Edward Cullen PDV

O despertador tocou e eu gemi rolando na cama e desligando o barulho.

Estiquei meu braço, atrás de um corpo quente, mas tudo que encontrei foi um colchão frio.

Abri meus olhos e encarei o quarto escuro.

Sozinho.

Eu estava sozinho e triste.

Meu coração se apertou com a dor da solidão, não sabia quanto mais tempo aguentaria isso. Esfreguei minha mão no rosto e me levantei, caminhando para o banheiro.

Lembrei de como minhas manhãs eram diferentes.

Não era raro eu acordar com dois corpinhos pulando em cima de mim na cama, quando esquecíamos de trancar a porta. Nas outras vezes, eu beijava minha esposa com força, deitado em cima dela, suas pernas entrelaçadas em minha cintura e passava a mão em seu corpo, suas unhas arranhando minhas costas.

— Você trancou a porta ontem à noite? — ela sempre perguntava, morria de medo de ser pega no flagra por nossos filhos, eram os únicos que podiam entrar em nosso quarto sem permissão.

Eu sempre dizia que sim mesmo sem ter certeza. Às vezes dava certo de nos amarmos antes de ter o quarto invadido ou ser a hora de levantar, em algumas eu tinha que correr para o banheiro e esconder meu estado de excitação.

Respirei fundo e puxei o travesseiro ao lado, que não tinha mais o cheiro de seu perfume, mas em minha mente eu podia lembrar perfeitamente da fragância floral, de suas mãos percorrendo minhas costas, meus braços a envolvendo, a forma perfeita que nossos corpos se encaixavam.

Senti meu corpo começar a esquentar e esfreguei meu rosto, querendo afastar aqueles pensamentos. Tantas memórias que tinha de nós nos amamos sem nenhuma preocupação.

Eu não queria usar minha imaginação e me aliviar sozinho, eu queria o real, eu a queria ao meu lado para sempre.

Queria minha Bruxinha.

Porém, isso era impossível.

Senti um aperto sufocante no peito, como se meu coração estivesse sendo esmagado e ficando bem pequenininho. Respirei fundo e obriguei-me a levantar da cama. Tomei banho me arrumando para o dia.

Escolhi um terno preto com detalhes vinho escuro e um colete de seda. Coloquei meu colar de crucifixo e a aliança, eu nunca os deixaria de usar, conferir se minha glock tava carregada antes de colocar na cintura.

O corredor estava escuro e silencioso, ainda era muito cedo, o sol estava começando a aparecer.

Por força do hábito abri a porta do quarto ao lado só para encontrar ele vazio. A cama de princesa toda arrumada, brinquedos não estavam espalhados pelo chão, tudo arrumado como se fosse um quarto de uma loja de decoração, o quarto ao lado de menino também estava da mesma forma, a cama de carrinho feita, os bonecos de heróis guardados.

Eu suspirei e fechei a porta.

Desci as escadas e o mordomo já me esperava ali.

— Bom dia, sr. Cullen, devo preparar seu café?

— Não, estou sem fome — respondi.

Escutei passos e minha mãe apareceu, elegante como sempre. Oito anos tinham se passado e as marcas do tempo, começavam a aparecer mais em seu rosto, porém ainda continuava bonita e sem aparentar seus mais de setenta anos.

— Filho, você tem que comer — me recriminou só com o olhar.

— Eu peço para Peter parar no caminho, preciso ir — falei apressado sem olhar direito para ela saindo daquela casa.

Peter me esperava e abriu a porta para entrar na mercedes que tinha comprado a pouco tempo. Entrei no carro, que ainda cheirava a couro novo, ele fechou a porta dando a volta.

— Senhor — estendeu um copo de café e uma sacola marrom de uma cafeteria.

Com certeza tinha adivinhado que não comeria em casa.

— Obrigado — agradeci pegando e comendo à força.

Peguei meu celular e desbloqueei a tela, sorri triste ao ver a foto uma selfie de nós quatro ao fundo sorrindo.

Eu, minha esposa e nossos dois filhos. Alyssa e David.

Meu coração se apertou e balancei a cabeça.

— Mais rápido, por favor — Pedi para Peter e ele acelerou.

Ainda me lembrava da emoção que seti quando quatro anos depois do nascimento da minha primogênita Bella falou que teríamos outro filho.

Eu me sentia o homem mais feliz e realizado do mundo, porém, naquele momento era o mais triste e solitário do Universo. Trocaria tudo só para tê-los ali.

….

Cheguei no meu escritório e meu secretário veio logo atrás com os compromissos que teríamos, na verdade meu dia na parte da manhã estava bem tranquilo. Nem precisava ter saído tão cedo, mas não aguentava ficar naquela casa sem eles.

Arrumei alguns contratos e fiz algumas ligações para um traficante da Europa, para confirmar que a entrega que ele tinha feito chegou certinho e ele estava bem feliz com a execução do serviço.

Com certeza a equipe de entrega merecia um bônus.

Mergulhei a cabeça no trabalho tentando não pensar em mais nada e consegui, quando vi já tinha dado a hora do meu encontro com Sam.

Iria acabar com isso.

A reunião seria em outra cidade e tentei dormir no caminho, pois tinha dormido pouco na noite anterior, nunca me acostumaria a dormir sozinho. O ponto de encontro era um local deserto longe da rodovia e tinha que ir por um caminho de terra quase imperceptível.

Uma SUV preta estava parada e assim que o carro foi chegando, dois homens desceram dele.

Peter parou o carro, a suv dos meus seguranças parou atrás, dois desceram, um deles abriu minha porta e saí do carro. Peter ficava sempre no volante, se precisássemos sair rápido.

Eu alisei minha roupa, vendo Sam também sair do outro carro, nós nos aproximamos.

— Cullen, ainda bem que já chegou — estendeu a mão.

— É senhor Cullen para você — respondi frio. — Vamos logo com isso. Trouxe o dinheiro? — perguntei sem querer enrolar mais.

— É claro, está tudo aqui — acenou com a mão.

Um dos seguranças puxou uma mala grande de dentro do carro, ele a abriu e vi os milhares de dólares ali dentro.

Fiz um gesto com a mão também e meu segurança se aproximou pegando a mala. Ele a abriu conferindo as notas e fez um gesto para mim.

Inacreditável.

— Foi muito bom negociar com você, mas agora tenho que ir — Sam virou apressado.

— Eu não mandei você sair — falei rápido.

Ele parou de andar e se virou lentamente.

Eu podia ver o medo em seu rosto. Babaca.

— Eu não sou um desses seus cachorrinhos para você ficar mandando em mim. Fizemos um negócio agora eu tenho que ir — tive que reconhecer que foi corajoso por me dizer isso.

Eu peguei as fotos do bolso do blazer e joguei em sua direção, algumas voaram.

Sam nos devia dinheiro, então em troca disso começou a trabalhar para Grand C arrumando alguns clientes, era gerente de uma rede de resorts então conhecia muita gente, mas tínhamos descoberto que ele vendia nossas mercadorias a preço mais caro tirando uma grande parte para ele, sem falar que tinha mentido que uma entrega tinha sido extraviada, mas na verdade ele tinha vendido para outra pessoa por baixo dos panos e ainda tinha aquelas fotos. Era imagens dele com um homem conhecido por falsificar notas de doláres. Descobrimos que planejava ficar com o dinheiro de verdade, nos dar o dinheiro falso e fugir. Ele tinha comprado passagens para fora do país esta noite.

Ele que tinha estragado a minha viagem e com certeza merecia o fim.

Os olhos dele se arregalaram.

— Co…mo?

Eu dei um leve sorriso.

— Tenho um informante muito bom no FBI agora.

Era um novato que estava se saindo bem passando informações. Charlie o tinha treinado e recrutado ele, muito bem, pois tinha se aposentado da polícia. Eles chegaram a trabalhar juntos na polícia de Los Angeles, antes de entrar na federal.

— Senhor Cullen… eu…

Eu me levantei e puxei minha arma das costas e atirei nos dois seguranças atrás dele rápido. Eles nem tiveram tempo de reagir e seus corpos caíram no chão.

Sam tremeu se protegendo.

— Você achou mesmo que poderia me enganar? Enganar a Grand C?

— Eu…Me perdoe… por favor…

— Sempre as mesmas desculpas.

Revirei os olhos e atirei no meio do seu peito.

Ele caiu no chão.

Eu me aproximei dele.

— Espero que curta seus dias no inferno — atirei na sua testa.

Eu era impiedoso. Eu era implacável.

Já tive traições suficientes para uma vida inteira.

Ninguém mais me passaria a perna.

— Limpem isso — falei para meus seguranças e entrei no carro.

— Para onde, senhor? — Peter perguntou.

— Para casa — respondi respirando fundo, massageando minha têmpora.

Aquele dia não estava sendo nada como eu imaginei e tinha planejado.

….

Estava na hora do crepúsculo quando cheguei, o céu estava começando a escurecer com tons alaranjados e arrochados. A mansão Cullen já estava iluminada.

Eu saí do carro e subi as escadas acenando para os seguranças ali.

O hall de entrada estava silencioso e sem ninguém e franzi meu cenho, meu sentindo se alertando.

O boneco do Batman em cima do sofá chamou minha atenção e simples assim meu dia se transformou.

Escutei latidos e segui imediatamente o barulho.

— Quieto Pipoca, você vai estragar a surpresa do papai — escutei uma vozinha dizer e sorri.

Pipoca era seu cachorrinho peludo sem raça definida.

Eles tinham chegado! Depois de quatro longos dias, minha família estava de volta em casa.

Eu quis chorar, mas era um maldito de um mafioso e controlei minha emoção.

Saí para o jardim tentando segurar o sorriso que queria escapar de meus lábios.

— Surpresa! — eles gritaram e começaram a cantar parabéns.

Toda minha família estava ali e mais importante que tudo Bella segurava um bolo cheio de velas.

— Parabéns, papai! — Alyssa gritou junto com David.

— Faz um pedido — meu filho falou e eu fechei meus olhos e assoprou a vela.

Depois me inclinei e peguei cada um em um braço, e os apertei com força.

— Ah princesa, senti tanta sua falta e de você também, filhão — beijei seus rostos.

— Feliz Aniversário, papai — falaram me abraçando.

Meus filhos eram uma mistura perfeita de mim e minha esposa.

Alyssa tinha seus cabelos castanhos, mas meus olhos verdes, enquanto David tinha o olho mais castanho e o cabelo igualzinho aos meus em sua idade.

Coloquei os dois no chão e encarei Bella vindo em minha direção, meu coração acelerou assim como a primeira vez que a vi. Ela estava ainda mais linda e eu continuava totalmente rendido por ela.

— Por que não me avisou que iria chegar hoje? Caralho, tava morrendo de saudades — sussurrei pegando pela cintura e pressionando seus lábios nos meus com força.

— Não achou mesmo que passaríamos o aniversário longe de você, né? Sem falar, que lá não ficou o mesmo sem você — ela respondeu passando a mão em meu cabelo.

Eu sorri, abraçando-a de novo.

Nós tínhamos decidido tirar uma semana de férias e viajamos para um resort no Havaí, mas por causa de Sam tive que voltar três dias mais cedo, Bella ficou com as crianças, eu não queria estragar a diversão deles, por causa do trabalho.

Eles só deveriam chegar depois de amanhã.

— Deu tudo certo com o verme? — sussurrou.

Eu sorri e acenei.

— Maravilha, quero ver alguém achar que a gente é tão burro assim — disse em som tom malvado que eu amava.

— Parecia que vocês nunca mais iriam voltar, dava pena olhar para esse menino chorão — Rosalie riu em minha direção. Ela segurava sua filha mais nova, Abigail no colo e estava com sua barriga de cinco meses de gestação. Emmett ao seu lado segurava meu sobrinho mais velho Emmett Jr.

Meus pais estavam atrás dele, assim como Charlie e Zafrina.

Sem aguentar, puxei Bella e meus filhos de novo abraçando os três de uma só vez.

— Vocês são as três pessoas que mais amo nessa vida, nunca mais vamos ficar longe assim de novo — prometi.

— Nem a gente, papai — Lyssa falou com um beijo na minha bochecha.

— Crianças, vem comer os doces — minha mãe chamou e rápido assim eu fui deixado de lado, trocado por brigadeiros, mas minha Bruxinha continuou segurando minha mão.

Ela me encarou.

— Acho que você vai ter que adicionar mais um na sua lista — piscou e passou discretamente a mão em sua barriga.

Meus olhos se arregalaram.

— Sério? — arfei.

Ela apenas riu se afastando de mim.

Mais um filho, quem diria que eu me sentiria tão realizado assim.

Eu tinha o controle de todo o Estado da Califórnia, era um dos maiores mafiosos do país.

Tinha poder, beleza e tantos dólares quanto as estrelas do céu.

Mas nada disso importava, o que eu tinha de mais importante estava ali.

Com minha esposa, meus filhos, meus pais, irmã, amigos e sobrinhos.

De todas as coisas, isso era o que eu mais tinha de precioso na minha vida.

E todos os dias agradecia quando meu pai me obrigou a escolher uma esposa por uma foto.

Quem diria que um amor mafioso daria tão certo assim?

Eu me aproximei e peguei Bella por trás abraçando-a e fazendo carinho em sua barriga.

— Papai, papai de quem é o primeiro pedaço de bolo? — Alyssa perguntou se virando para mim com a mão na cintura.

Ela tinha pouca idade, mas já demonstrava a força que tinha dentro dela.

Às vezes me matava por dentro saber que um dia teria que destruir a pureza que tinha dentro dela, mas Lyssa já demonstrava mesmo em pouca idade uma personalidade mais forte que a minha e de sua mãe. Quando chegasse a hora, seria minha sucessora perfeita, porém isto era outra história.

— É claro que é meu — David falou.

— É meu! — ela bateu o pé no chão colocando a mão na cintura.

— Meu!

Pipoca latiu e a discussão deles boba se prolongou mais um pouco antes da mãe salvadora intervir.

Eu sorri, isso sim fazia tudo valer a pena.


Nota da Autora:

Aiin quero chorar! Sempre fico nostálgica terminando uma fanfic e essa tá sendo mais difícil porque nem tenho ideia de quando vai vim uma próxima!

Primeiro, falei que ia postar antes do fim do ano, mas foi aquela correria e só enrolei para terminar o Epílogo nada parecia bom, mas enfim consegui e o que acharam do capítulo? Ed sofrendo só por tá longe da família, enganei vocês? kkkkk

Sobre o capítulo do Anthony, eu tenho tudo na minha cabeça, mas não sei se vai sair, por enquanto este é o fim.

Ando sem inspiração para escrever, preciso de uma paixão na minha vida kkkkkkk por isso estou com dificuldade de desenvolver a história do Ed CEO, quero muito continuar escrevendo para vocês, já vi que preferem ela secretaria, então vou tentar desenvolver um plot em cima disso, não tenho ideia de quando vai sair e se vai sair, mas me sigam no meu twitter que mantenho vocês atualizadas por ela e quem sabe crio coragem e escreve uma au aucrepusculo

E lancei em original na Amazon um Capítulo Extra da antiga fanfic COM VOCÊ, onde o edward era quarterback e a Bella deficiente visual, para quem quiser ler está disponivel na Amazon o link está na nota inicial desse capítulo ou no meu instagram laviniasousaautora. Finalmente vamos descobrir se ela conseguiu enxergar ou não haha

Me sigam lá amores e para quem quiser participar do meu grupo de leitoras das fanfics no whatsapp é só me mandar o número e o DDD

Bem só me resta agora agradecer por todo carinho nesses mais de quinze anos, obrigada a você que comentou e acompanhou essa história, obrigada por todo incentivo, vou fazer de tudo para voltar aqui ainda esse semestre com uma fanfic do Edward CEO e aceito ideias e sugestões

Comentem por favor amores, e quem sabe recomendem hehe

Obrigada de coração, a Lalac não seria nada sem você e espero voltar aqui logo

Feliz 2024

Beijos