Capítulo 13 - The Night
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Sakura
Depois de uma quinta-feira super agitada, a sexta-feira foi menos e dei graças a Deus por isso, mas nem por isso as fofocas se dissipou por completo e aquilo era muito irritante. E quando sábado finalmente chegou, eu agradeci aos céus por me ver livre daquela escola e daquelas pessoas que não conseguem parar de tomar conta da vida alheia.
Estava terminando de arrumar minhas coisas dentro da minha mochila, iria passar aquele final de semana na casa de Ino e seria bom para mim, pois a minha melhor amiga era uma ótima pessoa quando o assunto era distrair. E eu precisava muito me distrair daquela semana conturbada.
Joguei meu livro de física ali dentro para estudar para a prova que seria segunda – e que eu tinha setenta por cento de chance de pegar uma recuperação – e fechei o zíper da mochila com certa dificuldade devido as muitas coisas que haviam ali.
E foi nesse momento que começaram a bater na porta do quarto, por um momento eu achei que fosse a Ino, mas dei de cara com a irmã mais nova de Hinata quando abri a porta. Ela era um pouco mais baixa que eu, seus cabelos eram castanhos escuro e estavam amarrados num rabo de cavalo alto, usava short jeans curto e rasgado e uma camisa preta do AC/DC uns dois números maior que seu manequim e coturnos nos pés.
- Oi.
- Oi... então, a Hinata está aí? – Ela perguntou, a expressão meio que impaciente.
Abri mais a porta, dando espaço para ela entrar, que adentrou sem pestanejar.
- Está no banho – respondi, fechando a porta a seguir.
Hanabi fez uma careta.
- Eu não acredito que ela ainda não está pronta!? – E caminhou com passos furiosos até a porta do banheiro e começou a esmurrá-la. – Hinata, como é que é? Sai logo dessa droga desse banheiro que eu quero ir para casa logo!
- Hanabi? – Perguntou Hinata dentro do banheiro e o som do chuveiro acabou.
- Não, o Chapolin Colorado – ironizou ela, revirando os olhos.
- Já estou quase terminando, espera um pouquinho.
- Então diz isso para o Neji que está quase tendo um filho pela boca, e não é a boca de cima.
Acabei soltando uma pequena risada atraindo atenção dela para mim, que me olhava humorada enquanto sorria. Peguei meus tênis que estavam no chão e me sentei na cama para calçá-los ao mesmo tempo que Hanabi se afastava da cama e vinha em minha direção, sentando na cama de sua irmã.
- Pensa só comigo – ela começou enquanto me fitava. – A pessoa passa uma semana trancada nessa prisão, por que cá entre nós, essa escola é uma prisão, e quando chega finalmente o final de semana, você tem que perder metade da manhã por causa de uma E.T – ela gritou a última palavra em direção a porta do banheiro – que perde o tempo dentro de um banheiro.
- Eu escutei isso, sua fedelha – gritou Hinata dentro do banheiro e o chuveiro começou novamente.
E acabamos rindo juntas novamente, aquela irmã mais nova da Hinata era uma figura.
- Então, Sakura, eu já disse que eu adoro a cor desse seu cabelo?
- Acho que você disse isso na semana passada – respondi sorrindo, amarrando o cadarço do meu pé esquerdo.
Ela sorriu mais e pegou as pontas de seu cabelo e trouxe para frente.
- Estou pensando em pintar as pontas dos meus cabelos de lilás, será que fica bom?
- Acho que sim – e calcei o pé direito –, vai combinar com você.
- Sério? – Ela perguntou e eu assenti com a cabeça. – Acho que vou pintar esse final de semana...
Ela havia sido interrompida com o som de seu celular. Ela o puxou de seu bolso e revirou os olhos quando olhou para tela antes de atender:
- O que foi? – Ela esperou um segundo antes de voltar a falar: - Eu estou esperando a bonita que parece que desceu pelo ralo... Ah, Neji, não enche minha paciência logo cedo não... Vai brigar com ela e não comigo. Vai a merda, Neji!
Ela desligou o telefone e ficou de pé num pulo, indo em direção a porta do banheiro e começou a esmurrar novamente. E nesse meio tempo a porta do quarto voltou a bater e fui atender.
- Hinata, você se casou com a privada? O Neji já pariu cinco filhos e está buchudo novamente!
Abri a porta dando de cara com Ino já arrumada e sua mala de rodinhas ao lado.
- O que está acontecendo aqui? – Ela perguntou, franzindo o cenho com as gritarias de Hanabi. – Parece que alguém está sendo esquartejado.
- Hanabi.
Deixei a porta aberta e fui até a minha cama para pegar a minha mochila.
- Ah, desisto – ela disse se afastando da porta e cruzando os braços.
- Dando piti logo cedo de manhã, Hanabi? – Disse Ino adentrando o quarto, puxando sua mala. – Dá para escutar seus gritos no corredor.
- Eu não estou nem aí, Ino. Eu só quero ir para casa e começar meu final de semana bem merecido, mas a dona Hinata parece que estar em lua de mel com o vaso sanitário. Anda logo Hinata!
- A Hinata havia acabado de entrar no banheiro quando você chegou – eu quis amenizar aquela situação.
E Hinata saiu de dentro do banheiro já vestida e com uma toalha enrolada na cabeça, estava com a cara fechada e fuzilava a irmã com o olhar.
- Por que você não é normal, garota? – Brigou Hinata. – Eu tenho certeza de que você não bate muito bem da cabeça, sua pirralha. Você e Neji são um par perfeito, duas cruzes no meu caminho para me infernizar.
- Eu não sou uma pirralha, já tenho quatorze anos – ela apontou para o seu próprio peito. – É o Neji que fica perturbando, ele está nos esperando lá no carro.
- Problema é dele – ela caminhou até a sua cama enquanto retirava a toalha de sua cabeça. – Não vou sair daqui toda mal arrumada.
Hanabi apenas bufou.
- Vamos, Sakura? – Chamou Ino. – O motorista já está nos esperando.
Despedi-me das meninas e saímos do quarto deixando elas para trás enquanto entrava numa nova discursão.
O colégio estava movimentado naquela manhã, os alunos com suas roupas normais se despedindo dos amigos para irem para suas casas e curtir o final de semana.
- Às vezes eu penso quanto tempo vai levar para você pirar com essas pessoas malucas do colégio. – Ino sorriu enquanto nós nos aproximamos do estacionamento movimentado.
- Se eu não pirei ainda que sou sua amiga desde que me entendo por gente, não vai ser meia dúzia de loucos que vai fazer eu perder o juízo. – Rebati, vendo o sorriso dela morrer lentamente, dando uma expressão incrédula no rosto.
- Eu sou uma pessoa pacifica, ok? – E pôs a mão no peito.
Soltei uma risada debochada.
- Pacifica? Conta outra.
Passamos pelas fileiras de carros estacionados e podemos ver Neji dentro de um enquanto berrava coisas incoerentes no celular.
- O Neji ainda irá ter um ataque do coração com todo esse estresse.
- Por que ele não vai embora com a Hanabi e deixa a Hinata ir com o Naruto? – Questionei, achando desnecessário todo aquele alvoroço, já que Hinata tinha namorado, e Naruto parecia amá-la muito.
- Isso é uma boa ideia, vendo por esse ponto de vista – ela me fitou. - Mas você não conhece o senhor Hyuuga. O Naruto anda como se fosse um cordeirinho com medo do sogro – e depois riu. – Acredita que eles só têm um pouco de sossego quando estão aqui na escola? Quando o Naruto vai para a casa dela, você sabe, para dar uma namoradinha, o senhor Hyuuga faz questão em ficar na sala monitorando tudo o que eles fazem.
E foi inevitável minha expressão incrédula no rosto.
- Você está exagerando agora, Ino.
- É sério, amiga. O máximo que o Naruto pode fazer na presença do senhor Hyuuga é pegar na mão da Hinata.
- Em que século ele acha que estamos? – Comentei, horrorizada com a falta de privacidade daquele casal.
Ino deu de ombros.
- Sei lá.
Paramos em frente a um SUV vermelho, e um homem vestido com uniforme de motorista abriu a porta de trás para Ino e eu entrarmos.
- Olá Izumo, como vai? – Ino o cumprimentou, simpática.
- Eu vou bem – e sorriu. – E a senhorita?
- Perfeitamente bem – e entrou no carro.
Eu apenas sorri para o motorista e acenei com a cabeça tendo sua contribuição e um sorriso gentil antes de entrar no carro ao lado de Ino.
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A casa de Ino era bonita e grande, com belas decorações de paisagismo, deixando o ambiente bem aconchegante e moderno. O motorista nos ajudou com as nossas bagagens e fiquei encantada com a decoração da casa, muito mais bonita do que a casa em Osaka.
- Chegamos!
- A sua casa é muito linda, Ino.
A família de Ino era de classe média alta quando morava em Osaka, mas acho que deveriam ter subido mais de classe quando veio para Tóquio. O pai de Ino é advogado criminalista e ele veio com sua família para Tóquio ano passado abrir seu próprio escritório.
- Olá, meninas, como vão? – A senhora Yamanaka vinha em nossa direção, estava igualzinha desde a última vez que a vi. Os cabelos castanhos claros cortados em Chanel, e os olhos tão azuis quanto os de Ino.
- Oi, mamãe. – Ino a abraçou. – Por que não veio nos buscar?
- Me desculpe querida, mas eu tinha que sair bem cedinho para resolver uns probleminhas da loja. – E se desvencilhou de sua filha e me fitou com um sorriso largo no rosto, vindo me abraçar. – Sakura, querida, que bom vê-la novamente. Fiquei com tantas saudades de você.
- Estou feliz em vê-la novamente, tia – e a abracei, percebendo o quanto senti falta daquele abraço. Aquela mulher praticamente havia me criado, apesar de eu ter uma mãe, era a mesma coisa do que não ter nenhuma. – Senti muitas saudades da senhora.
Nos separamos e a senhora Yamanaka me olhou com ternura, passando a mão em meu rosto, secando algumas lágrimas que havia escapado de meus olhos.
- Minha querida, eu sinto tanto por você. Soube o que aconteceu com Kizashi e dei graças a Deus que está atrás das grades e deixado você em paz.
- Também sinto um pouco mais aliviada por ele está lá, mesmo ele sendo meu pai – e funguei o nariz – e o achando que me amava, mas agora a ficha caiu de vez e sei que ele só estava interessado no dinheiro que eu ganhava daquilo tudo.
- Mas o que importa agora é que você está aqui com a gente e o seu pai não vai te infernizar novamente – disse Ino me abraçando de lado. – E você sabe que é como uma irmã para mim e que pode contar comigo sempre.
Sorri para Ino, me sentindo sortuda por ter aquela garota como melhor amiga.
- Eu sei, Ino.
- Bom – ela começou se desvencilhando de mim e segurando a alça de sua mala -, vamos parar com esse papo depre e subir para o quarto e começar o nosso final de semana.
- Vamos.
- Juízo, hein, meninas. – Disse a senhora Yamanaka enquanto nós duas tomamos a rota para as escadas.
Quando chegamos no quarto de Ino não pude deixar de notar a decoração que era a cara da minha melhor amiga. Deixei a minha mochila no chão mesmo e corri e me joguei na cama de casal toda arrumada e macia. Ino não demorou em fazer o mesmo, nossa tradição, ficando ao meu lado. Nos olhamos por alguns segundos e logo caímos em gargalhadas.
- Que nostalgia nos tempos em que morávamos em Osaka.
- Nem me fale – e fitei o teto -, aqueles momentos eram preciosos para mim.
Ino se virou, ficando de lado enquanto me fitava com aquele olhar captador.
- Então, conta aí.
- Contar o quê? – Também me virei, ficando de frente para ela, o cotovelo no colchão e a mão apoiando a cabeça.
Ela riu divertida, erguendo as sobrancelhas.
- Sobre o Sasuke, óbvio.
- Não tem nada para ser contado, somos apenas amigos, e só.
- Jura?
- Você está de deboche, dona Ino?
Ela virou novamente, ficando de bruços.
- Não é deboche, só que... você sabe, a uns dias você nem queria olhar na cara dele e de uma hora para outra vocês são como melhores amigos.
Tombei minha cabeça para o lado.
- Está com ciúmes da minha amizade com o Sasuke?
Ino bufou e me empurrou, me fazendo cair com as costas no colchão e acabei rindo da cara emburrada que ela fazia.
- Claro que não, testuda.
Eu ri ainda mais.
- Ok, ok, vou fingir que acredito.
- Não tenho ciúmes da sua amizade com o Sasuke, só quero que vá com calma. O Sasuke é um cara legal, admito, mas ele é muito galinha... você sabe o que eu quero dizer, você ver a situação como é. Apenas me preocupo com você e não quero que se magoe, entende.
- Claro – e suspirei. – Tivemos uma conversa honesta e fechamos alguns pontos em aberto, ele sabe que de mim só terá amizade e ele está cumprindo com o que falou.
- Espero que você esteja certa.
- Eu também – murmurei baixinho para mim mesma.
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Passamos o resto do dia fofocando banalidades enquanto fazíamos unhas e cabelos, e os planos de poder estudar umas horinhas para a prova de física que seria na segunda-feira havia ido para o espaço. Também já era de esperar, Ino e estudos no mesmo ambiente não existia.
Quando anoiteceu começamos a nos arrumar para sairmos. Usei um vestido preto de Ino que ia até a metade de minhas coxas, era colado no busto e soltinho em baixo, combinando com as botas de salto e bico fino de cano baixo. Meus cabelos estavam soltos e mais lisos, optando por deixar a franja cobrir a minha testa. A maquiagem pesada nos olhos destacava toda a cor verde deles, combinando com o meu batom vermelho. E eu estava pronta.
- Você está um arraso, amiga.
Sorri, enquanto fitava Ino pelo reflexo, e ela estava linda naquele vestido roxo colado, e scarpin preto nos pés. A maquiagem também pesada destacava seus olhos azuis e o batom rosa-choque dava o toque final. Seus cabelos loiros estavam soltos e cacheados, e ela estava linda.
- E você também não está nada mal – e me virei para a sua frente. – O Gaara vai ficar louco.
- E é essa a minha intenção, baby – e piscou para mim ao mesmo tempo que seu celular que estava jogado em cima da sua cama tocava. Ela correu e sorriu quando olhou quem era. – E por falar nele... - e atendeu. – Oi, meu amor... já está nos esperando? Ok, já estamos descendo... beijos. – E me fitou. – Vamos?
Peguei minha pequena bolsa já arrumada e saímos do quarto. Gaara nos esperava ao lado de um carro e era inevitável o sorriso radiante em seu rosto quando seus olhos estavam focados em Ino.
- Você está linda – ele disse quando Ino enlaçou o seu pescoço e o saudou com um selinho rápido.
- Obrigada – e sorriu, limpando a mancha de batom que havia ficado em sua boca. – E você está perfeito.
E os olhos de Gaara focaram em mim.
- Você também está muito bonita, Sakura.
- Obrigada, Gaara.
- Vamos?
Entramos no carro, fiquei no banco de trás e Ino na frente com Gaara. O caminho foi tranquilo e conversamos banalidades e logo já estávamos na boate. Gaara estacionou numa vaga qualquer e depois de esperar mais de meia hora na fila, finalmente entramos no The Night. A batida eletrônica animava aquelas pessoas que dançavam animadas diante das luzes coloridas que piscavam em várias cores. E como aquele lugar estava lotado.
Gaara segurava a mão de Ino e a conduzia por aquelas pessoas e eu simplesmente os seguia atrás, me mantendo próximo o suficiente para não me perder deles. Depois de alguns minutinhos achamos nossos amigos numa mesa redonda que ficava num canto.
- Nossa, pensei que vocês não fosse mais vir – disse Naruto, sentado ao lado de Hinata, segurava um copo de bebida na mão.
- Diz isso para a fila que está do lado de fora – rebateu Gaara enquanto sentamos numa mesa redonda bem ao lado deles.
- Ficamos quase meia hora esperando – completou Ino.
- Então meia hora foi pouco, querida, eu e o Sai ficamos quase uma hora naquela fila. – Disse Tenten.
Virei-me de lado e a fitei.
- E cadê o Sai?
- Foi pegar uma bebida para gente.
- E o Neji, Hinata? – Perguntou Gaara. – Quis vir não?
- Ele veio sim, está por aí perdido.
- E o Sasuke, hein? – Comentou, Ino. – Será que ele fugiu do castigo como das outras vezes?
- Falei com ele agora a tarde e soube que a diretora redobrou a segurança nesse final de semana para não ter a possibilidade de ele fugir – respondeu Naruto, bebericando a sua bebida.
- Oi, gente – cumprimentou Sai aparecendo com duas bebidas em mãos e entregou uma para Tenten, e sentou-se na mesa aonde estava sentada junto com Gaara e Ino. – E aí suas bitch, pensei que não viriam.
- Ai, eu quero uma bebida também – disse Ino.
Gaara se levantou, ficando de pé.
- Eu vou pegar para a gente.
- Me traga um Dry Martini, por favor.
- E você, Sakura?
- O mesmo que a Ino.
E assim Gaara se esgueirou por aquela massa de corpos e sumindo de nosso campo de visão.
- Que droga, Sai – reclamou Tenten, chamando nossa atenção enquanto ela fazia uma careta para a sua bebida -, eu pedi um Orgasmo, não um Manhattan!
- Ah, vai a merda, Tenten – gritou Sai ao meu lado. – Eu fui de boa vontade pegar bebida para você e tu reclama ainda, mocreia. Se quer um orgasmo, pede para um homem.
- E vou pedir sim, e esse homem vai ser o Neji!
Sai deu um tapa na mesa, as sobrancelhas franzidas.
- Sua rapariga, tire os olhos do meu homem! Ele é meu!
Tenten agora estava com uma expressão incrédula no rosto.
- Seu uma ova! O Neji gosta de perereca e isso você não tem, sua bicha recalcada.
- Mas eu tenho...
- Dá para vocês dois calarem a boca pelo amor de Deus! – E agora quem havia gritado havia sido eu, já farta de pagar mico com aquela baixaria que aqueles dois arrumavam, brigando por causa de besteiras. Eles haviam passado dos limites.
- Vocês dois estão fazendo a gente passar vexame! – Exclamou Ino, me dando apoio. – Está todo mundo olhando para cá.
Deus, isso tinha como ficar pior?
- As duas bonitas estão de TPM por acaso? – Sai olhava para nós duas com aquela cara cínica de nojo.
Apenas revirei os olhos e Ino bufou, pois, discutir com Sai era a mesma coisa do que apoiar aquela cachorrada. Gaara apareceu um tempo depois manobrando três bebidas ao mesmo tempo e nos entregou, e deu um selinho em Ino antes de sentar-se ao seu lado.
Ficamos conversando banalidades, e agradeci por Tenten e Sai estares agindo como pessoas civilizadas... bom, pelo menos eles não brigavam com antes, só algumas alfinetadas.
De repente um remix de Work Bitch da Britney Spears começou a tocar, e tanto Ino como Tenten ficaram eufóricas e puxou tanto eu como Hinata para a pista e nos misturamos com aquele pessoal e dançamos aquela música animada. Confesso que estava me divertindo como não fazia a muito tempo, esquecendo todos os tipos de problemas que existiam, estava curtindo aqueles momentos.
Depois que dançamos mais três músicas voltamos para a nossa mesa rindo e comentando sobre o quanto foi divertido.
- Voltamos – disse Tenten, sentando em seu lugar e dando o gole do resto de sua Manhattan.
- Você estava ótima dançando – disse Naruto dando um beijo no rosto de Hinata que sorriu.
- Obrigada, meu lindinho.
- Como seu pai deixou você vir para a boate, Hinata? - Perguntou Ino de repente, dando um gole de sua bebida.
- Esqueceu que vim com Neji.
Ino soltou algumas risadinhas e eu perguntei:
- Então o Neji só veio para ficar de olho em você?
- Claro que não – ela respondeu. – Neji é só o meu álibi. Ele pode ser tudo, mas ele sempre me ajuda a dar as minhas escapulidas.
- Neji é massa mesmo, isso eu tenho que concordar – disse Naruto. – Ele nunca renegou uma moral para a gente.
- Entendi – murmurei, percebendo que diante das diferenças os irmãos Hyuuga eram unidos em alguns aspectos.
- Ahhhhhhhhhhhh! – Sai gritou de repente, fazendo todos pularem de susto e olhar para ele.
- Ficou maluco, seu viado porpurinado! – Ralhou Naruto com as sobrancelhas franzidas.
- Estão tocando a minha música! Estão tocando a minha música! – Ele berrou histérico, requebrado o corpo sentando no banco.
A música era bem afeminada, a cara do Sai, se eu não me enganava a música era I Believe in a Thing Called Love, do The Darkness.
- Sai, você está parecendo uma lacraia com veneno – disse Tenten fazendo uma careta e eu acabei gargalhando com a forma engraçada que ela o chamou, ganhando um olhar fulminante de Sai.
- Morram de bronquite, suas cobras – ele disse ficando de pé. – Vocês estão morrendo de inveja do meu bom gosto, e quer saber de uma coisa? Eu vou para aquela pista e morrer de dançar.
Ele virou a cara e foi para a pista de dança e começou a se requebrar, e fazia uns movimentos estranhos... aquilo era a dança do ventre? Era muito hilário vê-lo dançando. Naruto gargalhava tanto que acabou se engasgando com a própria saliva. Hinata começou a dar tapas nas costas dele, para ver se ele melhorava.
Sai agora estava sensualizando, levantava a camisa colada para cima, mostrando sua barriga seca enquanto levava o dedo a boca e desceu até o chão.
- Meu Deus – murmurei para mim mesma sem tirar os olhos dele.
- O Sai está possuído, só pode – disse Tenten.
- Aquilo é uma visão dos infernos. – Gaara desviou o olhar.
- Aquele não é o Neji? – Ino apontou para a pista aonde um Neji se acabava de tanto dançar The Darkness.
- Agora está explicado por que o Sai estava dançando daquele jeito – comentei, observando Sai todo assanhado para o lado de Neji, e o dito cujo nem havia percebido a sua presença.
Tenten virou-se bruscamente para trás e fitou seu objeto de desejo dançando todo despojado, alheio a um Sai que tentava seduzi-lo enquanto dançava, marcando seu território.
- Como ele ousa... aquele traidor! – E ela se levantou da cadeira. – Como ele pode me apunhalar assim e seduzir o meu namorado desse jeito?
- Tenten, o meu irmão não é seu namorado – lembrou Hinata. – E além do mais, ele nem percebeu a presença de Sai.
- Ah, mas isso não vai ficar assim.
E ignorando Hinata, ela saiu para a pista de dança e começou a dançar, se chegando para perto de Neji e deu uma bundada em Sai que tropeçou alguns passos para o lado e parando de dançar na mesma hora.
- Por que estou com aquela sensação de que algum barraco está para acontecer a qualquer momento? – Disse Hinata, sem tirar os olhos da pista.
- Por que a Tenten foi com o fogo para jogar na pólvora – respondeu Naruto.
Neji percebeu a presença de Tenten e sorriu para ela e os dois começaram a dançar juntos. O vestido colado com estampa de oncinhas de Tenten subia para cima toda vez que ela rebolava, passando as mãos por seu corpo, sensualizando. Neji parecia que estava gostando, já que levou suas mãos até a cintura dela e a puxando para si.
Sai que estava parado agora possuía uma cara endiabrada, parecia que havia pegado algum espirito maligno. E com passos pesados empurrou Tenten pelas costas que a fez tombar para frente, perdendo o equilíbrio e cair por cima de Neji, no chão.
Levei minhas duas mãos a boca, os olhos arregalados com a atitude de Sai.
- Ah, meu Deus, o Sai pirou de vez – disse Hinata, incrédula, observando o casal jogado no chão enquanto Sai passava pelo casal, mas não sem antes de esticar o dedo do meio para eles. Neji parece que não viu, mas Tenten sim.
- Parece que hoje tem churrasco de viado – disse Gaara entediado.
- Mas vamos olhar pelo lado bom da coisa, Tenten está agora em cima de seu boy – disse Ino.
O casal se levantou e saiu da pista, sumindo na multidão, e detalhe, Neji segurava a mão de Tenten.
Uma nova música começou a tocar e Ino puxou Gaara pela mão até a pista e Naruto se levantou com Hinata.
- Não vai vir com a gente, Sakura? – Perguntou Naruto.
- Vou até o bar pegar uma outra bebida para mim – respondi, indo para uma direção oposta deles.
Não estava com um pingo de vontade de ficar segurando vela. Não mesmo.
Cheguei ao bar, e só tinha umas duas pessoas ali, e o barman se virou e ficou olhando para mim, esperando meu pedido.
- Uma cerveja, por favor.
O cara franziu o cenho, percebendo que eu não tinha idade para pedir bebidas. Peguei minha identidade falsa na bolsa e mostrei para ele. O barman olhou e assentiu antes de pegar o meu pedido. Não sei como os meninos estão fazendo para pegar as bebidas, já que o sistema burocrático daqui é: não vender bebida para menores.
- Finalmente te encontrei.
Ergui meus olhos para o lado encontrando Sasori sentando ao meu lado e sorrindo calorosamente para mim. Só agora eu havia me lembrado dele.
Sorri de volta e o cumprimentei, mais animada:
- Sasori.
Ele me abraçou de lado bem rápido e deu um beijo em minha bochecha. Confesso que fiquei surpresa com seu gesto repetindo, mas tentei disfarçar.
- Pensei que tinha me dado um bolo, pois não a vi até agora – ele começou. – Chegou agora?
- Não – e coloquei uma mecha do meu cabelo para detrás de minha orelha. - Já tem um tempo que estou aqui.
Ele ergueu as sobrancelhas para cima.
- Sério?
- Uhum. Eu estava com os meus amigos num canto mais afastado.
Ele me olhou com mais atenção, descendo o olhar por meu vestido para depois voltar para os meus olhos.
- Você está muito bonita.
- Seu pedido – o barman colocou uma garrafinha a minha frente.
- Obrigada. – Acho que corei um pouco.
- Ei, irmão, uma cerveja para mim também. – E depois voltou sua atenção para mim. – E então, como foi a sua semana na escola?
- Foi normal – quase normal. – E você com a sua derrota? Está levando numa boa?
- Nem sempre a gente ganha, não é? - Ele sorriu apoiando o braço contra o balcão, olhando para mim com mais intensidade. – Mas a derrota tem um lado bom.
Dei um gole da minha cerveja.
- E qual é esse lado bom?
E o seu sorriso se alargou em seu rosto.
- Eu pude conhecer a garota mais linda daquela escola.
Soltei uma risada nervosa, balançando a cabeça para os lados, pouco desconfortável por ele está dando em cima de mim tão diretamente.
- Bobo.
Ele riu ao mesmo tempo que o barman lhe entregava a sua bebida, e logo deu um gole. Sasori era um cara legal, fácil de conversar e muito engraçado. E apesar de seu jeito conquistador boa pinta e por algumas vezes eu ficar sem jeito com sua abordagem direta, não era a mesma coisa do que ficar perto de Sasuke. Era muito diferente. Enquanto Sasori eu me sentia relaxada, com Sasuke eu me sentia uma pilha de nervos. Ele tinha o dom de arrancar o melhor e o pior de mim ao mesmo tempo e me deixava confusa com minhas ações descontroladas. Com Sasori eu tinha cem por cento de controle de mim mesma, e já com Sasuke eu só tinha menos da metade. Sasuke era uma zona perigosa enquanto Sasori era uma zona confortável.
Ficamos um bom tempo conversando banalidades sobre os nossos gostos, filmes, comidas, que acabei por esquecer dos meus amigos. Ergui meus olhos para a pista de dança e encontrei Gaara com Ino dançando abraçados, não vi Naruto e nem Hinata, enquanto Neji, Tenten e Sai estavam ainda desaparecidos.
- Você quer dançar?
- Ahn? – Voltei minha atenção para ele que já estava de pé e agarrava minha mão.
- Vamos, quero balançar meus esqueletos.
Sorri e me deixei ser conduzida por Sasori até a pista de dança. Os efeitos da bebida haviam me deixado alegre e as batidas daquela música eletrônica deixava tudo muito animando. Eu me sentia agitada e solta, dançando animadamente naquela pista de dança. As mãos de Sasori estavam em minha cintura enquanto meu corpo balançava de um lado para o outro.
Virei meu corpo, ficando de costas para ele e foi aí que vi Ino novamente, ela dançava com Gaara um pouco afastado de aonde eu estava. Ela me viu e sorriu para mim fazendo um sinal de joinha com a mão. Apenas sorri e desviei meu olhar, fechando os olhos, sentindo o peito de Sasori em minhas costas.
Suas mãos seguraram novamente minha cintura, me puxando mais para perto de seu corpo. Sua respiração podia ser sentida em meu ouvido e foi inevitável não sentir um arrepio naquela região.
- Você é demais, garota – ele disse próximo ao meu ouvido, e ousou beijar meu pescoço.
Soltei uma gargalhada e me virei para ele, colocando minhas mãos em seu pescoço e ignorando suas investidas ousadas.
- Hoje eu quero me acabar de dançar – gritei, tombando minha cabeça para trás, me sentindo pela primeira vez uma adolescente despreocupada que só curtia a vida sem pensar no amanhã.
Quando voltei a olhar Sasori, seus olhos estavam apertados num largo sorriso em seu rosto.
- Seu desejo é uma ordem.
Posso dizer que dancei muito naquela pista de dança, me diverti para valer, e depois de várias músicas eu já estava cansada, precisava de tempo para recuperar meu fôlego. Podia sentir o suor descendo pelas minhas costas. Sasori se manteve ao meu lado como um ótimo parceiro de dança, e sua animação era contagiante, sempre me arrancando gargalhadas de suas piadas idiotas e sem sentido. Confesso que me sentia bem ao seu lado, era confortável, apesar de ter notado que ele estava realmente afim de mim.
Minha bexiga estava cheia, precisava fazer xixi imediatamente.
- Sasori. – Puxei a mão que ele segurava, chamando sua atenção para mim. - Tenho que ir ao banheiro.
Ele franziu o cenho, sem entender o que havia dito devido a música alta.
- O quê?
Me aproximei de seu ouvido e falei bem alto:
- Eu preciso ir ao banheiro!
- Ah – me olhou. – Quer que eu vá com você?
Balancei minha cabeça para os lados, negando.
- Vou sozinha.
- Então te espero no bar.
- Ok.
Soltei a sua mão e saí esbarrando nos amontoados de corpos suados e balançando ao som daquela música eletrônica. Depois de ter passado por aquela multidão cheguei ao corredor do banheiro e bufei diante da fila que fazia na porta. Encostei-me na parede, esperando chegar minha vez, minha barriga já doendo de tanto xixi. E depois de quase vinte minutos finalmente chegou a minha vez, e minha nossa, como aquele local estava imundo.
Alguns minutos depois eu saí do corredor indo me encontrar com Sasori que me esperava quando senti uma mão segurar o meu braço. Assustei-me com aquele agarre e virei meu corpo para trás, afim de brigar com a pessoa que havia me segurado com aquela brutalidade, e a surpresa ao reconhecer aquele rosto fez meu coração falhar uma batida.
- Você? – Minha voz quase não saiu devido ao susto, meus olhos arregalados e minhas pernas tremiam.
- E não que é você mesma? Que mundo pequeno, não?
Franzi a boca e suprimi com todas as minhas forças o medo que eu sentia daquele homem.
- Me larga! – Exigi, puxando o meu braço daquele aperto.
- Que isso, boneca – sua voz sínica era do jeito que eu lembrava. – Me tratando assim depois de tanto tempo sem nos ver... um ano? Acho que mereço um tratamento melhor... você sabe, pelos velhos tempos. – Ele aproximou seu rosto para perto de mim, apenas afastei meu corpo para trás. – Está diferente, quase não a reconheci com esse cabelo rosa.
- O que você está fazendo aqui? – Minha voz saiu pouco trêmula e puxei meu braço mais uma vez, mas sem sucesso.
Yahiko estava do mesmo jeito que me lembrava, alto, forte e tatuado, os cabelos ruivos estavam mais bagunçados que o normal e contrastava com seus olhos castanhos que me olhavam com malicia.
- Me divertindo um pouco – e piscou para mim. – Mas nunca imaginei que te encontraria justamente aqui. É Konoha que está se escondendo agora depois que Kizashi foi preso?
- Não estou me escondendo – menti. – Só estou por aqui de passagem e vim me divertir também.
O sorriso em sua boca se alargou mais, e o aperto em meu braço ficou um pouco mais forte.
- Então já que nos encontramos e estamos aqui nos divertindo, que tal relembrarmos os velhos tempos? Podemos ir ao hotel que estou hospedado para termos um pouco mais de privacidade.
- Dispenso – minha voz saiu firme, apesar do meu coração está batendo desenfreado.
Ele apareceu ofendido, totalmente fingido.
- Você vai mesmo fazer essa desfeita com seu velho amigo?
- Você não é meu amigo. – E me contorci sob o seu aperto. – Agora me larga!
- Então tente se soltar – desafiou, agora agarrando meus dois braços, sorrindo debochado. – Vamos Cher-B, mostre o que é capaz. Mas lembre-se que qualquer ato brusco irá atrair atenção para si mesma, caso esteja tentando se esconder.
O que diabos aquele cara queria? E por mais que meu punho coçasse para socar aquela cara dele, eu não podia. Isso só iria atrair muita atenção para mim e era isso que ele queria. Ele estava me levando para uma armadilha.
- Vamos Cher-B, solte-se de mim – ele continuou, me olhando no fundo dos olhos. – Mostre para mim e para qualquer um que esteja nos vendo o que realmente você é capaz de fazer.
- Pare de me chamar assim. – Ralhei entredentes, sentindo meu sangue correr mais rápido por minhas veias.
Yahiko riu.
- Então você prefere boneca?
- Você é um nojento!
- Acho que o Danzō vai gostar de saber que acabei encontrando sem querer a sua máquina de fazer dinheiro. – Yahiko observava atenciosamente minha reação, tentando captar o mínimo possível.
- Eu não tenho mais nada a ver com vocês. Agora me larga antes que eu...
Fui totalmente interrompida com a cena que aconteceu em seguida, e foi tão rápido que quase não consegui captar o que havia acontecido. Um segundo eu estava sob os domínios de Yahiko e no segundo seguinte eu estava nos braços de Sasori e Yahiko cambaleava para o lado.
- Larga ela, seu imbecil! – Sasori ralhou com raiva, meu suposto salvador.
Yahiko conseguiu seu equilíbrio e nos olhou alarmado, e logo em seguida soltou uma risada sombria.
- Então o namoradinho veio lhe salvar?
Sasori me virou para sua frente e me inspecionou com seus olhos atentos todo o meu corpo em busca de algum machucado.
- Esse cara te machucou, Sakura?
Balancei minha cabeça para os lados, negando.
- Não.
Sasori desviou os olhos de mim e fitou com ferocidade Yahiko.
- Você está louco, seu merda? – Ralhou, ficando a minha frente, num gesto para me proteger de Yahiko que mantinha aquele perfil reto sem tirar aquele sorrisinho zombeteiro do rosto.
Logo em seguida Naruto e Gaara se puseram ao lado de Sasori enquanto as meninas estavam agora ao meu lado.
- O que está acontecendo aqui? – Naruto perguntou fitando Yahiko e depois Sasori.
- Esse babaca aí estava agarrando a Sakura.
- Você está bem? – Ino perguntou, me olhando preocupada e o seu olhar significativo havia entendido tudo.
- Estou.
- É melhor você dar o fora daqui, senão vai ficar ruim para o seu lado. – Gaara ameaçou.
- Não sabia que a donzela estava acompanhada. – Yahiko fingiu se redimir, mas seus olhos não paravam de me fitar. Levantou as mãos para cima. – Foi mal.
- Cai fora! – Disse Sasori.
Yahiko apenas sorriu de canto, totalmente sínico e sumiu na multidão, mas não antes de me lançar aquele olhar significativo de que estava de olho em mim.
Engoli a seco.
- Você está bem, Sakura? – Sasori estava a minha frente agora, me olhando preocupado.
- Estou, não se preocupe.
- Vamos sair desse tumulto por que estamos chamando bastante atenção – disse Hinata.
Saímos da pista de dança e fomos para o nosso lugar na mesa aonde estávamos antes de encontrar Sasori.
- O que realmente aconteceu? – Naruto quis saber, estava sentado à minha frente, ao lado de Hinata.
- Estava saindo do banheiro quando aquele cara me agarrou – contei, ocultando a parte que o conhecia. – Pedi para ele me soltar, mas ele não quis. E foi aí que o Sasori chegou. – E virei minha cabeça para ele, estava sentado ao meu lado. – Obrigada.
- Não precisa me agradecer – e pegou minha mão. – Vi que estava demorando e fui atrás de você.
Sorri, apertando a sua mão soada.
- Mesmo assim, muito obrigada.
Ele retribuiu o sorriso como resposta.
- O que faz aqui, Akasuna? – Naruto perguntou, as sobrancelhas loiras franzidas.
Sasori desviou sua atenção de mim para ele.
- O mesmo que você, Uzumaki, me divertir – sua voz saiu irônica fazendo Naruto fechar mais a cara.
- Vocês não vão começar uma briga agora, não é? – Hinata tentou apaziguar o clima ruim que estava se formando ali, e em seguida deu um empurrão com o seu ombro, o ombro de Naruto. – E você sossega.
- Só achei algo estranho naquele cara – comentou Gaara, atraindo as atenções para ele que me olhava com intensidade. – Aquele cara ficou te encarando o tempo todo como se te conhecesse. Você o conhece, Sakura?
- Claro que não – menti novamente, minhas mãos ficando soadas de nervosismos. – Eu nunca o vi em toda a minha vida.
- Amor, aquele cara completamente marcou a Sakura e a atacou quando ela menos esperou. – Ino me defendeu, me olhando atenciosa.
Me levantei da cadeira e fiquei de pé.
- Eu vou embora.
Ino também ficou de pé e veio até mim e agarrou meu braço.
- Quero falar com você.
Deixei ser guiada por ela até um canto mais afastado, e todo o processo eu olhava para os lados a procura de Yahiko, mas não o vi em canto algum.
- Sakura o que diabos o Yahiko está fazendo aqui? – Ela perguntou depois que ficamos uma boa distância dos nossos amigos para não poder escutar a nossa conversa.
- E-eu não sei. – Umedeci os lábios. – Ele simplesmente apareceu, acho que estava de passagem.
Ela me olhou com preocupação e hesitou por um momento.
- Você não vai...
- Ino, pelo amor de Deus, não! – Interrompi a linha de pensamentos que ela estava tendo. – Yahiko é um passado que eu quero esquecer, assim como a minha vida em Osaka.
- Será que ele veio atrás de você?
- Não – balancei a cabeça para os lados. – Foi um encontro casual, infelizmente. Menti para ele que estava de passagem por aqui. Não quero que ele saiba que estou morando em Konoha, não quero que a minha vida se torne aquele inferno que era em Osaka. Por isso que tenho que sair daqui.
- Eu vou com você...
- Não! – Segurei seu ombro. - Ele pode estar me vigiando – e olhei a minha volta mais uma vez antes de voltar a olhar para Ino. – A última coisa que eu quero é colocar você a sua família em problemas.
- Mas Sakura...
- Ino, eu vou voltar para escola sozinha, me certificarei de que não estarei sendo seguida. E além do mais, não quero que ele me veja com você, se não ele pode te usar para me pegar.
- Mas você não tem nada a ver com aquela gente.
- O Kizashi tem, e eu sou a ponte que leva até ele.
Ino ficou me olhando por alguns segundos, processando a situação nem um pouco boa.
- Ok, amanhã eu mando o motorista levar suas coisas no colégio.
Sorri agradecida e a abracei.
- Obrigada, Ino. Obrigada.
- Não precisa me agradecer, amiga. Sabe que pode contar comigo.
- Eu sei – e me afastei.
- Sakura.
Sasori estava a nossa frente agora, ele ainda parecia preocupado.
- Desculpe, Sasori, estou indo para casa.
- Então eu te levo.
Hesitei sobre o seu convite de carona e fitei Ino por acaso. Ela apenas assentiu com a cabeça.
- Vai com ele, ficarei mais aliviada.
Voltei a olhar para Sasori.
- Ok.
Me despedi de Ino, e disse para ela pedir desculpas aos outros por minha ausência e segui Sasori para fora da boate, minha atenção aguçada e atenta a todos os cantos. Senti um pouco mais aliviada quando entrei em seu carro e ter afastado uma boa distância daquela boate, mas mesmo assim fiquei paranoica com a possibilidade de Yahiko estar me seguindo.
- Aquele cara não te machucou não, né? – Sasori perguntou depois de alguns minutos em silêncio.
Desviei meus olhos do espelho retrovisor e o fitei.
- Não, só fiquei assustada.
Ele me olhou de lado, mas logo voltou sua atenção para a rodovia movimentada.
- Estava parecendo que te conhecia – murmurou. – E você parece estressada com isso.
- Impressão sua, eu nunca o vi em toda a minha vida... só fiquei surpresa por ele ter me abordado daquele jeito.
- A culpa é minha por ter deixado você sozinha.
- Você não tem culpa de nada, essas coisas acontecem, é chato, mas acontece.
Tentei mudar de assunto, dizendo que ficaria no colégio e engatamos uma conversa sobre dormir na escola e dei a desculpa que iria estudar para as provas que começariam segunda, e de alguma forma não havia mentido. E depois de algum tempo Sasori estacionou em frente aos portões de KHS, desligando o motor e me fitou.
- Você vai ficar bem? – Ele perguntou. – Tem certeza que quer ficar aqui na escola?
- Tenho – e sorri comprimindo os lábios com o jeito fofo de preocupação dele. – Não se preocupe, e além do mais, minha tia está aqui.
- Tudo bem – e sorriu para mim, levou a mão até uma mecha do meu cabelo e o colocou para detrás de minha orelha, os olhos me olhando atentamente. – Gostei de ficar um tempo com você hoje.
Senti minhas bochechas ficarem vermelhas e automaticamente desviei meu olhar e virei o rosto para o lado, pouco constrangida.
- Eu também – murmurei e voltei a fitá-lo. – Você é um cara bem legal.
- E você é linda.
Alerta vermelho. Sasori estava ultrapassando a linha tênue que distinguia amizade com romance.
- Eu tenho que ir.
Ele afastou, se dando por vencido, mas abriu um sorriso de lado.
- Não vou ficar mais te prendendo aqui.
- Boa noite – me aproximei e dei um beijo em sua bochecha.
Ele pareceu surpreso, mas logo abriu um sorriso para mim.
- Gostei dessa – e apontou para a outra bochecha. – Você pode dar uma nessa aqui também?
Não consegui evitar e acabei gargalhando com o seu jeito bobo.
- Vou ficar te devendo essa.
Ele apontou para mim, brincalhão.
- Olha que eu vou cobrar.
Abri o carro e saí, mas não antes de escutar o seu Boa Noite. Sorri e acenei com a mão antes de entrar nos domínios do colégio, o sorriso morrendo e a tensão tomando conta de mim novamente. Eu não podia deixar aquele inferno voltar novamente. Estava reconstruindo minha vida, deixando tudo em Osaka. Yahiko chegou como uma catástrofe prestes a acabar com o pouco que construí.
E eu não iria permitir que ele termine com a minha paz.
