Capítulo 2 - Flor de Cerejeira
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Sasuke
As coisas sempre acontecem quando menos esperamos, e nunca é como nós queremos ou pensamos. A vida pode ser dura e cruel, arrancando pessoas queridas que são importantes para nós. E eu fui uma dessas pessoas, assim como a minha família.
Perder minha mãe foi um momento mais duro e doloroso de minha vida. Eu só tinha cinco anos quando ela faleceu, mas ainda me lembrava de suas últimas palavras, o seu último pedido que eu ainda iria cumprir, só não havia chegado o momento certo ainda.
O tempo passou e eu cresci, não sou a melhor pessoa do mundo, mas também não sou a pior. Gosto de viver o momento e sem pensar nas consequências, gosto de desafio e de sentir o gosto da vitória no final. Mas também, nem sempre a sorte andava ao meu lado, como aconteceu hoje.
Sabia que estava redondamente fodido. Ibiki, o professor de geografia, era um filho da puta miserável e vacilão do caralho, havia me pegado numa de minhas trepadas casuais dentro do armário do zelador. Ele me odiava, também não ia muito com a cara dele, sabia que ele não iria livrar a minha barra, e sim acabar de me fuder.
Mas porra, eu sou jovem e com uma vida sexual bem ativa, não iria deixar a garota na mão, ainda mais quando passou a semana toda mandando sinais de que queria ser comida. Simplesmente fiz o que eu fazia de melhor, eu a comi. E não é por me gabar, mas sou foda o suficiente para que todas caiam aos meus pés. Mas eu estava ficando sem opção, já havia pegado quase todas as meninas do colégio, e não costumo trepar com a mesma garota mais de duas vezes.
Eu precisava de carne nova.
Depois de uma manhã turbulenta dessa segunda-feira, e das aulas terem terminado, eu estava dando o meu melhor no campo. Eu era o capitão do time de futebol e estávamos treinando para a partida do campeonato da intercolegial contra o colégio Taka que seria na semana que vem. Eu tinha que admitir que o time adversário era bom, mas o KHS era melhor. Eu teria o prazer de esfregar a vitória na cara de merda do Sasori Akasuna, o filho da puta mais três cú que eu tive o desprazer de conhecer.
Treinei com o meu time por quase duas horas, aperfeiçoei a minha jogada com Suigetsu e Jugo, que ficou muito boa. O sol daquele fim de tarde queimava a minha pele, mas eu não me importei. O campo me dava energia, a adrenalina de correr atrás de uma bola e acertar o gol, me dava a sensação de que eu podia ser o dono do mundo. Jogar futebol me fazia bem, era a minha praia.
Depois de alguns minutos mais tarde, o técnico Guy soou seu apito, dando o treino naquele dia por encerrado e nos mandando para o chuveiro.
Permiti-me sentar naquele gramado, sentido o suor descer por minhas costas enquanto eu respirava ofegante. Eu havia dado o meu melhor, como sempre, fazendo jus a minha reputação de melhor jogador.
Observei algumas meninas nas arquibancadas, todas elétricas por verem tanto eu, quanto os outros jogadores suando enquanto nós jogávamos. Mas eu sabia que a maioria delas que vinham ali era por minha causa, e isso contribuía para o meu ego masculino.
Eu sou o fodão.
- Já está cansadinho, Uchiha? - A voz debochada de Kimimaru era realmente irritante. Eu não o suportava, e a linha tênue que mantinha a minha paciência com ele era extremamente fina.
Apenas levantei o meu dedo do meio, que só fez o sorriso babaca dele aumentar.
Otário.
- Vai ficar nesse sol mesmo, Teme? - A voz do meu melhor amigo idiota soou ao meu lado.
Naruto, assim como Gaara, eram meus melhores amigos, eu os conheci um ano depois da morte de minha mãe. Eles eram os meus parças, meus brothers, sabia que podia contar com eles, assim como eles podiam contar comigo.
- Não estou com paciência para ficar no mesmo ambiente do que aquele panaca. - Resmunguei, me referindo a Kimimaru.
Naruto sorriu, girando a bola equilibrada no seu dedo indicador para depois voltar a pegá-la com as duas mãos. Suas luvas de goleiro estavam penduradas no cós de seu short.
- Kimimaru está dizendo por aí que os seus dias de "reinado" está para acabar.
Ergui minha cabeça para cima e o fitei, apertando os meus olhos por causa dos raios quentes do sol.
- Pouco estou me fudendo para o que Kimimaru diz - levei minha mão ao gramado e tomei o impulso para ficar de pé.
Kimimaru era um vacilão que cobiçava o meu posto de capitão do time, ele não dizia com todas as letras, mas eu sabia que ele não havia ficado satisfeito quando eu consegui o posto a dois anos atrás. Ele mantinha uma amizade na base de falsidade comigo e me queimando por trás, ele pensa que eu não sabia qual era dele.
- É, mas o boato que está correndo por aí, é que te pegaram no flagra com a Shion no armário do zelador - sorriu. - E sabe o que é maioral? A diretora Tsunade está na escola.
Meu sistema interno entrou em alerta.
- A diretora está aí? - Ele assentiu. - Pensei que ela estava fora da cidade resolvendo seus assuntos.
- Mas aparece que ela já resolveu, e trouxe uma garota com ela.
- Garota... - me interrompi. - Naruto como você sabe de tudo isso?
Ele ergueu os ombros para cima.
- Sabendo, ué? As notícias correm, e você sabe que tudo o que se fala o vento carrega até o ouvido mais próximo.
- Hm...
Realmente eu estava fodido, àquela diretora me odiava, e não fazia esforço algum para oprimir esse fato. Eu estava com o meu cu na mão.
Naruto pôs uma mão em meu ombro, atraindo minha atenção para ele.
- Cara, quer um conselho, para com isso. Você é muito descuidado, Teme, vai acabar sendo expulso da escola, e o time precisa de você.
Puxei meu ombro para frente, me livrando de sua mão e comecei a caminhar com passos lentos pelo campo, em direção ao vestiário.
- Você precisa arrumar uma namorada. - Começou Naruto, caminhando ao meu lado.
- Para de falar merda, namorar não é para mim.
- Você diz isso por que não encontrou a garota certa - ele continuou: - Você vai ver quando ela aparecer, seu mundo vai ficar colorido, cara.
Revirei os olhos e o olhei por rabo de olho. Ele estava com um sorriso idiota na cara.
- Você está andando muito com o Gaara, tá ficando marica que nem ele.
Tinha que confessar que Naruto havia mudado muito depois que começou a namorar Hinata Hyuuga. Ele não era mais o mesmo, não era mais o meu brother de caçada. Gaara nunca foi assim, ele preferia ficar com uma garota só e sofrer depois com dor de cotovelo por cada término de relacionamento, do que ficar sozinho e desimpedido. Nunca o entendi, e agora Naruto havia pulado para o outro lado, mas eu devo admitir que Hinata era uma garota legal, assim como Ino.
Mas se meus melhores amigos preferiam brincar de casinha, quem seria eu para impedi-los? Pelo menos sobrava mais mulher para mim.
- Se apaixonar não é coisa de marica, você vai ver quando isso acontecer contigo.
Não consegui evitar a gargalhada, parando no meio do caminho para poder rir melhor e com vontade. Naruto as vezes era engraçado, tinha que admitir. Namorar, só quando o inferno congelar.
- Por que me amarrar a uma só garota se eu tenho todas aos meus pés? - Questionei, e Naruto revirou os olhos. - Está para nascer a garota que vai conseguir me domar, e sabe porquê? Por que Sasuke Uchiha é indomável.
- Também pensava assim, Teme, e olhe só para mim?
- Não me compare a você, Naruto, eu sou diferente.
Um sorriso debochado se abriu no canto de sua boca, enquanto balançava a cabeça para os lados. Eu continuei:
- Escute o que eu vou te dizer; no dia que uma garota me deixar de quatro por ela, pode ter certeza que cantarei Guns'n Roses em cima da mesa do refeitório para todo mundo ver.
- E tenha certeza que eu vou rir muito da sua cara nesse dia - sua voz saiu risonha.
- Então espere sentado...
Fui interrompido por uma voz feminina e autoritária, me chamando:
- Senhor Uchiha.
Virei meu corpo para o lado, em direção a voz que me chamava, encontrando a coordenadora Shizune se aproximando com passos rápidos. Eu não precisei de muito para saber do que ela queria falar comigo, a diretora peituda já estava de volta e com certeza ela estava doida para comer o meu fígado.
Esperei até que ela parasse a minha frente, seu rosto sério não colocava medo em ninguém, ela tinha cara de mongoloide, mas era gostosa, se me desse mole eu pegava.
- A senhora Tsunade te espera imediatamente na diretoria.
- Eu só vou tomar uma ducha e daqui a pouco estou indo lá. - Disse, apontando com o polegar em direção ao vestiário.
- Não tem daqui a pouco, é agora. Vamos.
Ela não esperou que eu desse outra desculpa para atrasar o meu julgamento de morte, apenas deu as costas e voltou o caminho por onde veio.
Bufei, revirando os olhos, não tive escolha a não ser segui-la contra a minha vontade para fora do campo.
- Boa sorte, Teme, por que você vai precisar.
Ignorei o tom debochado de Naruto e segui meu rumo à forca. Porra, uns minutos a mais para eu poder tomar um banho não iria matar ninguém, eu estava totalmente suado e meu uniforme todo molhado de suor.
Saco.
Percorri os corredores movimentados do colégio, Shizune andava a minha frente, me dando o vislumbre de seu traseiro redondo e marcado por aquela saia justa que ela vestia. Tinha que admitir que ela era gostosa.
Um pouco mais à frente, perto das escadas que levava a área proibida para alunos, a professora de japonês apareceu do nada, chamando-a. Shizune apenas virou seu corpo para mim, com aquela autoridade que ela não tinha.
- Direto para a diretoria, senhor Uchiha, não vá se desviar. - Ela disse antes de me deixar sozinho e seguir a professora de japonês em direção contrária.
Apenas dei de ombros e segui meu caminho. Um pouco mais à frente, perto de uma pilastra de sustentação estava Ino, de costas para mim, falando no celular. Aposto o meu violão escondido debaixo da minha cama que deveria ser Gaara. Ignorei aquele fato e subi as escadas, logo chegando no andar de cima.
Quando virei o corredor, meu corpo trombou com um corpo pequeno de outra pessoa. A situação aconteceu rápido demais, eu só tive tempo de segurar os braços da pessoa rapidamente, impedindo-a de cair.
- Opa!
Mas o que aconteceu a segui me deixou meio que embasbacado, quando meus olhos focaram em quem eu havia esbarrado.
Era uma garota de cabelos estranhamente cor-de-rosa. A garota tinha cabelos rosa! Não era comum ver uma pessoa com um cabelo assim, a não ser que queira chamar atenção, e eu devo admitir que ela conseguiu chamar a minha atenção. Mas não era só pelos seus cabelos coloridos que achei diferente, e sim pelos seus olhos verdes e brilhantes. Me senti hipnotizado, perdido naquela dimensão de esmeraldas que me fitava com um olhar assustado, pouco surpreso para falar a verdade.
- Oi - eu disse, meio que aéreo diante daquela garota.
Será que é aluna nova? Completamente sim, já que nunca a vi pelo colégio.
Ela não me respondeu, apenas me fitava curiosa com aqueles olhos verdes e lindos, contrastando com a sua pele branca, os cabelos cor-de-rosa me lembravam àquelas árvores de cerejeira que floresciam só a primavera. Uma flor delicada e única. Sem contar no seu cheiro adocicado de baunilha, eu gosto de baunilha.
Não sabia mais o que eu estava fazendo, apenas sentia meu rosto se aproximando do dela, não sabia como, mas eu precisava beijá-la. Mas num rompante, me pegando totalmente desprevenido, a garota dos cabelos cor-de-rosa se desvencilhou de meus braços, seu rosto num tom levemente avermelhado, e isso só a deixava mais linda.
- Err... desculpa - ela disse rapidamente, se agachando de um jeito destrambelhado e nervoso, pegando uma folha e uma chave que estava jogado no chão. Deveria ter caído quando nos esbarramos. - Eu não te vi.
- Tudo bem. - Respondi lentamente, observando cada movimento que ela fazia, até voltar a ficar de pé, de frente para mim. Ela parecia um pouco constrangida, mas eu percebi que tentava ocultar aquele detalhe. - Se machucou?
Ela balançou a cabeça para os lados, negando, tomando uma postura séria. Não parecia mais a garota frágil de uns segundos atrás.
- Não.
Naquele momento eu tive o prazer de abrir àquele sorriso que eu sabia que deixava qualquer garota aos meus pés, de propósito, e observei atentamente cada movimento, cada gesto dela, tentando captar se ela havia caído no meu charme de sedução. Eu tinha que enlaçar aquela presa, ela era carne nova.
Mas para a minha total surpresa, me deixando meio que desconcertado, ela não esboçou nenhuma expressão, apenas me olhava como se eu fosse um babaca, e aquilo meio que me deixou incomodado, mas resolvi ignorar.
- É aluna nova? - Perguntei, observando-a dar alguns passos para o lado.
- Sim, cheguei hoje... ahn, eu tenho que ir. - Ela passou por mim e começou a se afastar.
Não podia deixá-la sair assim, eu tinha que mostrá-la que ela estava em minha mira.
- Nos vemos por aí, flor de cerejeira.
Ela parou, virou seu corpo para trás e me fitou, seu rosto estava meio que surpreso. Apenas sorri de lado e soltei uma piscadela para ela, estilo Sasuke Uchiha. Ela voltou sua atenção para frente e começou a descer as escadas, com passos rápidos.
Acho que eu havia acabado de achar uma diversão nesse colégio.
Voltei a percorrer o corredor vazio, agora mais relaxado, e logo estava de frente a uma porta de madeira com uma plaquinha de metal escrito; DIRETORIA. Levei a minha mão e bati na porta, não demorou para que eu escutasse um Entre abafado.
Abri a porta encontrando a diretora Tsunade sentada do outro lado de sua mesa retangular. Reconheci a cabeleira loira de Shion sentada na cadeira, de frente para ela, e dessa vez sabia que eu iria ouvir muito.
Àquela diretora era o capeta em forma de gente, ela era uma das poucas pessoas que me assustava - depois do meu avô Madara -, e para completar, ela me odiava.
Seu olhar ergueu-se para mim e um sorriso irônico se abriu no canto de sua boca. Um sorriso perverso que dizia; agora você não me escapa, projeto de Uchiha.
- Senhor Uchiha - seu tom era debochado enquanto erguia a mão para a cadeira vazia, ao lado de Shion que agora me fitava, sua expressão era assustada. - Sente-se.
Fechei a porta atrás de mim e me aproximei, sentando-me na cadeira, ocultando a minha hesitação por aquele olhar severo em mim.
- Que bom ver os dois juntos aqui - ela começou. - Agora me expliquem a pouca vergonha que estavam fazendo dentro do armário do zelador!?
Dei uma olhada em rabo de olho para Shion, a garota parecia um abacate de tão verde que estava, suas mãos se contorciam no seu colo, em sinal claro de nervosismo. Essa daí estava em tempo de ter um treco.
Voltei meu olhar para a diretora-demônia e coloquei a minha expressão de paisagem, ela sempre ajudava em ocasiões difíceis.
- Não tenho nada a dizer.
Observei quando suas sobrancelhas franziram e os lábios crisparam. Ela estava irritada.
- Nada a dizer? É isso o que você tem a me dizer, senhor Uchiha?
Eu tinha uma resposta na ponta da língua, mas guardei para mim, eu podia ficar mais prejudicado do que nunca. Aquela irritação dela era tudo falta de sexo, ela pensa que eu não sei. Como seria aquela diretora na cama?
Sua voz autoritária me tirou de meus devaneios pornográficos:
- Isso aqui é uma escola de elite e não um bordel, ou um antro de putaria. - Ela desviava o olhar entre mim e Shion. - E você Uchiha, não é a primeira vez que me apronta uma dessas. Você não tem vergonha não? Não vou permitir que faça dessa escola um motel - em seguida fitou Shion, que se mantinha calada. - E você senhorita Mitsuki, isso não é atitude de uma garota direita. Toma vergonha nessa sua cara, por que é feio para você, que ficará mal falada.
- Mas senhora Tsunade, eu fui praticamente arrastada para aquele armário por ele - Shion declarou apontando o dedo para mim, sua voz trêmula -, sou totalmente inocente.
Virei meu corpo num rompante, e fitei aquela vadia que estava me acusando de uma coisa que ela também tinha culpa.
- Como é que é? Eu que puxei você? - Minha voz soou grossa e irritada. - Foi você que estava querendo dar para mim, só aceitei o que você me oferecia.
Vadia desgraçada, estava querendo tirar o dela da reta e me deixar se fudendo sozinho. Mas se ela pensa que vai se livrar dessa ela está muito enganada, àquela abutre.
- Chega vocês dois! - A voz severa da diretora em seguida de um tapa na mesa, fez nossa atenção ser voltada para ela. - Ambos estão errados, e ambos receberão suas punições. Já liguei para seus responsáveis, pedindo a presença deles aqui, e comunicar os dois finais semanas que vocês passaram trancados aqui na escola, como castigo por terem desrespeitado às regras.
- O quê? - Tanto eu quanto Shion dissemos em uníssonos, o tom da voz demonstrava o nosso desespero.
Porra, isso não pode acontecer, se meu pai, ou pior, meu avô souber o que eu apronto aqui nesse colégio, eu estaria redondamente fodido. Ele me mataria, e minha reputação de bom moço com o velho iria pelo ralo, sem contar o fato de que me mandaria no primeiro voou sem volta para Sibéria.
Voltei meu corpo para frente, com as duas mãos na mesa.
- Diretora, a senhora não pode ter feito isso, a gente pode resolver esse assunto aqui sem comunicar o meu pai...
- Nem pensar - ela me interrompeu -, isso seria muito fácil, e, aliás, os seus responsáveis terão que vir para assinar o livro de advertência, onde indica os dois finais de semanas aqui na escola.
- Minha mãe vai me matar. - Choramingou Shion ao meu lado, com as duas mãos na cabeça.
- Pensasse nisso antes de fazer o que não devia com esse aí...
Ela foi interrompida com as batidas na porta.
- Entre.
- Senhora Tsunade, os responsáveis dos alunos estão aqui - a voz de Shizune soou naquela sala.
- Pode mandar entrar.
Eu sentia meu corpo congelando, eu estava totalmente petrificado, sabia que aqueles minutos eram os últimos de minha curta vida. Eu pedia com todas as minhas forças que um milagre acontecesse em minha vida. Eu ficaria um mês sem transar... quer dizer, um mês era muito tempo... um dia inteiro totalmente imaculado, e sem pegar nenhuma garota se eu conseguir sair dessa. Isso!
Se for meu pai que entrar por aquela porta, eu estarei morto, e se for meu avô Madara que entrar por aquela porta, eu estarei esfolado. De qualquer forma, ambas as opções eram ruins para a minha preciosa vida...
Escutei dois pares de passos se aproximando, e aquilo só fez o frio congelar meu coração e fazê-lo chegar em minha goela. Prendi a respiração e evitei a vontade de apertar os olhos e começar a rezar por um milagre.
- Sejam bem-vindos, senhora Mitsuki e... - vi quando as sobrancelhas loiras daquela monstra franziram - senhor Uchiha.
- Olá diretora Tsunade, quanto tempo.
Não pode ser... aquele tom humorado, aquela voz...
Virei meu corpo para trás, encontrando a última pessoa que eu pensei que estaria ali. E naquela hora eu soube que eu havia nascido com o cú virado para a lua, porque caralho, como eu era sortudo.
Não estava acreditando que o meu irmão Itachi estava ali. Nunca em toda a minha vida eu fosse amar a presença dele por perto, como eu sentia naquele momento.
- Itachi? - Minha voz saiu surpresa, mas o alívio que eu sentia era muito maior.
Itachi ergueu sua atenção para mim, com aquela expressão fechada que eu sabia muito bem que era puro fingimento, e depois voltou a fitar a diretora, me ignorando.
- Eu queria dizer que eu fui convocado a essa reunião pelo meu pai que está fora da cidade. Ele está ciente do que está acontecendo aqui, e que eu estarei me responsabilizando pelo meu irmão. - Ele lançou um olhar severo para mim por um segundo, antes de voltar a atenção para diretora. - O que esse traste aprontou?
A diretora Tsunade pareceu não acreditar naquele teatro, e eu fiquei com uma certa dúvida se meu pai sabia mesmo do que eu aprontei.
- O que a minha filha aprontou, diretora, não tenho tanto tempo para ficar perdendo com as travessuras dela. - Disse a mulher alta e loira de olhos azuis, com uma certa arrogância na voz. A mãe de Shion.
- A sua filha com esse aluno - ela apontou para mim - foram pegos transando dentro do armário do zelador no horário de intervalo. Isso é totalmente contra as regras, e esse caso geralmente é levado a expulsão.
- Como é que é? - A mulher disse, agora fitando sua filha. - Shion, o que você tem na cabeça, sua idiota?
- Mãe eu...
- Depois nós conversamos - a mulher a cortou, com uma expressão séria que fez Shion se encolher. Em seguida fitou a diretora. - Minha filha será expulsa?
- Não os expulsarei, apesar de terem cometido um ato gravíssimo. Eu tenho que considerar as notas altas de ambos. Sua filha faz um ótimo trabalho no jornal da escola, e tenho que admitir que a coluna dela é um sucesso - em seguida fitou Itachi - O seu irmão é um dos melhores jogadores de futebol, sem contar o fato dele ser o capitão. Se saísse agora com a intercolegial em cima, só deixaria o técnico de cabeça quente, e desestabilizaria o jogo.
Nossa, o interesse desse povo que me rodeiam me choca às vezes.
Senti um tapa na minha nuca, fazendo minha cabeça trombar para frente.
- Ai - virei minha cabeça para trás, com a mão no local dolorido, olhando meu irmão.
- Isso é por você ser um cretino, meu pai vai ficar sabendo disso, seu filho desnaturado - o rosto sério que Itachi fazia com os lábios crispados, me deixou em alerta. Ele fitou a loira peituda. - E o que a senhora pretende fazer?
- Eles ficarão dois finais de semana na escola, e uma advertência no histórico escolar.
- Uma advertência no histórico irá dificultar a entrada da minha filha numa faculdade.
- Sinto muito senhora Mitsuki, mas a lei que vale para um, vale para todos, e sua filha não é melhor do que ninguém, e a advertência vai sim prevalecer no histórico. Isso é uma punição pelo ato desrespeitoso com a escola.
- Vamos ter uma conversa muito séria mocinha - ralhou a mãe de Shion para a filha que apenas se encolheu ainda mais na cadeira.
- Bom, quero que vocês como responsáveis assine o termo das duas semanas na escola.
Ela colocou duas folhas na mesa, e tanto a senhora Mitsuki como meu irmão assinaram. A peituda pegou as duas folhas e guardou dentro de um fichário preto.
- Agradeço por terem tirado um tempo e ter vindo aqui - e me fitou, desviando o olhar em seguida para Shion. - Espero não os ver mais na minha sala até o ano terminar. E que isso não se repita.
- Pode deixar diretora, essa vai ser a última vez que minha filha virá aqui.
- Faço as palavras da senhora Mitsuki às minhas também. - Disse meu irmão, com aquele tom sério que já estava me irritando.
A demônia apertou os olhos para Itachi, mas assentiu com a cabeça. Ela realmente não havia acreditado no teatro de homem sério que Itachi fazia, nem eu mesmo estava acreditando.
Revirei os olhos.
- Era só isso, vocês estão dispensados.
- Diretora eu queria falar com a senhora, à sós. - Disse a senhora Mitsuki e depois olhou a filha. - Shion, me espere lá fora, e não suma, vamos ter uma conversa.
Levantei-me daquela cadeira o mais rápido possível e saí daquela sala sem olhar para trás com Itachi atrás de mim, junto com Shion. Afastamos daquela loira mentirosa, deixando-a esperando sua mãe em frente à porta fechada da diretoria.
- Que porra era àquela que você fez na diretoria?
Ele me fitou.
- Salvando a sua pele?
- Mas precisava me bater? - Questionei.
- Eu tinha que parecer convincente, você sabe que eu não sou o preferido da Tsu-teta.
Suspirei.
- Valeu Itachi, fico te devendo uma.
- É claro que está me devendo, e sua cota de dívidas comigo está lá em cima.
- Vai jogar na minha cara agora?
- Só estou lembrando - ele disse.
Eu tinha três irmãos, e desses três irmãos eu era mais chegado a Itachi. Não sabia por que, mas acho que deveria ser o fato dele ser só dois anos mais velho do que eu, ou dele ter uma mentalidade de uma criança... mas o fato era que Itachi sempre livrava a minha barra.
Ele, assim como os meus dois outros irmãos mais velho, já passaram por KHS, e se eu era o pesadelo da diretora Tsunade, Itachi foi o inferno na vida dela nos seus tempos de colegial. Meu irmão era pior do que eu em quesitos putaria e mulher, acho que isso está no sangue Uchiha, sermos todos um bando de FDP.
- O pai não sabe que eu fiz não, sabe? - Perguntei, depois de sua cena eu havia ficado com a pulga atrás da orelha.
- Se ele não está aqui te obrigando a fazer suas malas para uma viagem sem volta para Bangladesh, é claro que não, né. - Seu tom saiu irônico e depois sorriu, balançando a cabeça para os lados. - Você é muito cuzão mesmo. Como foi dar um mole desses, em ser pego? Mas tenho que admitir que a garota é gostosinha.
Apenas revirei os olhos mais uma vez, e descemos as escadas.
- O importante é que meu pai não sabe de nada.
- Graças ao seu lindo irmão aqui que atendeu o telefone antes do pai, e ter vindo aqui salvar sua vida. - Ele sorriu.
Terminamos de descer as escadas e duas garotas passaram por nós, ainda estavam com o uniforme da escola, a saia curta esvoaçava quando elas corriam, rindo de algo. Elas nos fitaram e deram um tchauzinho.
Nós dois paramos para prestarmos mais atenção naquelas duas. Itachi estava com o pescoço torcido para o lado, tentando ver algo por detrás daquela minúscula saia plissada. Aquelas novinhas do fundamental eram tudo foguentas, tudo apimentadas.
- Ah, se o papai aqui pega uma dessas.
Voltei minha atenção para o meu irmão que estava com aquela cara de tarado quando ver um rabo de saia, dei uma cotovelada nas suas costelas.
- Ai.
- Seu reinado aqui na escola acabou já faz tempo, agora quem manda aqui sou eu. - Eu disse. - E caso não saiba, você é maior de idade, e qualquer ato com aquelas meninas vai ser considerado pedofilia.
Seu rosto se contorceu numa careta, deu um passo para o lado.
- Não sou tão velho assim, farei vinte daqui a duas semanas, mas mesmo assim, lá fora o que não falta é mulher.
Fitei o sorriso nojento do meu irmão, e percebi um leve roxo no canto de sua boca.
- Que machucado é esse na sua boca?
Seu sorriso morreu, e seu rosto se contorceu novamente em uma careta.
- Isso foi um acidente.
Ergui minhas sobrancelhas para cima, agora curioso.
- Que acidente?
Ele bufou, impaciente. Ali tinha coisa.
- Eu não sabia que a gostosa curtia a mesma fruta que eu, e acabou nisso. - Ele murmurou.
Demorei dois segundos para processar a situação que meu irmão havia se metido, não consegui aguentar e caí na gargalhada. Ri com vontade, não acreditando que meu irmão era sequelado o suficiente em mandar lero para uma lésbica.
- Babaca.
- O que foi mano, está bravinho por quê? - Ri mais um pouco, tombando a cabeça para trás.
- Ri mesmo, quero só ver se acontecer com você também.
- Tenho mais atenção em distinguir se a garota gosta de homem ou não.
- Sabe tanto que se esquece da parte de ser pego transando que nem cachorro dentro dos armários.
Qualquer tipo de graça que eu estava tendo no momento se esvaiu.
- Pegou pesado agora - em seguida voltei a sorrir. - Mas de qualquer forma, eu ganhei meu dia por saber que tomou um fora.
Itachi bufou, dando um tapa na minha cabeça.
- Ai.
- Saio do aconchego de minha cama para salvar sua vida e é isso que ganho. - Ele deu as costas e começou a se afastar. - Vou embora.
- Que isso irmão, fica mais um pouco e me conta como você levou esse fora. - Não podia perder a oportunidade única de gastá-lo.
Ele parou, e virou seu rosto para mim, sua expressão séria.
- Babaca. Tomara que tu encontre uma garota que faça você lamber o chão por onde ela passar. Nesse dia meu irmão, eu vou rir muito de você.
- Então espere deitado por que isso nunca vai acontecer. Não me rebaixo a mulher alguma, elas que se rebaixam aos meus pés.
- Cuidado, quanto mais você cuspir para cima, mais chance de o cuspe cair na sua cara. - Ele disse, apontando o dedo para mim. - E nunca diga nunca, por que o mundo da voltas e você pode pagar pelas suas palavras soberbas.
Sorri, cruzando os braços.
- Então eu repito novamente; nunca me rebaixarei a garota alguma.
Ele sorriu totalmente irônico, e assentiu com a cabeça.
- Se você diz - deu de ombros. - Vou dizer ao pai que você passará o final de semana no colégio por causa do campeonato, e quanto a sua advertência no seu histórico, até terminar o ano você inventa alguma desculpa para eles.
- Valeu mesmo, irmão, você salvou o meu pescoço - coloquei minha mão em seu ombro.
- Mas vê se abaixa a tua bola e para de fazer burradas, pelo que vi, a Tsu-teta está a um passo de te expulsar. E da próxima não vou poder te ajudar.
- É, eu já sei.
- Só estou reforçando.
Revirei os olhos.
- Tchau, otário.
Ele deu as costas e se afastou, em direção a saída.
Suspirei, e dei meia volta em direção ao corredor dos dormitórios, não via a hora de tomar uma ducha e tirar esse cheiro de suor.
Cheguei as escadas que davam acesso aos dormitórios e dei de cara com Karin descendo as escadas. Um sorriso se abriu nos seus lábios quando seus olhos maliciosos focaram em mim.
Karin era a vadia mais vadia que eu tive o prazer de conhecer, era prima de segundo grau do Naruto e isso contribuiu para que eu a conhecesse desde pequeno. Ela era uma das poucas de minha pequena lista que eu tinha o interesse de trepar mais vezes. Com ela não tinha local adequado, ou algum tipo de frescura, Karin era realmente safada e me dava carta branca para fazer o que eu quisesse com o seu corpo, sem nenhum tipo de pudor, e é claro que eu me aproveitava.
- Oi, gato. - Ela disse com sua voz sedutora, parando em minha frente e agarrando a barra da minha camiseta do time.
- Hoje não Karin, estou com problemas demais para arrumar outro. - Subi um degrau de costas, tentando me afastar.
- Own. - Ela fez biquinho, se aproximando e subindo aquele degrau, pareando comigo, aproximando seu corpo para mais perto.
Permiti dar uma visualizada em seu perfil. Ela estava com aquela camiseta cinza com estampas de gatos preto e com um decote generoso, uma micro-saia jeans rasgada e desfiada na barra, e botas de salto alto que a deixava quase a minha altura.
Karin era sedutora e ela sabia disso, e como eu, ela não valia nada.
Alguns fios de seus cabelos vermelhos caiam em seus olhos castanho avermelhado, enquanto mordia o lábio de um jeito sexy. Ela era uma jogadora e estava jogando comigo.
- Mas eu posso aliviar a sua tensão depois de hoje. - Ela disse próxima ao meu ouvido, mordendo o lóbulo de minha orelha em seguida, roçando seus peitos no meu tórax. - Soube que foi pego com a Shion no armário do zelador.
Coloquei minhas mãos em seus ombros e a afastei de mim, fitando seus olhos sem os óculos.
- Como você sabe disso?
Ela sorriu, agarrando minha cintura com seus dois braços.
- Gato, até parece que você não conhece essa escola.
Bufei, desviando meu olhar por aquela escadaria vazia. Não imaginava que todos já estariam sabendo, povo fofoqueiro.
- Mas eu posso aliviar sua tensão. - Ela repetiu a frase, atraindo minha atenção quando uma de suas mãos deslizou pelos meus quadris, indo direto ao meu pau. Ela apertou.
Grunhi com os dentes trincados, reprimindo um gemido de prazer. Ela chegou mais perto e sussurrou em meu ouvido:
- Eu quero isso aqui, dentro de mim.
Aquilo foi o suficiente para sentir meu pau latejar, já desperto, para em seguida atacar a boca de Karin num beijo totalmente faminto. Nossas línguas se enroscando uma na outra, parecendo dois animais famintos.
Foda-se se alguém poderia nos ver ali, aquela garota havia me atiçado, e ninguém atiça Sasuke Uchiha e sai impune.
Desci minhas mãos por suas costas e adentrei sua saia, apertando sua bunda com as minhas duas mãos, sem nenhum tipo de pudor, sem me importar se a sua calcinha apareceria. Apenas trouxe seu corpo para perto do meu, fazendo-a senti o quanto ela havia me deixado duro de tesão.
- Você é uma safada. - Eu disse entre os nossos beijos, sentindo suas mãos adentrarem a minha camiseta e arranharem as minhas costas com suas unhas grandes.
Ela sorriu contra o beijo, totalmente safada.
- Mas você adora essa safada. - Ela mordeu o meu lábio e puxou com os dentes, me fazendo abrir os olhos. - Vamos para o meu quarto, a idiota da Kin está na biblioteca, e como ela é burra o bastante vai demorar muito procurando o trabalho de história.
Não pensei duas vezes em seguir Karin, entrando no corredor feminino, tendo consciência de que aquele lugar era proibido, e ignorando o fato de ter acabado de sair da sala da diretora, e da minha pequena promessa de me manter imaculado por um dia. Mas eu poderia pagar essa promessa amanhã, ou depois, ou quem sabe na semana que vem, ou ano que vem... o fato de fuder àquela garota até deixá-la acabada era mais importante do que regras ou promessas.
Agradeci mentalmente por aquela ala feminina está totalmente vazia. Karin abriu sua porta do quarto e me empurrou para dentro quando uma garota havia aberto sua porta de frente ao quarto de Karin, mas acho que não chegou a me ver.
Ela fechou a porta atrás de si, e voltamos aos beijos, logo me livrei de sua camiseta e segurei seus peitos por cima do sutiã preto, e ela gemeu gostoso contra a minha boca, mas se afastou de mim em seguida.
- Camisinha. - Ela disse sorrindo maliciosa e caminhando até o criado mudo ao lado de sua cama.
Aproveitei para tirar minhas chuteiras com os pés e depois as meias. Arranquei a camiseta e abaixei as calças com a cueca, ficando totalmente nú.
Karin se virou para mim com a camisinha em mãos e sorriu, umedecendo os lábios com a língua. Avancei para cima dela e a joguei naquela cama de solteiro, ficando por cima e me livrando daquele sutiã e abocanhando em seguida o seu peito direito com vontade, chupando, lambendo e mordendo enquanto acariciava o esquerdo com a mão.
Karin gemia e se contorcia como uma gata no cio, enquanto sua mão ágil trabalhava. Ergui meus olhos para seu rosto, e o incrível aconteceu. Ao contrário de ver olhos castanhos avermelhados eu via olhos verdes e brilhante me fitando.
Olhos de esmeraldas.
Ergui meu corpo para trás, e pisquei duas vezes, assustado, e agora eram olhos castanhos avermelhados que me olhavam confusos.
Merda.
Aqueles olhos verdes pertenciam a garota que eu havia esbarrado no corredor, aqueles olhos eram lindos... mas que porra, desde quando eu me interesso pelos olhos das garotas?
- O que foi? - Perguntou Karin.
Voltei o foco para ela e neguei com a cabeça. Seja lá o que tenha acontecido com o meu inconsciente, eu tinha que enterrar, ignorar.
Aproximei meu rosto de Karin e a beijei com volúpia. E não era preciso dizer que eu a comi.
