Capítulo 14 - Segredo

O resto do dia na loja de doces havia sido cansativo e estressante. Eu havia chegado pouco atrasada devido ter mudado a rota de meu caminho e acompanhado Hinata até a estação do metrô. Eu tinha consciência de que iria ouvir alguns sermões da dona Chiyo por causa do meu atraso, mas eu não podia deixar a Hinata andar sozinha naquele estado. E por um momento eu culpei Naruto e o odiei por fazer uma garota tão legal como a Hinata sofrer. Ela não merecia. Mas também voltei atrás e analisei a situação dos dois, e constatei que por mais que eu tivesse com raiva dele, eu sabia que Naruto não tinha culpa exatamente, pois ele não sabia que Hinata gostava dele. Ela nunca havia se declarado.

E também tinha aquela Shion que havia se apossado dele como se ele fosse uma propriedade dela. A verdadeira culpada era ela.

Dei graças a Deus quando a hora de ir embora chegou, pois eu e Tenten havíamos trabalhado por cinco pessoas naquele dia. Havíamos ajudado no descarregamento de caixas de ingredientes que havia chegado naquele dia e arrumado todo o estoque em seguida. Meus braços estavam doloridos por causa do peso que carreguei, e minhas pernas doíam por subir e descer as escadas que levava ao estoque. Mas em compensação ao nosso trabalho duro, a dona Chiyo prometeu que iria contratar mais um ajudante para descarregar as caixas de ingredientes quando chegasse, e arrumar o estoque. Ela disse que já até falou com seu sobrinho neto se ele queria a vaga, pois segundo ela, ele estava precisando de dinheiro, e só estava esperando uma resposta de sua parte.

Depois de guardar o avental dentro do armário e pegar meu suéter amarelo e a minha mochila de lá, eu estava pronta para ir para casa. Eu iria direto para cama e dormir, estava até cogitando na possibilidade de pular o jantar, pois o cansaço daquele dia estava me dominando a cada minuto que passava.

Me despedi de Tenten que havia ficado para trás ainda arrumando suas coisas, e da dona Chiyo que terminava de arrumar algumas coisas para amanhã. Saí daquela loja sentindo a friagem enjoada daquela noite bater nos meus braços nus, me fazendo encolher, segurando firme o meu suéter amarelo nos braços. Mas antes que eu pudesse colocá-lo, eu procurei o celular na mochila. Andando distraidamente por àquela calçada agora movimentada, eu mantinha minha atenção no display aceso, percebendo a ausência de uma mensagem ou ligação de Sasuke.

Ele não havia entrado em contado.

Suspirei, meus ombros caindo para baixo e olhei para frente a tempo de desviar de um senhor que vinha no sentido contrário que eu, e evitar uma trombada. Eu agora tinha que prestar atenção na frente, mas uma voz conhecida soou, chegando até mim:

- Ei.

Parei de andar e procurei por entre as pessoas andando, mas não via ninguém conhecido.

- Psiu, aqui!

Minha atenção agora foi aonde o som daquela voz vinha e eu o vi, do outro lado da rua, dentro de um Jeep azul marinho novinho estacionado ao lado da calçada. Era inevitável o jeito que meu coração bateu rápido quando meus olhos enxergaram Sasuke. E por um momento aquele incômodo preocupante havia sumido.

- Sasuke – minha voz soou automática seu nome e o vi me chamar com a mão.

Esperei alguns segundos para que o sinal fechasse e eu pude atravessar a rua, chegando do outro lado. Sasuke abriu a porta do passageiro para mim e eu entrei, o encontrando sentado no banco do motorista. Prendi a respiração quando o cheiro de seu perfume invadiu meu nariz, fazendo aquela sensação de borboletas circularem o meu estômago.

- Oi – ele disse, o canto de sua boca erguido levemente para cima, enquanto sua mão ia até meus cabelos e colocando uma mecha para detrás de minha orelha.

Minha pele arrepiou quando as pontas de seus dedos tocaram o meu pescoço sem querer.

- Oi. – Minha voz saiu como um miado, observando cada detalhe de seu rosto perfeito. Eu o percebi um pouco abatido.

O pequeno sorriso que estava em seus lábios sumiu enquanto suas sobrancelhas franziam levemente, sua atenção estava em minha testa.

- O que foi isso?

Eu vi quando sua mão iria tocar o curativo e consegui me afastar a tempo, pondo a mão em cima automaticamente e sorri de um jeito culposa.

- Ah... isso... eu escorreguei e caí com a cabeça na quina da pia do banheiro da escola.

- Você está bem? – Ele perguntou, os olhos negros me fitando preocupado.

Apenas sorri amarelo, apoiando minhas mãos em cima da mochila e o suéter que estavam no meu colo.

- Estou. Foi só um cortezinho superficial, nada preocupante. – Eu queria desesperadamente fugir daquele assunto. Não queria trazer meus problemas para ele, eu podia resolvê-los sozinha. – E você? Eu te liguei algumas vezes e só dava na caixa postal. Aconteceu alguma coisa?

As minhas perguntas pareceram desviar da rota da antiga conversa, deixando-me mais aliviada.

- O meu celular estava descarregado – ele sorriu, e fitou a sua frente, ligando o Jeep. – Quer passear um pouco?

Ele não havia respondido a minha segunda pergunta, colocando uma outra no meio para desviar minha atenção, assim como eu havia feito com ele. Estranho.

- Não posso chegar muito tarde em casa, amanhã tem aula. – Respondi, e apesar de sentir meu corpo uma bola chumbo carregável, eu não queria descartar a possibilidade de sair com Sasuke. E o vendo ali agora ao meu lado, eu havia percebido que eu havia sentido a sua falta.

Ele me olhou de lado rapidamente, ainda mantendo a atenção a sua frente enquanto igualava o Jeep aos outros carros que corriam por àquela avenida.

- Prometo te deixar em casa antes das onze.

- Tá – concordei, queria está com ele naquele momento e matar a saudade que senti dele o dia todo por não o ver. – Só vou avisar a minha mãe primeiro.

- Claro.

Procurei o número de mamãe por aquela pequena extensa lista de números, achando engraçado por um segundo. Pois a dois meses atrás o único número que havia naquela lista era o dela, e que eu não precisava procurá-lo, pois ele era o primeiro e único que parecia na minha lista.

CHEGAREI UM POUQUINHO TARDE HOJE. MAS PROMETO ESTÁ ANTES DAS ONZE EM CASA. NÃO SE PREOCUPE, ESTOU COM O SASUKE.

Não demorou nem dois minutos e meu celular vibrou em minhas mãos com a resposta de mamãe.

JUÍZO MOCINHA. E ESPERO QUE ESTEJA ANTES DAS ONZE MESMO, POIS AMANHÃ É DIA DE AULA.

.

OK.

- Pronto. – Disse e guardei o celular na mochila, agarrando o suéter e o colocando em seguida. – O que aconteceu com a sua moto?

- Resolvi dar uma folga a ela – e me fitou com um sorriso de lado. – Está com saudades dela?

- Nem um pouco – murmurei, desviando minha atenção para a janela e ouvindo ele soltar algumas risadinhas abafadas. – Aonde estamos indo?

- Isso é segredo.

Fiz biquinho diante de sua resposta oculta, ele tirou sua mão da marcha e agarrou a minha. Sua mão estava quentinha e pouco úmida diante da minha que estava gelada. Senti minhas bochechas ficarem quentes diante de seu gesto de entrelaçar nossas mãos, fazendo meu coração bater mais. Meu coração estúpido que não sabia se controlar nas batidas, e Sasuke era o principal culpado nesse fato dele ficar disparado.

Não falamos mais nada e o silêncio tomou conta do Jeep, mas não era nada incômodo ou constrangedor. Apenas um silêncio comum. Me permiti cair em devaneios enquanto fitava a paisagem pela janela, a mente estava longe. Me perguntava das mil e umas possibilidades de ter levado Sasuke a faltar naquele dia, e do fato de não querer revelar o motivo. Me senti por um segundo enxerida por tentar forçar algo que não parecia permitido, mas eu me via à beira de uma enorme curiosidade por saber o motivo dele não ter vindo. E só ali, perdida em meus pensamentos, que eu havia percebido que eu queria saber mais sobre ele.

A mão de Sasuke havia soltado a minha para segurar a marcha novamente, e conforme o carro corria, virando algumas ruas, e o aconchego do banco macio onde estava sentada, podia sentir o meu corpo mais pesado e minhas pálpebras começando a ter dificuldades em ficar abertas. O cansaço daquele dia exaustivo estava me dominando.

- Sakura?

- Hm? – Meus olhos se abriram mais, e eu me ajeitei no banco e fitei Sasuke.

- Você estava quase dormindo.

- Ah... – balancei minha cabeça para os lados, passando minha mão no rosto. – Me desculpe.

- Quer ir para casa? Você parece cansada.

- Não... eu estou bem – sorri comprimindo os lábios. Voltei a fitar a janela, e bocejei sem querer, apertando os olhos com força algumas vezes em uma forma para espantar o sono.

O Jeep entrou numa rua estreita e sem movimentos e parou ao lado de uma calçada que levava a uma descida gramada que dava para um rio.

- Chegamos – ele disse, desligando o carro e olhando para mim. – Vamos?

Eu apenas assenti com a cabeça e saímos do carro, deixei minha mochila lá dentro. Segui Sasuke enquanto atravessamos a rua estreita para o outro lado que havia algumas casas e comércios fechados, e uma máquina de refrescos ao lado de um ponto de ônibus vazio. Paramos em frente a máquina.

- Aceita um café gelado? – Ele perguntou, colocando algumas moedas na máquina.

- Um chá verde por favor.

Sasuke pegou o meu chá verde e me entregou e depois pegou seu café gelado.

- Obrigada.

- Vem – ele segurou minha mão e atravessamos a rua novamente. Descemos por uma estreita escada de concreto que leva até em baixo, perto do rio.

Eu nunca havia ido naquele lugar, o máximo era ter passado de ônibus por aquela ponte que passava por cima daquele rio a trezentos metros de distância de aonde estávamos.

Sasuke se sentou no gramado e me puxou para se sentar ao seu lado. Arrumei a minha saia enquanto dobrava minhas pernas para um lado só.

- Eu nunca tinha vindo aqui. – Comentei, fitando o rio calmo a minha frente, a subida gramada do outro lado do rio e algumas casas lá em cima da subida. O silêncio que fazia, dava para ouvir o canto dos grilos que estavam por perto.

- Eu venho aqui quando quero colocar a cabeça no lugar – ele disse, abrindo a latinha e dando um gole de seu café gelado. – Traçar novos planos de vida.

- Hm.

Girei a tampa da minha garrafinha até abrir, e tomar um pequeno gole daquele chá verde. Estava bom.

- Por que você não foi para escola hoje? – Perguntei, virando minha cabeça para o lado e o fitei.

Sasuke demorou um pouquinho para responder. Deu mais outro gole de seu café, deixando a latinha ao lado e jogou seu corpo para trás e se deitou no gramado com um de seus braços atrás da cabeça, fitando o céu.

- Fui fazer alguns exames de rotina – e desviou seus olhos do céu para mim, e sorriu levemente de lado.

Todo o meu sistema entrou em alerta, meus olhos arregalando um pouco.

- Exames? Você está doente?

- Não – ele riu um pouco, mas parecia desconfortável com o assunto. – Eu só tive um mal-estar ontem à noite e o Itachi achou melhor fazer um exame de rotina para checar se está tudo bem.

- E você está bem?

- Estou ótimo.

Pude suspirar aliviada, mas logo lembrei-me de Ino e o que ela havia comentado sobre as faltas que Sasuke tinha durante o ano.

- A Ino me disse que você falta bastante, e tem vezes que fica semanas sem aparecer no colégio.

- A Ino é uma fofoqueira. – Ele resmungou, franzindo o cenho.

Era notável agora o quanto ele estava incomodado com o assunto. E me odiei por deixar o clima meio estranho.

- Olha, não precisa me contar nada se não quiser... me desculpe por isso. – Balancei minha cabeça para os lados. – Isso não é da minha conta.

Sasuke segurou meu braço de repente, me fazendo olhá-lo enquanto voltava a se sentar, ficando de frente para mim.

- Você está bem-falante hoje – ele disse, agora tinha uma sombra de um pequeno sorriso de lado.

Senti minhas bochechas ficarem quentes, sabia que estava corando, e desviei meus olhos para o chão gramado.

- Desculpe – murmurei -, eu só fiquei um pouco preocupada com você.

Senti a mão de Sasuke segurar meu queixo e levantá-lo para que assim eu fitasse seu rosto. E logo em seguida os seus lábios macios tocavam os meus, num cálido e carinhoso beijo, um selinho demorado. Abri meus olhos, encontrando os seus negros e ônix me fitando, e ele agora sorria para mim e se afastou, voltando a se deitar novamente na mesma posição de antes.

Silêncio.

Tomei coragem e me deitei ao seu lado, naquela grama fria. Coloquei a garrafinha do meu chá ao lado e fitei o céu aberto enfeitado de estrelas e a lua cheia transmitindo a sua luz azul, iluminando tudo ao seu redor e a nós. E apesar do friozinho enjoado que fazia naquela noite, eu não me importei, estava gostando de estar ali, olhando as estrelas ao lado de Sasuke. Eu iria guardar àquelas lembranças para sempre em minha memória.

- Eu tenho bronquite aguda – sua voz soou de repente, me fazendo fitá-lo. Ele apenas continuava observando as estrelas, e não olhava para mim. – Tenho crises de vez em quando e dependendo delas, fico bem mal e passo dias sem aparecer na escola. Não sou um cara cem por cento saudável, Sakura – e ele virou sua cabeça e me fitou. – Não gosto de demonstrar minhas fraquezas para as pessoas. É por isso que ninguém sabe sobre a minha doença.

Eu não havia percebido que estava prendendo a respiração até que os meus pulmões clamarem por oxigênio. Soltei todo o ar de uma vez. Era quase inacreditável acreditar que aquele garoto que parecia ter uma vida descontraída e perfeita, sem ter problemas com nada, tivesse um problema de saúde. Não sabia muitas coisas sobre bronquite aguda, a única coisa que sabia era que o paciente tinha falta de ar e muita tosse quando está em crises. E olhando Sasuke naquele momento, não dava para imaginar que ele passava por esse problema.

- Você teve uma crise ontem – aquilo não havia sido uma pergunta, minha voz soando baixinha.

- Foi uma pequena crise de tosse e falta de ar. – Ele respondeu. – Mas foi controlada com uma seção de nebulização.

- E você está bem? – Virei meu corpo para ficar à sua frente. - Está sentindo alguma coisa?

Ele riu levemente, agarrou minha mão e levou aos lábios e a beijou.

- Estou bem, não se preocupe.

Soltei mais outro suspiro de alívio.

- Obrigada por me contar.

Ele sorriu mais e virou seu corpo também, ficando de frente para mim, levando sua outra mão ao meu rosto. Fechei meus olhos com o gesto e senti ele colocando uma outra mecha de cabelo atrás de minha orelha. Abri meus olhos e não pude evitar em não corar com seu gesto. Ainda mais quando seu rosto estava tão próximo ao meu, seus olhos fitando profundamente os meus olhos.

- Fiquei feliz em saber que se preocupou comigo – sua voz havia soado baixinha, e tímida. – Me senti especial para você.

A sua confissão tímida e íntima havia me desarmado por inteira, me fazendo enxergar o quanto ele era frágil sobre os meus sentimentos por ele. Naquele momento eu não via ele como "o garoto mais lindo da escola que tinha uma vida perfeita", eu via o Sasuke, um garoto comum que tinha problemas e que precisava de muito carinho. Meu coração havia se desmanchado em amor por àquela pessoa, e eu queria desesperadamente cuidar dele, dar todo o amor e carinho que ele precisa.

E pela primeira vez, olhando no fundo de seus olhos, eu tive coragem e me confessei:

- Você é especial. A pessoa mais importante para mim. – Comecei, minha voz soando baixa. - Você foi a primeira pessoa a me enxergar, a primeira pessoa que quis a minha amizade em troca de nada. Você foi a primeira pessoa em que eu consegui confiar, a primeira pessoa que me protegeu. Você foi a primeira pessoa que está me fazendo ver as coisas de um jeito diferente... a primeira pessoa que faz meu coração bater forte... – hesitei por um segundo, ainda fitando seus olhos surpreso. – Sasuke, você é a pessoa que eu amo.

Eu não tive nem um segundo para poder processar o que eu havia dito, pois, os lábios de Sasuke colaram-se nos meus e logo mais estávamos nos beijando. A boca dele se movia rápido contra a minha, e nossas línguas travando uma batalha sem fim.

Minhas mãos estavam espalmadas em seu peito, enquanto as suas agarravam os dois lados do meu rosto, me fazendo ficar deitada de barriga para cima e a metade de seu corpo em cima do meu. Era a primeira vez que ficamos naquela posição, nos beijando. Se fosse em algum outro momento eu teria o afastado enquanto morria de vergonha por sentir seu peso sobre mim. Mas naquele momento, por incrível que pareça, eu não me importava.

Minhas mãos subiram por seu peito até chegar aos seus ombros, e enlacei seu pescoço com meus braços, me entregando ainda mais aquele beijo.

O primeiro beijo de verdade naquele dia. Um beijo depois de uma confissão intima.

Encerramos o beijo pela falta de ar, e Sasuke me abraçou forte, suas mãos passando por detrás de minhas costas deixando o peso da metade de seu corpo cair ainda mais sobre mim.

- Você não tem ideia de como estou me sentindo nesse momento – sua voz soava meio que abafada devido ao seu rosto estar afundado em meu ombro. – Eu não tinha ideia do quanto era os seus sentimentos por mim. Apenas me agarrava o que eu sentia por você. – E ergueu seu rosto para cima para me fitar. – Eu te amo.

A forma como ele pronunciou aquelas três palavrinhas cantadas por sua boca, me fez perceber que eu era uma garota sortuda. Meu coração batia tão forte que parecia que sairia saltando para fora de meu peito, enquanto meu estômago estava infestado de borboletas voando.

Eu apenas sorri como uma boba apaixonada, tendo consciência do meu rosto vermelho como tomate, enquanto via um leve rubor nas bochechas de Sasuke. Lindo.

Eu gostava daquele garoto, e ele gostava de mim. Isso era tão romântico, tão perfeito que eu tinha medo de que fosse um simples sonho.

Ficamos um tempinho deitados naquela grama com nossas mãos entrelaçadas, fitando as estrelas no céu. Mas conforme o tempo passava o cansaço novamente me dominava. E depois de me flagrar quase dormindo ali, Sasuke resolveu me levar para casa. O caminho havia sido silencioso e acabei por cochilar. Acordei com Sasuke me chamando e sacolejando meu ombro levemente, alegando que tínhamos chegado.

Nos despedimos no carro, e mesmo tentando parecer animada com o fato de que nós nos veríamos amanhã, era notável o quanto eu estava cansada e sonolenta. Sasuke me beijou pela última vez, um selinho para dizer a verdade antes de eu sair do carro.

Quando entrei em casa, dei de cara com mamãe sentada no sofá assistindo televisão. Ela desviou seus olhos para mim e ergueu as sobrancelhas.

- Nove e Quarenta e cinco. Impressionada com esse Sasuke te trazendo tão cedo.

- Estou morrendo de sono – murmurei, indo em direção ao meu quarto –, acho que vou pular o jantar.

- O quê? Você precisa se alimentar.

- Hoje não mãe.

Entrei no meu quarto, tirando os meus sapatos ao mesmo tempo quando deixava a minha mochila cair no chão. Me joguei na cama de bruços, nem tive tempo de tirar o uniforme, tomar um banho e colocar meu pijama. A única coisa que me lembro era que estava flutuando em felicidade depois de Sasuke compartilhar um segredo comigo e confessar seu amor com todas as letras para mim antes de cair no sono.