Devido aos vários comentários sobre o último capítulo postado, eu encontrei tempo para escrever mais um capítulo e publicar. Graças aos incentivos encontrei tempo e motivação para postar um novo capítulo rapidamente, portanto, não deixem de comentar, isso faz a diferença. Acreditem!

Espero que apreciem a continuidade da fanfic e de nosso casal complicado.

BOA PÁSCOA!


Cap. III – Confissão

Três depois, Cuddy entrou na sala do namorado com uma missão: Convencê-lo a ir a uma festa na casa de sua irmã.

"Não! Não! Nãooooooooo! Esse sábado eu pensei que faríamos algo a sós".

"É só à noite, durante o dia podemos fazer algo só nós...".

"Cuddy, você sabe que odeio esses eventos".

"Eu sei, mas eu queria que estivesse comigo. Não quero ir sozinha".

"Rachel irá...".

"Rachel não é o meu namorado".

"Cuddy...".

"Terá comida, muita comida. E música".

"E isso deveria me convencer?".

"São coisas que você ama: música e comida".

"E que posso ter longe de Arlene, Julia e do chato do seu cunhado".

"Por favor!".

House se lembrou dos últimos dias, ele ainda não descobrira o que acontecia com Cuddy, e se ele fosse um namorado menos do que exemplar, e ela o largasse para namorar um judeu narigudo que iria a essas festas estúpidas com ela?

"Ok". Ele concordou mais por medo do que por desejo.

Cuddy sorriu. "Eu te amo!". E o beijou.

"Uh... Uh...", Masters pigarreou quando entrou na sala junto com os demais integrantes do time.

"Te vejo à noite!". Cuddy repetiu aquilo como uma promessa de algo bom porvir.

"Até lá!". House respondeu imaginando tudo o que gostaria de fazer com ela.

Cuddy cumprimentou o time dele e saiu rebolando apenas para benefício de seu namorado, já que os demais estavam de costas para ela.

House sorriu inconscientemente.

"Acho que interrompemos alguma coisa". Chase disse chocado com a tensão sexual que emanava naquele ambiente.

"Você a ouviu, a noite acontecerá o que sua mente devassa está pensando".

Masters corou e Chase sorriu.

"Ok, temos um paciente". Foreman interrompeu.

"Como sempre o chato interrompendo um assunto muito mais legal". House disse antes de pegar o prontuário.


Cuddy voltou para sua sala enjoada e deixou o conteúdo do estomago no vaso sanitário. Ela teria consulta em poucos minutos com Lora, sua amiga de faculdade que atendia em uma clinica em Trenton, afinal, ela não correria o risco de ser examinada no seu hospital.

O fato é que ela sentia-se culpada por não contar ao namorado, mas ao mesmo tempo, aliviada por isso. Cuddy temia basicamente duas coisas: Como ele reagiria a notícia da gravidez inesperada, e com a eminente possibilidade de um aborto espontâneo.

Cuddy organizou suas coisas e saiu. House apareceu para procurar por ela minutos depois.

"Dra. Cuddy tinha um compromisso externo".

"Compromisso externo onde?".

"Não sei, ela não deu maiores detalhes". Regina respondeu.

House ficou ainda mais desconfiado, pois Cuddy costumava informá-lo sobre reuniões e almoços externos. Quando começaram a namorar, ela parou de agendar jantares com doadores, pois sabia que isso incomodava House. E ele lembrou-se de uma conversa que tiveram no início do relacionamento.

"Como você acha que eu me sinto sabendo que você está indo jantar com um cara que quer te jantar depois?".

"Eu sempre fiz isso e nunca fui 'jantada' por nenhum deles. Eu sei cuidar de mim e esse é o meu trabalho". Cuddy havia passado pelo apartamento dele antes de ir até o restaurante.

"São oito horas da noite, é um jantar em um restaurante francês, quem leva uma reitora de medicina para assuntos estritamente profissionais a um restante francês às oito horas da noite?".

"Você quer vir junto comigo? Eu só preciso que se comporte para que eu feche o negócio".

"Você sabe que eu reagiria ao primeiro sinal de que esse velho assanhado está dando em cima de você".

"House, fique tranquilo que o deixarei saber que tenho um namorado muito bravo e muito ciumento".

"Não é ciúmes, é cuidado...". Ele disfarçou, mas ela amou isso. Há anos ela sentia falta de um homem para chamar de "seu" e que cuidasse dela, mesmo que isso significasse ciúmes. E Lucas não contava.

"Eu voltarei rápido, inteira e com o dinheiro para o projeto de oncologia".

"Mande Wilson jantar com ele então...".

"House... Eu prometo que eu vou evitar agendar jantares a partir de agora, entendo o seu ponto, vou dar preferência a almoços de trabalho".

Ele a encarou. "Não que eu goste de almoços também, mas acho que posso lidar com isso".

Ela o beijou. "Eu só tenho olhos para um velho rabugento". Disse bem humorada.

"Muito engraçado!".

"Volto logo! Me espere pronto, se é que você me entende...". Ela o olhou maliciosa antes de sair.

"Entre no quarto pelada que eu estarei esperando pronto! E sim, te entendi perfeitamente". Ele respondeu de volta e ela sorriu.

Depois disso Cuddy agendava almoços e reuniões no hospital, mas evitava jantares. Além disso, sempre que tinha um evento externo o avisava. Isso era diferente, e juntando com todos os episódios das semanas anteriores, muito suspeito.

House mandou uma mensagem para ela.

Soube que você está fora do hospital, algo que devo me preocupar?

G

Cuddy leu a mensagem assim que recebeu. "Droga!". Ela disse para si mesma enquanto estacionava o carro na clinica.

Surgiu um imprevisto, mas não se preocupe, depois te explico

XXX

Cuddy odiava mentir, mas não via outra opção.

"Imprevisto?". Ele falou para si mesmo.

"Ei, vamos almoçar?".

"Wilson, eu... ok. Mas podemos ir para algum restaurante fora daqui?".

"Você quer sair do hospital para almoçar?". Isso era peculiar, Wilson pensou.

"Sim, qualquer lugar".

"Está tudo bem? Você está fugindo de Cuddy?".

"Não, acho que é mais o contrário".

"O que houve?".

"No caminho eu explico. Você paga!".

Wilson respirou fundo e foi buscar a chave de seu carro.


"Aparentemente está tudo certo com o feto. Vinte e um dias de gestação".

Cuddy não acreditava no que via a sua frente. Seu feto.

"E o DIU?".

"Vamos precisar retirá-lo para que não interfira no crescimento fetal".

"Não é perigoso?".

"É importante removermos o quanto antes, farei isso agora".

Cuddy lera milhões de informações sobre gravidez enquanto se usava um dispositivo DIU, algumas informações perturbadoras sobre um percentual elevado de complicações.

"Você está no começo da gestação, vamos tirar o DIU e acompanhar".

"Mas o que houve? O dispositivo estava na posição errada?".

"Não... Tudo perfeito. Acho que Deus queria mesmo enviar um herdeiro".

"Ótima explicação para dar ao meu namorado ateu". Ela falou em voz alta.

"Não temos explicação para tudo na medicina, você bem sabe...".

"Ele não lida bem com isso...".

"House pode ser difícil. Gênios são difíceis".

"Nem me fale...".

A médica focou no procedimento e avisou Cuddy quando o dispositivo foi removido. Integro e sem transtornos.

"O feto está saudável?".

"Sim. Perfeitamente saudável até o momento. Bem fixado, não há razão aparente para preocupação. O que faremos será melhorar sua alimentação suplementando algumas vitaminas já que você é vegetariana, e acompanhamento regular. Quero você aqui daqui a duas semanas. Vamos acompanhar mais de perto dado o seu histórico e a gravidez tardia, mas não há com o que se preocupar por enquanto".

A médica amiga sabia do drama de Cuddy para engravidar no passado, ela indicara a clinica de fertilização.

"Lora, eu estou insegura quanto a continuidade dessa gestação".

"Natural, você tem um histórico. Mas vamos olhar de perto e fazer o que pudermos pra que esse feto logo seja um bebê em seus braços".

"Não me dê falsas esperanças...".

"Não estou fazendo isso, não há razão para se preocupar agora. Nenhum sangramento, nível de hormônios normal, nenhuma dor ou desconforto. O enjoo é um bom sinal. Seu corpo está se adaptando a nova vida".

"E...". Cuddy corou um pouco. "Minha libido tem aumentado".

"Muitas mulheres experimentam aumento na libido, os hormônios tanto podem reduzir a libido como aumentar".

"Você não entende... Minha libido tem aumentado significantemente".

Ela sorriu. "Sorte de House, hein?".

Cuddy corou ainda mais. "Não há problema em fazer sexo, certo?".

"Nenhum problema".

Cuddy riu e se lembrou de como sua libido estava incontrolável. Ela que sempre fora uma mulher sexual, mas agora estava fora de limites.

Na noite anterior ela teve sexo muito quente com o namorado e, ao final, enquanto ele dormia, ela acariciava seus pelos do tórax e pensava que aquele homem era o responsável pelo feto que crescia em seu ventre. Cuddy chorou. Chorou pela possibilidade de perdê-lo, chorou por não ser honesta.

Agora no consultório ela sentiu-se uma tola, afinal ela era médica, mas ali parecia uma leiga.

"Desculpe as perguntas idiotas".

"Lisa, nada é idiota aqui. Você não é uma médica de sua gestação, aqui você está como uma paciente".

"É tão estranho".

"Eu sei, já estive nesse papel e garanto que foi mais estranho pra mim já que sou especialista. Lembro que corri para o pronto socorro por conta de gazes durante a gestação".

"Mais alguma dúvida por ora, Lisa?".

Cuddy foi tirada de seus devaneios, agradeceu a amiga e partiu rumo ao hospital pensando em que desculpa daria para o namorado.


"Ela deve ter tido um imprevisto, não há de ser nada".

"E quanto ao choro no chuveiro? E ela está agindo de forma muito estranha atualmente...".

"Mulheres... Hormônios...".

"Não me admira você ter se divorciado tanto".

"Ei... Tenho sentimentos!".

"Você não consegue dizer quando sua mulher está estranha, nem percebe se ela está tendo um caso".

"Eu sou atencioso com minhas mulheres".

"Até não ser mais...".

"Cuddy não está tendo um caso".

"Eu sei que não. Ela está com a libido alta, estou tendo trabalho... Se ela tivesse tendo um caso não estaria como uma loba no cio comigo".

"Cuddy tem desejo sexual de uma adolescente". Wilson comentou impressionado.

"Não, Jimmy. De um rapaz adolescente de dezoito anos".

"Isso é normal? Digo... Mulheres são mais contidas".

"Só se for com você, caro Jimmy".

Ele ficou pensativo. "Mas eu sou... sexy".

House riu alto e cuspi o refrigerante.

"Eu sou atraente". Wilson contestou.

"Ok, ponto pra você". House respondeu sarcástico.

"Eu estimulo a libido em uma mulher".

"Ok, isso está ficando estranho... Vamos embora, eu espero no carro até você pagar".

Quando pegaram a estrada para voltarem, uma SUV cruzou o caminho deles.

"É Cuddy!".

"Você tem certeza?".

"Eu sinto o cheiro do feromônio dela de longe. E também conheço a placa do carro dela".

"Ela estava vindo de Trenton?".

"É o que parece". House respondeu pensativo.

Assim que chegou House fez questão de não procurá-la, ele esperaria. E esperou o resto da tarde, até que ela entrou na sala dele perto das sete horas.

"Você está ocupado ou já vai pra casa?".

"Eu já vou".

"Podemos ir juntos. Quer dizer, em carro separados".

"Sim". Ele respondeu seco.

"House, eu fui pra Trenton hoje".

Ela não estava mentindo, ele pensou. "Sim...".

"Eu fui à clinica de uma amiga".

"Uh...".

"Ela é ginecologista e obstetra e eu pensei que seria melhor passar com alguém de confiança fora do hospital".

"Por quê...".

"Porque eu estou preocupada que possa estar entrando na menopausa precoce".

"Oh...".

Foi a melhor desculpa que ela pode pensar.

"Não quero ninguém no hospital comentando sobre como a reitora está ficando velha".

House pensou que tudo fazia sentido. Ela estar estranha e chorando por conta da possibilidade de menopausa e mudanças hormonais, além de que mulheres tendiam a serem sensíveis a esses encerramentos de ciclo.

"Cuddy, você está linda!".

Ela sorriu com a doçura daquelas palavras. "Obrigada!". E pegou na mão dele seguindo para o estacionamento juntos.


Na noite seguinte eles chegaram à casa de Julia, House estava resistente, mas havia prometido que iria.

Depois dos cumprimentos e de Arlene fazer mil comentários desagradáveis em um minuto, House se serviu. Ele não podia negar que a comida era maravilhosa.

"Prove isso!". Cuddy colocou na boca dele.

"Uh...".

"Bom, não é?".

"Sim!". Ele respondeu com a boca cheia.

"Minha tia cozinha isso com dotes de perfeição desde que eu me conheço por gente".

"Pegue a bandeja para levarmos!". Ele disse a fazendo rir.

De repente Alana e seu marido, Brian, chegaram.

"Oh não...". Cuddy disse.

House sabia que ela odiava o sujeito, ele realmente era impertinente, sobretudo depois que bebia.

"Deixe o sujeito importunar outras pessoas, relaxe!". Ele pegou na mão dela. Cuddy olhou pra ele com gratidão. "Eu te amo, sabia?".

"É bom ouvir!".

"Eu que o diga!".

"Lisa, que prazer!". O sujeito se aproximou com uma garrafa de cerveja na mão.

"Como vai, Brian?".

"E você, Home?".

"É House". Cuddy respondeu irritada.

"Olá, Brandon". House rebateu. Cuddy riu.

"Já estão todos aqui! Então creio que podemos seguir para os jogos!". Arlene disse empolgada.

"Jogos?". House perguntou pra namorada.

"Eu disse... não disse?".

"Cuddy... o que você deveria ter me dito que omitiu?".

Na hora ela se lembrou da gestação, mas claro que não foi sobre isso o que ela respondeu. "Nessas festas costumamos jogar alguns jogos".

"Cuddy!". Ele estava em pânico.

"Mais como jogo de mímica, ou de desenhar".

"Eu te odeio!".

"Desculpe... e eu te amo!".

Os jogos começaram para o desespero de House. Ainda pior que ele ficou em um time separado de Cuddy e junto de Arlene Cuddy.

"Desenha direito, seu idiota!". A velha senhora xingava todos. "Não sou obrigada a desvendar essa rasura!".

Cuddy olhava pra ele em desespero. "Se controle, por favor".

House desenhava bem e suas mímicas eram melhores ainda, o que levou Arlene ao êxtase.

"Sabia que não era em vão que minha filha te escolheu, deveria haver algo mais do que um pênis grande".

"MÃE!". Cuddy corou e todos os presentes riram.

"Pois eu não acho que é tão grande assim". Brian comentou e House fingiu rir alto.

O sujeito ficava mais e mais inconveniente a medida que bebia, possessivo com a esposa, inoportuno. A certa altura ele começou a querer mudar as regras do jogo e a falar alto.

"Lisa, não! Não é assim".

"Sempre foi assim".

"Mas não é mais".

"E quem mudou a regra de nosso jogo tradicional? Você?".

"Todos querem assim".

"Quem diz?".

"Eu digo!".

"Então jogue sozinho". Ela falou e deu as costas para ele.

"Você está querendo estragar a noite?".

"Eu? E quem está sendo desagradável aqui?".

House se levantou e foi até ela. "Não vale a pena, ele é um idiota".

Mas o sujeito reagiu e falou alto. "Alana eu vou embora, se você quiser ficar, fique!".

"O que aconteceu?". Alana parecia confusa, pra ela aquela discussão não havia sido nada demais".

"Eu não fico aonde não sou bem vindo!".

"Pare de besteira, Brian". Julia tentou contemporizar.

"Não... Eu vou!".

"Alana foi buscar suas coisas e passou por Cuddy muito confusa".

"O que houve?". Ela perguntou sem entender toda a extensão da coisa.

"Nós discutimos".

"Vocês parecem duas crianças imaturas". A mulher estava brava.

Cuddy começou a se sentir péssima. "Eu vou falar com ele.

"Não, você não vai!". House a proibiu.

"Ele não pode ir embora por isso e me fazer parecer a culpada".

"O sujeito é um idiota, deixe-o ir".

"Mas Alana não é idiota".

"Há quem diga que sim se é casada com ele...".

Ela respirou fundo e abraçou House.

"O que houve? Por que você não se controla?". Arlene chegou irritada. "Acabou o clima da festa".

"Olha quem fala. A mulher que é perita em se controlar". House respondeu.

"Ei, não vire isso contra mim!".

"House, por favor...".

Alana e o marido foram embora e o clima da festa foi junto. Parecia um enterro. John e Julia tentaram animar e voltar aos jogos, mas Cuddy estava se sentindo péssima.

"Você quer ir embora?".

"Não House, eu quero me justificar com todos".

"Você não tem que fazer isso...".

"Eu perdi a razão, perdi a paciência".

"Você não é perfeita, o que tem isso de mal?".

Ela ficou quieta.

"Você sempre quer ser perfeita, a vida toda, isso é tóxico e sinto dizer, mas você nunca vai chegar lá, pois você é só uma humana".

Ela começou a chorar descontroladamente.

"Ei... eu não queria te magoar". House se assustou. Ele havia sido muito bruto?

"Eu menti".

"O quê?".

"Eu sou uma pessoa horrível".

"Cuddy...".

"Tenho mentido pra você...".

Ele ficou pálido. "Cuddy... o que é isso?".

"Eu não fui a clinica porque estou entrando na menopausa".

"Você está doente? É sobre sua cirurgia renal?".

"Não. É sobre eu estar grávida!".

Continua...