3. O José

— Você pode parar aqui, por favor? — pedi assim que o táxi se aproximava de um barzinho que tinha perto do prédio em que eu morava.

— Claro, senhorita. — Puxei uma nota da bolsa e dei a ele.

Sai do carro, andando pela calçada.

Eu era tão estúpida em pensar que Mike realmente estava apaixonado por mim.

Eu não teria o menor problema em ir com ele em uma lanchonete qualquer, mas o modo como foi grosso com aquela mulher e todo seu jeito me fez ver que merecia muito mais que aquilo.

Eu gostava dele, mas não era aquela paixão que nos deixava sem rumo. Eu pensei que poderíamos construir o amor juntos, mas nunca que aquilo funcionaria. Mike só saberia amar seu trabalho e o chefe pelo jeito.

Eu podia estar longe de ser uma mulher perfeita, mas com certeza merecia alguém melhor que ele.

Olhei no meu relógio e vi que eram oito horas. O horário que nasci exatamente 30 anos atrás.

Encarei minha imagem em um vidro espelhado de uma loja fechada.

Feliz Aniversário, Bella. Obrigada, Bella.

Eu era ridícula. Nunca deveria ter contado a ele como me sentia diferente das outras pessoas por ainda ser virgem. Lembrei de como algumas pessoas sabiam disso e debochavam de mim na faculdade. Quando comecei a namorar com Riley tinha parado, mas tudo voltou quando ele falou que havia terminado comigo porque eu era ruim de cama e as pessoas começaram a me chamar de vadia frígida.

Eu podia ter exposto o segredo dele para todo mundo, mas infelizmente era uma pessoa boa demais para fazer algo assim e suportei em silêncio toda aquela fofoca.

O que elas pensariam se me vissem agora? Trinta anos, virgem e sem namorado.

É, meus amigos parecia que eu iria morrer assim. Olhei para o céu, a iluminação da cidade me impedia de ver as estrelas direito.

Ô madre, me perdoe por ter te dado língua e tire essa maldição de mim, pedi.

Ou poderia fazer como Rosalie sugeriu uma vez, que eu contratasse um garoto de programa.

Imaginei como seria… mas nunca teria coragem de fazer isso.

Eu só queria que minha primeira vez fosse com alguém que gostasse de mim. Era pedir muito?

Talvez fosse depois de esperar tanto tempo.

Mas que saco!

Estava cansada disso e precisava beber.

Entrei no barzinho que estava um pouco movimentado e caminhei até um banquinho vazio, sentando onde serviam as bebidas.

— Oi, você pode me dá uma dose de... er tequila — pedi ao homem. Ele era alto e bem forte.

— Qual delas? — apontou para o vidro no balcão.

— A José Cuervo.

— Você quer um drink?

— Não, pura.

Ele arqueou uma sobrancelha, mas deu de ombros e se virou para preparar.

Nem gostava de beber e estava fazendo isso só porque estava com raiva.

Ele trouxe e rapidamente coloquei um pouco de sal na boca, tomei a dose e espremi o limão.

— Outra — pedi e ele encheu o copo de novo e repeti, tomando de uma vez.

Minha garganta e estômago vazio arderam. Sabia que rapidinho ficaria bêbada e esqueceria essa noite.

Amanhã seria um novo dia e fingiria que esta noite nunca aconteceu.

— Wow…. você deveria pegar leve com isso, Swan — me virei encarando o homem que surgiu do meu lado.

Ah que ótimo!

Era Edward Cara Azeda Cullen.

O único homem que não queria ver naquele momento.

— E quem é você para dizer que eu devo ou não fazer?

— Só quero ajudar — elevou suas mãos para cima. — Cadê seu namorado?

— Não tenho mais.

Sua expressão foi de surpresa.

— Deixe-me adivinhar… seu príncipe era um sapo?

— Algo assim.

— Acho então que vou tomar uma dose com você.

Seu braço roçou o meu quando se sentou ao meu lado.

Só então percebi as roupas que ele usava e as marcas que carregava.

Puta merda!

Ele era tatuado.

Quem teria imaginado?

Era a primeira vez que o via com roupas tão casuais assim.

Edward usava uma calça jeans e uma blusa branca simples, seu braço esquerdo era todo tatuado, nunca teria imaginado isso. Seu cabelo estava bagunçado como mais cedo, ele se inclinou um pouco para mim se arrumando no banquinho e um cheiro amadeirado me invadiu.

Puta merda. Era o mesmo cheiro de mais cedo, só que estava mais concentrado. Ele era cheiroso.

Eu sempre tive um fraco por perfumes masculinos, ainda mais quando vinha de um homem.

Meu estômago estremeceu. Com certeza culpa do José Cuervo e não dele.

— Uau, não imaginava que você gostava disso — falei e com certeza por causa do álcool, toquei em seu antebraço com uma casualidade que não tínhamos.

A manga cobria a parte de cima, mas podia ver em seu antebraço o rosto de um leão ocupava quase todo ele e parecia super real. A tatuagem era toda preta, só os olhos eram de um tom amarelo. Embaixo do leão estava um coração humano, fiquei curiosa com o significado daquela tatuagem estranha.

— Tem muitas coisas sobre mim que você nem imagina — sua voz soou diferente ao dizer isso e levantei meu rosto, percebi como nossos narizes estavam próximos um do outro, seus olhos claros me encaravam de uma forma desconcertante.

Como eu nunca tinha notado como seus olhos eram verdes daquela forma? Pareciam ter fios dourados em sua íris.

De repente o local ficou muito quente. Tirei a mão de seu braço, como se tivesse levado um choque.

— Traz mais duas para gente — pediu ao barman que voltou a encher meu copo e entregou um para ele.

— Então a que vamos brindar?

— Ao meu aniversário — falei e batemos nosso copo de shot.

— Espera aí — ele parou com a bebida quase em sua boca e segurando meu braço com sua mão livre.

Seu toque fez minha pele formirgar.

Com certeza as doses que bebi eram fortes demais. Ou deveria denunciar o estabelecimento a vigilância sanitária por servir bebida vencida?

— Você levou um pé na bunda no seu aniversário? — perguntou.

— Eu dei um pé na bunda no meu aniversário — corrigi.

— O que aconteceu?

Eu suspirei e virei a dose, ia precisar disso para falar.

— Nos dê uma garrafa disso. — pedi.

O homem encarou Edward, que deu de ombros.

Ele colocou a garrafa e enchi mais um copinho.

Eu suspirei.

— Você sabe que ele me deixou esperando na esquina, eu já estava chateada por isso. Mas aí ele saiu irritado porque me viu conversando com você, estava fedendo a suor, nem foi para casa banhar, enquanto eu passei horas me preparando para essa noite. Mas não há nada que não possa piorar, o idiota marcou a reserva para ontem, o restaurante estava lotado, destratou a funcionária sendo que a culpa era dele. Nós saímos dali e começamos a discutir, eu sempre odiei a forma como ele se acha o tal só porque trabalha em um banco, aí ele falou que eu era só uma advogada como se não fosse grande coisa. Eu sou a melhor advogada do escritório, a melhor do Estado.

— A segunda melhor.

Eu bufei e enchi mais uma dose.

Sabia que era culpa do José eu esta falando tão abertamente com ele então era melhor tomar mais.

Maldito Mike. Maldito José. Maldito Cara Azeda. Não. Bendito José.

Dei uma risadinha, pelos meus pensamentos bobos.

— Então o que mais aconteceu?

Não sabia porque ele estava tão curioso nisso, mas continuei falando:

— Para resumir Mike disse coisas horríveis para mim sobre eu ainda ser virgem, me chamou de piranha dei um tapa na cara dele, algumas pessoas viram tudo, me senti humilhada. Saí dali com ele gritando. Entrei num táxi e aqui estou eu, conversando com a pessoa que é meu maior inimigo na terra.

Ele me encarou parecendo chocado.

— Essa é a pior história de aniversário que já ouviu? — eu ri.

Ele pareceu forçar um sorriso.

— Quase a pior.

Encheu novamente nossos copos e brindou no meu.

— Bem, um triste aniversário para você, dessa vez, quem sabe assim ele se torne feliz.

Eu ri e bebi a dose.

— E o que você está fazendo aqui?

Ele deu de ombros.

— Estava esperando uma garota bonita chegar.

Ah, é claro.

— Melhor eu ir então— levantei, mas fiquei tonta e segurei na bancada, Edward colocou a mão na minha cintura me impedindo de bater com a cara ali.

As doses pelo visto estavam fazendo efeito.

Nós ficamos bem próximos entre os banquinhos. Respirei fundo e tudo que senti foi seu perfume.

Ah não. Ah não.

— Posso te acompanhar até sua casa?

— Melhor não.

— Por que não?

— Por que nós nos odiamos, se lembra?

Ele suspirou.

— Acho que essa noite podemos fazer uma trégua, não? Além do mais nessa situação que se encontra tenho medo de não chegar viva e eu acabar perdendo minha rival número um no escritório. Querendo ou não, ninguém ali é tão boa como você.

— Pare de querer ser bonzinho. Eu não vou transar com você — disse rápido. — Eu sei que saí dizendo essas coisas para as mulheres que quer levar para cama.

— Relaxa, a última pessoa desse mundo que iria querer transar seria com você.

Aquelas palavras me machucaram e ele deve ter percebido no meu olhar.

— Olha eu não quis dizer dessa forma tá, é só que você tá bêbada, acabou de terminar com o namorado e nos odiamos como falou, eu nunca me aproveitaria de uma mulher assim — se explicou rápido.

— Relaxa, Cullen. Eu também nunca iria transar com você.

Ele soltou a respiração.

— Me deixe te acompanhar até sua casa, só quero saber se vai chegar em segurança, ok?

— E a garota bonita que estava esperando?

— Já encontrei ela — sua voz saiu baixa e tive dúvidas se realmente ouvi certo.

Com certeza ouvi errado.

Eu dei de ombros e chamei o barman.

— Meu nome é Bella Swan e esse é Edward Cullen, ele trabalha no Volturi Law e vai me acompanhar até em casa. Se por acaso eu for dada como desaparecida ou aparecer morta, saiba que ele vai ser o culpado.

O homem riu.

— Edward te matar? Ele é bom demais para isso.

Eu bufei. Pelo jeito o Cara Azeda teria um cúmplice.

— Esse daí só tem tamanho e late, mas só vai te morder se você quiser. Não se preocupe que está segura com ele.

— Ótimo — falei vendo Edward puxar seu cartão e pagar nossa conta.

— Eu posso pagar minha parte.

— Presente para você — falou apenas e dei de ombros.

Eu saí do bar e ele me seguiu.

— Onde você mora?

— É perto, dá para ir andando — apreciei o ar fresco que me atingiu.

— Tem certeza? — seus olhos desceram pela minha perna e encararam meus pés no salto.

— Sim — disse me virando e mostrando agilidade ao andar, ignorando completamente a dor que sentia.

Eu era uma mulher que não descia do salto. Se eu colocava um eu ficava a noite toda com ele não importa o tanto que sofresse.

Dois metros depois eu tirei os saltos e os segurei em minha mão.

Ele riu e eu dei dedo para ele, o que só o fez rir mais.

— Você tem 15 anos, por acaso?

— Na verdade 30 — eu arfei de repente colocando a mão na boca. — Ah meu Deus! Como o tempo passou tão rápido? Parece que virei a Jenna em De Repente 30 e tudo passou em um piscar de olhos. Eu trintei!

— É você trintou!

Eu funguei, sentindo meus olhos arderem.

— Por favor, não vá chorar.

— Nunca daria o gostinho de chorar na sua frente, vou esperar chegar em casa.

— Você vai machucar seus pés andando assim, espera aí rapidinho — falou e correu para dentro de um mercado, que passávamos na frente.

Eu franzi meu cenho e sem saber porque esperei, podendo ver ele andando pelo mercado.

Edward voltou carregando um par de sandália lilás de dedo.

— Acho que serve — falou colocando no chão.

— Você não precisava fazer isso.

— Calça logo, Swan.

Eu calcei sussurrando um obrigada.

— Obrigado nada, depois você me paga.

— Puff — revirei os olhos e andei pela rua.

Andamos por alguns segundos sem falar nada.

— Onde você mora, aliás?

— É naquele prédio da esquina que estava mais cedo, já estamos chegando.

— Você mora naquele prédio que estava em frente hoje? — perguntou parecendo surpreso.

— Sim — respondi apenas.

De repente ele sorriu novamente, como se tivesse uma piada que só ele entendia. Como eu nunca tinha reparado em como seu maxilar era forte daquele jeito? O contorno de seus lábios quando sorria daquela forma. Até as rugas que formavam ao redor de seus olhos quando sorriam, eram bonitas.

Por que meu inimigo tinha que ser tão bonito? Aff.

Será que ia me sentir uma poça gosmenta toda as vezes que ele sorrisse daquele jeito?

Eu tinha um namorado até duas horas atrás? Não deveria tá sentindo nada disso.

Isso só podia ser por conta da bebida, com certeza. Eu nunca mais iria beber naquele lugar de novo e nunca mais teria esses pensamentos quando acordasse. Era tudo culpa da bebida estragada. Eu esperava não ter dor de barriga.

Tudo que eu não precisava era terminar aquela noite no banheiro.

— Do que está rindo?

— Nada — falou, mas não parou de rir.

Bufei querendo entender a graça da piada.

Apressei meus passos.

— Você anda muito rápido para alguém que está bêbada.

— Então me conta a piada — disse brava e parei de andar fulminando-o com o olhar.

— Você fica linda com raiva, sabia?

Eu parei de andar e o encarei chocada.

— O que você disse?

— Falei que você fica parecendo uma íngua brava.

Bufei novamente e voltei a andar.

Nós atravessamos a rua e viramos a esquina.

Parei em frente ao prédio e me virei para ele.

— Obrigada pela companhia — falei.

— É melhor eu te levar até seu apartamento, para garantir que vai chegar bem.

— Não, melhor você ir para sua casa ou voltar para o bar.

— Não, acho que vou para casa — murmurou colocando a mão no bolso.

— Ótimo, Cullen. Faça o que quiser, não me importo — disse abrindo a porta do prédio e entrando rápido.

A última visão que tive foi dele sorrindo com os olhos brilhando. Que vontade de socar aquela cara! Argh.

Respirei fundo e fechei a porta.

Me afastei da porta e fui para o elevador apertando o botão.

Assim que ele chegou no térreo entrei nele e apertei o botão do andar. Antes que a porta se fechasse alguém passou por ela.

— Ai meu Deus, que susto! — me virei para o vulto, deixando meus saltos que segurava cair no chão.

Encarei Edward Cullen, enquanto a porta se fechava.

Meus olhos se arregalaram.

— Ah meu Deus, você vai me matar. Aro vai saber disso, você vai ver preso! SOCORRO NÃO ME MATA POR FAVOR, prometo que vou ser boazinha com você, mas não me mata eu.. eu tenho...

— Ei, ei, sua doida! Dá para parar de gritar? — ele falou me imprensando no elevador e tampando minha boca.

Não sei como consegui abrir minha bolsinha e puxar o fraco que carregava para todo o lugar, papai me dava sempre que o via. Com agilidade que não tinha, mordi seu dedo e apertei o spray de pimenta em seu rosto, no mesmo momento que dei um chute certeiro em sua virilha.

— AI AI SUA DOIDA! — Ele se curvou no chão gritando e gemendo. Parecendo não saber se o que doía mais era seus olhos, dedo ou seu… amiguinho.

Percebi que tinha sido uma péssima ideia o spray de pimenta, o cheiro tomou conta do lugar e eu tossi.

— Você me seguiu, o que pensa que está fazendo? Você disse que ia para casa. — minha garganta ardia e nem conseguia imaginar como estava os olhos dele.

— Eu moro aqui, sua maluca. Meus olhos, meu Deus, se eu ficar cego você vai ver só!

Arfei meus olhos se arregalando.

— Você mora aqui?

— É, eu me mudei há umas duas semanas.

— Ah meu Deus, porque não disse? Pensei que fosse me matar. — o ajudei a se levantar.

— Eu seriamente podia fazer isso agora — bufou, com uma mão no rosto e outro na virilha — não consigo abrir meus olhos.

O elevador parou no meu andar.

— Espera! Vem comigo — eu disse o levando pelo corredor e abrindo a porta do meu apartamento.

Ele andava meio curvado e com os olhos fechados.

Eu o coloquei sentado no meu sofá e fui à cozinha.

Peguei uma toalha de rosto limpa que estava estendida no varal, molhei e coloquei sobre seus olhos.

— Daqui a pouco passa... eu acho...

— Você é doida, sabia?

— Ei, eu me assustei. Sou só uma mulher precavida.

— Você tem uma canela e tanto — disse e começou a rir.

Com o pano tampando seus olhos eu o apreciei melhor.

Ele era malditamente lindo.

— Vou ter sorte se ainda puder brincar com meu amigo — falou passando a mão em frente a sua calça.

Meus olhos foram para ali.

— Me desculpa, quer um gelo?

— Não vou ficar bem — garantiu.

Ele começou a tirar o pano e tentou abrir os olhos.

—Isso, arde. Caralho.

— Acho melhor lavar com água.

Segurei em seu braço e o guiei pelo apartamento. O levei para o banheiro e abri a torneira da pia.

Ele lavou seus olhos com a água durante alguns minutos. Depois peguei uma toalha de rosto seca e dei para ele.

Ele secou seus olhos e piscou ele várias vezes antes de abrir.

— Está melhor? — perguntei preocupada.

— Me diz você — ele olhou para mim e eu engasguei, tossindo e rindo.

— Você parece um vampiro que sei lá… tá sem dormir uns dois mil anos — Seus olhos estavam muito vermelhos.

—Ah, que ótimo! Você provoca isso e ainda rir da minha cara — esbravejou.

— Desculpa — tentei parar de rir. — Quer uma água? Sua garganta está doendo?

— Uma água faria bem — saímos do banheiro.

Entrei em minha cozinha e peguei um copo colocando água e entregando para ele.

— Obrigado — bebeu tudo de uma vez.

— Disponha — falei e também bebi um pouco.

Ele me entregou o copo vazio e se virou voltando para sala e se jogando no meu sofá.

— Você é folgado sabia, nem pense em triscar esse tênis sujo no meu sofá — reclamei.

— Você me mordeu, de uma canelada no meu saco e jogou spray de pimenta nos meus olhos, enquanto eu só tava querendo ser cavalheiro com você e acompanhando-a em casa.

— Você fez por que quis, pensei que fosse me assaltar ou me estuprar e já me pedi desculpa.

— Sério que acha que eu seria capaz disso? — me encarou.

— Bem… na verdade não. Sou só meia paranoica com medo disso acontecer comigo.

Ele balançou a cabeça.

— Você tem uma dívida comigo agora.

— Tenho não — reclamei.

Ele riu. Eu bufei.

— Tem sim.

— Não mesmo, ninguém mandou não falar que morava aqui antes.

— Eu não sabia que você morava aqui.

Eu dei de ombros.

— Se já melhorou pode ir para sua casa.

— Está me expulsando, Swan?

— Estou.

Ele riu de novo e eu bufei.

Não podia ficar mais nenhum segundo perto dele.

Edward se levantou.

— Tudo bem, já fiquei tempo demais com você, não quero ter pesadelos a noite.

— Eu é que vou ter com você. Agora vá para casa, Cullen — abri a porta para ele.

Edward parou e me encarou intensamente.

Merda.

Senti meu coração acelerar e aquele cheiro de novo.

Sua língua saiu lentamente de sua boca e ele se inclinou para baixo.

Ele ia me beijar?

Ah minha santinha, o que eu faço? O que estava acontecendo com meu coração?

Acho que eu estava tendo uma parada cardíaca.

Eu entreabri meus lábios involuntariamente.

— Em que andar estamos mesmo?

— Ah é… no 16.

Ele sorriu.

— Não acredito — olhou para fora. — Nós somos vizinhos, você me deu uma cesta de boas vindas.

— Mentira que é você que se mudou para cá — nós encaramos sua porta.

— Estranho, né? — ele riu.

Eu balancei a cabeça.

Estranho demais mesmo.

— Boa Noite, Cullen.

— Boa noite, vizinha — ele disse se ajeitando e saindo dali.

Bati a porta com força e me encostei nela.

Merda.

Eu estava ferrada.

Por que era tão azarada daquele jeito?

Edward Cullen PDV

Eu sorri fechando a porta, olhei pelo olho mágico, mas Bella já tinha fechado a porta dela.

Me encostei na minha. Meus olhos ardiam, mas já estavam bem melhores.

Qual poderia ser a minha sorte de ter me mudado justo para o prédio dela?

Balancei a cabeça e lembrei dessa noite estranha.

Ela estava solteira, eu não deveria ficar feliz com aquilo, mas… não conseguia impedir de me sentir assim.

Levei a mão a meu peito, meu coração batia em um ritmo acelerado demais.

Respirei fundo três vezes, inspirando e expirando, tentando me acalmar, mas com os olhos fechados em só conseguia pensar nela, desde a hora que a vi entrando no bar e tomando uma dose sozinha.

Não. Eu não podia fazer isso.

O melhor era continuar fazendo ela me odiar.

Porém, por que eu não estava mais tão convicto assim, que aquilo era o melhor?


Nota da Autora:

Oiii amores, tudo bem? O que acharam do capítulo?

Espero que tenham gostado e se divertido, tentei fazer comédia, mas acabou com o Edward sendo judiado tadinho kkkkkkk

e esse pdv dele? Foi curtinho, porque na verdade eu nem ia fazer, só ia ter lá mais para o final, mas como algumas meninas comentaram que queriam, fiz esse rapidinho. Espero que tenham gostado

Ansiosa para saber o que vão achar e esse fim de semana ainda não acabou! Muita coisa ainda para acontecer hehe aguardem!

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10 comentários e volto logo

Boa Leitura!