de uma... só fique aí ok. Estamos voltando para Seattle!? - Dimitri vendo que minha intenção era de confirmar com ele o nosso próximo passo confirmou com um movimento breve coma cabeça e eu o agradeci com um sorriso forçado. - Temos planos de voltar a Seattle o mais rápido possível e ficarei de olho.

- Voltar? Aonde vocês foram?

- Tacoma. - Eu suspirei olhando em volta, no trabalhando que teremos para limpar toda a bagunça, mas eu precisava de um tempo e aproveitando que eu o tinha ali do outro lado da linha e que por algum milagre meu telefone tinha sobrevivido aquela noite e me sentei no pedaço de parede tombada e contei a Jasper onde viemos parar e o que aconteceu. Eu estava bem, nós dois estávamos. E eu tive que repetir isso dezenas de vezes até que ele se conformasse com os acontecimentos, que eu briguei com alguém, que ele não estava aqui para me ajudar e que ele não poderia vir conferir ele mesmo que eu estava de fato bem.

- Irina fez a sua escolha em partir Jasper. Se ela quer vir até aqui, ela terá sorte de chegar até o final dessa viagem inteira e se ela conseguir me encontrar seu prêmio será ter a sua bunda chutada de volta para Forks ou para qualquer outro lugar bem longe do meu caminho. - eu o tranquilizei antes de desligar. Eu não queria que de forma alguma ele achasse ser uma boa ideia sair, tudo o que eu e Dimitri encontramos nos últimos só mostrava o tamanho da bagunça que Victória estava criando.

A risada de Dimitri me fez sorris também, me fazendo esquecer um pouco do mau humor de toda aquela situação. Ele pegou o pedaço da cabeça que eu arranquei me perguntando o que eu tinha feito com o resto do queixo do homem e eu apenas dei de ombro.

Eu não estava me importando com isso agora e nem com o fato de tê-lo deixado sozinho arrumando nossa bagunça eu só fiquei feliz em finalmente conseguir um tempo e poder usá-lo mesmo que por tão curto ele tenha sido com Jasper... mesmo que por uma ligação.


JASPER

Eu encerrei a chamada rindo de suas palavras sem conseguir evitar, eu sabia que aquela era a sua forma de me tranquilizar, da forma mais distorcida possível, mas essa era a Isabella que eu vinha conhecendo dia a pois dia e me apaixonando um pouco mais em todos eles. Deixei meu peso cair no encosto do sofá enquanto minha mente repassava tudo o que ela tinha acabado de contar.

Ela tinha encontrado nômades e mesmo que não tivesse presenciado essa briga, as que enfrentamos no nosso caminho para Forks, me dava material para imaginação o suficiente.

- É impressão minha ou ela está ficando com toda a diversão? - Peter reclamou sentando-se próximo de mim no sofá, puxando Charlotte para seu lado e a circulando com o braço.

- Isso não é nada engraçado, Peter. - reclamei ainda nada feliz com a lembranças de Peter tendo que ajudá-la a recolocar sua perna no nosso último confronto com nômades.

- Sim major. Foi o que eu acabei de dizer... nada divertido. - Minha mão voou o acertando no peito no instante em que Charlotte saiu do caminho já prevendo o que aconteceria. Sem ter a chance de revidar por Charlotte estar apoiada em seu braço, ele virou e me chutou a primeira vez, causando mais riso na sua companheira.

A brincadeira foi um pouco além do esperado, quando me esquivei de mais um chute depois de ficar de pé e Peter acertar o pé da mesinha o quebrando, fazendo com que ela tombasse e derrubasse o que tinha nela.

- Filhos da... Charlie, vou matá-los. Depois eu que era a louca por prendê-los em correntes. Bando de perros sem... - O grito de Maria nos fez saltar e o barulho da porta se abrindo na direção da sala de jantar que ficava ao lado da sala nos fez se empurrar para fora de casa querendo sair o mais rápido possível.

Era um sentimento de deja-vu toda vez que eu em via parado na porta de entrada daquela casa, mesmo assim eu bati as minhas costumeiras três batidas e aguardei e eu não podia deixar de pensar o quão repetitivo isso vinha se tornando.

Alguns segundos seguiram e nesse meio tempo meu celular acabou vibrando em meu bolso, o número era desconhecido… mas as palavras e a forma como elas soaram em minha mente usando sua doce voz estressada ao lê-las me dava a certeza de Maria de alguma forma já tinha entrado em contato com ela.

"Que porra vocês fizeram?"

Eu não tive tempo para responder quando a porta foi aberta e eu fui saudado pelo sorriso lindo e caloroso de Esme. O sentimento de revolta e diversão me dizia que ela ainda não estava muito contente com a minha insistência em continuar batendo.

- Da próxima vez, deixo você esperando por uma hora. - Ela brincou fechando a porta depois que eu entrei e virando para me abraçar.

- Tudo bem, eu não me canso tão fácil. - brinquei retribuindo e tomando a liberdade de beijar seus cabelos.

Esme tinha sempre uma onda de amor fluindo por ela. Pronta para acolher qualquer um que chegasse próximo a ela. No início tê-la por perto era reconfortante, então eu sempre me via ao redor, ainda assim tomando cuidado para não me aproximar demais e assustá-la. Enquanto todos sempre recebiam um abraço, beijo nos cabelos e qualquer afeto vindo da mulher que tinha como meta de existência cuidar dessa família que ela tinha formado, eu era o único que tinha traçado um limite invisível ao qual ela respeitou desde o início.

Eu não queria e não me sentia à vontade com ela tocando minha pele calejada de tantas cicatrizes e mesmo sem eu dizer nenhuma palavra ela parecia compreender e respeitar isso. Então para ela estava tudo bem ter minha companhia enquanto ela cuidava do jardim. O momento em que ela sempre relaxava e vibrava sentimentos bons e de plenitude que eu nunca tinha sentido desde que tinha despertado como vampiro. Era um sentimento quente, confortável, seguro e sem nenhum pingo de sede. Era o momento que Esme se sentia feliz... e isso me deixava feliz.

- Vim com algumas notícias. Onde estão todos?

- Carlisle está no hospital. Emmett e Roseli acabaram de chegar da escola e estão no quarto se limpando. Os outros estão na sala. - ela me respondeu enquanto encaixava seus braços no meu e me guindo até lá.

Edward estava sentado em seu piano dedilhando notas como sempre e assim que me viu sorriu, eu reconheci a sua intenção no instante em que as 3 primeiras notas soaram me fazendo querer quebrá-lo inteiro assim como o seu precioso piano, usar a musica que ele tinha feito para Isabella dormir com o intuito de me irritar, ela algo baixo até mesmo para ele e sua costumeira infantilidade.

- Edward – Esme ralhou atrás de mim, por também reconhecer suas intenções, o fazendo parar na mesma hora.

- Vim trazer notícias… - comecei querendo acabar logo com tudo aquilo.

- Achou Irina? - Tânia ficou de pé no mesmo instante.

- Não. Eu sinto muito Tânia, mas a sua irmã fez uma escolha em arriscar...

- Uma escolha Jasper? Irina saiu para fazer o que ninguém está fazendo. Ela foi procurar Eleazar, ou até mesmo conseguir ajuda...

- Chega. - Meu tom a fez se calar e se remexer ao conhecer a minha seriedade. - Eu posso entender e reconhecer que você esteja em um momento difícil. O que eu não posso é aceitar que seja injusta. E eu não aceito isso, estamos fazendo o que podemos.

- Não é o suficiente. - Ela gritou exasperada e Edward se levantou do seu lugar indo até ela.

- Eu lamento que para você não seja.

Alice começou a confortá-la no instante em que os soluços começaram. Eu não adentrei muito a sala me mantendo próximo a saída não me sentindo muito confortável em estar ali naquele momento, mesmo com Esme ainda ao meu lado. A voz de Emmett soou como trovão no instante em que ele me viu e me cumprimentou assim como Rose. E eu me vi agradecendo ter alguém são aqui com quem conversar e contar as recentes noticias, quando mais cedo de fato eu esclarecesse isso mais rápido eu poderia terminar e me juntar a Charlie na delegacia e descobrir o que de fato tinha acontecido em Tacoma.

- Consegui entrar em contato com Isabella hoje. O ataque a boate foi sim obra do exército, muitos corpos foram despedaçados antes mesmo de serem queimados. E ela e Dimitri sentiram muitos rastros de vampiros.

- Eles conseguiram detectar Victória? - Rose perguntou se aproximando da poltrona e se sentando.

- Não...

- Então como temos certeza de que ela está nisso tudo.

- Ela conseguiu identificar traço do cheiro de Victória junto com o de um outro vampiro.

- Igual a Laurent? - para minha surpresa foi Edward quem perguntou.

- Sim. Isso deu a Dimitri algo mais concreto para rastrear. Eles acharam 3 supostos esconderijos, dois estava vazio, mas ela acabou cruzando com nômades no terceiro... isso foi hoje em Tacoma. - Pelo canto dos olhos eu vi Alice estremecer provavelmente se lembrando do seu último encontro com criaturas da mesma laia, e graças a quem ela tinha saído inteira disso tudo? Era inevitável disfarçar o quanto eu ainda estava chateado com as suas ultimas atitudes.

- Eles saíram de Seattle? Eles planejam se afastar mais. Tem certeza de que isso é uma boa ideia. - Rose tinha a mesma preocupação que a minha.

- Nada disso é uma boa ideia para mim Rose. - Eu suspirei. - Mas é Isabella... Ela não vai se afastar. Ela está voltando para Seattle agora mesmo. E eu contei sobre Irina e que você acredita que sua irmã está indo atrás dela em Seattle Tânia, ela prometeu... ficar de olho e encaminhá-la para um lugar seguro se encontrá-la. - Tudo bem que Isabella não tinha sido tão gentil em sua escolha de palavras... mas eles não precisavam saber disso. E eu fiz questão de olhar bem fundo nos olhos de Edward ao deixar isso bem claro em minha mente.

- Só isso? - Tânia e sua ingratidão estava começando a me irritar profundamente.

- Acredito que ela esteja fazendo mais do que todos nós, não acha? No entanto, você é livre para ir se quiser procurar sua irmã. Eu só não aconselho sair sozinha por aí. Talvez uma companhia... Alice, Edward talvez.

Nenhum dos três me responderam enquanto Emmett via graça nas minhas palavras.

Eu tinha acabado de descer as escadas da casa e estava me virando para acenar mais uma vez para Esme quando algo grande e peludo se chocou no carro o tombando, e me arremessando para trás. Eu fui ágio em ficar de pé. Mas não pude falar a mesma coisa do lobo que ainda estava tentando ganhar firmeza.

Um vampiro avançou com o intuito de esmagá-lo por trás, sem dar conta da minha presença o que facilitou no meu ataque quando o agarrei puxando enquanto tentava entender de onde eles tinham vindo. Agindo rápido eu consegui arrancar seu braço e acertá-lo com ele, quando rosnados e coisas quebrando soaram de dentro da casa.

Estávamos sendo atacados...

Quando voltei para dentro de casa, depois de despedaçar o invasor, encontrei a parede que dividia a cozinha destruída assim como Edward que levantava de cima do seu piano em pedaços, enquanto Tânia parecia lutar com o vampiro que o atacou. Esme estava ajudando Alice e Emmett e Rose cuidavam de mais um que tinha entrado na casa. Eu me mexi para ajudá-los quando estranhamente a casa estremeceu, causando rachaduras nas paredes e no chão a baixo de nossos pés. Eu não entendi como isso era possível, mas corri para puxar o vampiro que ainda avançava em Esme abrindo caminho para que ela saísse. Obedecendo ao meu grito Esme conseguiu correr no instante em que um estalo soou derrubando um pedaço de parede em cima de mim, me atrapalhando por um momento em conter o vampiro, mas eu consegui arrancar sua cabeça no instante em que meus pés começaram a afundar no chão da sala.

- Jasper. - Alice gritou quando o chão começou a deslizar ainda mais rápido abrindo uma buraco levando não apenas ela, mas tudo o que estava ao redor conforme ele ia ficando maior. O cheiro de gás invadiu o ambiente e eu gritei para que todos corressem. Eu consegui me aproximar de Alice o mais rápido que consegui agarrando sua mão e a puxando antes que seu corpo terminasse de escorregar pelo buraco.

Eu a tinha em meus braços quando cruzei a porta e mais estalos soaram, fazendo toda a estrutura tremer. Eu estava a meio caminho deles quando pedi que todos se afastassem, um último estalo soou antes que eu nos jogasse para trás do carro tombado quando a explosão soou criando uma grande bola de fogo tentando nos engolir.

N.A FELIZ ANO NOVOOO!

Passando aqui para deixa eu recadinho especial a todos vocês que estiveram presente por aqui desde o primeiro capitulo e a aqueles que estão chegando agora também. Eu desejo grande benções que esse novo ano traga novos sorrisos, novos amores, novas histórias e muitas novas aventuras.

Eu deixo aqui também meu muito obrigado por toda o carinho durante o ano que passou ter vocês por aqui acompanhando os capítulos tanto de "Essa sou eu" quanto de "Naturalidade" me trouxe um sentimento acolhedor e gratificante que eu se quer tinha imaginar sentir quando comecei a escrever. Então, muito... muito obrigado.