O Ataque Das Bruxas
No dis seguinte, os aventureiros perdidos, a Equipe Avatar e as irmãs aranhoides iam na trilha visível pelo Bosque da Coruja Prateada, indo na direção de novas aventuras e esperanças de um novo caminho de casa. Após quase uma noite toda de viagem, o grupo ia a pé para dar a Appa um pouco de descanso. Afinal, transportar 15 pessoas e mais um filhote de unicórnio cansa até o mais forte dos animais.
"Por aqui, gente. Esta trilha deve nos guiar pra cidade de N'York, segundo o que nos falou a Espada de Erling."
"Tomara mesmo, Hank. Ao menos, foi uma informação direta em lugar das pegadinhas do Mestre."
"Erik." Respondeu Diana, mais uma vez se enganando, só vendo agora que a insinuação tinha vindo de Sokka. "Opa. Força do hábito. Desculpa, Erik."
"Olha, Diana. Sobre o Sokka, deixa comigo." Falou Katara, entendendo vem como funcionava a cabeça do irmã mais novo. "Sokka. Veja como fala."
"E eu estou enganado? Não censuro Erik por se irritar com as charadas do Mestre dos Magos. Lembra quando Bumi nos encheu com tantas charadas malucas?"
"Pessoal, não estraguemos o dia com mau humor." Aang, como sempre, agia com diplomacia. "Temos a pista bem clara: achar o Punho de Quil-Mand-Dur e com a quantia certa de energia, ele nos dará o caminho de casa e pra tal, basta chegarmos em N'York."
"Bem peculiar o nome da cidade." Bobby coçou a cabeça pensativo.
"Aang tem razão. Está um dia bonito e nada dá mais descanso como passer numa floresta tão cheia de paz e serenidade. Ei, olhem aqui." Aranea pegou uma grande pétala de flor, maior do que qualquer uma que tenha visto e de cor brilhante. "Jamais tinha visto algo similar, nem nas memórias da mamãe. E vejam lá." O grupo viu pra onde a aranhoide loira indicou: uma moita repleta de flores, sendo maioria do tipo proveniente daquela pétala.
"Puxa. São corujas prateadas. Faz tanto tempo que não vemos dessas." Sheila foi para perto do arbusto e colheu uma, cheirando seu perfume. Ela deu para seus amigos vê-la também. Uni e Appa se encantaram com o cheiro emanado.
"São muito lindas, eu admito, mas aqui, amiga. Tá certa de que são seguras?" Perguntou a bandida cega, uma vez que desconhecia boa parte da fauna do Reino.
"Está segura, Toph." Sheila lhe deu uma delas. "O Mestre nos contou sobre a coruja prateada. Além de bonita e cheirosa, ela também possui propriedades medicinais, como por exemplo, seu pólen ser utilizado para tranquilizante de dores e remédio para dormir. Ela é assim chamada por ter traços iguais a de uma coruja e sua linda coloração.
"Vejo a razão do bosque ter esse nome, e tem bastante, desde os arbustos até no topo das árvores." Zuko pôde observar a abundância dessas flores em toda parte. "Será que dariam um bom chá?"
"Não vejo por que não tentar, espírito azul." Se escutou a voz que todos conheciam e de trás de um arbusto, viram ser o pequeno mago de vermelho.
"Mestre dos Magos. Muita honra vir nos encontrar." Aang se curvou levemente.
"A honra é minha, Avatar." Ele copiou o gesto.
"Olha, Mestre, se veio nos dar uma nova dica pra casa, pode sossegar. A Espada de Erling já fez seu trabalho." Disse Presto.
"Sim, estou sabendo desse fato, mago, e noto que vão na direção correta. Mas ainda me vejo no dever de avisá-los de futuros perigos."
"É bem típico de sua parte, mas não me diga que iremos falhar em conseguir o treco pra nos mandar pra casa." Erik disse bem nervoso, temendo o pior.
"Oh, não, cavaleiro. Irão achar o Punho de Quil-Mand-Dur e testemunhar seu poder em ação. Haverá quem os guiará até ele apesar das dificuldades, mas o preço pelo serviço poderá ser alto demais e se lembrem: o maior poder do maior inimigo, quando bem á vista dos olhos corretos, pode se revelar sua maior fraqueza."
"Ei. Será que vai sair caro o serviço do guia?" Toph se perguntou, olhando para seu amigos. "Mas sem galho. Ainda tenho um pouco de ouro. Vale a pena ter uma reserva."
"Viu, Mestre? Nada que a gente..." Mas bastou se virar um minuto que Joy notou que o lugar do Mestre dos Magos tinha ficado vazio. "Aí, já se foi de novo."
"Queria que ele me ensinasse essa técnica. Pode ser algo que um futuro Avatar pudesse usar em alguma ocasião." Disse Aang com ar pensativo.
"Tá bem, gente. Tratemos de pôr o pé na estrada de novo. Quanto mais depressa formos, mais cedo achamos o Punho de Quil-Mand-Dur. Eita, nome esquisito." Seguindo a ordem do ranger, todos seguiram viagem. Zuko ficou meio para trás pra pegar algumas corujas prateadas e Nellie lhe deu um auxílio, pondo-as em sua mochila, evitando amassá-las demais.
A travessia pelo bosque foi normal, sem nenhum incidente grande, exceto uma raiz ou outra bem oculta que causou alguns tropeções. Mesmo com o reforço extra do café-da-manhã, os heróis sentiam um pouco de fome, mas para sua sorte, algumas árvores frutíferas foram encontradas, várias com frutas já conhecidas pelo grupo e algumas variações desconhecidas.
Felizmente, uma característica da raça de Nellie e suas irmãs é a de sentir a presença de venenos e substâncias nocivas em alimentos, sejam naturais ou processados. Abrindo alguns dos frutos, pelo toque na seiva ou no interior pôde se saber quais eram comestíveis, o que o caso da maioria, exceto por uma parecida com pimentão, de cor laranja e caule branco. Por sua definição, a mais velha das aranhoides notou ser bem venenosa, o suficiente pra matar um humanoide de tamanho normal e adoecer algo de maior proporção. Tirando essa, os jovens puderam fazer um banquete a base de frutas.
Acabando de comer, guardaram algumas frutas para comerem mais tarde e por sugestão de Zuko, levaram junto algumas das venenosas, talvez pra algum imprevisto. Presto criou um pote de tinta e pincéis para marcar com um desenho de caveira as frutas perigosas.
Ao verem que a luz do dia ia ficando mais forte, significando por haver menos árvores e pelo tal, o fim do bosque, Hank, Aang e os demais foram mais depressa e alcançaram a saída, vendo de cima de um barranco uma cidade num vale abaixo, cercada por uma fortificação de madeira, acreditando terem chegado ao seu destino.
Depois de descerem pela encosta por cortesia de Erik com uso da dominação de terra, foram na direção da fortificação e leram numa placa: BEM VINDO A N'YORK, contentes por terem chegado ao seu destino. Chegando perto da muralha feita de toras com duas torres de vigia, encontraram um portão aberto, adentrando sem qualquer problema.
A arquitetura eram bem peculiar, nada semelhante a outros lugares que tenham visto no Reino ou no mundo dos 4 elementos. A turma da Terra reconheceu o lugar como sendo uma típica cidade do velho oeste americano, construída no período da famosa Corrida do Ouro.
"Caramba, gente. Me sinto como se pisasse no velho oeste." Exclamou Diana.
"Pois é. É que nem uma volta no passado." Disse o bárbaro.
"Estou notando que essas construções são iguais daquele livro que Presto conjurou na semana passada sobre a história da América, seu continente. Os prédios antigos eram feitos assim mesmo, Hank?"
"Sim, pode apostar, Suki. Durante a colonização do oeste dos Estados Unidos, quando iam na procura de novas paragens, busca pelo ouro e riquezas, muitas cidades desse tipo foram erguidas. Diversas prosperaram e muitas mais acabaram abandonadas e esquecidas quando acabava o ouro ou haviam ataques constantes de bandidos ambiciosos e de índios, os nativos locais, para reaver suas terras."
"Houve algo parecido quando colônias da Nação do Fogo se estabeleceram no Reino da Terra durante a guerra." Explicou Katara. "Com o fim da guerra, tinha sido proposto, pelo bem do equilíbrio do mundo, que as colônias do fogo fossem desocupadas, o que por pouco não levou a um novo confronto."
Aang e Zuko se olharam com pesar, sabendo no que o confronto teria resultado e por um triz, acertaram as diferenças, vendo que não seria justo tirar aquelas famílias do lugar, ainda mais que haviam fincado raízes emocionais e criado seus próprios legados.
"Acham que dá tempo de darmos uma espiada no local? Li também o livro e achei fascinante sobre as cidades, a busca pelo ouro, as aventuras..." Foi que um barulho como de um raio foi ouvido ao longe, interrompendo Sokka e metendo um grande susto no grupo, levando até Uni a pular até cair na sela de Appa.
"Eu creio que temos a resposta." Disse Aranea, descendo de cima de uma cerca onde se pendurou com o susto. Avistando a origem do som, parecendo vir mais pro cento da cidade, sem esperar nada foram na direção, embora Erik preferisse ir do lado oposto.
"Vai ter algum dia em que poderemos chegar numa cidade sem estar no meio de uma batalha?" Perguntou a dama pintada, sem aguardar resposta, uma vez que ela perguntou retoricamente, mas Diana só deu um 'dar de ombros' e se apressou como os demais.
Indo na direção onde o som da batalha ia se intensificando, mais da cidade iam vendo e reconheciam como sendo uma construção replicando com perfeição as cidades do velho oeste, excluindo estranhas estátuas com formato de gárgulas vistas em toda parte. Erik, Toph, Diana, Katara e Aranea tinham razões pra se sentirem incomodados com tais monumentos, mas era uma questão para mais tarde, já que algo mais sério pairava no ar.
Chegando ao ponto principal da batalha, muitas pessoas, em boa pate vestidas como colonizadores americanos, atiravam com arco e flecha e catapultas contra o motivo do ataque: um enorme enxame de bruxas tomava o lugar, seja em terra ou voando em vassouras e grossos galhos de árvores. As bruxas tinham uma grande variedade de tamanhos, cores e fisionomias físicas como pele verde, rugas, corcundas, grandes garras, olhos saltados, dentes podres, cabelos grisalhos e uma terrível e macabra gargalhada provinda das bocas das bruxas, exaltando uma força maligna.
Os aldeões iam se defendendo de toda forma, desde atirando lanças e flechas de fogo até projéteis incendiários nas bruxas, sendo que fogo é constado como sendo a principal fraqueza delas, mas por mais que se esforçassem, somente uma ou duas eram alvejadas nos ataques mais concentrados. Estranhamente, apesar de mais numerosas, por algo fator, em lugar de emanarem um ataque mágico maciço contra uma multidão toda, as bruxas evitavam acertar tanto as estátuas e algumas pessoas, preferindo concentrar seus feitiços em outros.
"Era tudo que precisávamos: nos meter numa guerra de bruxas. Pessoal, já lidaram com bruxas por aqui?" Perguntou o guerreiro da água.
"Bom, Sokka, enfrentamos rainhas-feiticeiras e já nos confundiram com bruxas e feiticeiros no passado, mas nunca encaramos nenhuma bruxa de verdade." Disse Booby puxando seu tacape. Mas sem notar, uma bruxa veio num voo rasante de braço erguido pra pegar o bárbaro, porém, Aang caiu na frente e num forte golpe de vento, desviou a bruxa pra longe.
"Ufa, essa foi raspando, Obrigada, Aang, por salvar meu irmão." Disse Sheila, dando um beijo no rosto do Avatar, deixando ele meio vermelho. Katara não questionou nada, pois sabia que ela só quis ser agradecida. Erik tratou de atrair a atenção dela e dos amigos para a situação local.
"Caramba. Não nos faltava mais nada. Será que a Bruxa Má do Oeste tá bem no meio dessa bagunça?"
"Se ela esta ou não, Erik, sabe bem o que devemos fazer." Hank sacou seu arco e meteu uma flechada energética contra uma bruxa que perseguia uma mulher carregando um bebê. "Pessoal, vamos à luta."
"E temos escolha? Ah, foi uma pergunta retórica." Falou Suki, sacando seu leque e indo na onda de combate. Avançaram como um vagalhão na direção da turbulência de bruxas horripilantes.
Três crianças corriam desesperadas enquanto duas bruxas velozes voavam em sua cola, tendo suas mãos abertas para capturá-las e faltando um pouco pra cumprir essa meta, uma imensa rajada de fogo entrou em sue caminho, não as tostando por um triz. Ao se virarem, se depararam com Zuko, Suki e Presto.
"Foi mal, mas crianças estão fora do cardápio hoje." Anunciou o mago com o chapéu em mãos.
"Sejam sábias e recuem daqui, ou preferem ser torradas como insetos?" Zuko falou sacando sua espada.
"Insetos? Não é uma ideia ruim." Exclamou uma da bruxas, gesticulando magicamente e fazendo aparecer uma imensa nuvem de insetos, os jogando contra o trio.
"Bem pensado, Zuko. Dê ideias para as bruxas usarem."
"Qual é, Suki? Como eu ia saber que elas iam levar isso ao pé da letra?" O dominador de fogo sacudia a espada pra espantar os numerosos insetos e a guerreira Kyoshi também os repelia com seu leque mágico, indo com mais rapidez, mas era pouca a eficiência contra tanto inseto. Já irritado com isso, Zuko largou a espada e apelou pro fogo, queimando toda a praga ao redor em segundos. "Como diz Toph, é assim que se faz."
Com seu feitiço tendo falhado, as bruxas iam conjurar outra mágica, mas Presto se pôs na frente, protegendo seus companheiros.
"Dá licença que é hora de um profissional agir. Alacaúde, alacadadas. Deixe agora as bruxas grudadas." Uma tonelada de fita adesiva saiu do chapéu, pegando as bruxas em cheio e as enrolando até a boca, colando-as numa parede. Elas queriam falar e se mexer, mas não tinham êxito.
"Ha. Gostaram de como um bom mago faz, senhoras?"
"Excelente, Presto. Espetacular." Zuko lhe deu um tapinha nas costas em admiração.
"Pode crer. Isso sim é que é botar o bandido contra a parede." Disse Suki ao ver como era bem criativo o jovem mágico.
Toph, Diana e Nellie corriam com toda força que suas pernas permitiam para escapar de meia dúzia de bruxas em vassouras, as perseguindo como águias na cola de pombos. As bruxas riam sem parar, atirando vários raios em suas presas, porém, errando os golpes. Apesar de terem como contra-atacar, as garotas iam fugindo a toda, parecendo que tinham algo em mente.
Encontrando um beco estreito entre duas casas, a acrobata, a bandida cega e a aranhoide ruiva entraram nele, notando não haver saída. As se virarem, o esquadrão de bruxas ria alucinado, discutindo entre si quem iria fazer o quê com cada uma.
"Quero os cabelos delas."
"Vou sugar sua juventude."
"Darão um excelente jantar."
"Usarei o pó de seus ossos pra maquiagem."
"A garota aranha é minha. Quero estudar suas funções...depois de dissecá-la."
"Vou trocar meu corpo pelo daquela de pele negra. Ela é bem ágil."
"Ei, suas velhacas. Querem nos pegar ou vão ficar só no papo, hein? Bléééée." Toph fez uma careta pras bruxas, querendo provocá-las. Como por encanto, a provocação deu certo e as bruxas dispararam em sua direção.
Voando como foguetes, as bruxas estavam a poucos metros de capturar suas presas. Diana, Toph e Nellie se mantinham apostas, esperando pelo hora certa de agir. Com alguns centímetros de diferença entre as heroínas e as bruxas, era inevitável o que se daria.
"AGORA." Gritou Diana e se segurando em Toph e Nellie, um impulso causado por uma torre de terra as jogou para cima, fazendo três das bruxas se esborracharem na parede, caindo como frutas do pé. As três que escaparam olharam pra cima e avistaram suas fugitivas.
"Pois é, senhoras. Deviam tomar aulas de direção. Evitariam tantas batidas." A aranhoide mais velha debochou das bruxas.
As três bruxas se mostraram bem bravas e numa volta, viraram as vassouras pra cima, esperando pegá-las desta vez.
"Ih, acho que elas ficaram zangadas. Hora do passo 2. Nellie, faz as honras?" Perguntou a moça ginasta do grupo.
"Mas é claro. Aguarde um momento." Respirando fundo, Nellie levantou os 4 braços e as duas pernas dianteiras, disparando uma imensa massa de teia entre os telhados, criando bem depressa uma espessa teia do tamanho de um tapete de salão e assim que as três bruxas bateram nela, terminaram coladas como moscas, perdendo suas vassouras.
"Ha, ha, ha. 'Entre em minha teia, disse a aranha à mosca'." Toph falou com bom humor.
"Agora sabem como me senti quando Louth, a rainha-demônio aranha, pegou a mim e meus amigos a mando do Vingador."
"Acho que não me contou essa história. Quero detalhes depois. Essa Louth não era da nossa espécie, era?" Diana negou e concordou em contar o fato mais tarde pra sua amiga aranhoide assim que tudo terminasse.
Bobby, Sokka, Erik e Joy pareciam em desvantagem contra as feiticeiras, uma vez que não tinham muitos recursos em ataques a distância como Hank, Katara e Aang, poder de voo mais força como Appa ou mais furtividade como Sheila em sumir e surgir a hora que quisesse e Uni, utilizando seu recurso de teleportação. Aranea se virava bem, combinando sua espada elétrica com disparos de teia e embora tivesse esse mesmo recurso, a aranhoide de cabelo azul não era tão boa em manuseio de teia, optando por combate mano-a-mano, escolha essa que a levou optar ter a espada de gelo em seu arsenal.
O cavaleiro mantinha seu escudo no ar, desviando os feitiços de ataque das bruxas e na menor brecha, abria o campo para Bobby, Sokka e Joy abaterem as horrendas inimigas quando podiam.
"Dessa forma, não chegaremos a lugar algum. Precisamos de mais poder de fogo." Retrucou Joy.
"Se é mais fogo que queremos...será o que virá. Erik, Tem como nos levar pra perto de uma das estátuas?" O cavaleiro compreendeu a ideia do menino loiro e buscou se deslocar sem desligar o campo de força mágico. Sokka via curioso como as bruxas evitavam se aproximar das estátuas e por algum razão ainda mais anormal, até algumas pessoas eram evitadas pelas bruxas.
"Tem algo aqui. Viram como as bruxas ficam longe das estátuas e até fogem de perto de alguns deles?"
"Talvez sejam ídolos sagrados com algum poder que as bruxas não suportam e essas pessoas sejam abençoadas, tipo clérigos e sacerdotes." Joy percebeu bem ao que Sokka se referia.
"Mais um motivo pra dar à essas velhas enrugadas saídas de um conto de fadas o que bem precisam." Bobby veio pra perto de uma grande gárgula de asas abertas e já ia dar um bom golpe de tacape quando subitamente, alguém o deteve.
"NÃO, NÃO PODE DESTRUIR ISTO." E ao se virar pra ver quem tinha gritado, o grupo reparou ser um homem idoso com um grosso bigode branco, pele roxa e olhos vermelhos, trajando uma roupa de cowboy completa, ostentando um chapéu preto na cabeça, o emblema de uma caveira de boi no meio do cinto peitoral e uma estrela dourada no peito direito, entendendo se tratar de uma autoridade. Parecia ser um velho pelo físico, mas mostrava muito vigor só de olhar.
"Ei, o que está fazendo? Não viu que a gente quer ajudar?" Indagou bem irritado o guerreiro da Tribo da Água do Sul.
"Sim, vi que querem nos ajudar e sua ajuda é bem vinda, mas..." Num piscar de olhos, o homem sacou uma besta de metal sem corda e atirou um tiro de fogo verde contra mais duas bruxas, derrubando-as em cima de mais três. "Como falei, aprecio que tenham vindo nos socorrer, mas é de vital importância que estas estátuas não sofram dano algum. Depois eu explicarei. Ah, e a propósito, sou Tex Hex, o xerife de N'York, e tá na hora de botar essas abutres pra fora daqui. Venham comigo." Tex saiu na frente, disparando mais raios pro alto. Sem entender bem os motivos do xerife, os heróis foram em seu encalço.
Por mais de meia hora, a luta prosseguia sem trégua alguma e com o auxílio dos discípulos do Mestre, a Equipe Avatar e as aranhoides, as bruxas iam perdendo terreno, mas não se rendiam. Seu grupo ia diminuindo a medida que eram alvejadas e queimadas em pleno ar. Hank, Aang e seus companheiros, obviamente, não recorriam a tal resultado, preferindo derrubá-las e incapacitá-las, uma vez que vários do seus grupo prezavam a vida, lutando pela justiça e por legítima defesa.
"IRMÃS." Avisou uma das bruxas pras que se mantinham em pé. "Batam em retirada agora. Esqueçam as feridas e mortas e vamos."
"Como disse?" Quis saber uma das que tinha ouvido primeiro. "Abandonar nossas irmãs? Como ordem de quem...?"
"Ordens da rainha. Conseguimos o que queríamos buscar." A que ordenou o aviso segurava um imenso saco, dando a impressão de haver algo se mexendo nele. "RETIRADA." Sem muita escolha, as bruxas sobreviventes da invasão voaram céu afora, desaparecendo no meio das nuvens.
"Elas estão fugindo." Disse Sheila ao retirar seu capuz e voltar a ser visível, segurando um bebê. Ao avistar o bebê, a mãe correu pra junto de Sheila, lhe devolvendo aos seus braços com um sorriso.
"É, se mandem daqui, suas mocréias, e sorte de vocês que estou de bom humor." Avisou Sokka, brandindo sua espada. O grupo nem quis comentar nada daquilo. Logo, todos tinham se reunido na praça central junto aos habitantes.
"Meus jovens," Um homem alto de meia idade numa armadura de couro se aproximou com am~e estendia. "eu sou Gatlios, o vice-chefe de N'York e lhe sou grato por terem nos salvado. Estávamos numa hora bem crucial e vocês chegaram como por milagre."
"Não tem de quê, senhor. Chegar na hora certa é o nosso forte." Hank cumprimentou Gatlios.
"Só quando não temos mais nada marcado no nosso dia." Respondeu Joy, imitando o modo irônico de Erik.
"Joy, por favor." Disse sua irmã mais velha.
"Preciso dizer como sua cidade é bem diferente e exótica." Diana se adiantou. "Não se assemelha muito com outras cidades e vilas daqui do Reino."
"Devemos isso ao xerife Tex. Ele nos mostrou um estilo de arquitetura similar do lugar de onde ele veio."
"Ah, foi só uma coisa ou outra que vi em minhas viagens fora deste mundo." Respondeu Tex, ajeitando a aba do chapéu. "Foi isso que escutaram, crianças. Sou de outras paragens fora deste mundo e me decidi, após tanto tempo, fincar raízes aqui."
"Então, xerife, somos dois, ou melhor, dezessete." Aang ergueu a mão pra apresentar seus amigos, todos acenando e dando oi. "E não contei errado, pois Uni é daqui do Reino mesmo."
"Sabe que fala como se fosse um cowboy? Isto é, se de onde o senhor veio..." Erik perguntou ao observar o vestuário de Tex.
"Sim, filho. Em minha terra natal, eu era algo como um cowboy."
"Desculpa me meter, mas tem algum motivo pra esse ataque de bruxas?" Indagou a guerreira treinada na arte de luta da Avatar Kyoshi.
"E por que não me deixou usar a estátua pra praticar tiro nas megeras?" Bobby mal pôde se conter em saber daquele fato.
"Isso eu posso explicar, menino." Gatlios veio pra perto do bárbaro, lhe encostando a mão no ombro. "Foi na época em que procurávamos um lugar para nos estabelecer. Desde que nossa cidade natal foi derrubada por um exército liderado por um tirano, temos vagado a ermo por várias direções sem acharmos um lugar...até que encontramos esta região além do Bosque da Coruja Prateada, abundante em bons campos, um rio, a floresta com boa variedade em plantas alimentares e medicinais e que poderá durar muitos anos desde que usemos somente o necessário e a conservamos."
"Uma boa atitude, já gostei de vocês." Katara disse simpaticamente.
"Como seria formidável se todo mundo fizesse igual." Falou Presto. Gatlios prosseguiu com a história.
"Claro, nem tudo foi tão fácil. Quando começamos as obras de N'York, a qual demos esse nome em memória de nossa antiga terra, York, sofremos pela primeira vez a investida das bruxas. Elas nos atacaram sem motivo algum, lançando feitiços e raios. Não pareciam querer nos expulsar, uma vez que tentavam nos impedir de fugir, como se buscassem algo. Deduzimos que queriam nosso filhos, pois em geral é o que as bruxas mais cobiçam: crianças para suas perversidades, de devorá-las até transformá-las em algo monstruoso. Com isso em mente, tentamos enfrentá-las, mas ainda não tínhamos nossas defesas preparadas como hoje e embora despuséssemos de algumas magias e armas de bom porte, não foi o suficiente. Estávamos marcados para sermos vencidos quando algo veio do alto, bem acima das bruxas. Quando vimos, eram imensas criaturas similares a gárgulas, mas com aspecto similar aos humanos. Pensamos que seria nosso fim definitivo, pois eram bruxas de um lado e gárgulas do outro, mas o inesperado se deu. Em lugar da gente, os gárgulas enfrentaram as bruxas."
"Como é? Bruxas contra gárgulas?" A bandida cega perguntou intrigada, se recordando de quando ela e seus amigos se meteram em confusão na caverna de Raphael, o Imortal.
"Tá parecendo nome de filme, e não seria uma má ideia." O cavaleiro pensou segurando o queixo no modo pensativo.
"Mas é verdade isso? Os gárgulas salvaram suas vidas?" Aranea ficou boquiaberta, sendo que só conhecia os gárgulas da caverna onde ela foi com Erik, Diana, Katara e Toph na busca pela Espada de Erling e conseguiu pra si e suas irmãs as espadas mágicas.
"Foi sim, mocinha aranha." Tex se aproximou. "Sem esperar por sinal algum, as criaturas desceram as garras nas bruxas e esfolaram muitas delas e seus feitiços não os afetavam em nada. Por mais que se esforçassem, não faziam um dano sequer nos gárgulas e com seu número caindo, as bruxas sobreviventes fugiram pra longe. Tão logo os gárgulas desceram desceram, tememos o pior, mas eles apenas estenderam as mãos em sinal de amizade e o líder deles nos falou amigavelmente. Eles disseram não serem gárgulas, mas gargoyles, uma espécie proveniente dos gárgulas com características humanas. Diferente de seus perversos parentes, os gargoyles são movidos por um forte senso de honra e justiça, visando proteger os mais fracos, especialmente humanos. Eles, como nós, também procuravam um lugar para chamar de lar e ao avistarem as bruxas nos atacando, eles partiram logo em nossa proteção. Seu líder nos fez uma proposta: se os deixássemos morar aqui, sempre nos protegeriam das bruxas e quaisquer outras ameaças. Também se ofereceram para a construção da cidade. Admito que todos tiveram suas reservas, incluindo eu, mas isso foi resolvido graças a minha filha adotiva, que sempre teve um olho bom em ver a bondade e a sinceridade nas pessoas. Ela viu o que os gargoyles tinham em suas almas e eram honestos nos seus argumentos. Dessa maneira, os aceitamos em nossa comunidade e nunca nos arrependemos. Os tratamos como iguais a nós e eles retribuíram da mesma forma."
"Impressionante. Então, estas estátuas são na real...seres vivos?" Questionou Zuko, fascinado pelo relato.
"Sim, elas são. Gargoyles podem adotar forma de pedra ou humana se necessitam dormir, descansar ou somente se recuperar de uma ferida, mas antes que perguntem por que eles não impediram a invasão das bruxas agora," O vice-chefe da cidade abaixou sua cabeça com forte pesar. "foi um feitiço poderoso que prendeu a todos. As bruxas devem ter obtido um objeto mágico de grande poder para usar como canalizador num feitiço que normalmente não lhes afetaria. Os gargoyles ficaram presos nas formas que tinham usado, seja de pedra ou humana. Muitos aqui são gargoyles mudados em humanos. Foi por isso que Tex os impediu de danificá-los pois se algo lhes acontecesse nesse estado..."
"Certo, creio que entendi o recado." O ranger disse ao ver ao redor as estátuas, mas tinha algo que sabia precisar de resposta. "Só não entendo o por quê das bruxas não destruírem os gárgulas, digo, gargoyles enquanto estavam indefesos. Reparei que elas não perseguiam certas pessoas. Suponho que deviam ser gargoyles também." Tex mais uma vez teve a palavra.
"Foi me dito por minha filha, capaz de ver visões do futuro às vezes, que para os gargoyles ficarem no estado atual, não podiam ser danificados e nem feridos pelas bruxas por causa do feitiço ou ele se quebraria. Mas antes que alguém se adiante, apenas o poder das bruxas pode remover a maldição, danificando a pedra ou ferindo um deles humanizado, ou se o artefato usado como condutor for removido."
"Se não parecer incômodo, teria como conversarmos com sua filha, xerife?" Foi a vez da espiã ruiva falar algo. "Sabe, estamos aqui porque procuramos um objeto que poderá nos ajudar a voltar para casa e se sua filha tem essas visões, quem sabe..."
"TEX. TEX." Uma mulher veio correndo pela rua, chorando em total desespero pelo tom de sua voz, se jogando nos braços do homem de pele roxa. "Tex, querido. Algo horrível aconteceu."
"Ei, tenha calma, Shylei. Sossegue. Crianças, conheçam minha esposa Shylei. Querida, o que se deu? Alguma problema?"
"Algo horrível se deu, sim. Nossa filha, Nei...foi levada pelas bruxas."
"COMO?" Tex gritou tão alto que seu chapéu deu um pulo pro ar, sem ninguém entender como ele conseguiu tal proeza. "Nei...capturada? Como, como isso se deu? Achei que tinha deixado vocês seguras."
"S-Sim, você nos colocou num abrigo seguro...mas não sei como, as bruxas nos acharam. Tentei nos proteger, até usei a espada que você guarda na lareira. Empalei duas bruxas, mas uma terceira me lançou um feitiço que me paralisou e antes de cair, vi uma quarta entrando no quarto de Nei, a jogando dentro de um saco e saindo triunfante, dizendo que tinham cumprido sua meta. Oh, Tex, me perdoe." A mulher ficou chorando e soluçando, mas seu marido a amparou carinhosamente.
"Sossegue, meu anjo. Ela não vai ficar com aquelas horrenda megeras por muito tempo. Vou trazê-la de volta nem que seja a última coisa que eu faça." Tex falou batendo a mão no peito, mostrando quão corajoso e devoto à família se mostrava. Os heróis viam admirados sua determinação.
"Certo, xerife, mas não ache que irá sozinho nessa."
"Diana tem razão. Queremos ir com o senhor e antes que diga, saiba que estamos longe de sermos simples crianças, se prestou bem em nosso desempenho aqui." Sokka sacou a espada, girando-a pelo cabo como a acrobata faz com o bastão.
"Só precisamos descobrir por onde iniciar. Será que alguma das bruxas que ficou pra trás nos diria?" Aang questionou esse ponto, esperando que elas pudessem cooperar, embora no fundo, não acreditasse em tal hipótese.
"Esqueçam as velhacas. Eu posso dizer algo." Neste momento, todos se viraram para comtemplar a figura misteriosa encoberta até a cabeça por um hábito marrom. "Perdoem-me por minha intromissão. Me chamo Niz e tenho algo que lhes interessa."
"Verdade? O que teria a nos oferecer?" Quis saber Gatlios.
"Se desejam saber...primeiro, o paradeiro da menina sequestrada e segundo, a localização do artefato usado no encanto de paralisia e que é de vital importância aos jovens aventureiros, o Punho de Qui-Mand-Dur."
"Falou o Punho de Quil-Mand-Dur?" O nome bateu com força nas mentes dos jovens, inclusive na de Nellie, a que perguntou ao saber o nome.
"Acertou em cheio, jovem. Sei onde está o Punho e posso levá-los até ele e a menina, por um pequeno preço. Nada de muito valor material, eu garanto."
O grupo ficou meio pensativo e um tanto bolado pela proposta da estranha, considerando como já haviam se envolvido em confusões e armadilhas perigosas por andarem com supostos guias, mas Toph confirmou cada palavra dita por Niz, uma vez que sabe a verdade contida no coração de qualquer ser. Tex não ia esperar mais nada e resolveu ir atrás da filha, demonstrando a razão de não só ser o xerife de N'York, mas também ser um responsável chefe de família, marido e pai.
Sem mais demoras, o grupo decidiu seguir Niz e Gatlios se ofereceu para a busca, alegando que não ia ficar parado naquela situação. Ao trocar umas palavras com suas esposa Eliza's, deu-lhe um beijo de despedida e se armando como Tex, foi na procura da criança perdida, rogando que não fosse tarde demais.
Continua...
