Evie observou o edifício, ainda tremendo. — E eu achava que nosso castelo era desalmado...

— Não acredito! Nós realmente encontramos! – Carlos tirou os olhos da caixa e fitou a fortaleza. — E eu não acredito que estava tão perto da ilha esse tempo todo.

Mal fez uma cara sombria, e era impossível saber o que estava pensando. Ela estava atordoada, Carlos concluiu.

— Acho que isso explica a chuva. A Fortaleza Proibida se esconde com uma cortina de fumaça e névoa. E temos aqui um tipo de fosso, acho. – Carlos examinou o ar a seu redor.

— É claro. Um mecanismo de defesa construído na própria atmosfera.

— Tenho certeza de que minha mãe projetou para manter longe quem ela não queria. – Mal calou-se sobre o resto, então Jay disse por ela. — Ou seja, todo mundo.

Carlos achou difícil tirar os olhos da torre negra na colina. Não era de admirar que os cidadãos da Ilha dos Perdidos fossem mantidos à distância. Aquela era a prova concreta da vilania, do poder da escuridão e da infância.

Da escuridão de Malévola.

Não era qualquer maldade. O que se assomava à frente deles era a escuridão mais poderosa e lendária de todo o reino.

De repente, Allison percebeu um puxão magnético, mas não conseguiu descrever. Ela podia senti-lo reverberando no ar, nas pedras sob seus pés. Mesmo que a magia não fosse mais um fator, havia poder ali, e história.

— Gente... – A voz de Harry saiu baixa e preocupada. Os descendentes se viraram para trás, vendo se sentando em uma rocha, embaixo de uma árvore mais próxima. — Ele não está nada bem... Evie foi a primeira a se manifestar, se ajoelhou em frente ao Ben e deslizou sua mão sobre os cabelos molhados dele, tocando levemente a testa do rapaz. Evie se virou para os outros. — Ele está queimando em febre.

— Não está acostumado com essas coisas... — Mal deslizou sua mão sobre a nuca, sentia raiva e decepção consigo mesma por ter esquecido que Ben não era um deles.

— E agora? – Jay ousou perguntar.

— Ele precisa descansar. – Carlos agachou ao lado do monarca. — Todo nós, para falar a verdade, não sabemos o que nos espera naquela Fortaleza.

— Eu estou bem... – Ben ia se levantando, mas Mal o impediu.

— O que vamos fazer agora? – Allison encarava a floresta abaixo da Fortaleza. Aquilo parecia a atrair como um ímã.

— Vamos esperar – Mal finalizou aquele assunto.

— E-eu já volto – Allison entrou entre as árvores, tão hipnotizada como Aurora quando subiu pelos degraus da torre e tocou na roca de fiar.

— Mas que mer- EVIE! Vai atrás dela! – Evie ia se opor, mas ordem era ordem. Correu alcançando Allison.

— Qual o seu problema? – Ela empurrou a garota de capuz, que saiu do seu devaneio quando sua costas atingiram o tronco oco de uma árvore abeira de desabafar.

Allison cerrou os punhos. Seus olhos faiscaram num verde mais intenso do que o reflexo do olhar maléfico de Mal.

Num movimento inesperado, Allyson arremessou Evie naquele mesmo tronco, a cabeça quebrando a fina madeira e o sangue escorrendo pela nuca da de cabelo azul.

— Você vai pagar por tudo isso – a ameaça de Evie saiu como um rosnado. O sangue de seu pai parecia está aparecendo.

Os olhos de Allison estava começando a brilhar novamente quando Evie atingiu um soco certeiro em sua face.
Allison deu dois passos para trás com o golpe inesperado. Ela balançou a cabeça, caindo na real e avançou um soco no estômago de Evie, que a mesma segurou, e jogou o rosto da garota sobre o tronco quebrado. Allison mexeu o pé, derrubando Evie, logo ficou por cima da de vestes azuis. Os olhos das duas estavam em conexão, como se com um desvio deles, o caos reinaria. Elas se encaravam como duas leis brigando pela caça. Mal era a caça e que os duendes a protegesses para Mal não descobrir isso.

Allison levantou o punho, Evie ergueu a cabeça, não fechou os olhos ou sequer desviou o seu olhar.

Antes do soco acertar Evie, Mal apareceu e lançou Allison para uma árvore oca, a quebrando, tão rápido como um raio.

— Qual é o problema de vocês?! – Mal praticamente gritou, os corvos ali levantaram voou, mas um em questão permaneceu.

— Ela que começou! – Allison se levantou e rangeu as palavras, levando um tapa de Mal, que para ela, doeu mais que o soco de Evie que fez seu nariz sangrar.

Evie se sentou, com um sorriso se lado diabólico, Mal a encarou e a mesma abaixou o olhar. Diferente de Allison, Evie sabia lidar com Mal.

Então a garota misteriosa fez o pior que podia fazer...

Inalada pelo ódio, empurrou sem pensar duas vezes a filha da Malévola, o corvo então gritou, fazendo o grunisho de dor de Mal não ter aparecido.

Mal bateu a cabeça quando se chocou com o chão, o magnetismo que antes havia sentido voltou, parecia que assim como a neblina havia feito certos poderes de Allison aparecer, ou o de Mal parecia despertar.

Então bastou um olhar firme de Evie para Allison, que uma figura fantasmagórica puxou Allison para a floresta obscura.

Evie engatinhou até Mal. Não ousou perguntar se ela estava bem, ajudou a de cabelos púrpuras a se levantar e voltaram para o grupo, não falaram sobre nada do que aconteceu. Mas ambas sabia que Allison estava se virando muito bem se ajuda alguma. Porém Mal estava zonza pela batida.

— Carlos! – Mal chamou o De Vil ao se aproximar do grupo. — Ajude Evie. – Se sentou ao lado de Ben, que estava deitado, quase dormindo. Passou a mão na sua nuca, onde sofreu a batida. Amaldiçoou os deuses pela aquela atitude da Allison. — Mas que inferno!!! – Resmungou de olhos fechados.

— Mal... – Ben a chamou em forma de sussurro, parecia ter piorado.

Mal o olhou de forma passiva. Ele segurou em seus braços a guiando para se deitar com ele, e ela se deixou guiar, se sentia exausta com tudo, ignorava até mesmo a presença dos amigos ali, sua cabeça só pensava em uma coisa... A Floresta Obscura.