Estou em Auradon há cinco segundos e já me sinto muito pior.
Agora é hora de voltar ao normal, às minhas raízes de príncipe herdeiro.
Que melhor forma de fazer isso do que usar uma máscara de sentimento?
De volta a Auradon,
Eu estava em dúvida se tinha que fingir que aquela terra era um mar de perfeição até ela se tornar realidade?
Não sei quanto tempo mais vou conseguir suportar isto antes de enlouquecer.
Droga! Acabei de chegar e já estou tão cansado deste lugar. Agora tenho que fingir ser o príncipe perfeito. Que maravilha!
Quando ele desceu da limousine, os flashes das câmeras trouxe Benjamin de volta à realidade. De repente, ele não estava correndo feliz na ilha com Mal, roubando os pequenos mercadores e a tripulação de Uma.
Em vez disso, Ben se via diante de uma massa de repórteres agitados e suas câmeras, em uma coletiva de imprensa. Suas roupas de couro azul, fabricado por Evie, havia ficado no passado, e agora ele vestia novamente suas roupas reais, como qualquer principezinho mimado e cheio de luxo.
Benjamin se posicionou em frente ao Hall de entrada de Auradon preparatório, suas costas retas, sua cabeça erguida, seus olhos estava entre os inúmeros jornalistas ali presente, mas seu foco estava no horizonte que o levou um dia até a Ilha.
— Ben! – Um dos jornalistas chamou, empurrando o microfone bem diante do rosto do garoto.
Benjamin lembrou-se de respirar. E de sorrir. Aja como um príncipe – disse a si mesmo.
— Como foi passar uma temporada na Ilha? – gritou um repórter.
— Em algum momento foi agredido pelos descendentes de vilões? – gritou outro.
Ben olhou de rosto em rosto, sem saber a quem responder primeiro.
— Você viu os grandes vilões?
— Como se sentiu em meio a aqueles vilões?
— O que pretendia quando decidiu ir para lá?
— Você fez algo errado e o ato da viagem foi seu castigo?
O príncipe abriu a boca, mas foi incapaz de formular uma palavra sequer.
Por pouco ele quase gaguejou.
— Certo! Vamos lá! – falou o monarca aos fotógrafos enquanto apresava-se para se posicionar em frente aquela multidões de pessoas. Ao longe se podia ver pessoas comuns atrás dos portões gritando e acenando, alguns com seus aparelhos eletrônicos registrando a volta do futuro-rei.
Ele tentou erguer a voz o máximo que pode.
— Quando eu fui para a Ilha dos Perdidos, foi com o intuito, ao meu pedido mesmo para o meu pai, de estudar os filhos de vilões. Eu precisava ir para a Ilha dos Perdidos, a Ilha é o meu povo também, ela está sobre os nossos cuidados, mesmo tendo vilões relacionados, o bem estar deles é a nossa responsabilidade e, apesar de tudo, há diretos dos quais eu quero prezar! – Ben falava sério. Ali, ele lembrou o seu pai. Forte e poderoso rei.
— E, em nenhum momento, eu fui agredido na Ilha – Bom, houve os certos confrontos na Ilha, mas nada do qual Auradon tivesse que se preocupar com o seu bem estar. — Me deparei com alguns vilões, como a Úrsula – a galera vibrou — Ela estava vivendo a sua vida normal, como todos dali que seguiam em frente. No começo eu me sentia estranho em estar naquela Ilha, naquele novos ares – ele mentiu um pouco ali, em momento algum se sentiu desconfortável naquele ponto. — Mas conforme foi passando os dias, eu fui ficando muito bem lá, vivendo uma vida normal – sorriu. — E muito pelo contrário – ele dirigiu em relação a pergunta de alguém. — Não fiz nada de errado – tirando os roubos que ele fez na Ilha com a Filha da Malévola e quando desafiou a filha da Úrsula na casa dela praticamente, com lutas e espadas. — Apenas fui para conhece-los.
Ele ficou mais de uma hora ali em pé da viajem respondendo as perguntas do povo, as câmeras estavam sendo televisionadas para as TVs de todo o mundo dali, talvez as gravações chegassem até mesmo nos canais da Ilha dos Perdidos.
Seus pais chegaram junto com a Fada Madrinha para a sua salvação.
O rei Adam vestia um de seus ternos importados em azul royal, a Rainha Bela um vestido amarelo sol que destacava seu rosto, Fada Madrinha estava vestindo um conjunto em azul celeste.
Ben sentiu-se aliviado por um momento, mas os repórteres voltaram a gritar ainda mais.
— O príncipe Ben arriscou sua vida pela sua coroa e pelo seu país, um ato em tanto de bravura para proteger o nosso povo. O meu filho decidiu por si só ir para a Ilha estudar os descendentes dos vilões, para saber se caso houvesse uma guerra, soubermos por onde começar a quem enfrentarmos. – Falou seu pai com a multidão agitada. Como sempre seu pai tinha o jeito e as palavras certas de usar em momentos como aquele.
— Ele arriscou a própria vida para no futuro salvar a de vocês e a de suas família – Bela disse com um sorriso entre os lábios, mostrando confiança ao filho.
— Já terminamos por hoje – Fada Madrinha avisou à multidão, enquanto Benjamin estava esforçando-se ao máximo para ignorar o tumulto. As pessoas começaram a lançar comentários.
— Em breve será marcado uma entrevista de maior realização onde o príncipe poderá responder da melhor forma todas as suas perguntas e poderão tirar todas as dúvidas – anunciou o rei.
A multidão em fim aquietou-se.
Bela olhou para Ben e ofereceu um sorriso doce.
De certo modo, ele estava estranhamente aliviado. Mais tempo para descansar ou mais reuniões para se trabalhar? Pensou ao imaginar até quando suportaria sustentar esse teatrinho completamente exaustivo.
Audrey correu atrás de Ben. Sempre cheia de estilo, usava um vestido rosa, da cintura para cima era renda e da cintura para baixo, o tecido era rodado com um laço circulado a sua cintura. Seus cabelos longos e castanhos caíam em ondas volumosas, presas por uma delicada tiara incrustada com joias vermelhas.
Audrey agarrou o braço de Ben, fazendo-o dar meia volta. Surpreendido, Ben deu um passo involuntário para trás, mas não impediu que a princesa abraçasse o amigo. Quando a ficha dele caiu, retribuiu o abraço sorrindo.
A princesa segurou as lágrimas.
— Achei que nunca voltaria.
— Confesso que senti sua falta – admitiu ele em um sussurro de alívio.
Da mesma forma que ele havia partido com uma grandiosa festa como despedida, já estaria marcada uma festa para a sua chegada. A princesa contava de maneira breve como os convenceu a juntar com o jantar de domingo onde eles se reuniam, só para os mais chegados, como sempre, já que até o "pouco" era muito. E Ben agradeceu realmente por aquilo.
— Sim – ele sorriu. — Está noite, no jardim. — Ela corou e sorriu. Um pequeno encontro de conversas pelos velhos tempo.
— Te vejo lá – Ela sorriu e ele confirmou com a cabeça.
Ele entrou novamente em sua limousine, sendo acompanhada pela princesa. Um pequeno movimento de "sequestro".
Todos ali conversaram de maneira tranquila e descontraída, dando uma sensação de paz e alívio para o jovem príncipe.
Benjamin escrevia em seu diário, um presente da filha da Aurora, o mini caderno era de capa dura e em tom azul bebê, a capa era felpuda e tinha suas iniciais na frente, ele sempre via a garota escrever suas confissões e desabafos a vida inteira, talvez aquilo realmente ajudasse a não enlouquecer.
Estou longe de ser o rei perfeito.
É só uma questão de tempo para as pessoas enxergarem o que tenho guardado dentro de mim.
A luz do sol passava pela janela polida e invadia o quarto do castelo real de Ben.
Ele tentava se sentir em casa como antes. A jaqueta da filha da Malévola estava pendurada no cabide ao lado de sua cama, sem se importar se alguém dos empregados viria ou se seus pais o interrogariam, não se importou em Audrey ver aquela peça de roupa e não via problema em responder a verdade se caso ela perguntasse. Havia livros nas prateleiras e nas estandes, juntos com os troféus de time, havia brasões de seu reino entre outros objetos decorativos.
Ele estava de frente a sua escrivaninha, lápis coloridos espalhados por cima das folhas que o mesmo escrevia.
— Você gosta? – Ben levantou o desenho na folha.
— Está perfeito – Audrey se levantou da cama. — Você leva jeito para isso – sorriu apoiando as mãos em seus ombros. — Mas então, vai me contar a verdade, Ben. – Audrey deu um sorriso envergonhado, mas sincero. Ben sabia que se tratava da jaqueta de Mal.
O príncipe deu um longo suspiro, segurou nas mãos da morena e caminhou até a cama, sentados um do lado do outro, Benjamin confessou, tudo!
Como se aquilo tivesse sido um conto e não o que viveu. Audrey foi mais compreensiva naquele momento do que ele jamais viram.
Ela segurou suas mãos, de maneira confortante. Ele chorou, aquelas lembranças ainda doíam e ela o abraçou, num pequeno gestos que ficaria tudo bem.
Ele contou desde a sua chegada que viu Mal até a aventura em busca pelo cetro de Malévola, desde a festa de Mal que ele fez até mesmo a despedida naquele justo dia.
Agora ele estava em crise, o choro não parava e nem as lembranças de vir.
— E o que você pretende fazer? – Audrey lhe encarou, acariciando lhe o rosto. A posição dos dois estava tão próxima que muitos desconfiariam daquilo. Mas, para eles, ali, nada importava mais.
— Eu ainda não sei – Ele disse entre o choro.
Ela apertou novamente o punho dele.
— Eu prometo! – Levou as mãos próximas ao seu coração. – Vou te ajudar a trazer eles para cá. Mesmo às vezes não dando para trazer todos aqui, pelo menos uns como Mal. – Ela sorriu, seus olhos brilharam e uma lágrima escorreu.
— Mas, Audrey...
— Ben, não somos mais crianças, se um dia pensamos que tivemos algo, foi há muito tempo – Ela deixava as lágrimas caírem com sutileza, aquilo o deixou com o coração mais leve. — Existem amores que sangram, que são de cristal, tão fácil de se quebrar... – Ela suspirou em meio a lágrima. — E existem amores que nada pode atrapalhá-los – Ela olhou para a jaqueta da Ilha e logo olhou bem no fundo dos olhos dele.
Ele sabia como aquela canção ia acabar e como os seus finais pareciam sempre levar para aquele fim.
A secretária eletrônica os atrapalhou, quebrando o assunto ali. Ambos os herdeiros tinham que se preparar para o baile de máscaras.
Ben se levantou e se ajoelhou em frente a princesa.
— Aceita ir ao baile está noite comigo?
Ela respondeu com um sorriso afirmando que sim. E ele retribuiu o sorriso, feliz.
