Capítulo 16 - Frustração

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Sasuke

Posso dizer que esses últimos dias havia sido insano, mas libertador. Passar esse tempo perto da Sakura estava tornando o meu relacionamento com ela mais platônico. Esses dias que a ajudei estudar para as provas havia deixado nós dois mais grudados do que nunca e isso era estranho e novo para mim, mas eu estava gostando.

Percebi nesse tempo que está perto da Sakura parecia natural, era fácil está com ela e ser eu mesmo, sem máscaras. Exceto por ter que aguentar os olhares curiosos e enxeridos da população escolar, os comentários eram irritantes, confesso, até os professores ficavam olhando quando estávamos dialogando animadamente. E apesar daquele detalhe incômodo, eu vi que Sakura parecia gostar de ficar perto de mim.

O único ponto negativo em nossa amizade era que quanto mais nós passávamos tempo juntos, mais eu gostava dela. Ficava difícil quanto seus olhos eram verdes e brilhantes, o seu cheiro doce de baunilha, a cor exótica de seus cabelos e o modo descontraído quando ela falava enquanto descascava o esmalte de sua unha. Eu também descobri mais coisas sobre ela, como ela ficava uma fera quando eu fazia brincadeirinhas imbecis e o modo como ela mordia o canto da boca e abaixava as sobrancelhas quando estava nervosa. Também notei que quando ela usa batom de tom mais forte e fica compulsiva por doces era por que estava de TPM. E eu tive a infelicidade de descobri isso semana passada quando ela ameaçou me quebrar todo por causa de uma brincadeirinha idiota que fiz e que ela ficou muito zangada. Isso me alertava a não fazer nenhuma gracinha ou deixá-la irritada nesse período, ela podia ser violenta.

Mas mesmo em seus piores dias, Sakura não era temperamental como a maioria das garotas que eu conhecia. A única coisa que parecia afetá-la eram as perguntas e comentários frequentes sobre o nosso relacionamento, mas contanto que eu cuidasse daquele assunto tudo ficaria ok. E quanto mais nós éramos vistos juntos, mais o pessoal percebia que o nosso relacionamento era a mais pura amizade.

Amizade.

Esse tempo que ficamos juntos, criamos uma rotina só nossa como; tomar o café juntos, almoçávamos juntos, lanchávamos juntos, jantávamos juntos e estudávamos juntos. Eu passava mais tempo com a Sakura do que sozinho ou com meus amigos, a não ser nas horas em que ela estava na rádio e eu ia para o campo treinar um pouco para refrescar minha mente. Eu não sabia o que sentia em relação aquela situação e a minha decisão de não a conquistar não me impedia de fantasiar safadezas que eu podia fazer com ela em minha cama.

Sakura Haruno precisava sair da minha cabeça, e a única cura para essa minha doença era focar na minha próxima conquista.

Faltava apenas três dias para as férias e alguns rostos familiares me chamaram a atenção, garotas que ainda não teve aquela "conversinha" comigo. Eu até tinha uma na minha mira... para falar a verdade, havia cinco no meu radar de caça.

Yugito do primeiro ano, uma das líderes de torcida. Ela era bonita, loira de olhos escuros e seu corpo era incrível. Não havia nos envolvido antes por ela está namorando um cara de outra escola, mas boatos rolavam que ela estava solteira, o que não me impedia de atacar.

Bastou apenas trinta minutos de conversa para que ela parasse dentro do armário do faxineiro comigo. Mal fechei a porta para que a mina me atacasse com tudo, arrancando minhas roupas sem pudor e me pagando um bom boquete.

Depois de algum tempo naquela putaria, nós saímos do armário do faxineiro inteiramente amarrotados. Yugito tinha um sorriso radiante no rosto até quando a dispensei como sempre fazia com as outras, ganhando em troca um tapa na cara.

E mesmo depois de meus minutos de perversão, Sakura não havia saído da minha cabeça. O que tive foi um grande sentimento de culpa que me atingiu como uma nevasca, me deixando com a consciência putamente pesada, como se eu de alguma forma tivesse a traído.

Droga!

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Acordei atrasado no dia seguinte e saí correndo para a aula de biologia. Havia passado a noite toda rolando de um lado para outro na cama, o rosto da Sakura colado em minha cabeça como uma maldição. Eu queria chutar tudo pela frente, mandar tudo para o caralho e acabar de vez com aquele tormento, aquela frustração. A minha dependência pela Sakura estava se tornando assustadora a cada segundo que passava.

Eu estava ficando louco.

Dei duas batidas na porta da sala e não demorou para ela ser aberta pela professora Kurenai. Ela arqueou as sobrancelhas quando me viu com minha cara amassada, e minhas roupas toda bagunçada, acho que abotoei o botão da camisa na casa errada.

- Está atrasado, senhor Uchiha.

- Perdi a hora.

- Espero que isso não se repita – e abriu mais a porta, me dando passagem.

Adentrei naquela sala cheia, e foi inevitável não chamar a atenção de todos para mim. Apenas segui meu rumo sentando no meu lugar, ao lado da garota que estava me tirando o sono.

- Bom dia, flor – murmurei, sem coragem de olhá-la, me sentia um fracassado.

Ela ergueu seus olhos para mim enquanto eu tirava minhas coisas da mochila.

- Você está um lixo – apenas ergui o canto de minha boca para cima, mas ainda não a olhava. – O que aconteceu? Perdeu a hora?

- Dormi mais do que a cama.

Desta vez ergui meus olhos e a fitei pela primeira vez, e puta merda, como ela estava linda naquele cabelo em rabo de cavalo.

Acho que eu estava a olhando mais que devia como um babaca, pois vi quando Sakura ergueu as sobrancelhas para cima, questionando-me sobre minha atitude... ou o quanto eu estava um bosta.

- O que foi? – Ela perguntou, e sorriu em seguida.

Seus olhos brilhavam com a luz do dia que vinha da janela ao meu lado, e eu me vi hipnotizado por aquela imensidão verde.

Droga, Sasuke, aja com mais sensatez. Sakura é apenas uma garota como as outras. Meu subconsciente disse para mim mesmo, me fazendo voltar a realidade e balançar a cabeça para os lados, desviando os olhos para a mesa.

- Nada.

Eu podia sentir que eu ainda era alvo de seu olhar, mas consegui resistir a tentação de olhá-la. Eu tinha que ser firme.

- Você está estranho...

- Vocês dois aí atrás poderiam fazer silêncio, ou está difícil? – A voz da professora Kurenai a interrompendo fez Sakura volta-se para frente e abaixar a cabeça.

- Desculpa.

Kurenai se virou novamente para o quadro branco e retornou a escrever nele. Abri meu caderno e olhei para a flor por alguns segundos, notando ela copiando o que a professora passava, e assim resolvi fazer o mesmo.

Por mais que entraríamos de férias daqui a dois dias, a professora Kurenai insistia em adiantar a matéria do terceiro bimestre, dizendo algo sobre um dever para as nossas férias. Ninguém merece estudar nas férias, só professor mesmo para fazer isso.

Depois da aula de biologia ainda tivemos um tempo de matemática e outro tempo de história. o que estava sendo um tédio, a sala estava silenciosa, escutando a explicação do professor sobre A Reforma Protestante. Sakura ao meu lado prestava atenção na explicação enquanto de vez em quando anotava no caderno o que era importante. Ela mal notava a minha presença ao seu lado.

Soltei um suspiro entediado apoiando meu cotovelo sobre a mesa e minha cabeça apoiada sobre a minha mão com a cara virada para a janela. Eu comecei a fitar o céu azul com algumas nuvens e por um momento me senti como Shikamaru – um amigo do meu irmão Itachi -, que adorava perder seu tempo observando o formato que as nuvens possuíam. A única pessoa que conseguia tirá-lo naquele mundo de preguiça era a sua namorada com TPM aguda, Temari, irmã mais velha de Gaara. Aquela mulher era o diabo, não sei como Shikamaru não havia sido aniquilado por aquela loira histérica.

Virei meu rosto para o lado, apoiando meu outro lado do rosto na mão e fitei a flor que ainda tinha sua atenção na explicação da professora. E por mais que eu dissesse para mim mesmo parar de bancar o imbecil eu não me aguentava e acabei cutucando o braço dela que estava em cima da mesa com meu dedo. Sakura me olhou de relance, mas logo voltou sua atenção para frente, me ignorando.

Suspirei mais uma vez incrivelmente entediado e tomei o lápis de grafite de suas mãos, ela não deu importância. Comecei a fazer um desenho pequeno no canto de seu caderno, era para ser ela, mas porra, o bonequinho era feio pra caralho, eu não tinha dons para desenhos. Tentei fazer um outro bonequinho, mas acabei por deixá-lo incompleto e finalizei escrevendo seu nome com minha caligrafia pequena e deitada.

O fato de eu estar bem quieto e aprontando em seu caderno fez Sakura dar uma olhada para o que eu estava fazendo. Ela franziu o cenho para o desenho e em seguida deu uma pequena risada contida, balançando a cabeça para os lados enquanto revirava os olhos.

Aproximei-me mais dela e sussurrei perto de seu ouvido:

- Quer fazer algo legal mais tarde?

- Hoje não – ela respondeu apenas mexendo os lábios.

Puxei seu caderno mais para mim e usei a última folha dele – que havia alguns rabiscos de caneta feito por ela – e rabisquei uma pergunta:

"Por quê? "

Ela tomou o lápis da minha mão e escreveu a resposta:

"Por que tenho um compromisso marcado com as meninas. "

Tomei o lápis de sua mão.

"Fala sério. "

"Estou falando sério. Vamos decidir o que o fazer nas férias. "

Eu fiquei pensando sobre a sua resposta sobre as férias, e por um momento eu havia esquecido que poderíamos nos encontrar fora da escola.

"O que você vai fazer nas férias? "

Sakura me olhou, e depois olhou para o professor que ainda explicava lá na frente, alheia sobre a gente aqui atrás.

"Eu não sei, por isso que vamos nos reunir. "

"Então posso me ajuntar? "

Ela fez uma careta quando me olhou.

"Não. Garotos são proibidos. "

"Você não está sendo justa, sabe que sofro de carência. "

Eu vi quando Sakura comprimia os lábios, segurando um sorriso enquanto escrevia novamente:

"Pare com o drama. "

Eu queria discutir mais, mostrar para ela que passar à tarde comigo era muito mais legal do que fazer planos com as meninas, mas o espaço da última folha de seu caderno estava acabando.

"Tudo bem. Mas fique avisada que pode haver uma invasão e um sequestro ser concluído. "

E desta vez ela não conseguiu segurar e soltou a risadinha quando leu a minha idiotice, e curti a sensação gloriosa que me invadiu quando consegui fazê-la sorrir.

Sakura puxou seu caderno para si, e colocou na página aonde estava antes e foi aí que o sinal do intervalo tocou. Eu só pude agradecer mentalmente enquanto arrumava minhas coisas na mochila. Saímos juntos da sala e seguimos juntos até a metade do caminho quando nos separamos, ela tinha um programa na rádio para comandar.

Eu fui para a cantina e a fila estava enorme, e isso me lembrava das vezes que não conseguia comprar um lanche antes do fim do intervalo, e eu sabia que isso iria acabar acontecendo com a Sakura. Por isso resolvi pegar seu lanche quando peguei o meu:

- Uma batata frita, um pacote daquele biscoito ali – apontei para o biscoito que Sakura comprava quase todos os dias – e duas Coca Cola.

- Comum, Light ou Zero? – O atendente perguntou enquanto abria a geladeira.

- Uma Comum e outra Zero.

Paguei por meu pedido e saí da fila com o meu saco de batata frita, o pacote de biscoito e as duas Coca Cola. A voz de Sakura soava debochada nas caixinhas de som espalhadas pela escola, falando alguma fofoca que eu não prestava a atenção. Subi as escadas ignorando alguns olhares curiosos em mim, e depois de vários lances e de corredores percorridos, logo já estava ao lado da porta do clube da rádio e esperei Sakura sair.

E não demorou muito ela atravessava a porta e paralisou no local quando meu viu, o cenho franzido.

- O que está fazendo aqui?

- Estou te esperando – sorri, me sentindo o cãozinho abanando o rabo.

Ela se aproximou, parando a minha frente.

- Não precisava me esperar...

- Eu quis te esperar – a interrompi erguendo o lanche que comprei para ela. – Pegue.

Ela olhou o lanche que eu estendia para depois me fitar, o rosto sério.

- O que significa isso?

- Comprei para você – e quando vi que suas sobrancelhas se juntavam mais eu logo expliquei: - A fila da cantina está enorme hoje, e você provavelmente não iria comprar nada antes que o intervalo terminasse.

- Você não precisava ter feito isso, eu sei me virar, caso não saiba.

- Aceita logo, flor, essa Coca está gelando a minha mão.

Sakura suspirou e agarrou a latinha e o pacote do biscoito, ficou olhando o lanche em suas posses agora para depois me fitar.

- Obrigada, mas não precisava fazer isso.

Ela havia tirado o blazer e o amarrado na cintura, e a sua camisa branca estava com alguns botões abertos, deixando à mostra o relevo do seu colo. E foi inevitável não olhar para seus peitos.

- Não me importo de fazer essas coisas para você – e ofereci um dos meus melhores sorrisos, mas sem tirar meus olhos de seu decote, ele era atraente.

- Sasuke, meu rosto é mais para cima e não embaixo.

Voltei meus olhos rapidamente para ela e sorri amarelo. Pego no flagra.

Sakura apenas revirou os olhos e começou a caminhar, e eu a segui como um seguidor fiel.

Como eu adorava esses pequenos momentos que eu tinha com ela, cada minuto era único e divertido. Mas esses momentos terminavam quando alguém chegava ou quando chegamos à mesa de concreto que havia no pátio aonde os nossos amigos estavam. Achei estranho ver Suigetsu ali, bom, ele sempre aparecia de vez em quando, mas ele ali agora olhando para mim e a Sakura com um olhar debochado não havia me agradado, ainda mais quando sua gargalhada se fez presente.

- É difícil crer que você virou a cadelinha da Sakura, mano, por que todo lugar aonde ela vai você vai atrás.

Sakura e eu nos sentamos nos bancos vazios e virei meu rosto para Suigetsu. Por mais que eu não me importasse com aqueles tipos de comentário, mas algo que Suigetsu falou havia me deixado puto, me fazendo pensar que eu parecia um babaca levando lanche para Sakura e ficando atrás dela como um bom samaritano.

- Suigetsu, por que você não cala essa maldita boca e vai procurar algo melhor para fazer!? – A flor havia rebatido, sua voz era grave e zangada, franzia o cenho enquanto olhava Suigetsu.

- Ui, essa doeu até em mim. – Naruto gargalhou tendo Ino e Tenten o acompanhando.

Suigetsu levantou as mãos para cima em sinal de rendição.

- Clama aí, Sakura. Eu só estava brincando.

- Só... deixa ele em paz.

Eu apenas fiquei encarando a cena, estático, observando a raiva estampada no rosto da Sakura se esvair aos poucos e ela voltava a atenção para mim. Aquilo era definitivamente algo inédito.

- Uau – disse assim quando me recuperei, oferecendo um sorrisinho para ela. – Uma garota me defendendo assim... agora posso dizer que já vi de tudo.

- Acho que tem alguém me chamando – disse Suigetsu ficando de pé e saindo de lá rapidamente.

Acho melhor mesmo ele ter ido embora.

Abri meu saco de batatinha e levei uma porção a boca.

Eu tinha passado por um imbecil na frente dos meus amigos. Passei a vida toda criticando eles por serem babacas e ficar perdendo seus tempos por uma garota, e agora todos eram testemunhas e estavam se divertindo as minhas custas por causa de uma garota. Eu estava sendo motivo de chacota e eu não podia fazer nada, por que eu não conseguia. Pior ainda, eu não queria.

Eu estava irritado por me sentir humilhado, e ter um excesso de fúria no meio de todos era a mesma coisa do que demonstrar o quanto eu estava fraco diante da situação. E eu nunca faria uma coisa dessas.

- O que vocês pretendem fazer nessas férias? – Ino perguntou, me tirando de meus devaneios.

- Eu não tenho ideia – resmungou Sakura levando um biscoito a boca.

- O meu pai tem uma casa de praia – comentou Naruto, chamando a atenção de todos e a minha também.

- Aquela que a Karin foi com os amigos a várias semanas atrás? – Perguntei, lembrando-me quando ela havia me convidado.

- Essa mesma – respondeu me fitando. – Se eu falar com o velho, ele libera para a gente.

- Casa de praia, adoooooooro - disse Sai que estava sentado ao lado de Ino.

- Será que vai couber a gente? – Perguntou Ino, interessada. – Pois são duas semanas de férias e eu não quero passar esse tempo dormindo no chão ou numa muvucada.

- A casa é grande e tem vários quartos.

- Assim é melhor – disse Gaara. – Mas teremos que ver como iremos, nosso ponto de encontro, essas coisas.

- Temos hoje, amanhã e depois para organizarmos isso, boy – respondeu Sai, fitando Gaara. – Temos tempo para nos organizarmos, talvez viajamos numa segunda-feira, dará mais tempo para essas coisas.

- O Sai tem razão – disse Sakura.

- É claro que eu tenho, raxa.

- Isso é uma droga! – Aquela maníaca da Tenten praguejou, cruzando os braços. – Eu não vou poder ir com vocês.

- Mas por quê? – Ino perguntou.

- Meus pais planejaram passar essas duas semanas na casa da minha avó em Okinawa, estou praticamente indo arrastada.

- Own, que pena, amiga. – Sai colocou a mão no ombro da maníaca, era visível a falsidade em seu rosto. – Vamos sentir tanto a sua falta.

Tenten olhou para ele com a boca e o cenho franzidos.

- Seu desgraçado falso, você está pulando de alegria por isso! Mas fique você sabendo que se der em cima do meu homem, eu juro que vai ser menos uma bicha andando nesse mundo.

- Ai, deixa de ser má, mocreia – e o viado colocou a mão no peito, falsamente indignado. – Eu aqui toda sentimental por sua condição e você me tratando desse jeito, sua mequetrefe.

Revirei os olhos com toda aquela cachorrada. Por que ainda ando com aqueles anormais?

Olhei para a flor que tomava um gole de sua Coca Cola tranquilamente, ignorando as brigas daqueles retardados.

- Você vai também a casa de praia do Naruto, flor?

Ela olhou para mim e assentiu com a cabeça.

- Acho que sim.

- Acho que eu também não vou poder ir – disse Hinata que estava calada desde então.

Naruto olhou para ela surpreso.

- Por que você não vai poder ir?

- O meu pai não vai me deixar ir, ainda mais uma casa de praia e com você lá.

Foi engraçado a careta que ele fez. Naruto penava com o sogro que ganhou, eu que não queria estar na pele dele.

- Mas sem você lá não tem graça para mim, Hinata.

- Então diz isso para o meu pai.

- Por que você não combina com o Neji? – Indagou Ino, e Naruto pareceu achar a luz com aquela ideia. – Ele sempre te ajuda.

- É isso aí – Naruto fitou a namorada. – O Neji é nosso parça e ele com certeza vai nos ajudar.

- Nem sabemos se ele vai querer ir.

- Estão falando de mim? – Neji apareceu com as mãos cheia de papéis.

Aquele não morria mais.

- Estamos planejando passar as férias na casa de praia do meu pai – explicou Naruto. – E você já sabe que o seu velho não vai deixar a Hinata ir sozinha.

Revirei os olhos diante do sorriso que Neji abria. Era óbvio que ele iria, aquele puto adorava uma farra das boas.

- Casa de praia? Mas é claro eu vou e podemos fazer uma festinha com bebidas e fogueira na praia. Mas é só a gente mesmo ou vai mais alguém no comboio?

- Só a gente, menos a Tenten – respondeu Ino. – A Hinata estava preocupada, pois o seu pai não vai deixar ela ir conosco.

- Isso é de menos, eu sei como driblar o coroa – e olhou Hinata –, não é maninha? – Em seguida olhou para a maníaca que estava prestes a chorar. – Por que você não vai?

- A coitadinha vai passar as férias na casa da avó – respondeu Sai, sorrindo.

Só o Neji que não havia notado que esse viado o come com os olhos. Credo.

- Que chato, seria legal se você pudesse ir - ele lamentou, olhando aquela maluca de coques.

- Que folhas são essas, Neji? – Perguntei, não aguentava aquele papo brabo de vou e não vou.

- Isso aqui? – Ele sacudiu as folhas para nós. – Dever de casa para as férias.

- Você está de sacanagem? – Ino questionou, incrédula. – A gente vai está de férias. F.É.R.I.A.S. E férias não temos dever de casa.

Neji apenas deu de ombros

- Então reclame na direção.

- Isso só pode ser brincadeira – reclamou Naruto fazendo uma careta.

Claro que a demônia tinha que fazer algo para estragar tudo.

Levantei-me do banco e fui jogar meu lixo no lixo. Aproveitei para beber uma água no bebedouro ali perto e ganhando uns olhares de algumas meninas. Eu fui simpático e sorri para algumas, mas na verdade eu queria dar o fora dali.

E quando me preparava para fazer isso eu vi Sakura passar em frente aonde uma menina falava comigo algo que nem prestava atenção. Interrompi a conversa no meio e fui atrás dela.

- Flor, você já está indo para sala? Eu vou junto com você.

Sim, eu sou um completo babaca.

- Não precisa, Sasuke. E além do mais, estou indo ao banheiro e eu não preciso de um guarda-costas para chegar até lá.

Porra, aquilo doeu pra caralho. Ela nem ao menos olhou para mim quando me deu aquela patada. Parecia zangada com alguma coisa, pois as suas bochechas estavam levemente coradas e o cenho levemente franzido.

Ela me dispensou legal.

E foi naquele momento que uma garota de cabelos vermelhos e de pele morena passou por mim que tomei uma decisão. Eu deveria desistir. Sakura não queria nada comigo além da amizade, e o que sobrava para mim era ficar com uma garota aleatoriamente gostosa, era isso que eu fazia de melhor. Eu tinha que estabelecer um limite para mim de uma vez por todas. Sakura era a garota perfeita, mas eu não a merecia. De que adianta correr atrás de algo que nunca será meu?

- Eu te vejo depois, flor.

Fui atrás da morena gostosa sem olhar para trás. Eu iria enterrar aquele meu sentimento platônico que eu sentia por Sakura de uma vez por todas. A morena havia cruzado meu caminho de propósito, eu conheço quando uma garota quer chamar minha atenção e aquela não era diferente.

Apressei mais os meus passos e a ultrapassei, parando a sua frente com minhas mãos nos bolsos.

- Está com pressa? – Perguntei daquele jeito interessado e atencioso.

Ela sorriu mordendo o lábio pintado de batom, era claro que aquela estava no papo.

- Estou indo para aula – e colocou uma mecha de seu cabelo ruivo para detrás de sua orelha.

Ela estava fazendo charminho.

- Ah, é? - Ergui o cenho para cima. Se não me falha a memória aquela garota era do segundo ano. – Que aula vai ter agora?

Um dos lados de sua boca virou-se para cima.

- Sasuke Uchiha, não é?

- Minha reputação me padece?

- Acho que sim.

Sorri enquanto erguia as mãos para cima.

- Ok, eu assumo a culpa.

Ela balançou a cabeça, também sorrindo, mas se fazendo de difícil.

- Eu preciso ir.

Por que as garotas fingem se fazer de difícil quando está na cara que estão querendo o mesmo que eu? Acho que talvez elas gostem de fazer aquele charminho antes de eu dar o bote. É até um pouco excitante para falar a verdade.

- Que pena – e suspirei, totalmente fingido. – Eu estava pensando em pedir a sua ajuda para uma coisa.

- Com o quê?

Abri aquele sorriso galante quando eu tinha certeza quando ela estava cedendo, no final todas não resistem ao meu charme.

- Eu estou me sentindo um pouco mal.

- Sério? – Ela perguntou, fingindo uma inocência, mas eu sabia que ela havia sacado a minha. – E o que você está sentindo realmente?

Cheguei mais perto dela e sussurrei em seu ouvido coisas obscenas.

Ela apenas mordeu o lábio e sorriu de um jeito bem safada, desviando por alguns segundos seus olhos para o meu parceiro de guerra.

- Tadinho de você – e me olhou, passando a mão em meu rosto. – O meu quarto é de frente o da Karin. Está escrito Karui embaixo de Yumi.

Eu pisquei antes e vê-la sair de fininho em direção as escadas ao mesmo tempo quando o sinal tocava. E no alvoroço de alunos indo para suas salas eu desviei meu caminho e fui para a ala feminina e ninguém pareceu me ver.

Eu sabia aonde era o quarto da Karin, e não foi difícil de encontrar o quarto de Karui. Eu nem precisei bater na porta, apenas abri e entrei e fui atacado por trás, a garota parecia faminta. Virei-me de frente para ela que estava apenas de sutiã. Ela me agarrou novamente e me beijou ferozmente, me dando liberdade para apalpá-la em todos os lugares indevidos, arrancando gemidos de sua parte. E sem perder mais tempo a joguei na cama e ataquei.

- Você é muito safada.

- Me mostre o que todos dizem de você, Sasuke Uchiha – ela passou a língua nos lábios, arrancando a sua saia.

Eu sorri com sua ousadia e não foi nem preciso dizer que eu a comi.