Capítulo 19 - Golpe Baixo
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Sakura
Eu não entendia o porquê estava tão incomodada com o fato de Sasuke ser tão cafajeste. Bom, eu tinha consciência de sua fama de galinha, mas ver com os meus próprios olhos ele em ação, descartando a garota como se ela fosse um papel descartável, havia mexido com as minhas estruturas. Acho que devido ao fato de termos nos aproximado mais nas últimas semanas que acabei por esquecer daquele detalhe a seu respeito. Detalhe esquecido que ele havia deixado bem claro no corredor.
- Ai – puxei minha mão das garras de Ino, sentindo uma dorzinha na lateral da minha unha.
- Desculpe.
Eu estava no quarto de Ino e Tenten com Hinata e Sai, naquela tarde de garotas, nos preparando para as férias. Sai havia se enfiado naquele quarto alegando que sua metade feminina estava gritando que ele tinha direitos a estar naquela reuniãozinha com a gente. Óbvio que não tínhamos como contestar, pois quando Sai colocava algo na cabeça nem o diabo conseguia o fazer mudar de ideia.
Ino estava fazendo as minhas unhas, terminava de limpar o esmalte borrado nos cantos. Mas parece que antes de limpar os cantos das unhas, ela estava abrindo um buraco com aquele pauzinho enrolado em algodão molhado com removedor.
- Desse jeito você vai acabar abrindo um buraco na minha unha – reclamei, o cenho franzido enquanto assoprava o canto da unha para aliviar a dor.
- Mas que droga, Sakura – e puxou minha mão para si -, não faça isso! Não se assopra esmalte molhado, sua louca! Isso dar bolinhas.
- Mas você está me machucando – minha voz saiu entredentes, puxei minha mão de volta para mim novamente.
Ela agarrou minha mão mais uma vez.
- Deixa de ser mole, é só uma dorzinha de nada.
Apertei os olhos para aquela assassina de unhas indefesas.
- Fala isso por que não é no seu rabo.
- A Ino é uma péssima manicure – alegou Tenten que estava sentada na cadeira com Hinata atrás de si fazendo chapinha em seu cabelo. – Ela arranca os meus bifes e deixa minhas unhas em carne viva.
Ino olhou para ela com as sobrancelhas franzidas e a boca crispada.
- Então nunca mais me peça para fazer os seus cascos, sua jumenta.
Tenten deu de ombros.
- Eu peço ao Sai. Ele faz as unhas melhor que você, sua loira aguada.
- Pare de mexer com a cabeça, Tenten – brigou Hinata com a chapinha na mão direita. – Assim vou acabar queimando seu couro cabeludo.
- E quem disse que vou fazer as suas unhas, mocreia? – Questionou Sai, remexendo na parte do guarda-roupas de Ino. – Ahhhhh!
- Ai! – Gritou eu e Tenten ao mesmo tempo.
- Desculpe – disse Ino e Hinata em uníssonos. Ino por ter novamente enfiado o pauzinho com força no canto de minha unha, e Hinata por ter queimado a orelha de Tenten com a chapinha.
Nós quatro olhamos assustada para Sai depois daquele grito afeminado que havia dado, causado uma catástrofe.
- Que merda, Sai. – Gritou Tenten, o rosto vermelho de raiva pelo susto. – Vai dar susto na sua mãe.
- Sai, você pirou?! – Reclamei, o cenho franzido enquanto assoprava a minha unha.
Sinceramente, Ino era uma carniceira.
Sai virou-se para nós com uma blusinha rosa de seda com estampas de florzinha – bem delicada – em suas mãos.
- O que você está fazendo com a minha blusa!? – Gritou Ino com o cenho franzido.
Sai sorriu, colocando a blusa em cima de si.
- Por que não me disse que tinha essa blusa da Banana Republic? Ela é um bafo, mona.
Ino se levantou do chão num rompante, correu até Sai e arrancou a blusa de seda das garras dele.
- Me dê minha blusa.
- Ai, sua grossa – ele a olhava horrorizado, com a mão no peito. – Não precisada de toda essa ignorância. Custa me emprestar um pouco?
- Claro que custa – ela respondeu, jogando a blusa de volta no guarda-roupas e depois o fechou. – Agora pare de ficar mexendo nas minhas coisas.
- Você é tão mesquinha, Ino – ele disse, sentando na cama de Tenten, cruzando os braços e fazendo bico, virando a cara. – Tenho certeza que quando morrer vai queimar no fogo do inferno.
- Credo, Sai – Hinata fez uma careta. – Pare de ficar rogando praga nos outros.
- Eu não me importo, Hinata – disse Ino sentando-se a minha frente novamente, terminando de limpar minhas unhas.
- Você e o Sasuke estão brigados, Sakura? – Hinata perguntou, desviando os olhos rapidamente para mim. – Percebi que vocês não estavam se falando na aula.
Apenas suspirei, observando Sai levantar da cama de fininho, indo em direção a parte do guarda-roupas de Ino.
- Soube que ele estava transando com a Karui no quarto dela – respondeu Tenten, toda informada. – Ai, Hinata! – Gritou com a mão na orelha, virando o rosto para ela.
- Eu disse para você não ficar se mexendo.
- E como... – Sai se interrompeu e arrancou a camiseta que estava vestido – você sabe disso?
- A escola tem ouvidos, meu querido.
- Acho que deve ser mais outra fofoca desse povo – disse Hinata voltando a passar a prancha no cabelo de Tenten.
- Não é fofoca – declarei, atraindo a atenção de todos para mim.
Sai se aproximou, vestido com uma baby look vermelha de Ino, o tecido de malha estava super esticado em seu corpo magrelo, deixando um pouco de sua barriga para fora.
- Como você pode guardar esse bafo só para você, raxa? Essas coisas têm que ser dividido com as amigas.
- Não é bem assim...
Eu havia sido interrompida pela voz de Ino que gritava quando viu que a gazela estava com sua blusa:
- Eu não posso acreditar que você mexeu nas minhas roupas novamente! – Em seguida ela se levantou, ficando de frente para ele. – Pode tirar a minha blusa, seu abusado!
- Como eu poderei tirar? – E sorriu, dando uma voltinha. – Olha, deu em mim. Acho que vou para aquela casa de praia do Naruto vestido com ela.
Ino estava com as mãos nos quadris.
- Você está ridículo.
- Assino em baixo – disse Tenten. – Sai perdeu totalmente o senso de moda.
- E você tem algum senso, lacraia? – Ele contra-atacou, franzindo o cenho para Tenten. – Você só usa roupas de brechó.
Era impossível não rir com aquela cachorrada toda. No final Ino acabou perdendo a blusa para o Sai depois de algum tempo discutindo e ele alegando que ela ficava uma baleia assassina com aquela blusa e que desvalorizava seu tom de pele. Era incrível como o Sai era um sínico mentiroso. E o pior era que Ino havia acreditado.
E por fim, as coisas havia se acalmado. Ino havia terminado de limpar minhas unhas e agora eu estava mexendo em meu Instagram. Hinata finalizava o cabelo de Tenten e Ino estava lixando suas unhas para depois eu pintar para ela. Enquanto Sai... bom, ele estava ainda com a blusa que ele usurpou de Ino. Ele tirava fotos deitado na cama de Tenten, enquanto escutava uma música em sua playlist. Aquilo era Madona?
- Que droga de música é essa, Sai? – Tentei acabou fazendo a pergunta que todos queriam fazer.
- E Material Girl da Madona – e fez biquinho para uma outra selfie.
- Breguisse – resmungou Ino sem olhá-lo.
- Vocês que não sabem o que é bom.
- Sakura, você ainda não disse como sabe do Sasuke e a Karui – disse Ino, me fitando rapidamente para depois voltar a atenção as suas unhas.
- Eu o vi saindo do quarto dela quando fui pegar umas anotações de física para o Sai – respondi, observando uma foto que Sasuke havia postado no Instagram. Acabei por curtir a foto.
- Essa é uma saída diretamente da fonte – disse Sai. – Só não sei por que não me contou quando me entregou o caderno naquela hora.
- Isso não é um assunto meu.
- Sakura tem toda razão – concordou Hinata, finalizando o cabelo de Tenten. – Ninguém tem nada a ver com a vida do Sasuke.
Tenten levantou-se da cadeira e se olhou no espelho, arrumando seu cabelo com os dedos.
- Para mim não me surpreende em nada, ele pega qualquer uma e leva para cama. Típico dele.
- Como você? – Atacou Sai, ganhando um olhar mortal de Tenten.
- Quantas vezes tenho que dizer que foi um erro do passado?
- Dá para vocês dois paparem de brigar? – Disse Hinata, retirando a chapinha da tomada.
- Isso é urucubaca dessa escola – Sai ficou sentado na cama e olhou para nós quatro. – Olha, marquei um horário com o Pai Hidan. Depois do episódio com essa recalcada fura olho – e apontou com o queixo para Tenten – roubando meu homem, eu preciso de uma sessão de descarrego.
- A recalcada vai ser uma tamancada na sua cara, sua lagartixa de parede. E coloque uma coisa nessa sua cabeça oca, Sai. O Neji é macho! Homem. Men. Male. Hombre. Ele gosta é de mulher. Ele gosta é de goiaba. Não de aipim.
O quê?
- Me bate, sirigaita – ele se levantou da cama e apontou para a porta. – Eu saio daqui e te denuncio na polícia. Esqueceu a lei Maria da Penha?
- Essa lei é para mulheres, Sai. – Hinata o lembrou enquanto revirava os olhos.
Sai apenas olhou para Hinata como se ela tivesse dito algum palavrão.
- E eu sou o quê, Hinata?
- Viado.
Ele suspirou, revirando os olhos.
- Voltando o assunto anterior – ele começou. – Eu marquei uma seção de descarrego para todas vocês.
- O quê? – Dissemos nós três em uníssonos, menos Tenten.
- Eu não vou a nenhum centro de macumba – já fui tirando o meu da reta.
- Não é macumba, sua desenformada. É espiritismo – e revirou os olhos. – E você, Sakura é a que mais precisa entre a gente. Eu sinto uma carregação muito forte vindo de você. Olha? – Apontou para o seu braço. – Estou toda arrepiada só de estar perto de você.
- Eu mereço – resmunguei, preferindo o ignorar.
- Pode me tirar dessa também – disse Ino.
- Meninas, o Sai tem toda razão – disse Tenten. – A Hinata sabe do que estou falando, pois foi com a gente a uma sessão do Pai Hidan no ano passado.
- Não me coloca nesse meio de tramoias de vocês não. – Hinata se manifestou, o cenho franzido. – Você esqueceu de mencionar que os dois me obrigaram a ir com vocês.
Tenten deu de ombros.
- Mas não se esqueça, queridinha, que foi a previsão do pai Hidan que disse que você e o Naruto iriam ficar juntos.
- Ele só disse o que eu já sabia.
- Sabia nada. – Sai começou a defender o guru. – Tudo o que pai Hidan diz, acontece.
- Não estou nem aí para o que esse cara faz ou deixa de fazer. Não vou a nenhum centro de macumba, nem que vocês me amarrem.
- Como você é preconceituosa, Sakura – acusou Tenten, fazendo uma careta.
E naquela hora senti meu celular vibrar em minha mão. Destravei minha tela de display, ainda ouvindo o bate-boca do encontro com o pai Hidan. Sasuke estava me chamando no WhatsApp.
FLOR?
Revirei os olhos. Ainda me sentia zangada com o episódio no corredor, não estava afim de falar com ele naquele momento. Resolvi ignorá-lo, mas dois minutos depois meu celular voltou a vibrar em outra mensagem:
VOCÊ ESTÁ AÍ?
Nem entrei no aplicativo, só olhei a mensagem como notificação, e logo chegou outra.
EU SEI QUE ESTÁ AÍ.
VOCÊ CURTIU MINHA FOTO NO INSTA QUASE AGORA.
- Tsc.
Maldita hora quando curti aquela foto.
RESPONDE.
?
Fechei meus olhos e suspirei. Eu sabia o quanto Sasuke era chato quando quer, e sabia que ele iria ficar insistindo até eu ceder a seus caprichos. Resolvi respondê-lo e dar um corte de uma vez:
O QUE VOCÊ QUER?
E não demorou nem dois segundos para ele responder:
AINDA ESTÁ PUTA COMIGO?
Ainda está puta comigo?
- Idiota – murmurei baixinho enquanto o respondia:
SIM.
Dois minutos contados se passou até a resposta vir.
AONDE VOCÊ ESTÁ?
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COM AS MENINAS.
Desviei meus olhos para Ino que agora estava brava com Tenten por ela ter dito algo sobre colocar o nome dela no círculo de oração do macumbeiro.
ESTOU TE ESPERANDO AQUI NO JARDIM.
Há! Essa eu tinha que rir. Sasuke está pensando que eu sou o quê? Alguma espécie de cachorro que sai abanando o rabo toda vez quando ele chama?
EU NÃO VOU AÍ.
ESQUEÇA.
Logo a resposta chegou:
ENTÃO ESTOU INDO AÍ.
- Não vai não! – Eu acabei por falar alto, olhando o telefone, o cenho franzido.
- O que foi, Sakura? – Ino perguntou, agora me fitando.
Ergui meus olhos para ela e percebi que havia chamado a atenção de todos para mim. Que droga.
- Nada não.
- A gente discutindo um assunto importante e a bonitona nesse celular – disse Sai, com aquele olhar que dizia; Pode disfarçar, mas você não me engana, raxa.
Resolvi ignorá-lo e comecei a digitar uma mensagem para aquele idiota. Era bem provável que ele chegasse na porta do quarto de Ino.
NEM OUSE VIR AQUI!
ESTOU INDO AÍ.
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ESTOU TE ESPERANDO.
Suspirei pesadamente e me levantei do chão com dificuldade e caminhei até a porta.
- Aonde você vai, Sakura? – Ino perguntou quando já estava com a mão na maçaneta.
- Vou ali rapidinho, daqui a pouco eu volto.
Não esperei ouvir qualquer tipo de pergunta, apenas saí do quarto fechando aporta atrás de mim. Caminhei pelo corredor com passos rápidos e desci as escadas, tentando acalmar a raiva que eu sentia de mim mesma por ceder mais uma vez ao capricho de Sasuke.
Quando cheguei ao jardim pude ver Sasuke de costas, os cabelos estavam úmidos e a cabeça abaixada, deveria estar mexendo no celular. Eu pude sentir meu coração acelerar algumas batidas e um nervosismo tomar conta de mim, o que era ridículo, pois era só o Sasuke, não havia o porquê eu estar nervosa daquele jeito.
- O que você quer? - Perguntei assim quando parei, um pouco afastada dele, os braços cruzados e a boca crispada.
Sasuke virou-se e me fitou com aqueles olhos negros, o canto de sua boca erguendo-se para cima naquele sorriso sonso, como se nada tivesse acontecido.
- Quero fazer as pazes. Não quero que você me ignore, flor. Isso está me matando.
- Eu não estou te ignorando, Sasuke – e depois suspirei, descruzando os braços. – Apenas quero dar um tempo, pode ser?
- Não! – E segurou meus braços, parecia desesperado agora. – Eu não quero ficar sem falar com você.
Arqueei as sobrancelhas para cima, ignorando o fato de ele está próximo demais de mim.
- E eu não estou falando com você agora?
- Mas não é a mesma coisa. Você está zangada comigo.
Relaxei meus ombros e soltei a respiração pelo nariz.
- Ah, Sasuke. Eu só não concordo com alguma de suas atitudes, isso me incomoda.
- Se é por causa do que aconteceu no corredor feminino mais cedo, eu nunca menti para nenhuma delas, flor. – Seu rosto era sério, porém carregava um olhar piedoso. – Elas sabem que não quero compromisso. Você me julga como se eu fosse algum assassino, mas essas garotas que me veem como troféu.
Comprimi os lábios diante de seus argumentos. O jeito como ele falava, como se fosse a vítima de suas próprias safadezas e o seu olhar de cachorro arrependido era um golpe baixo. Sasuke não tinha ideia de como ficava fofo daquele jeito, era impossível não ficar com raiva daquele garoto.
Não aguentei e comecei a rir, dando alguns passos para trás. Ele me olhava com uma cara quase que incrédula, o que arrancou mais risadas de mim.
- Qual é a graça, flor? – O cenho franziu, confuso. – Juro que não estou entendendo nada.
- Você – e ri mais um pouco.
Suas sobrancelhas ergueram-se para cima e ele se aproximou como um felino, e quando menos esperei ele estava a minha frente, a cabeça abaixada para que ficasse na mesma altura que a minha. Aos poucos o meu sorriso foi morrendo e uma onda de nervosismo tomou conta de mim. Perto demais.
- O que exatamente você está achando engraçado? – Seu tom era humorado, e um sorriso malicioso estava em sua boca.
Engoli a seco e levei minha mão ao seu peito e o afastei, meio que sem graça.
- Você está ultrapassando o meu espaço.
Seu olhar ficou mais escuro e ele afastou-se, com um sorriso confiante.
- Estou perdoado?
E novamente aquele olhar de cachorro sem dono me pegou mais uma vez. Desviei meus olhos para os meus pés, mordi o lábio.
- Pare com isso – murmurei.
- Isso o quê?
Voltei a fitá-lo, ele ainda fazia aquela cara.
- Essa cara de cachorro sem dono. Isso não cola comigo – mentirosa.
E o seu sorriso se alargou diante de minha declaração. Vadio. Por que eu disse isso? Era óbvio que ele iria me importunar com isso agora.
- Não tenho a mínima ideia do que você está falando – ele se fez de desentendido, e deu um passo para minha frente. – Agora me diga, estou perdoado? - E cutucou minha barriga com o dedo, me fazendo dar passos para trás, me encolhendo. – Ahn?
- Pare com isso, Sasuke! – Protestei, fingindo estar brava, mas soltava algumas risadas com aquela brincadeirinha.
Ele avançou mais e agora me cutucou com as duas mãos, me fazendo soltar gritos e me encolher inteira a gargalhadas.
- Sasuke... – a frase saiu entre uma risada e outra – pare... com isso. Não... gosto dessa... brincadeira!
- Só se me dizer que me perdoa.
Que cruel.
- Eu perdoo! Eu perdoo!
E na mesma hora ele acessou a onda de cócegas e logo fui capturada por seus braços, que me abraçava de um jeito aconchegante, me pegando totalmente de surpresa. Consegui conter as risadas, sentindo seus braços em volta de mim, seu cheiro de sabonete invadiu meu nariz. Fechei meus olhos e pude sentir mais daquele cheiro, meu nariz encostado em seu peito, meus braços em volta de sua cintura.
Não imaginava que um simples abraço pudesse transmitir tantas coisas, e uma delas era uma sensação de que estava protegida, que não estava mais sozinha naquele mundo. Só naquele momento eu percebi que a presença de Sasuke me dava aquele conforto, e eu soube naquela hora de que eu podia confiar nele.
- Me desculpe – sua voz soou abafada em meu ombro, e seus braços me apertaram forte.
- Ok.
Ficamos mais alguns segundos daquele jeito, até sentir que era hora de nos separar.
Sorri para ele, recebendo o seu sorriso como resposta.
- Vamos fazer alguma coisa legal, só nós dois? – E passou o braço por meus ombros e começamos a caminhar para fora do jardim. - Você escolhe.
- Não dá – e o olhei de ombro. – Tarde das garotas.
Seu rosto se contorceu numa careta.
- Passar a tarde com as meninas é melhor do que ficar comigo? – A carência era óbvio em sua voz enquanto fazia beicinho.
Comprimi um sorriso.
- No momento sim. Considere isso como um castigo.
E novamente aquela cara de cachorro se fez presente em seu rosto. Ele estava fazendo de propósito.
Revirei os olhos.
- E não adianta fazer essa cara – e tirei seu braço de meu ombro, ele aumentou mais a cara de cachorro. Acabei rindo e dei um tapa em seu braço. – Idiota! – Me afastei a uma distância considerável daquele ser.
Sasuke acabou gargalhando.
- Tchau, Sasuke.
Dei as costas e saí correndo, escutando ele me chamar, mas não olhei para trás.
