Estou de volta! Mas sem muito tempo disponível atualmente, então peço perdão antecipadamente pois não conseguirei atualizar essa fanfic com tanta frequência como gostaria, mas vou me esforçar pra tentar atualizar em um tempo razoável. Prometo! Claro que... Isso se vocês gostarem e quiserem continuidade. Me deixem saber, por favor!


O Método contraceptivo

Cap. I – Não planejado

Ela estava deitada de costas para a cama transpirando muito, sorriu e olhou para o lado e lá estava seu namorado, também de costas para a cama e também banhado de suor.

"Isso foi... selvagem!". Ele disse causando um sorriso espontâneo na namorada.

De repente ela se aninhou no peito dele e lá ficou por cinco minutos. "Eu tenho que ir, já estou atrasada".

"Nãoooooooooooo". Ele a abraçou com força.

"Eu tenho que trabalhar".

"Você trabalha demais, mulher".

"Eu sei, por isso ganho tão bem".

"Prefiro ganhar menos e trabalhar menos".

"Engraçado que sou eu e meu trabalho que proporciona o seu emprego". Ela respondeu divertida.

"Como se ninguém mais no mundo fosse ficar doente, caso você trabalhasse menos".

Ela não respondeu, apenas sorriu e levantou-se preguiçosa enquanto pegava sua calcinha que estava no chão e caminhava até o banheiro. "Falando em doente... Você tem um paciente". Ela o avisou enquanto rebolava a caminho do banheiro, essa era só mais uma provocação pra ele.

House suspirou alto. "Sabe de quem é o esperma dentro dessa mulher gostosa com essa bunda linda?".

Ela riu e trancou a porta atrás de si.

House sentia-se um bastardo sortudo, o que ele havia feito para merecê-la?

Com esse pensamento, ele virou-se para o lado adormecendo.

Cuddy estava feliz, ela não poderia reclamar do sexo entre eles, haviam algumas questões? Sim, claro que sim. Mas o sexo nunca foi um problema, pelo contrário. Um ano juntos e passaram por muita coisa: sua mãe doente, sua própria cirurgia que levou House a recaída, mas os dois administraram juntos e ele estava sóbrio novamente e frequentando terapia semanal. Além disso, House estava mais cooperativo desde então, o medo de perdê-la fez com que ele prestasse mais atenção aos pequenos detalhes, e as atividades domésticas estão entre esses detalhes. Ela estava feliz, aparentemente as coisas estavam caminhando e progredindo.

Após o banho ela aplicou o creme corporal, se vestiu e reparou que House dormia profundamente. Antes de sair ela fez café para os dois e sentiu um embrulho no estomago peculiar, era melhor não tomar o café, ela ficou com um suco de laranja e torradas. Rachel despertou naturalmente, ela deu cereal para a pequena e a vestiu, no caminho para o trabalho diariamente Cuddy deixava a filha na escola.

Então Cuddy se aproximou de House e o beijou na bochecha. "Não demore muito!".

"Uhhhhhhhhhh...". Foi tudo o que ele disse.

"House!". Rachel gritou do corredor.

"Shhh... House está dormindo". Cuddy falou e a menina começou a falar baixo.

"Ele dorme muito".

Cuddy riu. "Verdade, filha".

"Ele dorme que nem um urso".

Cuddy riu mais alto, "quer dizer que House é um urso?".

"Um urso de bengala".

Cuddy se divertiu com aquela imagem mental.

"Homens geralmente dormem mais do que nós mulheres, temos que trabalhar por dois". Cuddy disse bem humorada. "Acostume-se!".

A menina ficou pensativa e seguiu a mãe enquanto pegava em sua mão a caminho do carro.


Como sempre ela chegou cedo ao hospital e estava cheia de afazeres, sem tempo para pensar. O hospital era a pista de dança de Lisa Cuddy, o palco, o seu lugar de destaque. Ela não caminhava por lá: ela desfilava. Todos admiravam sua destreza, agilidade, prontidão e disposição, o tempo todo fazendo tudo em toda parte. Não era raro ela sorver o encanto de funcionários e funcionárias, mas ainda assim com uma pitada de respeito e receio de alguns, pois quando Lisa Cuddy argumentava, ela tinha razão e sabia disso. A exceção era conhecida: Gregory House. Ele teria sido o único capaz de enfrenta-la de igual para igual na argumentação, o único capaz de fazê-la corar, ou irritá-la além da conta. Ele era o único páreo para a reitora naquele hospital. Por isso, quando veio à tona a noticia do relacionamento entre eles, a maior parte dos funcionários não estranhou, alguns ainda tinham certeza de que o relacionamento acontecia há muito tempo as escuras. Ou pelo menos o sexo.

Mas naquela manhã ...

"Regina, preciso do relatório atualizado".

"Sim, doutora Cuddy, já vou imprimir".

"Não precisa imprimir, mande para o meu e-mail".

"Tudo bem".

Ela estava na recepção do hospital pedindo o relatório de pacientes do plano de saúde Apcol, as enfermeiras tomavam café e alimentavam o sistema com informações recentes. De repente Cuddy sentiu um enorme enjoo e correu para seu banheiro privativo deixando todo o conteúdo do estomago no vaso sanitário.

Ela devia estar com alguma virose, foi a segunda vez no dia que sentiu aquilo, dessa vez chegando as vias de fato.

Cuddy cuidou de escovar os dentes, reaplicar o batom e foi até o departamento de cardiologia tratar da ausência de um dos principais médicos.

"Dra. Cuddy". Três cardiologistas que conversavam na sala de repouso se ajeitaram assustados assim que ela entrou no ambiente.

"Bom dia".

"Bom dia". Eles responderam em uníssono.

"Dr. Jones não está presente hoje e vocês estão os três aqui na sala de repouso?".

"Nós chegamos e nem tomamos café...". Um dos médicos disse.

"E o que são esses copos?". Ela apontou para a mesa central.

"Nós terminamos agora...". Outro argumentou.

"Seis copos para três médicos enquanto os pacientes estão aguardando com suas doenças que não se resolvem sozinhas".

Ela não precisou dizer mais nada, eles saíram imediatamente.

Mas Cuddy começou a sentir-se novamente enjoada com aquele aroma de café, mesmo que fraco, oriundo dos copos vazios. Ela tentou ser rápida para chegar ao seu banheiro privativo e conseguiu, por pouco. Cuddy vomitou o que não tinha no estomago.

"Deus, eu não posso ficar doente. Não hoje". Ela falou consigo mesma.

Cuddy repetiu o ritual de escovar os dentes e reaplicar o batom e foi até a sua mesa. Chegando lá sua feição mudou, ficou tensa, dura. Ela olhou o calendário e lembrou-se de seu ciclo menstrual atrasado.

"Não... não... não... não pode ser isso".

Fazia sentido, não? Mas ela não engravidaria, ela era estéril, não era?

Quando ela começou a namorar House ela estava usando pílulas, há cinco meses ela mudou o método para DIU.

"Eu vou mudar meu método anticoncepcional". Ela puxou o assunto com ele após o jantar em uma quinta-feira qualquer.

"Por quê?".

"Eu não quero mais me encher de hormônios, eu conversei com minha ginecologista e vamos testar DIU não hormonal".

"E é confiável?".

"Muito seguro em todos os testes, as mulheres estão aderindo a ele agora por conta dos benefícios de não se encherem de hormônios".

"Você leu os testes?".

"Sim, eu li".

"Pode me enviar para que eu dê uma olhada?".

"Pra que isso House? Eu não vou engravidar se isso é tão apavorante pra você".

"Eu quero participar da vida de minha namorada".

"Isso é mais como... bizarro!".

"Quando eu dou atenção é estranho, se não dou atenção é porque não ligo".

"Você saber meu ciclo menstrual melhor do que eu e querer ler os testes sobre meu método contraceptivo é esquisito. Você perguntar sobre meu dia e lembrar de nossas datas comemorativas é atencioso".

"Manual do namorado perfeito". Ele caçoou. "Tudo o que Gregory House foi destinado a ser".

"Você é meu namorado imperfeito e tudo bem...". Ela o beijou rapidamente na boca.

"E quando você voltar a ovular acha que esse dispositivo será pareô para os meus meninos? Eles são ardilosos...".

Ela sorriu. "Nem a fecundação in vitro conseguiu o feito de me engravidar".

"Não duvide de mim".

"Você quer me engravidar?". Ela perguntou confusa.

"Claro que não! Por isso estou fazendo tantas perguntas".

"Ok...". Ela respondeu confusa. "É um método seguro".

"Tudo bem, isso que importa pra mim. Seu corpo, sua decisão".

"Só tem um porém...".

"Ah eu sabia...".

"Para termos mais segurança é recomendado que usemos preservativos no primeiro mês pós implementação".

"Cuddy...".

Eles se acostumaram tanto ao sexo sem barreiras que agora não era nada atrativo pensar em dar um passo atrás.

"Só por um mês".

Ele respirou fundo.

"Passa rápido...". Ela tentava o convencer.

"Ok, ok".

Ela sorriu. "Eu te amo!".

"Depois você diz que sou eu quem mistura amor com sexo".


Eles usaram preservativo naquele mês da implantação do dispositivo, ela fez tudo certo, ultrassom pra visualizar a posição do DIU, tudo. Como ela explicaria uma gravidez para House?

Ok, antes de surtar ela tinha que tirar a duvida e não devia ser nada mesmo além de virose, Cuddy não era mais uma adolescente para ter sustos de gravidez, ela pensou se sentindo um pouco ridícula. Então, Cuddy foi até a clínica e se trancou em uma sala, pegou o material de coleta, higienizou o braço e ela mesma fez malabarismo para tirar seu próprio sangue. Afinal, ela não queria que ninguém desconfiasse de nada.

"Como House faz isso parecer tão fácil?". Ela falou consigo mesma após a terceira picada em vão. Por fim, ela conseguiu drenar pouco liquido, mas o suficiente. Colocou em um frasco de coleta e deixou um nome fictício: Rita Villar (essa tinha sido uma amiga de infância dela, Cuddy sempre usava esse nome para esse tipo de coisa). Levou até o laboratório.

"Jane, preciso de ajuda. Pode fazer um teste de gravidez para essa paciente, com urgência, por favor?".

"Sim, doutora Cuddy. Pra quando precisa?".

"Qual o menor prazo?".

"Uma hora o teste simples".

"Ok, será esse mesmo. Envie-me o resultado por e-mail quando sair. Estou tratando pessoalmente dessa paciente".

"Com certeza".

"Obrigada".

Seria uma hora de angustia, mas só uma hora. Por sorte o trabalho a ocupou e quando ela olhou no relógio já havia se passado quase duas horas. Cuddy correu para sua sala, inseriu login e senha para desbloqueio do laptop, depois abriu o e-mail e estava lá, o e-mail do laboratório com o teste de gravidez de Rita Villar. Ela respirou fundo e quando ia clicar no arquivo...

Batidas na porta.

"Cuddy, temos um problema".

"O que houve, Wilson?".

"Não temos vaga na oncologia e tenho um paciente com agendamento para quimioterapia hoje à tarde".

Ela suspirou, bloqueou novamente o laptop e saiu com ele para encontrar uma vaga na oncologia.


"Por que não conseguiram fazer a ressonância que eu pedi?".

"Esse hospital está um caos hoje". Taub se justificou.

"Vou reclamar para a administradora já que ela deve esquecer o trabalho e focar só em transar com o namorado dela". House falou divertido.

"Sim porque você é o garanhão". Masters zombou.

House nem respondeu e saiu rumo à sala dela, mas chegando lá não havia Cuddy, não havia ninguém.

"A Dra. Cuddy está na pediatria, aparentemente houve um incidente".

"Obrigado". Ele respondeu e saiu.

"Depois de Cuddy ele até agradece, o que o amor não faz". A chefe das enfermeiras comentou e todos riram.

Eles não se encontraram pelo resto do dia.

A tarde House conseguiu descobrir a doença misteriosa de seu paciente e aproveitou o resto do expediente para relaxar ouvindo música e tirando breves cochilos. Seu time esteve tratando do paciente e no serviço clínico.

Wilson entrou na sala de House e não o localizou, quando ele estava saindo viu um par de tênis atrás da mesa.

"Dormindo outra vez?". Ele o chutou devagar na perna boa.

"Oh, vai se foder e me deixe dormir!".

"Todo dia você dorme no trabalho, Cuddy está te colocando no sofá, é?".

"Não, ela está me colocando em outro lugar... tipo... no meio das pernas dela".

"Então essa é sua desculpa? Você não dorme porque faz muito sexo?".

"Ela me acorda às seis horas da manhã ... Eu não estou reclamando aqui e nunca você me verá reclamar de sexo, mas me deixe dormir agora pra compensar".

"Vocês são dois adolescentes?".

"Caro Jimmy... você não tem ideia do que é sexo com Cuddy".

Wilson corou. "Ela é minha amiga, não estrague isso pra mim".

"Como se você nunca tivesse fantasiado com ela".

Wilson se embaralhou com as palavras e House riu.

"Ok, pense nisso e multiplica por cem... É isso. Estou exaustor, drenado, se é que me entende. Mas feliz".

"House e feliz na mesma frase. Quem diria? Cuddy merece um prêmio realmente. Nobel de psicologia". Wilson disse divertido.

"Você está dizendo que Cuddy criou um novo método de tratamento psicológico com sexo?".

"Não... eu não...".

"Eu gosto disso! Por que demorei tanto pra descobrir esse método?".

"Não estou falando isso...".

"Agora vá e me deixe dormir". House interrompeu.

"Ela te acorda todos os dias cedo para... você sabe?". Wilson perguntou curioso.

"E as vezes ela me acorda com um boquete também".

Wilson arregalou os olhos.

"Não cresça os olhos, ela já tem dono".

"Não é...".

De repente o time de House entrou e acabou com a conversa reservada entre os dois amigos.

...

Quando Cuddy conseguiu resolver os problemas mais urgentes já era quase duas horas da tarde, e ela não havia almoçado. Ela pegou uma salada e foi para a sua sala, trancou a porta e clicou no ícone da ferramenta de e-mail corporativo, lá estava o exame novamente. Dessa vez ela respirou fundo três vezes e abriu o arquivo.

"Puta que pariu!". Ela deixou escapar. Não havia duvidas, no papel estava digitado um enorme 'Positivo'.

Cuddy engasgou com a alface. "Meu Deus, o que farei agora?".

Um filme veio a sua mente: House, e sempre ele, estava a assombrando, como ela daria essa noticia para o namorado? Em outros tempos ela vibraria com aquilo, mas não agora. Era diferente... ela tinha Rachel e tinha House e era mais velha e não pensava mais em um bebê biológico.

...

A noite House chegou mais cedo em casa e estava com Rachel, ele a buscou na escola, isso estava mais habitual do que nunca, Cuddy sempre se atrasava e House era quem buscava a garotinha. Ele era uma das pessoas autorizadas para tal, além de Julia, Arlene e Marina.

"Isso não é um elefante".

"Claro que é, olha a tromba dele". House mostrou a figura que fizera com massa de modelar.

"Ele é magro, os elefantes são gordos".

"Mas esse fez regime".

Rachel riu alto. "Olha minha girafa".

"Essa girafa nem tem pescoço grande. Deixa eu te mostrar como é uma girafa de verdade".

E House mostrou pra ela uma foto de uma girafa em seu celular.

"Que pescoção!".

"Isso mesmo, tem que colocar muito mais pescoço aí".

"Tudo bem, vou colocar o pescoço com massa azul".

"A girafa colorida!". House disse e a menina riu.

Cuddy ficou um tempo observando filha e namorado interagirem. Ela olhava pela janela antes de entrar, pois ela também estava com medo de encará-lo. A tarde havia passado lentamente e tudo o que ela pensava era em House e em como ela devia lidar com isso, pois certamente ela abortaria naturalmente, será que ela devia esperar pra contar pra ele? Será que ele precisaria saber de alguma forma? Ou ela deveria ir levando até que algo acontecesse?

House era tão bom com Rachel, do jeito torto dele, mas a menina o adorava. Ele era bom com crianças de maneira geral, ok, talvez por ele ser uma criança grande, mas ele seria um bom pai?

Cuddy chacoalhou a cabeça para se livrar daqueles pensamentos, respirou fundo e girou a maçaneta da porta de entrada.

Continua...