Essa será um estória curta de... talvez... dois capítulos apenas?!

Aproveite e Feliz Ano Novo!


Teste do Amor

Cap. I

Em algum lugar da quinta temporada, antes de Rachel...

"Você ouviu falar sobre o projeto piloto que estão fazendo aqui no hospital?".

"Com certeza algum tratamento experimental contra câncer que não dará em nada já que seu povo é muito incompetente".

Wilson bufou. "Projeto do amor".

"O quê?". House perguntou rindo.

"Um grupo de psicólogos criou uma metodologia para identificar potenciais almas gêmeas usando estatísticas matemáticas...".

"Ok, deixe-me interrompê-lo: Estão usando os funcionários do hospital para aplicar esse teste idiota?".

"Não é idiota".

House riu. "Não me diga que você preencheu o teste?".

"É só entrar em um site e responder a algumas perguntas".

House riu alto. "E quando sai o resultado?".

"O prazo para preencher é até amanhã, depois teremos os percentuais e compatibilidades".

"Você será compatível com Blur o zelador".

"Não é Blur... E eu coloquei que tenho interesse em mulheres, o cálculo leva isso em conta".

House sorriu, pois Wilson parecia mesmo empolgado e com altas expectativas. "Você só pode estar brincando comigo".

"Cuddy foi a primeira a preencher".

Os olhos de House se iluminaram em um azul singular. Cuddy? Com certeza ele poderia se aproveitar dessa situação, talvez... responder o que fosse conveniente para ser o parceiro ideal dela. Seria engraçado demais, não?

"Você vai preencher?". Wilson perguntou notando que House estava pensativo.

"Eu? Claro que não! Mas Adam vai".

"Oh não...". Wilson sabia que House havia hackeado o e-mail de Adam Muller, médico ortopedista. "House pense bem...".

"Obrigado pela dica".

"Não é uma dica... é um projeto sério".

House não respondeu, apenas saiu da sala pensativo.

"House...".

Apelo inútil.

Horas depois House ouviu seu time comentando sobre o "Projeto do amor". Foreman e Treze ironizando o experimento, Taub dizendo que era casado e, portanto, não havia aderido ao teste e Kutner empolgado pelo resultado.

"Cameron e Chase participaram pra ver a compatibilidade deles".

"Que será zero, ninguém precisa de psicólogos pra saber disso". House respondeu surpreendendo os demais que não faziam ideia de que ele estava prestando atenção ao assunto.

Kutner e Treze riram.

"Você fez o teste?". Taub perguntou.

"Talvez... quem sabe". Ele respondeu misterioso.

"Com certeza ele fez e respondeu com ironia". Treze disse bem-humorada.

"E colocar o trabalho dos psicólogos em risco por uma brincadeira infantil? Isso não parece como algo que eu faria!"

Kutner riu alto.

"Ok, vocês fazem os testes chatos no paciente enquanto papai responde ao teste legal". House disse indo em direção ao laptop. Ele abriu a intranet do hospital e logo se deparou com o convite para participar da pesquisa. Ele leu a explicação e metodologia com atenção cientifica, e depois começou o preenchimento em nome de Adam.

"O que Cuddy responderia? É isso o que eu tenho que ter em mente".

"Você espera o amor verdadeiro? Sim. Claro que sim, sou uma mulher desesperada para coabitar com a espécie masculina e copular como uma coelha". Ele respondeu alto enquanto preenchia o formulário.

"O que eu busco em um relacionamento? Companheirismo e sexo selvagem. Deve ser algo assim que Cuddy preencheu... Além do esperma para copular e preencher meu desejo primitivo maternal". Ele continuava. "Quanta pergunta estúpida!".

"Qual a natureza do relacionamento que busca? Ok... aqui ela colocaria a opção três: estável e maduro. Tão chato...".

"Você espera alguém: Bem sucedido e estabelecido? Iniciando sua jornada com inúmeras possibilidades e ideias? Desapegado e ligado a bens imateriais... Claro que bem sucedido".

E ele preencheu até o final, tentando adivinhar quais respostas estariam compatíveis com as de Cuddy.

"Pronto Dr. Adam. Você é no mínimo 70% compatível com a reitora de medicina". Ele recostou na cadeira seguro de si e deixou escapar um sorriso que seu time não pode deixar de notar.

"Ele está mesmo preenchendo ao teste?". Treze estranhou.

"Certamente em nome de Wilson". Foreman respondeu.

"Isso vai ser interessante". Kutner disse empolgado.


Naquela noite ele encontrou Wilson no estacionamento.

"Você preencheu o teste?".

"Claro que sim, Jimmy".

"Como Adam?".

"E quem mais?".

"House... Adam é casado".

"E daí? Nunca se sabe quando encontraremos nossa alma gêmea". Ele respondeu sarcástico.

"Você é louco! Vão descobrir que ele não preencheu e que mais alguém está com o login e senha dele".

"E e-mail... Não se esqueça".

"Qual a intenção disso?".

"Nenhuma intenção além de diversão".

"As pessoas estão levando a sério esse experimento".

"Problema delas!".

"Você não devia caçoar dos anseios e desejos das pessoas".

House fez cara de sono e bocejou. "Ok Jimmy, preciso ir! Tenho prostituta me esperando e eu nem tive que preencher nenhum teste estúpido".

"Claro que sim, você e suas mulheres com quem compartilha zero conexão". Wilson desmereceu.

"Ei, isso magoa". House se fingiu magoado.

"Desde Stacy você tem sido essa figura que paga por sexo e não se conecta a ninguém, eu sei que você não é feliz".

"E quem é? Você por exemplo? Cuddy? A felicidade é superestimada e uma ideia criada para massacrar todos os seres vivos. O ser humano é um eterno infeliz, eu apenas lido com isso sem expectativas irreais".

Wilson riu sarcástico. "Você tem medo!".

E deixou House lá, sem conseguir dar uma resposta a altura. E ele foi pra casa, mas ninguém o esperava lá, exceto a televisão e sua cerveja. Mas naquela noite algo o incomodava, ele não sabia o que era exatamente. Então, para silenciar essa voz desconfortável ele bebeu, mas não cerveja, ele abriu a garrafa de vodka e ela foi sua companhia. Em determinado momento ele acordou na sala, era perto de cinco horas da manhã. House se arrastou para o quarto e não se lembrava de nada o que havia acontecido entre meia noite e aquele horário, por certo ele dormiu profundamente.


"Bom dia doutora Cuddy... quer dizer que conhecerá sua alma gêmea hoje?".

Ela mordeu os lábios e se virou para encará-lo. "Doutor House, não creio que conhecerei minha alma gêmea, mas que contribui com a equipe de psicologia".

Ele riu. "Ok...".

"O que foi?". Ela contestou.

"Você está desesperada a procura de um macho para copular, qualquer oportunidade...".

"Você está muito enganado a meu respeito". Ela o interrompeu. "Eu não preciso de um macho para absolutamente nada".

Ele franziu a testa e a encarou.

"Eu adoraria conhecer alguém especial para compartilhar meu tempo livre, mas não preciso de ninguém".

"Por tempo livre você diz... da meia noite às cinco da manhã? Isso serve pra mim". Ele respondeu sarcástico.

"Eu não te devo explicações sobre minha vida e tão pouco imagino que você tenha participado do experimento".

"Obviamente não acredito nesses disparates nada científicos".

"Obviamente não".

"Mas estou curioso, quem será o azarado que será compatível com você?".

"Se você não acredita...".

"Mas você sim!".

E ele se afastou seguro de que ele havia feito um bom trabalho nas respostas do Dr. Adam.

O que Cuddy não admitiu é o quão ansiosa e insegura ela estava com aquilo. Ela era a reitora, imagina se tivesse compatibilidade com alguém, seria um comentário geral, talvez ela devesse ter ficado fora do experimento...

O fato é que o hospital estava todo ansioso, meio dia os resultados seriam conhecidos individualmente. Cada pessoa participante receberia um e-mail de acesso para verificar os perfis compatíveis.

Meio dia em ponto e metade do hospital correu para acessar o e-mail, House não foi diferente e acessou o e-mail de Adam, mas para a sua surpresa Adam tinha apenas uma compatibilidade com a analista de contabilidade Jade: 65% de compatibilidade. "O quê?". Era evidente que ele estava contrariado, seu time notou. "Não conseguiu a compatibilidade que queria?". Treze o provocou.

"Eu não... Dr. Adam que não conseguiu".

"Adam da ortopedia?". Chase perguntou confuso, mas House não respondeu. Ele começou a olhar o perfil de Jade e não tinha absolutamente nada a ver com Cuddy. O que ele havia feito de errado?

"Chase, e você? Qual a compatibilidade com Cameron?". Taub perguntou curioso.

"Não sei, tenho que acessar ainda...".

"Chase, podemos falar?", era Cameron.

"E aí? 90% Compatível?". Chase perguntou seguro.

"Não... você não aparece como compatível comigo, só aparece Dr. Clark e um tal de Jack".

"O quê?". Chase perguntou indignado.

Foreman, Kutner e Treze riram.

House estava aleatório a tudo, frustrado e completamente confuso.

"House...". Wilson entrou na sala. "Eu sou compatível com Eleonor".

"O quê?".

"Eleonor do marketing. Sempre tive um crush por ela. Veja: 73% compatível".

"Que ótimo!".

"O que foi?".

"Nada...".

"Você está esquisito".

"Dr. Adam não é compatível com Cuddy".

Wilson balançou a cabeça. "Esse era o seu plano?".

"Por quê? Eu respondi tudo certo!".

"Talvez você não conheça Cuddy tão bem".

"Oh... acredite em mim, eu a conheço!".

"Talvez você pensa que a conhece".

"Talvez ela tenha mentido!".

"Ela não é você!".

O que ele não sabia era que Cuddy acessou o seu e-mail ansiosa e ela tinha três compatibilidades. A primeira delas: Robert Hillard, médico oncologista do time de Wilson que a interessava 0%, mas a compatibilidade foi de 24% apenas, ela nem daria atenção a isso. Depois o gerente de RH, Bill Smith, que era casado e Cuddy não entendia porque ele havia feito o teste: 48%. Então os olhos dela se arregalaram quando um alerta de 100% de compatibilidade piscou. 100% era algo impossível, não era? Ela abriu e quase desmaiou... Gregory House?

"Filho da puta!".


House estava ainda pensativo em seu escritório quando Cuddy entrou.

"Seja lá o que você fez, desfaça!".

"O quê?".

"Manipular o teste assim? Isso é no mínimo molecagem e falta de respeito...".

Como ela sabia de Adam se eles nem eram compatíveis? Talvez ele foi reclamar pra ela... Mas já?

"Cuddy...".

"Ninguém é 100% compatível. Isso não existe". Ela continuou.

House franziu a testa. "Do que você está falando?".

"Não se faça de desentendido".

Ele continuou a encarando notadamente surpreso.

"Estou falando disso". Ela mostrou o e-mail pra ele.

Gregory House – 100% compatível

Agora foi ele quem ficou branco. "O quê?".

"Exatamente é isso o que você tem que me explicar".

"Eu nem preenchi o teste". De repente fragmentos de memória surgiram em sua mente, na noite anterior enquanto estava dominado pelo álcool ele meio que pode ter preenchido algo...

"Oh droga!".

"Oh droga?". Ela ficou realmente pálida.

"Eu preenchi o teste!".

Cuddy riu nervosa. "Não tente disfarçar!".

Ele nem a ouviu, abriu seu e-mail e clicou no link. Duas compatibilidades: 67% com Laura, a médica cardiologista e 100% com Lisa Cuddy. "Oh droga!".

"O que foi?". Ela foi até o laptop dele e viu o e-mail. "Você é compatível com Dr. Brown?".

"Aparentemente 67%".

Cuddy por um momento estúpido sentiu ciúme. Mas logo a razão voltou. "Você é compatível 100% comigo! O que você fez? Como hackeou o teste?".

"Eu não...". House estava chocado.

"House, nós sabemos que isso não é possível".

"Acredite em mim, estou tão chocado quanto você".

Cuddy ficou pensativa, ele parecia sincero. "Você preencheu o teste mesmo? Com sinceridade?".

"Eu estava bêbado ontem à noite... Eu não estava raciocinando".

"Eu sou 100% compatível com alguém bêbado? Grande!". Ela disse resignada.

House abriu suas respostas, ele estava alheio a presença de Cuddy ali e aparentemente ele havia sido brutalmente honesto nas respostas. Não havia sacanagem, ele realmente foi sincero como só os bêbados são.

"Eu não entendo...". Ele disse.

"Deixe-me ver!". Cuddy falou puxando o laptop pra ela.

"Desde quando você busca alguém que tenha uma conexão profunda? Você só quer sexo".

"Talvez não...".

Cuddy olhou em choque para ele, mas continuou lendo. As respostas de House não pareciam ser fingidas, mas ele parecia ter sido sincero como nunca.

"Você realmente preencheu o teste com sinceridade?".

"Aparentemente...".

"O que quer dizer 100% compatível?". Ela perguntou assustada.

"Que somos almas gêmea?". Ele perguntou divertido.

"Não... isso é... insano!".

"Claro que sim, alma gêmea não existe".

"Você disse que gosta de música". Cuddy continuou lendo.

"Check!".

"Que toca instrumentos músicas".

"Check!".

"Que gosta de ciência".

"Check!".

"Que gosta de seios e bunda...".

"Isso não é exatamente nenhuma surpresa... Você deve ter colocado no teste que possui uma boa anatomia nesse sentido".

Ela olhou pra ele corando, mas respirou fundo como se não tivesse registrado o que ele dizia. O fato é que sim, ela fez um autoelogio para si com relação a seus dotes físicos.

"Você respondeu que gosta de mulheres fortes".

"Não sou facilmente intimidado... você sabe".

"Você é petulante e não respeita hierarquia". Ela contestou.

"Se você classifica assim... Mas eu gosto de ter uma mulher forte para argumentar, isso é... sexy".

Cuddy fingiu não ouvir e continuou a leitura do teste dele.

"Bem sucedido profissionalmente".

"Não ganho o que merecia, mas...".

"Ha ha ha". Ela deu uma falsa risada e continuou.

"Como lazer você anda de moto, toca instrumentos musicais, ouve música e sai com amigos? Que mentira!".

"Eu saio sempre com Wilson".

"Por isso somos compatíveis, você mentiu!".

"Eu não menti, fui sincero demais. Acho que nunca fui tão sincero em toda minha vida, eu nem conhecia esse lado meu... Estou aprendendo tanto com esse experimento". Ele fingiu uma lágrima.

"Você informou que preza pela lealdade".

"Sempre!". Ele respondeu sério.

"Realmente?".

"Você, de todas as pessoas, não devia duvidar disso".

"Você disse que busca alguém bem-humorado e divertida".

"Check!".

"Você não busca alguém!". Cuddy contestou.

"Talvez meu eu bêbado seja romântico...".

"Então minha alma gêmea é você bêbado?". Cuddy perguntou sarcástica.

"Se meu fígado resistir nós podemos dominar o mundo, baby!".

"Isso é... frustrante. Esse teste não está certo".

"Não posso discordar".

"Vou reportar ao pessoal da psicologia.

"Ok".

"Ok?".

"Você é a reitora".

E ela saiu.

Ok, ela devia prever que fazia sentido... ela se sentia atraída por ele e deixou claro suas predileções físicas que, pensando bem, batiam 100% com as dele. Também falou sobre lealdade, sobre bom humor, música, ciências. Apontou que queria alguém bem sucedido na carreira, mas não antiquado e que se considerava uma mulher de personalidade e bem sucedida. Além disso, ela deixou evidente no teste que gostava de homens inteligentes, com humor ácido e até uma certa personalidade forte e egocêntrica. Ok, ela devia estar louca mas começou a fazer sentido, era como se ela tivesse inconscientemente descrito House em todas as suas respostas.

O problema é que a repercussão no hospital foi imediata. Duas pessoas haviam apontado 100% de compatibilidade. Todos estavam curiosos para saber quem seriam essas pessoas apelidadas carinhosamente de 'Almas gêmeas de Princeton'.


"House, precisamos falar". Cuddy apareceu na sala dele antes do final do expediente e falando com um tom de voz baixo e misterioso.

House nada respondeu, simplesmente fez sinal para que ela se sentasse.

"O seu time está ao lado".

"Eles já estão indo fazer exames, muito exames...". House falou alto e, o time curioso, saiu.

"Você está sabendo que o assunto se espalhou?".

"Esclareça assunto".

"Nossa compatibilidade".

"Oh...".

"Estão todos comentando que alguém teve 100% de compatibilidade com alguém".

"Uau!".

"Estão chamando de Almas gêmeas de Princeton".

"Que brega! Penso em vários apelidos melhores".

"House, é sério! Ninguém pode cogitar que somos essas pessoas".

House silenciou por alguns segundos. "Não sei se fico chateado ou aliviado com a sua preocupação".

"Eu sou a reitora, não quero que comentem sobre mim".

"Então você não deveria ter feito o teste em primeiro lugar".

"Não imaginei que teria esse resultado com alguém".

"E eu não imaginei que eu faria o teste".

"Bêbado...". Cuddy respondeu frustrada.

"Caso contrário não teria feito...".

"E ainda por cima, doutor Hillard está me perseguindo". Ela confessou isso enquanto se deixava jogar-se na poltrona dele.

"Hillard o idiota do time de Wilson?".

"Tive 24% de compatibilidade com ele".

"Pra quem teve 100%, o que é 24%?". House perguntou se gabando.

"100% falso".

"Ei, eu estava sendo muito verdadeiro no meu teste. Só se você foi falsa...".

"Eu não fui. E não estava bêbada".

"O que Hillard falou?".

"Oi Lisa, sempre te admirei".

House riu alto.

"Não ria! É sério!".

"Ele é um idiota!".

"Não posso contestar isso".

De repente os dois estavam rindo alto.

"Ainda bem que Bill é casado".

"Você foi compatível com ele também?".

"48%".

"Uau! O que isso diz sobre mim? Bill e Hillard são dois idiotas!".

"Bill é legal. Mas é casado e... não faz meu tipo".

"Pra você ver como esse teste é insano".

"Concordo". Ela respondeu resoluta.

"Dra. Brown não me procurou".

"Por que será?". Cuddy disse sarcástica.

"Ei, sou 67% compatível com ela... mais que você é com os dois idiotas".

"E 100% comigo. Não se esqueça! Estamos presos no 100%".

"Verdade. Estamos fadados a viver juntos para sempre".

Os dois riram alto novamente.

"Quem pode ter vazado a informação da nossa compatibilidade?". House perguntou curioso.

"Você contou para Wilson?".

"Não. Não disse a ninguém".

"Eu também não".

"Então só pode ter sido alguém da psicologia que tem acesso aos dados".

"Sim. Bem pensado!".

"Eu tenho a mente lógica, baby".

Ela balançou a cabeça, mas não pode negar que aquela atitude a atraia. Ok, não estava tão errado assim o teste de compatibilidade, ele sempre a atraiu. Mas 100%? Isso era totalmente insano. "Vou investigar!".

"Me chame se precisar de alguém com alto QI".

Ela fingiu uma frustração, como fazia muitas vezes, e saiu. Na verdade, na maioria das vezes ela não estava frustrada coisa nenhuma, era pura encenação.


"Você ouviu que House e Cuddy formam o par com 100% de compatibilidade?". Chase perguntou para Cameron e Foreman.

Os dois riram alto.

"É verdade".

"E como você soube disso?".

"Conheço algumas pessoas na psicologia".

"Aquela Karen que gosta de você?". Foreman o denunciou.

"Não!".

Cameron ignorou completamente a acusação de Foreman, ela estava bem mais preocupada com a suposição ridícula.

"House nem preencheu o teste". Ela contestou.

"Aparentemente não só preencheu, mas foi o homem da vez!". Chase respondeu irônico e incomodado com a atitude dela.

...

"Ei Wilson, você já ouviu a novidade?".

"Qual?".

E Chase relatou tudo o que ouvira.

"Não, isso não é possível!".

Chase levantou as sobrancelhas sugestivo.

"Só se... ele é um safado! Ele adulterou o teste, hackeou o sistema...".

"É uma explicação plausível para House ser 100% compatível com alguém". Chase concordou.

"Oh não! Ele hackeou o sistema". Wilson balançou a cabeça em reprovação e caminhou para a sala do amigo.

Enquanto ele caminhava Cuddy recebia um buquê de flores, ela riu nervosa, só podia ser House caçoando dela novamente.

Flores para a flor mais linda de Princeton.

24% é alguma coisa, certo?

Dr. Hillard

"Maldita hora que eu preenchi esse teste ridículo!". Ela rasgou o bilhete com fúria nas mãos.

O problema é que todos começaram a olhar pra ela e a comentarem algo ou a rirem. Oh não, eles já deviam saber os resultados. Que House novamente pregou uma peça nela e em toda a credibilidade do teste, da equipe de psicologia e do hospital.

...

"Você é um bastardo! Você não usou o nome de Adam, você foi tão idiota a ponto de usar o próprio nome. O que você pensava? Que Cuddy se jogaria nos seus braços depois disso?".

"Eu não manipulei ou alterei o teste, se você quer saber". Ele respondeu sem olhar para o amigo.

"Claro que não...".

"Eu preenchi um teste legitimo".

"Claro que sim...".

"Dr. House".

Nesse momento ele levantou a cabeça para olhar de quem era a voz feminina que surgia.

"Eu quero dizer que gostei de ser compatível com você".

Era Dra. Brown.

Wilson franziu a testa, aquilo não podia estar acontecendo.

"Oh... Esse teste é meio estúpido, sabe?".

Wilson corou, como o amigo podia ser tão mal educado e insensível? Dra. Brow claramente estava interessada.

"Eu acho que faz todo o sentido, se é que me entende...". A mulher não se deixou levar.

Wilson sentiu-se um intruso. "Ok, acho que tenho uma consulta agora...".

"Reunião na sua sala!". Cuddy apareceu de repente.

O lugar ficou um tanto tumultuado.

"Olá Dra. Cuddy". Dra. Brown respondeu de forma desafiadora.

"Dra. Brown? Não sabia que tinha assuntos no departamento de Diagnóstico".

"Não tinha, até agora... Quem sabe...".

Cuddy corou de irritação e House corou de... ele não sabia ao certo por que. Mas Wilson estava verdadeiramente vermelho, sentindo-se completamente inconveniente ali.

"67% certo? Razoável, mas não espetacular". Cuddy a desafiou.

"E você? 100%?". Dra. Brown perguntou sarcástica duvidando da fofoca que corria solta pelo hospital.

Cuddy não queria entregar-se, mas também estava muito incomodada com a petulância daquela médica, além, é claro, de uma boa pitada de ciúmes que negaria até a morte.

"Se me dão licença, preciso tratar de trabalho com Dr. House". Cuddy anunciou.

"Eu...". Wilson começou a argumentar.

"Você também vá fazer algo útil, por favor!". Cuddy não o poupou.

Os dois saíram apressadamente, não antes Dr. Brown deu uma olhada final para House.

"Wow!". Ele disse assim que ambos deixaram a sala.

"Você está amando essa confusão, mas eu não! Esse teste acabou com a paz do meu hospital".

"Até onde tenho visto, o teste só trouxe coisas interessantes. Como eu posso ter falado coisas tão ruins da equipe fantástica da psicologia?". Ele respondeu sarcástico.

"Eles sabem...". Cuddy se deixou sentar-se na cadeira em frente a House.

"O que eles sabem? Quem são eles? Do que se alimentam? Onde vivem?".

"Todo o hospital sabe de nosso teste 100% compatível".

"Oh isso? Era questão de tempo".

"Você não se incomoda que eles sabem?". Cuddy perguntou surpresa.

"Eles não estão acreditando, eles têm certeza de que eu manipulei o teste para zombar de você, ou de que alguém manipulou para gerar uma piada".

"Como você sabe disso?".

"Eu ouvi o meu time comentando".

"Perdemos totalmente a credibilidade". Cuddy colocou a mão no rosto enquanto dizia isso.

"Melhor o hospital perder a credibilidade do que eu".

"Ótimo! Muito bom que você pense assim, como sempre...". Ela ia se levantando irritada. "Saiba que Dr. Hillard não me deixa em paz agora".

"O quê?".

Cuddy saiu rebolando e House, de repente, sentiu-se muito incomodado.

...

"Fala a verdade, o que você fez? Sabia que o time de psicologia fará uma acareação?".

"Por que é tão difícil acreditar que eu simplesmente respondi ao teste com sinceridade?".

Wilson deixou-se cair na poltrona enquanto ria alto.

House manteve-se sério.

"Eu realmente não manipulei nada".

"House, você não seria compatível com Cuddy".

"Tem certeza disso? Ela é um tanto sádica... Gosta de um desafio e já temos um histórico".

"Um histórico de brigas e problemas".

House deu um leve sorriso.

"NÃO! Vocês não!".

"Wilson, eu preciso ir...".

"Você não diz isso e depois me manda embora".

"Ok, o que você quer saber?".

"Quando? Como? E por que você nunca me contou?".

"Um homem não transa e conta...".

"Não acredito! Você é um traidor!".

"Wow!".

"Você transou com Cuddy e não me disse nada! Isso foi quando? Não me diga que você estava com Stacy? Ou quando você terminou com ela? Ou depois da festa...".

"Ok, você está pirando já de tanto ciúme".

"Eu não estou com ciúme, eu estou me sentindo um idiota já que meu melhor amigo não me conta algo assim".

"Você me conta sobre todas as mulheres que você leva pra cama?".

"Mas é diferente. Ela é... Lisa Cuddy!".

"Faz muito tempo...".

"Muito tempo quanto?". Wilson era um misto de indignação e curiosidade.

"Escola de medicina".

"Vocês ... quando estavam na faculdade?".

"Aparentemente os jovens fazem muito isso".

"CARAMBA!".

House manteve-se impassível.

"Você nunca me contou sobre isso".

"Talvez eu tenha me esquecido".

"Não... você nunca me contou porque significou algo pra você".

"Oh, claro que sim. Aqueles peitos enormes e aquela boceta molhada e apertada...". Ele tentou ser superficial.

"Não... você teria me contado se fosse só físico".

"Ok, então agora você terá tempo pra pensar em todas as teorias que expliquem a minha omissão de informação, temos um time muito bom de psicologia, inclusive...".

"Como ela é?".

"Em que sentido?".

"Em todos!".

House riu. "Você realmente quer que eu conte detalhes?".

"Claro que sim!".

"Não vou fazer isso".

"Por quê?". Wilson franziu a testa. "Você gosta dela!".

House balançou a cabeça.

"Você realmente gosta, gosta dela".

"Ok, ela era um tanto gulosa e barulhenta, se você sabe o que quero dizer. E também bastante disposta... passamos uma noite bem ocupados. E gozamos várias vezes".

"Não acredito que você nunca me disse isso...". Wilson estava corado, mas a curiosidade era maior.

"Conforme-se Wilson, você não sabe de todas as fofocas e nunca saberá".

"Eu não sou fofoqueiro".

"Não, você só gosta de saber e compartilhar as coisas".

"Ela é aberta a várias posições ou só...".

"Sério que você quer saber detalhes? Ela é sua chefa".

"Dane-se!".

House riu. "Ela não é tímida... Nenhum pouco"

"Foda-se! Você é um bastardo...".

Nesse momento o time de House entrou e Wilson precisou parar. "Você me paga por isso!". Ele ameaçou o amigo. "E terá que me contar mais coisas... Isso foi só o começo!".

O time olhou curioso.

"Sobre o que foi isso?". Cameron perguntou.

"Sexo de faculdade".

"O quê?". Ela perguntou confusa, mas House desviou o assunto.


Para surpresa de todos a auditoria terminou e não encontraram nada que levantasse qualquer hipótese de fraude, rapidamente o departamento de psicologia divulgou a informação: O sistema era confiável e não houve fraude ou manipulação nos resultados.

Dr. Adam sequer leu o e-mail e nem desconfiava de que houve alguém que preencheu seu teste por ele.

Cuddy, que já estava se convencendo disso, sentiu um misto de emoções, afinal, House não sabotou o teste a menos que tenha sabotado suas respostas, mas era plausível que ele só tivesse sido sincero e que ela fosse realmente atraída por tipos como ele, sempre foi a sina dela, sempre gostando e querendo o "cara errado". Os gentis e certinhos nunca a atraíram realmente. Tudo fazia sentido, mas 100%? Isso era absurdo, não era?

Ela ficou pensativa naquele dia, e se de fato ele fosse o homem pra ela? Ninguém teve 100% de compatibilidade, nem perto disso. Ela não podia ignorar esse fato. E foi essa a razão que a levou a entrar na sala dele as três horas da tarde.

"Boa tarde, alma gêmea!". Ele zombou fazendo o seu time rir.

"Posso falar com você em particular?". Ela perguntou com semblante sério.

O time nem se movimentou, estavam curiosos demais.

"Ouviram a mamãe, saiam já para brincar no jardim". House disse e eles levantaram frustrados e saíram.

"Você não adulterou o teste". Ela disse.

"Constatação correta, mas você só acreditou nisso depois da auditoria, você não acreditou na minha palavra".

"Nem você acreditaria...". Ela disse se sentando.

"Bom ponto".

"Já que somos tão compatíveis assim".

"100%, sempre repita o percentual".

Cuddy continuou, "já que somos tão compatíveis assim, não vejo outro caminho senão irmos para um encontro".

House ficou branco. "Um encontro, tipo... encontro?".

"Sim. Um encontro real".

"Com sexo ao final?".

"Eu diria, mais um jantar".

"Isso é chato".

"Um jantar ou algo que você goste de fazer... sei lá".

Ele não esperava por isso, mas também, o que ele pensava que aconteceria depois daquilo? Toda mulher é sonhadora por natureza, não?

"HW".

"O quê?". Cuddy perguntou confusa.

"Sexta-feira a noite irei a um evento de motociclistas em Trenton, chama-se HW".

"E?".

"E você pode ir comigo".

Ela franziu a testa. "No nosso primeiro encontro você está me convidando para um evento de motociclista?".

"Sim. E coloque alguma coisa de couro, se eu puder opinar, uma calça não seria mal". Ele disse malicioso.

Ela pensou... "Ok. Temos um encontro!".

"Sério?".

"Achou que eu recusaria?". Agora ela perguntou maliciosa.

"Achei que você era mais do tipo restaurante, museu, teatro...".

"Esperaria isso de Wilson, não de você".

Ele sorriu. "Certo. E você não é compatível com Wilson".

"Bom ponto!".

"Combinado! Temos um encontro".

"Até sexta-feira".

Continua...